Cultura Pop
25 coisas que você já sabia sobre a estreia do Black Sabbath

Não foi só no fato de ter inventado o heavy metal que a estreia do Black Sabbath (lançada em 13 de fevereiro de 1970) foi um disco inovador.
O debute de Ozzy Osbourne (voz), Tony Iommi (guitarra), Terry “Geezer” Butler (baixo) e Bill Ward (bateria) foi também: 1) um dos primeiros discos de estreia com capa dupla; 2) uma das primeiras produções independentes a serem vendidas in natura a uma gravadora; 3) um dos primeiros álbuns de estreia que dispensaram a foto do artista na capa (para frustração de Ozzy, que sonhava em aparecer na capa, “que nem os Beatles”).
E enfim, demoramos mas segue aí nossa homenagem ao disco que formatou para sempre o som pesado.
1) Existia uma conexão entre o Earth, embrião do Black Sabbath, e o New Yardbirds, banda da qual saiu o Led Zeppelin. Tudo porque o grupo de Jimmy Page foi assistido por Tony Iommi e Bill Ward quando aquele se apresentou numa casa de Birmingham chamada Henry’s Blues House. Por causa desse show e das conexões que viram entre o som pesado do Earth e o blues psicodélico do Led Zeppelin, Tony procurou o chefão do Earth e pediu uma chance na casa.
2) Foi por causa dessa chance no Henry’s que Tony Iommi ficou um tempo tocando guitarra no Jethro Tull, já que o Earth abriu para eles na casa.
3) Tony não durou muito no Jethro, já que não curtiu os métodos de liderança do criador da banda, Ian Anderson (“ele andava separado dos outros caras, sentava numa mesa e eles em outra”). Agora, o músico detestou mais ainda ter ouvido do empresário do JT que ele “era um cara de muita sorte” por ter conseguido entrar na banda. “Isso realmente me deixou bravo. Pensei: ‘Não é sorte. Eles me chamaram aqui porque sei tocar — não porque tenho sorte!'”.
4) A música Black Sabbath surgiu ainda nos tempos do Earth e nem tinha esse nome no começo. A canção surgiu na hora em que Geezer Butler começou a tocar no baixo Marte, trecho da suíte Planetas, do compositor inglês Gustav Holtz. Iommi ouviu, mudou um pouco a música e saiu a introdução de Black Sabbath, a canção.
https://www.youtube.com/watch?v=MTHBEbivfZI
5) Todo mundo comenta que a canção faz uso do chamado trítono (ou “intervalo do diabo”, proibido pela Igreja na Idade Média). Iommi diz que mal sabia disso e que Black Sabbath praticamente se escreveu sozinha.
6) Por ter sido a primeira música que a banda escreveu sozinha de verdade, foi Black Sabbath que transformou o grupo no que ele seria depois.
7) O nome da canção (e da banda) foi tirado de um filme homônimo de Mario Bava de 1963, também chamado de As três máscaras do terror, estrelado por Boris Karloff. Só foi acrescentado depois que a música já estava pronta (não existe, você deve saber, a expressão “Black Sabbath” na letra).
8) E, talvez você saiba, Geezer Butler inspirou-se numa visão que teve de um sujeito demoníaco em seu quarto, para fazer a letra.
9) “Era o ‘a figure in black which points at me’ da letra. Aquilo me gelou o sangue! Acordei de repente, e lá estava, tipo, essa silhueta escura parada na beira da minha cama. Eu não tinha usado drogas nem nada e não tinha bebido naqueles dias”, contou.
10) Até então, o baixista era meio fanático por assuntos de magia e satanismo, e mantinha contato com ocultistas. Geezer chegou a pensar em ser padre quando mais novo. Quando viu a tal personificação do demo, largou toda a memorabília que colecionava, pintou seu apartamento de laranja (as paredes eram pretas) e se afastou daquilo.
11) Naquele momento, a maior ligação entre os quatro integrantes da banda era que todos adoravam filmes de terror e ficção científica.
12) O primeiro disco do Black Sabbath foi uma gravação independente. Um produtor independente chamado Tony Hall mandou a banda para um estúdio chamado Regent Sounds, em Londres, para gravar com um produtor chamado Rodger Bain.
13) O Regent não era um graaande estúdio, mas tinha história. Os Rolling Stones gravaram seu primeiro álbum lá, os Kinks e Jimi Hendrix gravaram demos, parte do disco A quick one, do Who (1966) foi feita lá. O site do estúdio conta que Fixing a hole, dos Beatles, teve uma parte gravada lá – e foi um dos raros momentos em que os Beatles não gravaram em Abbey Road.
14) Hall conseguiu duas gravadoras interessadas no Sabbath, ambas pertencentes à Philips holandesa: o selo pop Fontana e o selo esquisitão Vertigo, montado para concorrer com o selinho progressivo da EMI, a Harvest. O disco já estava pronto e pago, e quem lançasse não teria muitos gastos.
15) A Fontana condicionou o contrato do Sabbath à gravação de um cover – Evil woman (Don’t you play your games with me), do Crow, uma banda de Minneapolis. A Vertigo, doida para lançar algo estrepitoso, recebeu o Sabbath de braços abertos. Mas ainda assim a banda manteve o tal cover (que a Fontana lançou em single) no disco.
16) E olha que interessante: Tina Turner e Ike Turner também gravaram a mesma música, só que com o nome trocado para Evil man. A versão mantém o riff inicial do original do The Crow (que o Sabbath também gravou na música).
17) N.I.B. (que é “nib” mesmo e surgiu de um apelido do baterista Bill Ward, Nibby) foi uma brincadeira de Geezer e Iommi com duas coisas, respectivamente: as músicas românticas (“eu sempre ouvi o clichê de alguém apaixonado prometendo à pessoa amada a lua e as estrelas, etc., então pensei que se o diabo se apaixonasse, ele poderia realmente prometer a lua e as estrelas; ele tem esse poder”, falou o baixista, autor da letra) e o riff de Sunshine of your love, do Cream.
18) Behind the wall of sleep surgiu de uma adaptação do conto Beyond the Wall of Sleep, de H.P. Lovecraft. Geezer dormiu lendo o conto, sonhou com ele e fez a música.
19) Na época do primeiro disco, músicas que seriam gravadas futuramente, como Faires wear boots e Solitude (que quase se chamou Changing phases) foram testadas no Regent Sounds.
20) A gravação de Black Sabbath, você deve saber, foi feita em duas sessões de 12 horas no Regent Sound Studio, em Londres, nos dias 17 e 18 de novembro de 1969. Rodger Bain, o produtor, costuma ser elogiado pela banda – muito embora haja testemunhas de que ele participou pouco da gravação e basicamente mandou apertar os botões de play e rec.
21) Tom Allom, técnico de som do disco, conta que o volume de gravação foi enorme (“tonitruante”, disse) durante as sessões de Black Sabbath. Na real foi tão grande que abalou os funcionários de um estúdio de gravação no andar superior.
22) O tal estúdio fazia animações e a câmera precisava ficar totalmente parada. Por causa do baixo de Geezer, a câmera se movia o tempo todo, involuntariamente. “Eu tive que dizer a Geezer: ‘Sinto muito. Este estúdio custa apenas 10 libras por hora, mas lá em cima são 100 libras, e eles estão ficando meio zangados'”, conta Allom.
23) Warning, o outro cover do disco, era uma música original do grupo Ansley Dunbar Retaliation, banda do baterista Aynsley Dunbar. A versão que saiu no disco de estreia da banda tem oito minutos. Em alguns shows, ela podia chegar a meia hora (!). A versão abaixo tem 18 minutos.
24) Como você já sabe, a modelo da capa do disco do Black Sabbath agora tem nome: ela se chama Louisa Livingstone, trabalha com música eletrônica com o nome Indreba e tem Twitter. E também trabalhou como atriz: fez o papel de Brenda Clarke num episódio da série britãnica Kids (1979), entre outros serviços pequenos. E nunca foi fã do Black Sabbath na vida. Aparecer na capa do disco foi um bico que ela fez como modelo aos 18, 19 anos.

Olha ela!
25) E essa aí é a capa de Paranoid, o segundo disco do Black Sabbath (1970) na Suíça. Sim, pegaram a capa do primeiro disco, mexeram daqui e dali e saiu isso.
(uma parte desse texto saiu dessa reportagem da Rolling Stone, e a outra de Black Sabbath – A biografia, livro de Mick Wall)
Mais Black Sabbath no POP FANTASMA:
– E aí, será que chegou a hora de reavaliar Live Evil, do Black Sabbath?
– Buffalo: aquela vez em que surgiu um Black Sabbath da Austrália
– Black Sabbath antes do Black Sabbath: Earth, Sacrifice…
– Lembra daquela vez em que o Black Sabbath fez rap com Ice-T?
Cultura Pop
Urgente!: O silêncio que Bruce Springsteen não quebrou

Tá aí o que muita gente queria: Bruce Springsteen vai lançar uma caixa com sete álbuns “perdidos”, nunca lançados oficialmente. O box vai se chamar Tracks II: The lost albums (é a continuidade de Tracks, caixa de 4 CDs lançada em 1998) e nasceu de uma limpeza que Bruce fez nos seus arquivos durante a pandemia. Pelo que se sabe até agora, o material inclui sobras das sessões de Born in the USA (1984) e gravações da fase eletrônica dele, no comecinho dos anos 1990 – inclusive um disco inteiro desse período, que nunca viu a luz do dia.
Essa notícia caiu nos sites na semana passada e trouxe de volta um detalhe que os fãs de Bruce já conhecem bem: ele tem muito material inédito guardado – e material bom. Em uma entrevista à Variety em 2017, ele mesmo comentou que sabia ter feito mais discos do que os que lançou, mas que havia motivos sérios para manter alguns deles nas gavetas.
- Apoie a gente e mantenha nosso trabalho (site, podcast e futuros projetos) funcionando diariamente.
“Por que não lançamos esses discos? Não achei que fossem essenciais. Posso ter achado que eram bons, posso ter me divertido fazendo, e lançamos muitas dessas músicas em coleções de arquivo ao longo dos anos. Mas, durante toda a minha vida profissional, senti que liberava o que era essencial naquele momento. E, em troca, recebi uma definição muito precisa de quem eu era, o que eu queria fazer, sobre o que estava cantando”, disse na época (o link do papo tá aqui – é uma entrevista longa e bem legal).
Com o tempo, vários desses registros acabaram saindo em boxes e coletâneas. Um deles foi The ties that bind, um disco de pegada punk-power pop que seria lançado no Natal de 1979 – e que acabou virando uma espécie de esboço inicial do disco duplo The river, de 1980. Pelo menos saiu uma caixa em 2015 chamada The ties that bind: The River collection, com todo o material dessa época, inclusive o tal disco descartado (além de um material que formava quase um suposto disco de punk + power pop que teria sido abandonado).
Um texto publicado na newsletter do músico Giancarlo Rufatto recorda que Bruce infelizmente deixou de fora do novo box alguns álbuns que realmente mereciam ver a luz do dia. Um deles é um álbum solo (sem a E Street Band, enfim), com uma sonoridade country ’n soul, que foi gravado em 1981. Esse disco teria sido abandonado durante um período de depressão, que resultou em isolamento e na elaboração do disco cru Nebraska (1982), feito em casa com um gravador de quatro canais, só voz e violão.
Bruce até parece fazer referência a esse álbum perdido na entrevista da Variety. “Esse disco é influenciado pela música pop da Califórnia dos anos 70”, contou. “Glen Campbell, Jimmy Webb, Burt Bacharach, esse tipo de som. Não sei se as pessoas vão ouvir essas influências, mas era isso que eu tinha em mente. Isso me deu uma base pra criar, uma inspiração pra escrever. E também é um disco de cantor e compositor. Ele se conecta aos meus discos solo em termos de composição, mais Tunnel of love e Devils and dust, mas não é como eles. São apenas personagens diferentes vivendo suas vidas.”
Outro material bastante esperado pelos fãs – e que também não está na caixa – é o Electric Nebraska, a tentativa de Bruce de gravar com a E Street Band as músicas que acabaram no Nebraska. Nem ele, nem o empresário Jon Landau, nem os co-produtores Steven Van Zandt e Chuck Plotkin gostaram do resultado, e as gravações foram trancadas a sete chaves. Nem em bootlegs esse material apareceu até hoje. Pra você ter ideia, Glory days, que só sairia no Born in the USA (1984), chegou a ser ensaiada e gravada junto.
Quase todo mundo próximo a Bruce acredita que ele nunca vai lançar oficialmente essas gravações elétricas do Nebraska. Max Weinberg, baterista da E Street Band desde 1974 (com algumas pausas), confirmou a existência desse material em 2010, numa entrevista à Rolling Stone, e disse que adoraria ver tudo lançado.
“A E Street Band realmente gravou todo o Nebraska, e foi matador. Era tudo muito pesado. Por melhor que fosse, não era o que Bruce queria lançar. Existe um álbum completo do Nebraska, todas essas músicas estão prontas em algum lugar”, revelou. Bruce pode até guardar discos inteiros na gaveta, mas esse é um daqueles casos em que o silêncio guarda várias histórias – que podem render surpresas bem legais.
E ese aí é o lyric video de Rain in the river, uma das faixas programadas para Tracks II (a faixa sai num disco montado durante a elaboração do box, Perfect world).
Cultura Pop
Urgente!: Supergrass, Spielberg e um atalho recusado

Coisas que você descobre por acaso: numa conversa de WhatsApp com o amigo DJ Renato Lima, fiquei sabendo que, nos anos 1990, Steven Spielberg teve uma ideia bem louca. Ele queria reviver o espírito dos Monkees – não com uma nova versão da banda, como uma turma havia tentado sem sucesso nos anos 1980, mas com uma nova série de TV inspirada neles. E os escolhidos para isso? O Supergrass.
O trio britânico, que fez sucesso a reboque do britpop, estava em alta em 1995, quando lançou seu primeiro álbum, I should coco. Hits como Alright grudavam na mente, os vídeos eram cheios de energia, e Gaz Coombes, o vocalista, tinha cara de quem poderia muito bem ser um monkee da sua geração. Spielberg ouviu a banda por intermédio dos filhos, gostou e fez o convite.
Os ingleses foram até a Universal Studios para uma reunião com o diretor – com direito a recepção no rancho dele e papo sobre fase bem antigas da série televisiva Além da imaginação. O papo sobre a série, diz Coombes, foi proposital, porque a banda sacou logo onde aquilo poderia dar. “Talvez eu estivesse tentando antecipar a abordagem cafona que seria sugerida, tipo a banda morando junta como os Monkees”, contou Coombes à Louder, que publicou um texto sobre o assunto.
- Apoie a gente e mantenha nosso trabalho (site, podcast e futuros projetos) funcionando diariamente.
A proposta era tentadora. Mas eles disseram não. “Foi lisonjeiro e muito legal, mas ficou óbvio para nós que não queríamos pegar esse atalho”, explicou o vocalista, afirmando ter pensado que aquilo poderia significar o fim do grupo. “Você pode acabar morrendo em um quarto de hotel ou algo assim, ou então a produção quer apenas um de nós para a próxima temporada. Foi muito engraçado, respeitosamente muito engraçado”.
O tempo passou. E agora, em 2025, I should coco completa 30 anos (mas já?). O Supergrass, que se separou no fim dos anos 2000, voltou para tocar o disco na íntegra e alguns hits em festivais como Glastonbury e Ilha de Wight.
Aqui, o trio no Glastonbury de 2022.
Foro: Keira Vallejo/Wikipedia
Crítica
Ouvimos: Lady Gaga, “Mayhem”

Tudo que é mais difícil de explicar, é mais complicado de entender – mesmo que as intenções sejam as melhores possíveis e haja um verniz cultural-intelectual robusto por trás. Isso vale até para desfiles de escolas de samba, quando a agremiação mais armada de referências bacanas e pesquisas exaustivas não vence, e ninguém entende o que aconteceu.
Carnaval, injustiças e polêmicas à parte, o novo Mayhem foi prometido desde o início como um retorno à fase “grêmio recreativo” de Lady Gaga. E sim, ele entrega o que promete: Gaga revisita sua era inicial, piscando para os fãs das antigas, trazendo clima de sortilégio no refrão do single Abracadabra (que remete ao começo do icônico hit Bad romance), e mergulhando de cabeça em synthpop, house music, boogie, ítalo-disco, pós-disco, rock, punk (por que não?) e outros estilos. Todas essas coisas juntas formam a Lady Gaga de 2025.
Algo vinha se perdendo ou sendo deixado de lado na carreira de Lady Gaga há algum tempo, e algo que sempre foi essencial nela: a capacidade de usar sua música e sua persona para comentar o próprio pop. David Bowie fazia isso o tempo todo – e ele, que praticamente paira como um santo padroeiro sobre Mayhem, é uma influência evidente em Vanish into you, uma das faixas que melhor representam o disco. Aqui, Gaga entrega dance music com alma roqueira, um baixo irresistível e um batidão que evoca tanto a fase noventista de Bowie quanto o synthpop dos anos 1980.
- Apoie a gente e mantenha nosso trabalho (site, podcast e futuros projetos) funcionando diariamente.
Mais coisas foram sendo deixadas de lado na carreira dela que… Bom, sao coisas quase tão difíceis de explicar quanto as razões que levaram Gaga a criar um álbum considerado “difícil” como Artpop (2013), enquanto simultaneamente mergulhava no jazz com Tony Bennett e preparava-se para abraçar o soft rock no formidável Joanne (2016), um disco autorreferente que talvez tenha deixado os fãs da primeira fase perdidos. Em outro tempo, Madonna parecia autorizada a mudar como quisesse, mas quando Gaga fazia o mesmo, deixava no ar notas de desencontro e confusionismo. O pop mudou, as décadas passaram, o público mudou – e todas as certezas evaporaram.
É nesse cenário que Mayhem equilibra as coisas, entregando um pop dançante, consciente e orgulhoso de sua essência, mas ao mesmo tempo sombrio e marginal. Há momentos de caos organizado, como em Disease e Perfect celebrity – esta última começa soando como Nine Inch Nails, mas, se você mexer daqui e dali, pode até enxergar um nu-metal na estrutura. Killah traz uma eletrônica suja, um refrão meio soul, meio rock que caberia num disco do Aerosmith, enquanto Zombieboy aposta no pós-disco punk, evocando terror e êxtase na pista (por acaso, Gaga chegou a dizer que o disco tem influências de Radiohead, e confirmou o NiN como referência).
Na reta final, o álbum se aventura por outros terrenos: How bad do U want me e Don’t call tonight flertam com o pop dinamarquês dos anos 90 (e são, por sinal, as únicas faixas pouco inspiradas do disco); The beast tem cara de trilha sonora de comercial de cerveja; e Lovedrug mergulha na indefectível tendência soft rock que surge hoje em dia em dez entre dez discos pop. Essa faixa soa como um híbrido entre Fleetwood Mac e Roxette – como se Gaga estivesse pensando também na programação das rádios adultas de 2035.
O desfecho de Mayhem chega como um presente para o ouvinte: Blade of grass é uma balada melancólica de violão e piano, que ecoa tanto a tristeza folk dos anos 70 quanto a melancolia do ABBA, crescendo em inquietação à medida que avança. E então, como quem perde um pouco o tom, o álbum termina com… Die with a smile, a já conhecida balada country-soul gravada em parceria com Bruno Mars, lançada há tempos como single. Dentro do contexto do disco, ela soa mais como um apêndice do que como um encerramento – uma nota de rodapé onde se esperava um ponto final. Nada que chegue a atrapalhar a certeza de que Lady Gaga conseguiu, mais do que retornar ao passado, unir quase todos os seus fãs em Mayhem.
Nota: 8,5
Gravadora: Interscope
Lançamento: 7 de março de 2025.
-
Cultura Pop5 anos ago
Lendas urbanas históricas 8: Setealém
-
Cultura Pop5 anos ago
Lendas urbanas históricas 2: Teletubbies
-
Notícias7 anos ago
Saiba como foi a Feira da Foda, em Portugal
-
Cinema8 anos ago
Will Reeve: o filho de Christopher Reeve é o super-herói de muita gente
-
Videos8 anos ago
Um médico tá ensinando como rejuvenescer dez anos
-
Cultura Pop8 anos ago
Barra pesada: treze fatos sobre Sid Vicious
-
Cultura Pop6 anos ago
Aquela vez em que Wagner Montes sofreu um acidente de triciclo e ganhou homenagem
-
Cultura Pop7 anos ago
Fórum da Ele Ela: afinal aquilo era verdade ou mentira?