Connect with us

Notícias

Sargaço Nightclub: synth pop de protesto em novo clipe

Published

on

Sargaço Nightclub: synth pop de protesto em novo clipe

A banda recifense Sargaço Nightclub, hoje formada por Marrê (voz e guitarra), AD Luna (bateria), Alexandre Xaréu (baixo) e Ingno Silva (teclado), veio do pós-punk e do indie rock. Dessa vez, o grupo voltou-se para o synth pop no novo single, A dança do caos. A música traz dois personagens conversando sobre “a engrenagem que tritura ossos em prol dos negócios”, tendo como pano de fundo a pandemia. O mundo parou por causa do vírus, mas um dos personagens da canção reclama: “O mundo não pode parar!”.

Para intensificar a mensagem, a canção ganhou um clipe feito pelo artista plástico Vito Quintans, inspirado no livro A revolução dos bichos, de George Orwell. O grupo, que passou por mudanças de formação recentemente, prepara-se para lançar um novo disco esse ano, Bioluminescente, e Marrê diz que o álbum é um mergulho neles mesmos. “O indie rock, o drempop, o folk, o pós-punk, toda a nossa essência estará lá, mais como novos experimentalismos”, conta no papo abaixo.

Como surgiu a ideia de criar dois personagens para a letra da canção e como isso tem sido compreendido pela galera que está ouvindo a música?

Cara, surpreendentemente, a percepção desse lance dos dois personagens propostos na letra e na interpretação da música tá sendo bem clara por parte dos ouvintes! A ideia surgiu, na verdade, na hora da gravação, pois a letra fluiu de forma muito orgânica! Somente na hora de gravar, como sentimos que seria um trabalho que exigiria mais de mim, com relação à interpretação, que percebemos estes dois personagens que estavam ali, pedindo pra ganhar vida.

O Sargaço Nightclub teve algumas mudanças: era um duo, virou um grupo, a Sofia França (vocalista) saiu… O que ficou preservado da essência do grupo em todo esse tempo?

Os integrantes continuam os mesmos e o conceito de junção de elementos culturais regionais (simbolizados pelo nome “Sargaço”) e internacionais (vibe do “Nightclub”) também continua preservada. Na verdade esta mudança de visão de “duo” para “banda” já vinha sendo trabalhada desde o lançamento do nosso primeiro álbum, o Istmo, em 2020, ainda com Sofia na banda. Na realidade, ainda que tenhamos sentido a saída de Sofia nos primeiros momentos, fato é que isso serviu pra reforçarmos nosso laços e compromissos entre nós mesmos e com o projeto.

Por que ela saiu? E como tá sendo pra você fazer as vozes sozinho?

Sofia já vinha trabalhando o seu trabalho solo de MPB desde 2020, quando ela lançou o seu primeiro EP Ir onde o vento der, em paralelo com o Sargaço Nightclub. Com o andar da pandemia, nós, enquanto casal, e cada um individualmente, percebemos de comum acordo que seria interessante esta separação dos trabalhos musicais, e de fato, hoje, sentimos ter sido uma decisão muito acertada.

Para mim, Marrê, encarar a missão de ser único guitarrista e vocalista, de início foi um susto, mas agora já se tornou prazer! Encaro como uma grande oportunidade de crescimento em vários aspectos. Isso já foi bastante sensível nas apresentações que fizemos no final do ano passado e início deste, para nós mesmos e para o público, que reagiu muito bem.

O synthpop e o tecnopop, estilos feitos para dançar, já deram espaço para muita letra de protesto, como no caso de bandas como Heaven 17, Cabaret Voltaire… Como tá sendo pra vocês colocar um pouco mais de inconformismo nesse estilo musical?

Está sendo maravilhoso! Esta é uma das experimentações que estamos permitindo fazer, já que temos algumas canções com letras “inconformistas” como você falou, porém com sonoridades mais correlatas, digamos assim, como o rock e o folk, como por exemplo, a faixa que abre o álbum Istmo, a Vem pra rua. Por outro lado, já havíamos flertado com esse lado musical dançante, como no single Wilson (que faz uma homenagem ao cantor Wilson Simonal), em 2019. Juntar essas coisas é um mergulho em nós mesmo, e uma expansão de limites.

O som do grupo em Istmo, o álbum anterior, era mais voltado para o indie rock. O próximo álbum já vai ter mais sintetizadores? O que podem adiantar dele?

O próximo álbum, que irá se chamar Bioluminescente, é, como dito anteriormente, um mergulho em nós mesmos, a profundezas abissais… O indie rock, o drempop, o folk, o pós-punk, toda a nossa essência estará lá, mais como novos experimentalismos. Como dissemos, a saída de Sofia serviu para nos integrarmos ainda mais como banda e os synths ganham mais espaço sim, mas os demais instrumentos mantêm seus espaços garantidos.

Falem um pouco da importância do livro A revolução dos bichos pra vocês. Como surgiu a ideia de transformar a história num vídeo?

A ideia do videoclipe de animação partiu de mim, e era uma vontade antiga! Só que no processo de busca pelo profissional que traria a vida este audiovisual, nós conhecemos o Vito Quintans. Ele é um paraibano de Campina Grande, parceiro de um estúdio de animação e jogo chamado Sertão Profundo, que me chamou atenção pelo instagram, não só pelo trabalho de qualidade primorosa, mas por propor personagens de jogos ligados à cultura musical nordestina (bumba-meu-boi, caboclo de lança etc.).

Ele vai além desse mundo digital, é um artista plástico de mão cheia, pintor, escultor… Vito, com uma bagagem cultural riquíssima, que criou todo este paralelo com “A Revolução dos Bichos” do George Orwell, ao atentar para a parte da letra que fala “O engano do louco, a soberba do porco..” Daí, nasceu todo o fio que conduziu ao produto final, e nós ficamos felicíssimos!

A identificação com o Vito foi imediata, aos primeiros contatos, mas confesso que foi surpreendente este trabalho. Até hoje eu mesmo ainda coloco o clipe pra ficar assistindo! (rindo)

Como vocês passaram por esse período de pandemia e quais foram as maiores dificuldades?

O período de pandemia trouxe várias dificuldades sim. O distanciamento entre nós mesmo, a interrupção dos trabalhos da banda, dos ensaios, dos shows, foi muito sofrido, e potencializado com os acontecimentos próprios do período, como morte de pessoas próximas, o caos na saúde por negligência e muitas vezes má fé dos governantes, o levante do BLM com a morte de pessoas negras… foi e ainda é tanta coisa.

Sofia e eu, que continuamos casados e temos um filho que nasceu em 2019, às vésperas da pandemia, temos uma bagagem pesada que o distanciamento social nos fez enfrentar… Mas sobrevivemos! Criamos luz própria neste ambiente escuro e de altas pressões. Compus neste período as 12 faixas que irão integrar o álbum Bioluminescente e muito em breve já começamos as gravações. Sem dúvida, já somos vitoriosos, estamos vivos e ativos! Muito obrigado pelo espaço nesta entrevista.

Lançamentos

Radar: Cali, Alessandra Leão e Liniker, Atalhos, Lua Dultra, ABQNE, SANJ

Published

on

Cali (foto: Luiza Meneghetti / Divulgação)

Semana encerrada e hoje ainda por cima tem podcast – e fim de semana distante do trabalho pra gente (finalmente!). O Radar nacional de hoje começa com a criatividade do clipe da paulista Cali, que ainda por cima foi um clipe surgido de várias demandas dos fãs. Mas tem bem mais na nossa lista de hoje, do rock progressivo à MPB safadinha, passando pelo folk. Ouça e repasse!

Texto: Ricardo Schott – Foto (Cali): Luiza Meneghetti / Divulgação

  • Quer receber nossas descobertas musicais direto no e-mail? Assine a newsletter do Pop Fantasma e não perca nada.
  • Mais Radar aqui.

CALI, “FOME” (CLIPE). Cantora vinda de Porto Ferreira (SP) e radicada em Campinas, Cali viu que os fãs estavam pedindo bastante um clipe para Fome, música sua lançada em agosto. Postou um vídeo falando a respeito disso, e no mesmo dia, foi procurada por duas diretoras, que mostraram seu trabalho para ela. Foi assim que Giovana Padovani (co-direção e direção de fotografia) e Calu Zete (co-direção e produção) acabaram fazendo o clipe do single, divulgado nesta semana no YouTube, e traz Cali assumindo três personas que representam fases emocionais de um artista. As personas passam pela ansiedade e exaustão iniciais, pelo confronto com o próprio lado sombrio e, por fim, pela conquista de uma versão confiante e madura.

Detalhe: a concepção do clipe também foi sugerida por um fã, que sugeriu o filme Cisne negro, de Darren Aronofsky, como referência. “Agora, eu me vejo madura o suficiente para trazer também o meu próprio lado sombrio… Desde nova adoro suspense psicológico e drama. Pensei, por que não me inspirar nisso para construir essa parte da minha estética também?”, comenta Cali, que tem referências em Rita Lee e Rosalía – e fez de Fome um baita batidão pop.

ALESSANDRA LEÃO feat LINIKER, “TATUZINHO”. Tatuzinho é uma música que tem (bastante) história: surgiu como instrumental no álbum Brinquedo de tambor, estreia de Alessandra lançada em 2006. E foi uma música feita enquanto Alessandra colocava o filho para dormir. Depois, ela foi regravada por Alessandra no EP Pedra de sal, só que com uma letra bem sacana feita por Kiko Dinucci. E dando início às comemorações de duas décadas de seu primeiro disco, Alessandra refez a música, mas com alguns diferenciais: ela ganhou produção musical de ChicoCorrea e a voz da convidada Liniker, além de uma proximidade maior com os universos do arrocha e do brega.

Detalhe da coincidência: Liniker havia compartilhado a música nas redes, e foi a partir daí que o encontro das duas rolou.  “Era ela que eu estava procurando para cantar junto”, conta Alessandra. “É uma delícia abrir as comemorações dos 20 anos do meu primeiro disco revisitando essa música ao lado de parceiros de longa data como ChicoCorrea e Kiko Dinucci – e com a presença luminosa de Liniker. É lindo vê-la voar”.

ATALHOS, “A FORÇA DAS COISAS” (SESSION). Banda de art rock com origens no interior paulista (vieram de Birigui), o Atalhos une som, literatura e profecias em seu novo disco, A força das coisas (resenhado pela gente aqui). O álbum de Gabriel Soares e Conrado Passarelli demonstra orgulho por soar próximo do dream pop, do indie rock mais recente e do pós-punk dos anos 1980 – numa nuvem de referências que inclui de The Smiths a Arctic Monkeys. E agora saiu uma session com o repertório do disco, tudo ao vivo, em preto e branco.

A session aparece quando a banda anuncia turnê pela Europa – entre os meses de fevereiro e março, passando por países como Inglaterra, Alemanha, França, Itália, Espanha, Dinamarca e Suíça. Também anunciam e o lançamento de A força das coisas em vinil, que vai rolar assim que os dois voltarem do giro.

LUA DULTRA, “MENINA”. Pop alternativo e folk alternativo cruzam-se na nova música da Lua, Menina – um som tranquilo e viajante que também carrega as referências da união entre folk e MPB (Sá & Guarabyra, Nando Reis, Lô Borges). E cujo clipe, com direção e roteiro dela e de Sofia Rojas, mexe com o imaginário do sertanejo, trazendo a cantora, compositora e instrumentista tocando violão na porta de uma igreja, andando a cavalo e sossegada numa casa no campo, tocando com sua turma.

ABQNE (A BANDA QUE NUNCA EXISTIU), “O OUTRO NOVO EU”. HL (Humberto Lyra) e LP (Luiz Pissutto) são os integrantes da A Banda Que Nunca Existiu – na verdade uma dupla com alguns colaboradores, que vão de Alexandre Fontanetti (produção e violão), Paulo Zinner (bateria), Edu Gomes (guitarra), Adriano Magoo (piano) e até Zeca Baleiro, que solta um assovio numa faixa. O maxi-single O outro novo eu na sala de estar, com quatro faixas – uma delas é um radio edit da primeira música, O outro novo eu – é definido pelos dois como uma “ópera rock psicodélica”, cheia de sinais escondidos.

A faixa original, que dura oito minutos, soa bastante inspirada em Mutantes (especialmente no disco da banda creditado a Rita Lee, Hoje é o primeiro dia do resto da sua vida, lançado em 1972). A radio edit da faixa traz a música num releitura mais pinkfloydiana do que propriamente psicodélica. O conceito da faixa é citado nas outras duas músicas, Antes do outro eu e Sala de estar do outro eu. Uma viagem sonora.

SANJ, “MÁQUINA DE SOL”. SANJ, assim mesmo, com maiúsculas, é o novo projeto do músico Leonardo Sandi, de Caxias do Sul (RS), que integra a banda Catavento. Em Máquina de sol, o primeiro single, estilos como hip hop, drum’n bass e trip hop (pelo menos no clima enevoado do arranjo) unem-se na criação de uma canção que, diz Leonardo, “fala muito sobre tentar criar um mundo melhor também para um amor, uma paixão”, conta. “Sempre imaginei essa imagem de um cientista solitário em um porão, tentando criar uma máquina de sol. E um dia, quando ele finalmente consegue, tudo explode em luz”.

Outra ideia passada pela música é a de sempre seguir em frente. “Essa música é o meu recomeço, mas também é um lembrete para todo mundo que já sentiu o tempo escapar, que ainda dá para correr atrás dos sonhos”, conta ele, que para fazer Máquina de sol, se juntou a Murilo Vitorazzi, o mrl (beat, pianos, produção e co-autoria), e Francisco Maffei, o Chigo (mixagem e masterização).

  • Gostou do texto? Seu apoio mantém o Pop Fantasma funcionando todo dia. Apoie aqui.
  • E se ainda não assinou, dá tempo: assine a newsletter e receba nossos posts direto no e-mail.
Continue Reading

Lançamentos

Radar: Flea, Water From Your Eyes, Malammore, Atomic Fruit, Wheobe, Wuzy Bambussy

Published

on

Cara do single A Plea, de Flea, baixista do Red Hot Chili Peppers

Flea, baixista dos Red Hot Chili Peppers, está para lançar um disco solo – em clima de jazz psicodélico, pelo que dá pra perceber pelo primeiro single, A plea, lançado ontem. Ele abre o Radar internacional de hoje e puxa uma seleção que tem sons experimentais, rap, psicodelia e muitas novidades. Ouça e repasse.

Texto: Ricardo Schott – Foto (Flea): Divulgação

  • Quer receber nossas descobertas musicais direto no e-mail? Assine a newsletter do Pop Fantasma e não perca nada.
  • Mais Radar aqui.

FLEA, “A PLEA”. Você provavelmente se perguntava porque é que o talentoso baixista dos Red Hot Chili Peppers não lançava logo um disco solo. Pois bem, ano que vem, finalmente, sai a estreia solo de Flea, pelo selo Nonesuch – e o que vem por aí, aparentemente, é um disco arraigado nas experimentações jazz-psicodélicas. A plea, o primeiro single, tem quase oito minutos de duração, e ganhou um clipe dirigido pela filha do músico, a fotógrafa Clara Balzary. No vídeo, Flea surge trajando uma camiseta onde se lê “dub” na mesma grafia do logotipo da banda Public Image Ltd, e fazendo passos que unem dança e ginástica. Lá pelas tantas, ele aparece correndo pelas ruas.

O tal disco solo é definido por ele como “uma banda dos sonhos de visionários do jazz moderno” – Flea, aliás, volta ao trompete, instrumento que marcou seu início na música (em A plea, quem toca o instrumento é a contrabaixista Anna Butterss). A letra é um exercício de spoken word, em que Flea diz coisas como “viva pela paz, viva pelo amor” e “quem é seu vizinho, quem é seu amigo?/ ah, há ódio por toda parte/ eu não me importo com a sua maldita política/ eu não quero ouvir falar da sua política”.

No comunicado de lançamento do single, ele foi além: disse que há um lugar transcendental acima da política, “onde há um diálogo que pode realmente ajudar a humanidade e nos ajudar a viver de forma harmoniosa e produtiva, de uma maneira saudável para o mundo. Existe um lugar onde nos encontramos, e esse lugar é o amor”. Psicodélico, digamos.

WATER FROM YOUR EYES, “DRIVING CLASSICS, PLAYING CARS”. O WFYE já havia lançado o álbum It’s a beautiful place neste ano (resenhamos aqui) e volta com o EP It’s beautiful, contendo três faixas do disco reimaginadas. Born 2, Nights in Armor e Playing classics foram remexidas pelo músico e produtor Nate Amos para enfatizar de forma diferente os vocais da cantora Rachel Brown. Playing classics, das três escolhidas, foi a que mais teve modificações: retorna com o nome de Driving classics, playing cars, com dez minutos de duração e efeitos sonoros de carros – daí o nome.

“As novas versões de Born 2 e Nights in Armor são, na verdade, mais próximas de como as músicas eram originalmente”, explica Amos. “As pessoas me perguntavam sobre a versão original de mais de dez minutos de Playing classics, e eu não conseguia mais encontrá-la, então fiz uma nova. Achei que seria engraçado se fosse mais rápida também. Adicionei efeitos sonoros de carros porque carros são rápidos”.

MALAMMORE, “TUDO PASSA”. “Dou conselhos a quem ouve, mas também olho para dentro e me englobo também nos conselhos que dou”, conta o poeta, ator e músico português Sandro Feliciano, que usa o codinome de Malammore e em Tudo passa, seu novo single, protesta contra a falta de sensibilidade do mundo – e contra a apatia patrocinada pelos donos do poder. A faixa, um hip hop alternativo narrado com agilidade, mas com melodia voadora e relaxante, puxa Aurora, disco de Malammore que está pra sair, e tem clipe dirigido por ele e por Miguel Zêgo Cebola.

Tudo passa foi inspirada na famosa foto de William Klein em que há duas crianças – uma delas aponta uma arma para a câmera, enquanto a outra está surpreendentemente calma. O rapper Mick Jenkins e seu single-clipe Brown recluse foram inspirações para o clipe.

ATOMIC FRUIT, “MEDICINE”. Esse trio psicodélico mezzo italiano, mezzo alemão (e radicado em Berlim) tem bem mais do que lisergia para oferecer: o som deles lembra um encontro ácido entre Joy Division, Killing Joke e Mudhoney, todo mundo com o cérebro lotado de alguma substância estranha. A música é tão psicodélica quanto pós-punk, graças ao clima hipnótico da melodia e do arranjo, e à voz de baritono de Martin Lundfall, que também toca synths e guitarra. Nomes como Massive Attack e SUUNS são citados no release, só para você ter uma ideia básica do peso e da intensidade dessa turma.

Medicine, de acordo com a banda, trata de um tema muito especial para músicos e artistas em geral: “Ela começou como uma música sobre bloqueio criativo, mas se transformou na consciência de como é difícil sentir aquela primeira faísca novamente”. Além do lyric video da faixa, o grupo soltou também uma session ao vivo pelo Platte:X, uma espécie de Tiny Desk arrumadinho de Berlim.

WHEOBE, “SORE”. Preparando um álbum de estreia, A strained ocean, para abril de 2026, esse grupo francês puxa o álbum com Sore, quase um progressivo dream pop, de seis minutos – e uma música que chega a ganhar ares mais pesados depois. O clipe, dirigido por Kim Fino e Camilia Penagos, mostra um verdadeiro balé urbano, de pessoas sendo basicamente elas mesmas pelas ruas. As cenas surgem como se fossem imaginadas pelos integrantes do grupo.

WUZY BAMBUSSY, “LITTLE LION”. Uma surpresa musical entre a house music e os climas herdados do jazz: o grupo britânico Wuzy Bambussy fala do reencontro com um amor perdido em Little lion e acaba conseguindo fazer uma das faixas mais deliciosamente nostálgicas do ano. Destaque para os vocais da cantora Kat Harrison e para a vibe de filme antigo do clipe, todo gravado em pret e branco. The ghost & the rhythm, o primeiro álbum, sai em abril de 2026.

  • Gostou do texto? Seu apoio mantém o Pop Fantasma funcionando todo dia. Apoie aqui.
  • E se ainda não assinou, dá tempo: assine a newsletter e receba nossos posts direto no e-mail.
Continue Reading

Lançamentos

Radar: Baque!, Jota 3 e BNegão, Siso, Fitti, Mat, Look Into The Abyss

Published

on

BAQUE!, “OZYMANDIAS” / “NOITES NO OCIDENTE”. Essas duas novas músicas, segundo a banda paulistana Baque!, formam “um convite para um rolê,

O experimentalismo da banda Baque! volta ao Radar – eles já estiveram por aqui – com um single duplo que é pura poesia proto-punk. Mas a seleção do Radar nacional de hoje tem também som pesado, hyperpop, reggae-rap e MPB para ouvir no último volume. Ouça e repasse.

Texto: Ricardo Schott – Foto (Baque): Divulgação

  • Quer receber nossas descobertas musicais direto no e-mail? Assine a newsletter do Pop Fantasma e não perca nada.
  • Mais Radar aqui.

BAQUE!, “OZYMANDIAS” / “NOITES NO OCIDENTE”. Essas duas novas músicas, segundo a banda paulistana Baque!, formam “um convite para um rolê, um cartão-postal sonoro na forma de single duplo”. Normalmente voltado para uma mescla inusitada de psicodelia e punk (ou protopunk, como a própria banda define seu próprio trabalho), o grupo retorna agora influenciado por estilos como krautrock, post-rock e synthwave.

Ozymandias e Noites no Ocidente, contam eles, foram músicas que nasceram ao vivo e vêm sendo desenvolvidas há um ano nos shows, com direito ao coral dos fãs. A primeira soa como uma imagem da sessão de gravação, com vários efeitos sonoros e percussões, além da declamação da letra – que na verdade, é um poema do britânico P. B. Shelley (1792-1822) traduzido pelo grupo.

A segunda une canto gritado a la Iggy Pop, declamações com vibe Jim Morrison, e clima meio protopunk, meio groovy, direto dos anos 1960 para 2025. “Todas as canções desse lado foram gravadas em fita no correr de 7 dias de imersão em Campinas (SP)”, conta a banda, avisando também que a dupla de faixas encabeça o lado B do álbum que está sendo produzido.

JOTA 3 feat BNEGÃO, “FLORES E ERVAS” (REMIX VIBRONICS). Vinda direto da cultura soundsystem, Flores e ervas acaba de ganhar um remix assinado pelo produtor britânico Steve Vibronics, nome conhecido do UK dub. E o remix também ganhou um clipe, com imagens da apresentação do artista no festival Delírio Tropical, que rolou em Vila Velha (ES) em janeiro. BNegão, que participou do show, contribui com sua voz na nova versão.

“Ter um remix do Vibronics é surreal! Me faz voltar no tempo em que morei na Inglaterra há mais de 10 anos. Lá, tive contato com a cena através do próprio Vibronics e de muitos outros artistas e pude me aprofundar e viver realmente a cultura dos sound systems britânicos / jamaicanos, muito representativos”, conta Jota 3.

SISO, “QUEBRA-MUNDO”. “Se o mundo não se quebrasse, quem quebrava era eu”, canta Siso em Quebra-mundo, música em clima de alt-jazz e alt-pop feita em parceria com Luiza Brina, e que fala de sua reconstrução pessoal, num momento em que tudo parecia estar em ruínas. “Quando as expectativas e as premissas prévias se quebram, o que é realmente importante se revela de maneira muito límpida, permitindo que tudo o que é falso e acessório seja descartado em prol de uma energia nova, ainda que com alguma trepidação”, detalha Siso, que é de Belo Horizonte (MG), como Luiza.

Quebra-mundo ganhou um clipe em preto e branco dirigido por Tatyana Schardong, e filmado nas ruas do Centro do Rio. “A ideia era explorar visualmente o simbolismo de instabilidade e transitoriedade que a canção evoca, com cortes rápidos e cenas muito contrastantes. Acabamos mostrando um lado quase ‘Gotham City’ da cidade maravilhosa, de uma maneira bem diferente de como ela geralmente é retratada, tangenciando também muitas camadas de história dos lugares pelos quais passamos”, conta.

FITTI, “POSTAL DE AMOR”. Não é comum que intérpretes sejam homenageados em tributos – mas o cantor pernambucano Fitti, ao preparar o álbum Fitti canta Ney, em homenagem a Ney Matogrosso, evoca a época em que o próprio Ney homenageou Angela Maria com o disco Estava escrito (1994).

Fitti procurou escolher apenas músicas que ninguém conseguiria ouvir sem lembrar de Ney – daí a escolha por Postal de amor, balada introspectiva composta por Raimundo Fagner, Ricardo Silva e Fausto Nilo, gravada por Ney num compacto em 1975 (ao lado de Fagner) e depois no disco Pecado (1977). Fitti canta Ney vai virar turnê no ano que vem, com shows dirigido por Marcus Preto (que dividiu a produção do álbum com Pupillo).

MAT, “YEAH I LIKE U”. Cofundador do selo indie paulista Lazy Friendzzz e músico das bandas Dramma e Babyycult, Matt já havia lançado o EP I think I love you neste ano – e retorna agora com Yeah I like U, uma mescla de indie rock, synth-pop e hyperpop, com teclados tomando conta, ritmo dançante e vocais processados. Mat conta que a ideia da letra é falar “da atração imediata, da euforia e da ansiedade que acompanham os relacionamentos”.

LOOK INTO THE ABYSS, “WORDS”. Essa banda de Curitiba tem referências de estilos como emo e grunge, e no novo single, o peso surge à toda: Words tem vocais guturais, guitarras sombrias e pesadas, e uma letra sobre autoconhecimento e autossabotagem, sobre promessas quebradas e seguir adiante – bem na temática comum do grupo, que costuma abordar temas psicológicos e vibes bem trevosas nas letras. Words serve de batedor para o álbum que sai no começo de 2026.

  • Gostou do texto? Seu apoio mantém o Pop Fantasma funcionando todo dia. Apoie aqui.
  • E se ainda não assinou, dá tempo: assine a newsletter e receba nossos posts direto no e-mail.
Continue Reading
Advertisement

Trending