Lançamentos
Samuel Rosa, o filho Juliano Rosa e Carlos Rennó iniciam parceria em single

Com o lançamento de Declaração, está inaugurado o trio de autores Samuel Rosa, Juliano Rosa (filho de Samuel) e Carlos Rennó, que escreveu a música. A faixa é o terceiro single do álbum que o letrista Carlos Rennó prepara na gravadora Biscoito Fino, e que será lançado com vários parceiros soltando a voz nas faixas. Pela primeira vez, não apenas Rennó compõe com Samuel, como Samuel escreve uma música com o filho, que toca na banda Daparte.
A faixa inaugura a parceria de Rennó com o ex-cantor do Skank, agora em carreira solo, e é também a primeira canção que Samuel compôs Juliano. “Há muito tempo eu queria fazer um trabalho com o Carlos Rennó, que é um compositor que eu admiro muito e que tem uma história riquíssima dentro da música popular brasileira. Ele trabalhou com artistas de várias vertentes, do quilate de Gilberto Gil, Lenine, Arrigo Barnabé e Chico César, entre tantos outros”, diz Samuel Rosa. “Declaração começou com a melodia que meu filho me mostrou, eu completei e prontamente pensei no Rennó. Juntei dois caras que eu gosto e admiro muito. Estou duplamente feliz por finalmente começar essa parceria com o Rennó e trabalhar com meu filho, compondo e interpretando”, complementa.
Juliano Alvarenga recorda que a música foi feita em 2021, na casa de Samuel, durante a pandemia. “Eu estava fazendo um riff no violão – que aliás aparece bem no final da música – com a ideia de fazer algo mais introspectivo com esses acordes. Quando estava começando a criar a melodia, meu pai ouviu e começou a criar a música junto comigo. Ela fala sobre um grande amor, um companheirismo com a pessoa parceira, de uma maneira leve. É suave e traz um conforto pra quem ouve, gosto muito dessa música”.
Samuel já havia participado de duas canções políticas de Rennó, com um grande elenco de intérpretes: Canção pra Amazônia (com Nando Reis) e O relógio do juízo final (com Makely Ka e Rodrigo Quintela). Dessa vez, no entanto, Rennó trabalhou numa letra romântica para a canção – com versos que falam sobre um amante que se imagina vendo-se com a mulher amada e invejando a si próprio nessa visão (Foto: Paula Marina/Divulgação).
Crítica
Ouvimos: Nilüfer Yanya – “Dancing shoes” (EP)

RESENHA: Nilüfer Yanya revisita sobras de My method actor no EP Dancing shoes, com indie pop cru, folk sombrio e beats sutis. Um registro íntimo e transitório.
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Assim que retornou da turnê de seu terceiro álbum My method actor, Nilüfer Yanya decidiu mexer, ao lado de sua parceira Wilma Archer, em algumas canções que haviam sobrado do álbum. Desse material, quatro faixas acabaram sendo escolhidas para Dancing shoes, EP curto (menos de vinte minutos) e que funciona como extensão mais despojada do disco de estreia. O tom quase indie-pop-grunge de My method actor retorna com uma quietude característica do bedroom pop, além de experimentações que dão novos usos para beats conhecidos.
Kneel, a faixa de abertura, tem herança do pós-punk e dos mistérios do folk setentista – cabendo vocais sussurrados, cordas, beats e uma soma de facetas pop e sombrias. Where to look é indie folk, mas com uma batida industrial usada de maneira leve, dando uma sujeira dosada no som. Cold heart prossegue na onda de canções desencantadas de My method actor, inserindo dores e friezas até mesmo no arranjo, em que a guitarra soa como um loop de fita. Treason encerra o disco no clima caseiro: é um folk indie gravado como numa jam de quarto, com violão batido, e beats feitos no tampo do instrumento. Um registro mais íntimo e cru, e uma transição.
Texto: Ricardo Schott
Nota: 8,5
Gravadora: Ninja Tune
Lançamento: 2 de julho de 2025.
Crítica
Ouvimos: Biloba – “Sala de espera”

RESENHA: Em Sala de espera, o Biloba, vindo de Portugal, mistura pós-punk, psicodelia e poesia num art rock minimalista, denso e imagético.
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O art rock português está com tudo e não está prosa, a julgar pelo Biloba – um quinteto cuja sonoridade lembra mais a trilha de um filme que só existe na mente deles, com momentos sombrios, climas desérticos e cenas bastante enevoadas, tudo em p&b. Sala de espera, primeiro álbum do grupo, é exatamente o que diz o título: as músicas falam sobre expectativas, coisas ainda não realizadas, sobre um dia a dia em que ninguém sabe exatamente o que vai acontecer e qual surpresa os algoritmos prepararam para a gente.
O som do Biloba é bastante minimalista, a ponto de às vezes, se destacar pelos segundos (ou minutos) de quietude entre um instrumento e outro. A banda une detalhes do pós-punk (guitarras estilingando, variações rítmicas) e da psicodelia (efeitos de teclados) em faixas como a onírica Quando for pra ir, a dance-punk-jazz Amor em tempos de guerra, a cantiga sombria Na chuva e o afro-pop Se deus demora.
- A primeira vez que os Ramones foram a Portugal
- Ouvimos: Gabre – Arquipélago de Ilhas Surdas
- Ouvimos: The Twist Connection – Concentrate, give it up, it’s too late
Sala de espera, a faixa-título, une vibes dançantes e psicodelia na cola do Som Imaginário, a dissonante Flor de verão tem melodia dada pelo baixo e guitarra que soa como um sinal de transmissão distante. Já faixas como Rei dos animais e Andorinha fazem lembrar até Secos & Molhados – não à toa, uma banda criada por um português radicado no Brasil. Cores tem groove ligeiramente tropicalista e guitarra em clima blues-country lembrando JJ Cale.
No geral, em Sala de espera, o Biloba tem um experimentalismo que soa coeso mesmo quando a duração de algumas faixas assusta – e que muitas vezes ganha a/o ouvinte pela união de música, imagem e poesia.
Texto: Ricardo Schott
Nota: 8,5
Gravadora: Independente.
Lançamento: 7 de março de 2025.
Crítica
Ouvimos: Mark Wilkinson – “Wild and hunted things”

RESENHA: Em Wild and hunted things, Mark Wilkinson investe em folk minimalista e melancólico, mas só brilha quando ousa fugir do lugar-comum.
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Cantor australiano de repertório tranquilo (extremamente tranquilo, eu diria) e ligado ao folk, Mark Wilkinson decidiu fazer de seu novo álbum, Wild and hunted things, um disco bastante conciso: oito faixas, menos de meia hora, repertório quase sempre minimalista, letras baseadas em lutas interiores, clima basicamente já entregue pela capa e pelo título.
Musicalmente dois lados convivem mais intensamente no disco de Mark. O primeiro é o do folk radiofônico de faixas como Don’t leave me behind, Adoration skies e Get out. O outro é o do pop adulto feito para abastecer as light FMs, e também realizado com base folk. New look, com linhas de baixo legais e batidinha eletrônica, vai nessa. Reborn, uma canção de violão meio sombria e que parece ter um refrão de nu-metal (ou de emo) enxertado, vai também.
O complicado de Mark é que em Wild ele não chega a se destacar lá muito do mar de cantores folk que vão na mesma onda violeira-existencialista – não são canções ruins, mas no todo, falta algo diferente quase sempre. Só não falta quando Mark solta a voz em In my darkest hour, mistura de soul e bittersweet, com letra soturna, mostrando o que ele pode alcançar em termos de composição e interpretação.
Esse lado meio tristonho é uma senha para praticamente todo o disco, mas bate com força igualmente no folk gracioso M95 e na amorosa Phosphene, canção que abre com violão lo-fi e prossegue com batidinha e cordas. Quando Mark se permite soar diferente, Wild and hunted things finalmente encontra seu brilho.
Texto: Ricardo Schott
Nota: 6,5
Gravadora: Nettwerk Music Group
Lançamento: 4 de julho de 2025.
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