Cultura Pop
“On air”: os Rolling Stones na BBC entre 1963 e 1965

Eu se fosse você ficava de olho no próximo lançamento dos Rolling Stones, On air, que tem 18 gravações feitas pela banda nos estúdios da BBC entre outubro de 1963 e dezembro de 1965. O disco sai dia 1º de dezembro e tem apresentações da banda em programas como Blues in rhythm, Saturday club, The Joe Loss Pop Show, Top Gear, Yeah yeah e outros. Mais: oito das gravações têm músicas da banda nunca lançadas comercialmente.
On air, em parte, é o retrato de uma época em que os Stones quase não compunham músicas próprias. Alguns dos primeiros sons autorais do grupo eram compostos por toda a banda e creditados a Nanker Phelge, referência a um sujeito que dividiu apartamento com Mick Jagger, Keith Richards e Brian Jones. Daí, o repertório tem músicas de Chuck Berry (Memphis, Tennesee, Roll over Beethoven), Bo Diddley (Cops and robbers) e outros. Mas isso foi só no comecinho do grupo – estão lá clássicos da primeira fase da parceria Jagger & Richards, como The last time e (I can’t get no) Satisfaction.
No Instagram, a banda avisa que todas as gravações incluídas em On air passaram por um processo de “separação de fonte de áudio” no estúdio de Abbey Road. Daí os engenheiros de som tiveram acesso a vozes e instrumentos em separado, para reconstruir, reequilibrar e remixar tudo.
On air, por sinal, não é o único lançamento retrospectivo dos Rolling Stones a chegar às lojas em 2017. Their satanic majesties request, disco deles lançado em 1967, ganhou recentemente uma edição comemorativa – e luxuosa – de 50 anos. Em 2016, mesmo ano em que o grupo veio ao Brasil fazer shows, os Stones lançaram o disco Blue & lonesome, com repertório formado por clássicos do blues. Músicas de compositores e cantores como Howlin’ Wolf, Willie Dixon, Jimmy Reed, Eddie Taylor e Little Walter estavam no álbum.
https://www.instagram.com/p/BZ5nJGQB38Z/
Olha a track list de On air aí
1 Come on – Saturday Club, 26 October 1963
2 (I can’t get no) Satisfaction – Saturday Club, 18 September 1965
3 Roll over Beethoven – Saturday Club, 26 October 1963
4 The spider and the fly – Yeah Yeah, 30 August 1965
5 Cops and robbers – Blues in Rhythm, 9 May 1964
6 It’s all over now – The Joe Loss Pop Show, 17 July 1964
7 Route 66 – Blues in Rhythm, 9 May 1964
8 Memphis, Tennessee – Saturday Club, 26 October 1963
9 Down the road apiece – Top Gear, 6 March 1965
10 The last time – Top Gear, 6 March 1965
11 Cry to me – Saturday Club, 18 September 1965
12 Mercy, Mercy – Yeah Yeah, 30 August 1965
13 Oh! Baby (We got a good thing goin’) – Saturday Club, 18 September 1965
14 Around and around – Top Gear, 23 July 1964
15 Hi heel sneakers – Saturday Club, 18 April 1964
16 Fannie Mae – Saturday Club, 18 September 1965
17 You better move on – Blues in Rhythm, 9 May 1964
18 Mona – Blues In Rhythm, 9 May 1964
Se você comprar a edição deluxe, ganha as seguintes bonus tracks
19 I wanna be your man – Saturday Club, 8 February 1964
20 Carol – Saturday Club, 18 April 1964
21 I’m moving on – The Joe Loss Pop Show, 10 April 1964
22 If you need me – The Joe Loss Pop Show, 17 July 1964
23 Walking the dog – Saturday Club, 8 February 1964
24 Confessin’ the blues – The Joe Loss Pop Show, 17 July 1964
25 Everybody needs somebody to love – Top Gear, 6 March 1965
26 Little by little – The Joe Loss Pop Show, 10 April 1964
27 Ain’t that loving you baby – Rhythm And Blues, 31 October 1964
28 Beautiful Delilah – Saturday Club, 18 April 1964
29 Crackin’ up – Top Gear, 23 July 1964
30 I can’t be satisfied – Top Gear, 23 July 1964
31 I just want to make love to you – Saturday Club, 18 April 1964
32 2120 South Michigan Avenue – Rhythm and Blues, 31 October 1964
Cultura Pop
No nosso podcast, Alanis Morissette da pré-história a “Jagged little pill”

Você pensava que o Pop Fantasma Documento, nosso podcast, não ia mais voltar? Olha ele aqui de novo, por três edições especiais no fim de 2025 – e ano que vem estamos de volta de vez. No segundo e penúltimo episódio desse ano, o papo é um dos maiores sucessos dos anos 1990. Sucesso, aliás, é pouco: há uns 30 anos, pra onde quer que você fosse, jamais escaparia de Alanis Morissette e do seu extremamente popular terceiro disco, Jagged little pill (1995).
Peraí, “terceiro” disco? Sim, porque Jagged era só o segundo ato da carreira de Alanis Morissette. E ainda havia uma pré-história dela, em seu país de origem, o Canadá – em que ela fazia um som beeeem diferente do que a consagrou. Bora conferir essa história?
Edição, roteiro, narração, pesquisa: Ricardo Schott. Identidade visual: Aline Haluch (foto: Capa de Jagged little pill). Trilha sonora: Leandro Souto Maior. Vinheta de abertura: Renato Vilarouca. Estamos aqui de quinze em quinze dias, às sextas! Apoie a gente em apoia.se/popfantasma.
Ouça a gente preferencialmente no Castbox. Mas estamos também no Mixcloud, no Deezer e no Spotify.
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Cultura Pop
No nosso podcast, Radiohead do começo até “OK computer”

Você pensava que o Pop Fantasma Documento, nosso podcast, não ia mais voltar? Olha ele aqui de novo, por três edições especiais no fim de 2025 – e ano que vem estamos de volta de vez. Para abrir essa pequena série, escolhemos falar de uma banda que definiu muita coisa nos anos 1990 – aliás, pra uma turma enorme, uma banda que definiu tudo na década. Enfim, de técnicas de gravação a relacionamento com o mercado, nada foi o mesmo depois que o Radiohead apareceu.
E hoje a gente recorda tudo que andava rolando pelo caminho de Thom Yorke, Jonny Greenwood, Colin Greenwood, Ed O’Brien e Phil Selway, do comecinho do Radiohead até a era do definidor terceiro disco do quinteto, OK computer (1997).
Edição, roteiro, narração, pesquisa: Ricardo Schott. Identidade visual: Aline Haluch (foto: reprodução internet). Trilha sonora: Leandro Souto Maior. Vinheta de abertura: Renato Vilarouca. Estamos aqui de quinze em quinze dias, às sextas! Apoie a gente em apoia.se/popfantasma.
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4 discos
4 discos: Ace Frehley

Dizem por aí que muita gente só vai recordar de Gene Simmons e Paul Stanley, os chefões do Kiss, quando o assunto for negócios e empreendedorismo no rock – ao contrário das recordações musicais trazidas pelo nome de Ace Frehley, primeiro guitarrista do grupo, morto no dia 16 de outubro, aos 74 anos.
Maldade com os criadores de uma das maiores bandas de rock de todos os tempos, claro – mas quando Frehley deixou o grupo em 1982, muita coisa morreu no quarteto mascarado. Paul Daniel Frehley, nome verdadeiro do cara, podia não ser o melhor guitarrista do mundo – mas conseguia ser um dos campeões no mesmo jogo de nomes como Bill Nelson (Be Bop De Luxe), Brian May (Queen) e Mick Ronson (David Bowie). Ou seja: guitarra agressiva e melódica, solos mágicos e sonoridade quase voadora, tão própria do rock pesado quanto da era do glam rock.
Ace não foi apenas o melhor guitarrista da história do Kiss: levando em conta que o grupo de Gene e Paul sempre foi uma empresa muito bem sucedida, o “spaceman” (figura pela qual se tornou conhecido no grupo) sempre foi um funcionário bastante útil, que lutou para se sentir prestigiado em seu trabalho, e que abandonou a banda quando viu suas funções sendo cada vez mais congeladas lá dentro. Deixou pra trás um contrato milionário e levou adiante uma carreira ligada ao hard rock e a uma “onda metaleira” voltada para o começo do heavy metal, com peso obedecendo à melodia, e não o contrário.
Como fazia tempo que não rolava um 4 Discos aqui no Pop Fantasma, agora vai rolar: se for começar por quatro álbuns de Ace, comece por esses quatro.
Texto: Ricardo Schott – Foto: Reprodução
“KISS: ACE FREHLEY” (Casablanca, 1978). Brigas dentro do Kiss fizeram com que Gene, Paul, Ace e o baterista Peter Criss lançassem discos solo padronizados em 1978 – adaptando uma ideia que o trio folk Peter, Paul and Mary havia tido em 1971, quando saíram álbuns solo dos três cujas capas e logotipos faziam referência ao grupo. Ace lembra de ter ouvido uma oferta disfarçada de provocação numa reunião do Kiss, quando ficou definido que cada integrante lançaria um disco solo: “Eles disseram: ‘Ah, Ace, a propósito, se precisar de ajuda com o seu disco, não hesite em nos ligar ‘. No fundo, eu dizia: ‘Não preciso da ajuda deles’”, contou.
Além de dizer um “que se foda” para os patrões, Ace conseguiu fazer o melhor disco da série – um total encontro entre hard rock e glam rock, destacando a mágica de sua guitarra em ótimas faixas autorais como Ozone e What’s on your mind? (essa, uma espécie de versão punk do som do próprio Kiss) além do instrumental Fractured mirror. Foi também o único disco dos quatro a estourar um hit: a regravação de New York Groove, composta por Russ Ballard e gravada originalmente em 1971 pela banda glam britânica Hello. Acompanhando Frehley, entre outros, o futuro batera da banda do programa de David Letterman, Anton Fig, que se tornaria seu parceiro também em…
“FREHLEY’S COMET” (Atlantic/Megaforce, 1987). Seguindo a onda de bandas-com-dono-guitarrista (como Richie Blackmore’s Rainbow e Yngwie Malmsteen’s Rising Force), lá vinha Frehley com seu próprio projeto, co-produzido por ele, pelo lendário técnico de som Eddie Kramer (Jimi Hendrix, Beatles, Led Zeppelin) e Jon Zazula (saudoso fundador da Megaforce). Frehley vinha acompanhado por Fig (bateria), John Regan (baixo, backing vocal) e Tod Howarth (guitarras, backing vocal e voz solo em três faixas).
O resultado se localizou entre o metal, o hard rock e o rock das antigas: Frehley escreveu músicas com o experiente Chip Taylor (Rock soldiers), com o ex-colega de Kiss Eric Carr (Breakout) e com John Regan (o instrumental Fractured too). Howarth contribuiu com Something moved (uma das faixas cantadas pelo guitarrista). Russ Ballard, autor de New York groove, reaparece com Into the night, gravada originalmente pelo autor em 1984 em um disco solo. Típico disco pesado dos anos 1980 feito para escutar no volume máximo.
“TROUBLE WALKING” (Atlantic/Megaforce, 1989). Na prática, Trouble walking foi o segundo disco solo de Ace, já que os dois anteriores saíram com a nomenclatura Frehley’s Comet. A formação era quase a mesma do primeiro álbum da banda de Frehley – a diferença era a presença de Richie Scarlet na guitarra. O som era bem mais repleto de recordações sonoras ligadas ao Kiss do que os álbuns do Comet, em músicas como Shot full of rock, 2 young 2 die e a faixa-título – além da versão de Do ya, do The Move. Peter Criss, baterista da primeira formação do Kiss, participava fazendo backing vocals. Três integrantes do então iniciante Skid Row (Sebastian Bach, Dave Sabo, Rachel Bolan), também.
“10.000 VOLTS” (MNRK, 2024). Acabou sendo o último álbum da vida de Frehley: 10.000 volts trouxe o ex-guitarrista do Kiss atuando até como “diretor criativo” e designer da capa. Ace compôs e produziu tudo ao lado de Steve Brown (Trixter), tocou guitarra em todas as faixas – ao lado de músicos como David Julian e o próprio Brown – e convocou o velho brother Anton Fig para tocar bateria em três faixas. A tradicional faixa instrumental do final era a bela Stratosphere, e o spaceman posou ao lado de extraterrestres no clipe da ótima Walkin’ on the moon. Discão.
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