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Tributo ao Dead Fish, da Mutante Radio, chega às plataformas

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Tributo ao Dead Fish, da Mutante Radio, chega às plataformas

Depois de lançar um tributo à banda santista Bombers, a webrádio paulistana Mutante Radio lança agora um tributo com 15 bandas relendo clássicos do Dead Fish. Tá servido? – Um tributo ao Dead Fish tem Skabong relendo Molotov, Rematte gravando Agressão social, Blastfemme cantando Fight for conscience, Rosa Idiota com The party e várias outras bandas, perfazendo um bom pedaço da história do grupo punk de Vitória (ES).

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Ricardo Drago, um dos criadores da Mutante Radio, conta que a ideia de fazer tributos partiu de uma conversa com Rafael Chiocarello (do site Hits Perdidos), quando ele e João Pedro Ramos (podcast Troca Fitas) lançaram um tributo aos Titãs. “Rafa me deu a ideia de fazer um tributo aos Bombers de Santos”, conta. “E desde a ideia inicial do Tá servido, eu pensava que tinha que ter bandas novas, bandas com mulheres no vocal e principalmente tinha que ser uma banda de cada canto do Brasil. E a gente conseguiu, estão representadas as cinco regiões do Brasil no disco. São sete bandas como mulher como vocalista e uma está na abertura do disco”.

Cada banda gravou na sua própria cidade e enviou a faixa para a rádio. “E com a liberdade que esse tributo tinha e tem, as bandas traduziram letras, mudaram versões, inventaram, o que tornou esse tributo muito mutante!”, diz.

Crítica

Ouvimos: Neil Young, “Oceanside countryside”

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Ouvimos: Neil Young, “Oceanside countryside”

Quantos anos você tinha quando percebeu que Relicário, um dos maiores sucessos de Nando Reis, tem uma introdução vocal bem parecida com a de Pocahontas, música de Neil Young que fala sobre o massacre de uma comunidade indígena?

Eu só fui perceber aos 50, depois de já ter escutado essa música várias vezes – e percebi ouvindo esse Oceanside countryside, mais um disco saído do projeto que vasculha os arquivos de Neil Young, e que é nada mais nada menos que o precursor de Comes a time, mergulho country lançado pelo cantor em 1978. As faixas foram todas gravadas entre maio e dezembro de 1977, e deixadas de lado, sendo rearranjadas posteriormente para outros álbuns. Young aparece em clima intimista no começo, e depois vai chegando uma banda.

Vale deixar claro que é um disco sem novidades e, dos itens que andam saindo dos arquivos de Neil, é um dos menos interessantes. Neil Young, mais do que sofrer de incontinência criativa, é daqueles artistas que lançam tudo, mas tudo mesmo, que acham que pode interessar aos fãs – e, vá lá, render algum dinheiro. Essa ética de trabalho transforma em boas surpresas discos que qualquer diretor artístico jogaria no lixo, como as guitarradas de Le noise (2010) e os rascunhos do começo da parceria com o Crazy Horse em Early daze (2012).

No caso de Oceanside, leve o termo rascunho bem a sério: faixas bonitas e épicas como Sail away, Lost in space e Captain Kennedy aparecem mal microfonadas, com som comprimido, uns errinhos aqui e acolá, e coisas do tipo. Faixas como Going back e The old homestead são praticamente demos. O country nostálgico It might have been é a “novidade” do álbum. Uma canção, por sinal, que não é de Young – foi gravada originalmente em 1959 por um popstar canadense chamado Joe London. E que fica boa na versão dele, por sinal.

A melhor maneira de encarar Oceanside countryside é ouvi-lo como uma demo de luxo feita por um artista fenomenal, com músicas realmente boas, mas que ainda estavam no esqueleto – fato que é perceptível até por quem nunca escutou as faixas terminadas que saíram em outros discos. E ora bolas, é Neil Young. Mas no arquivo dele com certeza tem coisas melhores.

Nota: 7,5
Gravadora: Reprise
Lançamento: 7 de março de 2025.

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Crítica

Ouvimos: Frog Eyes, “The open up”

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Ouvimos: Frog Eyes, “The open up”

Com 24 anos de carreira indie (embora tenha havido um hiato entre 2018 e 2022), o Frog Eyes chega ao décimo-primeiro álbum, The open up, requisitando um lugar na gaveta dos grandes revisionistas moderninhos do rock. Se Carey Marcer (voz, guitarra) e Melanie Campbell (bateria) tivessem montado a banda lá por 1978, o Frog Eyes seria escutado pela mesma turma que botava nas alturas artistas como Elvis Costello, Rickie Lee Jones, Warren Zevon, Talking Heads e outros – a galera moderninha, nerd, que colocava micropontos (ou maxipontos) de tensão nervosa em blueprints do rock e da música pop.

Não por acaso, The open up é fortemente influenciado por uma mescla de Buzzcocks, o Elvis Costello dos primeiros anos e até rock dos anos 1950, com todos aqueles maneirismos e gaguejadas vocais. É o que rola no clima psicodélico de araque de Television, a ghost in my head, no clima Gene Vincent-Buddy Holly de E-E-Y-O-R-E (That’s me!) – música também aparentada de Blondie, The Jam, Buzzcocks e de grupos esquecidos como Medium Medium e The Stroke Band – e nos staccatos de I walk out of there (Ambulance song).

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Nessa primeira parte do disco, é possível achar também punk rock classudo lembrando Clash (Put a little light on the wretch that is me) e mais vibes meio anos 1950 meio new wave (I’m little at a loss). Já no “outro lado” de The open up, o Frog Eyes arrisca e torna-se uma banda climática, ambient, experimental, lembrando as primeiras iniciativas solo de Brian Eno e a fase Berlim de David Bowie, chegando perto do Public Image Ltd em I see the same things e mexendo com células rítmicas de reggae em Adam is my brother friend. Já Chin up tem a mesma dramaticidade do Bowie de discos como Diamond dogs.

The open up despede-se com o experimentalismo de duas faixas. Trash crab, com quase sete minutos, é pós-punk viajante e levemente psicodélico, às vezes lembrando Joy Division. E The open up dream of a lost receipt é o som mais meditativo do disco, com teclados, percussões e guitarras em tom calmo – uma balada anos 1950/60 com banho de psicodelia. O Frog Eyes poderia ter distribuído suas duas faces com “pílulas” nos dois lados, mas preferiu ir seguindo em direção ao menos acessível, no decorrer do álbum – o que denota bastante independência, vamos dizer assim.

Nota: 8,5
Gravadora: Paper Bag Records
Lançamento: 7 de março de 2025.

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Crítica

Ouvimos: Hamilton Leithauser, “This side of the island”

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Ouvimos: Hamilton Leithauser, “This side of the island”

Em seu quinto álbum sem a banda da qual é vocalista (os Walkmen), Hamilton Leithauser dá a entender que vem escutando muito Bob Dylan. E que provavelmente, a fase que mais interessa a ele da carreira de Dylan teve início em 1969, com o álbum Nashville skyline, e foi prosseguindo anos 1970 adentro.

This side of the island é basicamente um ótimo disco de country rock, com certo acento disco nos corais e alguns refrãos (o que remete imediatamente ao controverso disco gravado por Dylan no Budokan, no Japão), e às vezes, lançando mão das mesmas células rítmicas de reggae que surgiam vez por outra em algumas canções de Dylan. Essa sonoridade domina Fist of flowers, prossegue na marcial Burn the boats, e também em Why do I think?.

Em Off the beach, por sua vez, dá para lembrar de Neil Young. Mesmo que você não perceba de cara que a faixa bem pode ser uma referência a On the beach, do veterano cantor canadense, aliás – a música é um soft rock com cara country que remete também a nomões do folk britânico, como Richard & Linda Thompson. Dando uma variada, surgem um indie rock bem prototípico (Knockin’ heart), um rock de big band (Ocean roar) e uma balada em clima levemente ska (Happy lights) para abrilhantar o álbum

No fim das contas, This side of the island é um disco que mostra Hamilton Leithauser confortável em suas referências, sem a pressa de reinventar a roda. Mas com talento de sobra para mantê-la girando com charme e personalidade.

Nota: 8,5
Gravadora: Glassnote Music
Lançamento: 7 de março de 2025.

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