Lançamentos
Radar: Speed Of Light, The Juliennes, Tacoblaster, Traz Os Monstros, Ark Identity, Guns N’ Roses

Rapaz, tem até o bom e velho Guns N’ Roses nesse Radar internacional – mas eles estão lááá no fim e preferimos destacar novidades como Speed Of Light, The Juliennes e outros grupos, cujas propostas sonoras vão do punk ao rock espacial, passando pelo yacht rock. Ouça tudo no volume máximo – e passe adiante!
Texto: Ricardo Schott – Foto (Speed Of Light): Chiara Garland / Divulgação
- Quer receber nossas descobertas musicais direto no e-mail? Assine a newsletter do Pop Fantasma e não perca nada.
- Mais Radar aqui.
SPEED OF LIGHT, “PAIN ON A CHAIN”. Esse single já saiu tem um tempinho (foi em julho), mas vale demais a menção. O Speed Of Light é um trio caliorniano, formado pelos irmãos Christensen: Cameron (guitarra), Tyler (bateria) e a caçula Riley (baixo e vocal). A banda, no começo de seu novo single, ameaça um pós-punk estiloso e vaporoso, com ligeira tendência glam – até que a música vira uma catarse típica do rock dos anos 1990, lembrando Nirvana, Garbage, Babes In Toyland e Smashing Pumpkins juntos num refrão só. Detalhe: em músicas anteriores, como Séance e Teeth, o som dos três era mais próximo do metal e da pauleira herdada de Alice In Chains. Estamos realmente diante de uma turma maluca pela era grunge e suas redondezas.
THE JULIENNES, “RUNNING ON EMPTY”. Esse trio de Los Angeles já apareceu aqui no Radar com seu primeiro single, Rat race, cujo som é uma união azeitada de bandas como Bad Religion e Hüsker Dü. Já o segundo single, Running on empty, põe um clima agridoce na primeiríssima fase do grupo – um som entre o grunge e o punk, com versos como “o presente é o passado do futuro / como chuva sobre a grama” e “pague suas dívidas / quanto mais velho você fica, mais você perde / vai / você venderá sua alma / para um corte de roupa mais refinado”. O clipe da faixa segue a mesma linha, mostrando a banda e um grupo de amigas tomando um biricutico e jogando sinuca… só que apostando dinheiro nas tacadas. E aí? Será que essa brincadeira vai acabar bem?
TACOBLASTER, “TOXIC SURFER”. Garage rock do espaço? É o que essa banda francesa faz em seu novo single, Toxic surfer. Tocando num espaço do tamanho de um elevador, o trio (Tom Caussade na guitarra, voz e teclados, Sabrina Ben Marzouk no baixo e vocais de apoio, Rémi Tourneur na bateria e vocais de apoio) faz uma união bem louca de teclados sujos herdados do egg punk, com guitarra e baixo distorcidos – além de um beat próximo da surf music e do punk a la Ramones. Um som cru, bem realizado e interestelar.
TRAZ OS MONSTROS, “PILATES”. Só de ler o nome dessa banda portuguesa já dá vontade de rir – e de ouvir. Na faixa Pilates, o Traz Os Monstros une skate-punk, pós-punk e até vibes math rock, numa música que fala do dia a dia das periferias de Portugal – e de lugares onde, se você quiser se cuidar e dar aquela corridinha básica (ou ir a uma academia) vai ter que enfrentar vários outros problemas sociais antes. A banda diz que sua música nova é um “suplemento sonoro de proteína concentrada”, ideal para “estourar alto-falantes na pista ou estourar séries na academia”.
ARK IDENTITY, “FALLIN’ APART”. “A letra da música foi inspirada por términos modernos que, em sua maioria, acontecem por meio de telas e mensagens de texto. De certa forma, é um reflexo de como as pessoas podem se distanciar na era digital”, conta Noah Mroueh, músico canadense responsável pelo projeto Ark Identity. Pouco depois de lançar o EP Deluxe nightmare (resenhado pela gente aqui), ele volta com sua viagem indie-yacht rock no novo single, o desolado Fallin’ apart, que fala dos azares do amor digital. E ganhou até clipe!
GUNS N’ROSES, “ATLAS” / “NOTHIN’”. Vou falar em primeira pessoa neste Radar e dizer que defendo até onde posso defender Chinese democracy, o mal-amado disco do Guns que demorou anos para sair (e chegou às lojas finalmente em 2008, debaixo de rajadas de críticas escarnecedoras). Nos recônditos do Pop Fantasma há até um texto sobre isso. O baú desse disco tem rendido os singles mais recentes da banda, como estes Atlas e Nothin’, lançados com diferença de um dia. Ambas as faixas foram iniciadas no fim dos anos 1990, tinham outros títulos de trabalho, têm Caram Costanzo como co-produtor ao lado de Axl Rose e foram “retrabalhadas” com a volta de Slash e Duff McKagan à banda.
O lance é que as duas “novas” música do grupo podem surpreender quem não espera nada delas. Em Atlas, o Guns entrega o bom e velho hard rock do grupo, só que mandando bala num cuidado extra com a melodia, com evocações de country e glam rock na faixa. Já em Nothin’, a banda ressurge irreconhecível – o som evoca David Bowie e Todd Rundgren, até que a canção ganha peso e fica claro que se trata de Axl cantando (por acaso, chegou a haver uma versão em que Brian May, do Queen, tocava guitarra).
- Gostou do texto? Seu apoio mantém o Pop Fantasma funcionando todo dia. Apoie aqui.
- E se ainda não assinou, dá tempo: assine a newsletter e receba nossos posts direto no e-mail.
Lançamentos
Radar: Softcult, Sleepazoid, The Coral, European Rich Kids, Cut Flowers, Sombra

Numa semana cheia de absurdos políticos e discursos equivocados (sobre política, sobre feminismo, etc), nada mais apropriado do que abrir o penúltimo Radar da sequência com um manifesto – o duo canadense Softcult explica com todas as letras como vê o machismo e a pressão que as mulheres recebem da sociedade. Além deles, sons novos de bandas como Sleepazoid, Cut Flowers e The Coral surgem na seleção internacional de hoje.
Texto: Ricardo Schott – Foto (Softcult): Kaylene Widdoes / Divulgação
- Quer receber nossas descobertas musicais direto no e-mail? Assine a newsletter do Pop Fantasma e não perca nada.
- Mais Radar aqui.
SOFTCULT, “QUEEN OF NOTHING”. “Essa música fala sobre os padrões duplos, os julgamentos severos e as expectativas irreais que a sociedade patriarcal impõe às mulheres. Esperam que sejamos sensuais, mas apenas de acordo com a fantasia masculina. De alguma forma, uma virgem e uma vadia. Esperam que cuidemos constantemente dos homens em nossas vidas e somos envergonhadas se nossas aspirações forem além de nos tornarmos esposas e mães. O mundo exige maturidade de nós, mas nos descarta quando envelhecemos e nos tornamos ‘indesejáveis’, nosso valor reduzido à nossa capacidade de atrair homens”, diz o duo canadense Softcult sobre seu novo single, Queen of nothing. A dupla, que faz um shoegaze mais doce e sonhador, está revelando aos poucos as faixas do próximo disco, When a flower doesn’t grow, previsto para sair dia 30 de janeiro pela Easy Life Records.
“Não importa a quantidade de ódio ou ignorância que suportemos, ainda esperam que sorriamos. Esta música fala sobre a constatação de que esses ciclos de abuso são maiores do que nossas experiências pessoais. É o reconhecimento da natureza sistêmica do tratamento abusivo e da discriminação”, continua o duo. Tem muita gente por aí precisando ouvir essa música…
SLEEPAZOID, “NEW AGE”. Nette France (vocal e guitarra), Josef Pabis (baixo), George Inglis (guitarra), Jim Duong (guitarra e backing vocal) e Luca Soprano (bateria) vêm de Melbourne, Austrália, e fazem algo entre stoner e shoegaze, com peso, intensidade e distorção, além de uma rapidez típica do punk – que governa boa parte do seu novo single, New age.
Trata-se de uma música sobre escolher o próprio caminho, sem arrependimentos e sem culpa. “As pequenas coisas juntas que fazem você se sentir diferente / não tenho medo de saber o que gosto, me vestir como gosto, chorar quando choro / não tenho medo de ser quem sou / um presente para mim mesma agora que posso (…) / algum outro dia eu mostrarei a mim mesmo que escolhi o caminho certo / eu realmente te amei, eu sei que você sabe disso / mas o que cortamos, não podemos reconstruir”, canta Nette.
THE CORAL, “SHE DIED ON CHRISTMAS DAY”. Essa banda britânica caminha entre a psicodelia e a noção de música como espetáculo – os shows são belos, os discos têm uma soma enorme de influências, e o número de fãs só aumenta. Dessa vez, o The Coral retorna com um single duplo de Natal, aberto pela spoken word Christmas on Coral Island, narrada por Ian Murray – o avô dos integrantes James e Ian Skelly, morto no início de 2025, o que torna a faixa a última aparição dele na obra do grupo. Ian narrou os álbuns Coral island, de 2022, e Holy Joe’s Coral Island Medicine Show, de 2023, e este single serve como continuação da história.
She died, nem precisa dizer, une os sinos de Natal a histórias macabras – e a canção é uma espécie de música sombria de festa. “Adoramos o rock and roll dos anos 1950 e início dos 1960, especialmente o britânico. Para nós, é o som do lugar onde crescemos: New Brighton e a feira, os cais abandonados, a emoção e o perigo das cidades em ruínas. Se houver uma oportunidade para explorarmos esse nosso lado, estamos sempre dispostos a isso”, explica o multinstrumentista Nick Power, integrante da banda.
EUROPEAN RICH KIDS, “DAME LUZ”. “Entre Buenos Aires e Berlim, o European Rich Kids transforma o cansaço em um cântico”, conta essa banda dividida entre dois lugares diferentes e distantes, e formada por Lex Landergott, Andreas Spechtl e Michelle Bernstein. Dame luz, som eletrônico, distorcido, hipnótico e intermitente – entre saturações, teclados e beats – inclui versos em espanhol e inglês e é definido pelo grupo como “uma canção sobre a necessidade de algo mais — de cor, de clareza, de significado — em um mundo cinzento. Um hino suave para sobreviver à fadiga contemporânea, um apelo por luz em meio ao ruído”. O clipe da faixa é bastante despojado, seguindo a linha atual de conteúdo lo-fi, que pode ser assistido em stories.
CUT FLOWERS, “UNTIL IT’S TIME”. “É uma música sobre se arrepender de não estar presente para as pessoas que você ama quando elas precisam de você. E também sobre tentar se redimir antes de morrer — dizendo que desta vez estarei lá por você e ficarei até a minha hora de partir”, conta o vocalista da banda canadense Cut Flowers, Kevan Byrne, sobre o novo single do grupo, Until it’s time. Uma canção plena de melancolia, herdada tanto do power pop quanto do folk britânico, mas com evocações do soul, já que foi composta usando um truque utilizado bastante pelo guitarrista de soul e funk Curtis Mayfield.
“Li sobre algo chamado afinação ‘black key’, que Curtis Mayfield usava em muitas de suas músicas. Afinei meu violão dessa forma e imediatamente percebi que não fazia ideia de como Curtis conseguia criar acordes e harmonias para músicas como Move on up. Mas era ótima para sons cristalinos e graves na tonalidade de sol”, conta ele. O resultado é beleza pura.
SOMBRA, “NINGEN”. Esse projeto musical também se divide entre dois países – Canadá e Japão – e faz música eletrônica distorcida e metálica, emanando sons de Nine Inch Nails e Depeche Mode, com elementos de trip hop, house e techno. “Fazemos um som que se move entre o pesado e o atmosférico”, diz Sombra, o criador do projeto, que também valoriza shows e som intenso e dançante ao vivo (com direito a projeções e vibes psicodélicas no cenário), afastando qualquer pecha de projeto de estúdio. Ningen é um dos singles que estão sendo planejados por Sombra para o fim de 2025. Um EP novo vai sair, mas ainda está distante – deve chegar às plataformas só no fim de 2026.
- Gostou do texto? Seu apoio mantém o Pop Fantasma funcionando todo dia. Apoie aqui.
- E se ainda não assinou, dá tempo: assine a newsletter e receba nossos posts direto no e-mail.
Crítica
Ouvimos: Danny Brown – “Stardust”

RESENHA: Stardust marca Danny Brown sóbrio, mergulhando no hyperpop para criar paisagens sonoras intensas, misturando rap outsider, pós-punk e experimentação.
Texto: Ricardo Schott
Nota: 9
Gravadora: Warp
Lançamento: 7 de novembro de 2025
- Quer receber nossas descobertas musicais direto no e-mail? Assine a newsletter do Pop Fantasma e não perca nada.
Com uma carreira discográfica que surgiu nos anos 2000 (sua primeira mixtape, Hot soup, é de 2008), o rapper norte-americano Danny Brown geralmente é elogiado por sua disposição em inovar – que muitas vezes o coloca numa trincheira mais psicodélica e alternativa do rap, habitada também por Earl Sweatshirt e Tyler The Creator, e que igualmente já teve Kanye West como expoente.
Danny tem um álbum chamado Atrocity exhibition (o terceiro, de 2016), mesmo nome de uma música do Joy Division – e não por acaso, volta e meia detalhes do pós-punk emergem de seu som. Outro detalhe é que muitas vezes seus raps focam mais no lado outsider, da vida no desvio, do que propriamente em gangues, brigas ou pura ostentação. Distopias e papos de ficção científica também volta e meia aparecem nas letras dele – sempre com uma trilha sonora no mesmo clima.
E daí que Stardust, primeiro disco que Danny faz totalmente sóbrio – ele passou por um rehab em 2023 – traz o rapper cada vez mais comprometido com a construção de paisagens musicais, todas filtradas pela variedade do hyperpop. Ao lado dele, artistas de procedência bem curiosa, como o grupo experimental pop Frost Children, o criador de dubstep Underscores, o rapper-folktrônico Quadreca e gente inseparável do estilo hyperpop, como Jane Remover.
- Ouvimos: Tyler The Creator – Don’t tap the glass
- Ouvimos: Earl Sweatshirt – Live laugh love
- Ouvimos: Chiedu Oraka – Undeniable (EP)
Stardust quase sempre é tão dançante quanto Brat, de Charli XCX, mas é mais alternativo ainda, construindo pontes com gospel e soft rock (Book of Daniel, que parece construída em cima de uma música do 14 Bis ou do Roupa Nova), emo (Green light), house music (Flowers, um manifesto sobre o quanto ele se sente marginalizado pelo mercado fonográfico) e algo que parece ter sido construído em cima de um sample antigo de dance music, só que aceleradíssimo (Baby, responsável pelo lado mais romântico e sacaninha do disco).
O hyperpop geralmente é formado por referências quase cara de pau à música do passado – que muitas vezes soam distorcidas e encaixadas à força – e por climas “derretidos” em vocais (com autotune) e teclados. Um daqueles sons que só poderiam ter saído da mente de gente que passa o dia pensando em produções e mixagens. Danny começou a ficar mais próximo do estilo há algum tempo, e em Stardust, o hyperpop e seu primo digicore transformam músicas como Copycats, Whatever, Whatever the case e Starburst em experiências sonoras – com riffs de videogame, batidas quebradiças que lembram mais o pós-hardcore e sons de fita rodando rápido ao contrário como “melodia” para os beats. 1L0v3myL1f3! é quase um electrohardcore rap, com sons que desmancham no ouvido e vibe metálica.
As lembranças das experiências amargas ainda estão muito frescas – surgem em várias letras de Stardust e encerram o disco com a épica e intensa The end (de oito minutos) e All4U, cuja letra é um misto de declaração de amor ao rap e história de redenção após abusos e perdas. No geral, Stardust consegue soar curioso e interessante mesmo nos momentos em que você ouve e tem vontade de falar “oi?”.
- Gostou do texto? Seu apoio mantém o Pop Fantasma funcionando todo dia. Apoie aqui.
- E se ainda não assinou, dá tempo: assine a newsletter e receba nossos posts direto no e-mail.
Crítica
Ouvimos: Vanna Blue – “JoyCry” (EP)

RESENHA: JoyCry, EP de Vanna Blue, mistura dream pop e pós-punk em faixas hipnóticas que alternam luz e sombra, com texturas cintilantes e certa agressividade.
Texto: Ricardo Schott
Nota: 8,5
Gravadora: Noon Records
Lançamento: 13 de novembro de 2025
- Quer receber nossas descobertas musicais direto no e-mail? Assine a newsletter do Pop Fantasma e não perca nada.
Com composição de repertório iniciada em 2019 – e com as trevas da pandemia, que rolou em 2020, ajudando a balizar músicas e letras – JoyCry, o EP de estreia da norte-americana Vanna Blue surge marcado pelo encontro entre dream pop e pós-punk. Mas surge também como o resultado do encontro entre alegrias e tristezas diárias, entre memórias ruins e boas, entre realidade e imaginação. Esse clima é absorvido por algumas faixas, como o pop vaporoso de Back and forth, que lembra o começo da fase eletrônica do Tame Impala – lembra também Angra dos Reis, sucesso da Legião Urbana.
- Ouvimos: Evvvie – How to swallow a lie (EP)
Tudo que surge no disco é filtrado por um clima meio hipnótico, até meio típico do dream pop, mas com uma certa agressividade que vem lá do fundo, como na mescla de The Cure e Cranberries de Pheromones (com guitarra bonita e melódica e vocal cheio de texturas) e FMHU, ou em Black and blue, cujos teclados e guitarras têm vibe mágica. Tides é dream pop com batida meio funkeada, numa estrutura musical que parece voar.
O disco tem também um momento ruidoso em Closer, faixa na qual algo meio sombrio vai surgindo aos poucos. Mas o principal de Vanna Blue e JoyCry é valorizar a cintilação sonora, em todas as faixas.
- Gostou do texto? Seu apoio mantém o Pop Fantasma funcionando todo dia. Apoie aqui.
- E se ainda não assinou, dá tempo: assine a newsletter e receba nossos posts direto no e-mail.
Cultura Pop5 anos agoLendas urbanas históricas 8: Setealém
Cultura Pop5 anos agoLendas urbanas históricas 2: Teletubbies
Notícias8 anos agoSaiba como foi a Feira da Foda, em Portugal
Cinema8 anos agoWill Reeve: o filho de Christopher Reeve é o super-herói de muita gente
Videos8 anos agoUm médico tá ensinando como rejuvenescer dez anos
Cultura Pop7 anos agoAquela vez em que Wagner Montes sofreu um acidente de triciclo e ganhou homenagem
Cultura Pop9 anos agoBarra pesada: treze fatos sobre Sid Vicious
Cultura Pop8 anos agoFórum da Ele Ela: afinal aquilo era verdade ou mentira?

































