Connect with us

Cultura Pop

Midnight Oil de 1978 a 1981 – descubra!

Published

on

Midnight Oil de 1978 a 1981 - descubra!

Ídolos (após os anos 1980, aqui no Brasil) da rapaziada fã de surf music, grandes defensores da ecologia e dos direitos humanos, além de fazedores de hits bons de ouvir na praia – como “Beds are burning” e “Blue sky mine” – os rapazes do Midnight Oil não enganam ninguém. Por trás daquele sucesso todo se esconde uma banda punk australiana das boas. E um dos grupos que melhor misturou a crueza do punk e a elaboração do art rock, à maneira do Television e da Gang Of Four. Os primeiros discos do grupo, que está de volta ao Brasil após vinte anos, deixam isso bastante claro. Selecionamos dez músicas dessa época para você se divertir.

“POWDERWORKS” (do primeiro LP, “Midnight oil”, de 1978). Lançada de maneira autobancada (por um selo que tem o mesmo nome dessa música, Powderworks), o primeiro disco do Midnight Oil é um produto tão bacana da primeira onda do punk quanto os álbuns iniciais do The Damned. Letras combativas e muita ousadia nas melodias faziam parte da receita.

“RUN BY NIGHT” (do primeiro LP, “Midnight oil”, de 1978). Gravada direto no primeiro take (para baratear custos, a estreia do Midnight Oil foi feita em cinco dias) era uma das músicas mais acessíveis do álbum e acabou sendo a escolhida para lançamento em single e nas rádios. Também atraía muitos fãs aos shows.

https://www.youtube.com/watch?v=XQALmFALEG4

“NOTHING LOST – NOTHING GAINED” (do primeiro LP, “Midnight oil”, de 1978). A faixa de encerramento do disco, com mais de oito minutos, definida pela banda em entrevistas como “épica”. Foi composta pelo primeiro guitarrista do grupo, Jim Moginie.

“COLD COLD CHANGE” (do segundo LP, “Head injuries”, de 1979). Considerado um disco bem melhor e mais bem resolvido do que a estreia, o segundo dos Oils abria com essa música, uma das melhores da banda. Está no set list do grupo até hoje.

“KOALA SPRINT” (do segundo LP, “Head injuries”, de 1979). Mistura perfeitíssima de punk (na urgência do arranjo) e surf music (nas texturas de algumas guitarras e num trechinho meio ska, lá pela metade). Também está ainda no repertório do grupo.

“NO REACTION” (do segundo LP, “Head injuries”, de 1979). Tem fãs dos Oils (um sujeito fala a sério sobre isso nos comentários desse vídeo) que consideram os primeiros LPs da banda bem mais especiais do que os discos subsequentes – e julgam que, com o tempo, o grupo foi perdendo uma certa aura de banda casual, de bar, que fez falta. Essa música meio punk, meio boogie, tem muito disso. Ainda é tocada pelo grupo.

“I AM THE CURE” (do EP “Bird noises”, de 1980). Um tom mais pós-punk e sinistro é audível nos vocais dessa música, uma das melhores do primeiro EP dos australianos.

“NO TIME FOR GAMES” (do EP “Bird noises”, de 1980). Rockão dos bons, lembrando um AC/DC virado pro surf e com riffs bacanas de guitarra. Não está no repertório dos shows recentes – desse EP, só surge “Wedding cake island”.

“DON’T WANNA BE THE ONE” (do terceiro LP, “Place without a postcard”, de 1981). De sensação alternativa, o Midnight Oil se transformava em bandona, contratada pela Epic Records e produzida por Glyn Johns (The Who). Com a newwavizada “Don’t wanna…” e seu riff safado de teclado, muita gente conheceu o grupo ao redor do mundo.

“LUCKY COUNTRY” (do terceiro LP, “Place without a postcard”, de 1981). Tema sombrio, em letra e música, que ainda tem entrado nos set lists da banda.

Cultura Pop

No nosso podcast, o recomeço de John Lennon entre 1969 e 1970

Published

on

No nosso podcast, o recomeço de John Lennon entre 1969 e 1970

No começo de sua carreira solo, John Lennon era um artista brigão, politizado, dado a excessos, que estava de cara virada para seus ex-colegas de Beatles, e que havia encontrado um pouco de paz em seu relacionamento com a artista asiática Yoko Ono. Em meio a isso, alternava protestos, álbuns experimentais (ambos feitos com a nova esposa) e seus primeiros singles, com músicas guerrilheiras como Cold turkey e Instant karma!

Entre 1969 e 1970, parecia que acontecia de tudo na vida dos Beatles. E por tabela, na vida de John, que vivia um dia a dia de brigas, entrevistas malcriadas, gravações novas, ameaça de falência, problemas no novo casamento e um processo de autodescoberta que aconteceu depois que um certo livro apareceu na sua caixa de correio… A gente termina a temporada de 2024 do nosso podcast, o Pop Fantasma Documento, recordando tudo que andava rolando pelo caminho de Lennon nessa época. Termine de ouvir e ataque a super edição turbinada de John Lennon/Plastic Ono Band (1970) que chegou às plataformas em 2020. E, ei, não esqueça de escutar Yoko Ono/Plastic Ono Band, que saiu junto do disco de John.

Século 21 no podcast: Juanita Stein e Caxtrinho.

Estamos no Castbox, no Mixcloud, no Spotify e no Deezer .

Edição, roteiro, narração, pesquisa: Ricardo Schott. Identidade visual: Aline Haluch (foto: reprodução internet). Trilha sonora: Leandro Souto Maior. Vinheta de abertura: Renato Vilarouca. Estamos aqui de quinze em quinze dias, às sextas! Apoie a gente em apoia.se/popfantasma.

(temos dois episódios do Pop Fantasma Documento sobre Beatles aqui e aqui).

Continue Reading

Crítica

Ouvimos: The Cure, “Songs of a lost world + Songs of a live world: Live Troxy London MMXIV” (ao vivo)

Published

on

Ouvimos: The Cure, “Songs of a lost world + Songs of a live world: Live Troxy London MMXIV” (ao vivo)

Sério que Songs of a lost world, álbum novo do The Cure, já ganhou rapidamente uma edição deluxe com um registro ao vivo de todas as faixas do álbum? Sim, ganhou essa edição acrescida do rabicho Songs of a live world: Live Troxy London MMXIV. Até porque se o disco já fez bastante sucesso, a noite de lançamento do álbum foi inesquecível – com um show da banda em 1º de novembro no Troxy London, tocando todo o repertório do começo ao fim, além de vários hits. E é justamente o repertório do disco executado nessa noite, ao vivo, que surge como “disco 2” do álbum.

O Cure, redescoberto por novas gerações e por uma turma que não necessariamente é fã deles, mas curte os hits e gosta de curtir uma fossa, meio que vai tentando dar uma de U2: além de oferecer mais um mimo para os fãs, a banda vai doar todos os royalties deste lançamento para a instituição de caridade War Child. Na loja online do grupo existe um hotsite (ainda se usa esse termo?) só para as diferentes versões de Songs of a live world e para duas edições diferentes em vinil vermelho de Songs of a lost world: uma deles apenas com o disco original, e outra em formato duplo, trazendo as músicas em versões instrumentais no disco 2 (reparem bem: Songs tem músicas em que o vocal começa quase no fim da faixa, e que já são quase instrumentais, mas aí vai quem quer).

  • Apoie a gente e mantenha nosso trabalho (site, podcast e futuros projetos) funcionando diariamente.
  • Resenhamos Songs of a lost world aqui.

O show inteiro daquela noite possivelmente você já viu no YouTube (se não viu, veja lá embaixo deste texto). E possivelmente você ficou impressionado/a como o The Cure voltou disposto a se transformar num espetáculo. Só que sem as presepadas do Coldplay e sem os truques de mágica do U2: é só a banda, num cenário escuro e esfumaçado, com muito peso e imponência visual e auditiva. As músicas do álbum transportadas para o “ao vivo” soam um pouco mais humanizadas, especialmente no caso de canções que, no disco, eram torrentes de ruído, como Warsong e Alone.

And nothing is forever destaca a magia dos teclados que, rearranjados, poderiam estar até num disco do Péricles – esse lado popularzão sem deixar de ser “dark” sempre foi uma das grandes forças do Cure. A ambiência do Troxy deixou músicas como I can never say goodbye (feita por Robert com o pensamento na morte de seu irmão mais velho Richard) e Endsong bem menos robóticas e desprovidas de qualquer traço de frieza. Se o disco novo do Cure é triste, a contrapartida ao vivo é a prova de que o show é feito para fãs que curtem chorar baldes ouvindo música. E tá tudo bem.

Nota: 9
Gravadora: Fiction/Polydor

Continue Reading

Crítica

Ouvimos: Dead Boys, “Live in San Francisco”

Published

on

Ouvimos: Dead Boys, “Live in San Francisco”

A Cleopatra Records, uma gravadora de Los Angeles que se dedica a lançar em edições oficiais-ou-quase antigos discos piratas (boa parte deles de punk rock, psicodelia e pedradas obscuras dos anos 1960) revisita agora o catálogo de bootlegs dos Dead Boys, com esse Live in San Francisco.

O show foi gravado em 2 de novembro de 1977, na época de lançamento da estreia do grupo, Young, loud and snotty (1977) e já esteve nas lojas com vários nomes: Live 1977, Live in Old Waldorf (local em San Francisco onde rolou o tal show), Down in flames, etc. Não muda o fato de que é um piratão legítimo, com qualidade de gravação de demo antiga (foi tirado na verdade de uma transmissão da emissora KSAN-FM) e sem muitos tratamentos. Mostra pelo menos o peso do grupo na época, além de uma seleção de faixas de Young, além de algumas que sairiam só no segundo álbum, We have come for your children (1978).

O material dos Dead Boys seria bastante influente em gerações posteriores do punk, do power pop e até do rock pauleira (Guns N’Roses, por exemplo). A abertura com Sonic reducer e All this and more mostra um estilo de punk rock herdadíssimo de artistas como Alice Cooper, Ramones, David Bowie, Rolling Stones, New York Dolls. Um som que, mesmo antes do vocalista Stiv Bators abrir a boca, já se impunha pela atitude, pelas microfonias e pelo clima descompromissado musicalmente – no nível da desafinação em alguns momentos, como em All this and more, a desbocada Caught with the meat in your mouth e outras, todas aplaudidas por uma plateia audivelmente pequena, mas animada.

  • Apoie a gente e mantenha nosso trabalho (site, podcast e futuros projetos) funcionando diariamente.
  • Stiv Bators: o “outro nome” do punk em documentário
  • Entrevista: Frank Secich fala sobre a pouco lembrada (e ótima) carreira solo de Stiv Bators

Flame thrower love, que sairia só no segundo disco, está no álbum ao vivo e já trazia uma diferença em relação ao material anterior: era uma canção punk basicamente construída em cima de um riff pesado, algo bem mais próprio do hard rock. A destrutiva Son of Sam, entre gritos de Stiv e viradas erradíssimas do baterista Johnny Blitz, era formada por uma estranha mescla de pós-punk deprê e acordes poderosos na linha do The Who. No final, a cacofonia de Down in flames, cantada por Bators quase sem voz, e a homenagem aos Stooges com a releitura de Search and destroy, com microfonias no fim.

Os Dead Boys não sobreviveriam, pelo menos inicialmente, ao excesso de drogas, às incompreensões do mercado e a seu próprio comportamento destrutivo. O grupo voltou em 2017 e recentemente anunciou um disco gravado por uma turma all-stars, liderada pelo guitarrista original Cheetah Chrome – disco esse que já causou polêmica porque o vocalista Jake Hout acusa a banda de querer usar a voz do falecido vocalista Stiv Bators em IA. Só vendo, mas o passado, com todos os seus defeitos e qualidades, tá aí.

Nota: 7,5
Gravadora: Cleopatra Records

Continue Reading
Advertisement

Trending