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E o disco ao vivo dos Paralamas do Sucesso no “Ronca ronca” foi para as plataformas

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E o disco ao vivo dos Paralamas do Sucesso no "Ronca ronca" foi para as plataformas

Chegou nas plataformas digitais uma das maiores surpresas do ano de 2022. Ronca Ronca apresenta Os Paralamas do Sucesso ao vivo, lançado no ano passado em vinil de tiragem limitada, foi gravado no estúdio do programa apresentado por Mauricio Valladares em 1999, na época em que a banda estava prestes a fazer seu Acústico MTV. E já soava como um antecipador dos shows em trio, sem nenhum tipo de convidado, que o grupo anda fazendo nos dias de hoje.

No estúdio, Herbert Vianna (voz, guitarra), Bi Ribeiro (baixo) e João Barone (percussão, e não bateria, nesta gravação) tocaram sem mais ninguém – há as participações do anfitrião comandando o som e o papo, além das vinhetas da atração. E ainda por cima o trio trouxe outras sonoridades para a música do grupo. Boa parte do repertório surge unido a toques de blues e rock clássico, revirando as canções de cabeça para baixo. Você pode ate não ter percebido, mas Caleidoscópio, hit de 1990 (gravado originalmente por Dulce Quental) tinha fragmentos de Sweet home Alabama, do Lynyrd Skynyrd, escondidos ali – e tirados da obscuridade pela releitura. Navegar impreciso, anti-hit do álbum Severino (1993), volta como jazz-blues com rap – tendência levada adiante por alguns rappers jazzísticos no começo dos anos 1990.

Em termos de repertório autoral, o disco é pródigo em lados B: Mensagem de amor, A dama e o vagabundo, O homem. O restante é completado com covers bem legais e bem tiradas: Tears of a clown (Stevie Wonder), Sweet sixteen (B. B. King), Eu quero ver o oco (Raimundos), Sunshine of your love (Cream) e The end (dos Doors, mas numa curiosa versão de menos de dois minutos). Num papo com o site Farofafá, Mauricio esclareceu que o disco vai ficar no vinil (se alguém ainda conseguir encontrá-lo, já que saiu em tiragem limitada)  e nas plataformas: não sairá em CD.

Crítica

Ouvimos (antes): Manny Moura – “A crush is a creative act”

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Manny Moura estreia com A crush is a creative act, disco dream pop confessional que une indie-folk, bossa e melancolia cinematográfica.

RESENHA: Manny Moura estreia com A crush is a creative act, disco dream pop confessional que une indie-folk, bossa e melancolia cinematográfica.

Texto: Ricardo Schott

Nota: 8,5
Gravadora: GRRRL Music
Lançamento: sai nesta sexta, dia 17 de outubro de 2025

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Cantora brasileira que vive em Los Angeles e canta em inglês, ainda assim Manny Moura fez de sua estreia, A crush is a creative act, um disco de seu país de origem – com direito a produção dividida com dois brasileiros, Nathan Dies e Fernando Tavares, e a uma compreensão particular da onda dream pop, cercada de violões, vibes eletrônicas e letras confessionais. Manny tem referências confessas da fase indie-folk de Taylor Swift (o álbum Folklore), e de discos de Gracie Abrams e Phoebe Bridgers, e junta suas histórias pessoais a essas influências.

  • Ouvimos: Algernon Cadwallader – Trying not to have a thought
  • Ouvimos: Die Spitz – Something to consume

Criando um cenário que basicamente gira em torno de vulnerabilidade, desejo, rejeição e fantasia, Manny fala de medos e sustos no pop cristalino de Enough, entra em vibrações psicodélicas na dolorida Synchronicity, discute temas como autoimagem e autoestima no dream folk Object of desire (que vai ganhando um tom de música melancólica de filme coming-of-age) e deixa entrar uma brisa no soft rock What I know best.

A partir daí – e de uma vinheta celestial chamada Pindrop – o álbum ganha uma cara mais positiva em letra e melodia. Surgem uma bossa eletrônica com ares emo, I think you think of me, o folk-pop de Lemons and limerence (cuja letra sugere uma maneira mais tranquila de aproveitar o que a vida oferece) e o dream folk fantasioso de Arriving, que ganha uma certa saturação na gravação, com ambiência e beats disputando espaço. The other side une fantasia e realidade, e soa quase como um tema de filme da Sessão da tarde, com seu clima folk tranquilo.

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Crítica

Ouvimos: Cida Moreira e Rodrigo Vellozo – “Com o coração na boca”

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Cida Moreira e Rodrigo Vellozo unem teatro, samba e drama em Com o coração na boca, trocando forças: ela ganha leveza, ele, fúria e paixão.

RESENHA: Cida Moreira e Rodrigo Vellozo unem teatro, samba e drama em Com o coração na boca, trocando forças: ela ganha leveza, ele, fúria e paixão.

Texto: Ricardo Schott

Nota: 9
Gravadora: Belic Music / Warner Music
Lançamento: 24 de julho de 2025

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Com o coração na boca, disco que une Cida Moreira e Rodrigo Vellozo, é um disco tão teatral quanto musical, em que Rodrigo (filho de Benito di Paula, que já gravou um álbum e um EP com o pai) e Cida entram com vozes, pianos e personas. Só que em vários momentos, dá para confundir Cida com Rodrigo e vice-versa, como se um adotasse a força musical e a persona do outro. Traduzindo: Rodrigo ganha a fúria de Cida – e Cida ganha a delicadeza clássica de Rodrigo.

É o que rola em músicas como Meu cavalo tá pesado, música extraída da versão teatral feita pelo Teatro Oficina, de José Celso Martinez Correa, para o livro Os sertões, de Euclides da Cunha, em que frases soam como lamentos. Ou na faixa-título, de Rodrigo e Romulo Fróes, em que versos como “já é o fim, já dá pra ver” e “nunca lembrei de um sonho meu” unem-se a uma musicalidade que evoca Arrigo Barnabé e Rita Lee, simultaneamente. Velocidade da luz, cover do grupo Revelação, e faixa-solo de Rodrigo no álbum, mostra o quanto Cida e Benito estão presentes em sua voz e seu piano.

  • Ouvimos: Luapsy – I met the devil in a dream

Não é o único namoro sério com o samba e o pagode que existe em Com o coração na boca. Cida se transforma em Benito di Paula na releitura de Desejo de amar, sucesso de Eliana de Lima (a do “undererê”, lembra?). Os dois releem Do jeito que a vida quer (Benito) de uma maneira que evoca o Arnaldo Baptista de Lóki?, e o David Bowie de Hunky dory. Também incluem no repertório Ainda é tempo pra ser feliz, de Arlindo Cruz, Sombra e Sombrinha, só que com um ar dramático que soa como uma Elizeth Cardoso gótica.

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Crítica

Ouvimos: Yowie – “Taking umbrage”

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Math rock levado ao extremo: o Yowie faz em Taking Umbrage um som caótico, virtuoso e insano, entre o jazz, o hardcore e o humor.

RESENHA: Math rock levado ao extremo: o Yowie faz em Taking Umbrage um som caótico, virtuoso e insano, entre o jazz, o hardcore e o humor.

Texto: Ricardo Schott

Nota: 7
Gravadora: Skin Graft Records
Lançamento: 3 de outubro de 2025

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Se você nunca entendeu direito o que é math rock, esse disco pode resolver seus problemas. Só que, vá lá, ele dá uma explicação bem radical para suas dúvidas a respeito do estilo. O Yowie, banda que mudou de formação nos últimos tempos igualmente de maneira radical – sobrou apenas o baterista (!) Shawn “Defenstrator” O’Connor, que convocou novos guitarristas e baixista – faz em Taking umbrage, seu quarto álbum, um som que… Cara, digamos que até explicar é complicado.

Basicamente o Yowie une bases de guitarra maníacas, slides feitos igualmente de forma caótica, e variações rítmicas em que tudo parece ir para vários lados diferentes ao mesmo tempo. O termo “ritmos quebrados” mal serve como explicação, porque a quebração se dá em ritmo, harmonia, solos e em praticamente tudo que vem pela frente. O math rock volta e meia consegue unir-se com estilos mais palatáveis, numa gama que vai do post-rock ao pós-hardcore, mas aqui não há nada disso – até porque se você escutar Taking umbrage sem prestar atenção na passagem de uma faixa para a outra, pode até se surpreender em ver que as músicas soam como uma suíte repleta de variações rítmicas.

Com essas variações, músicas como Hot water healer quase deixam entreouvir um forró torto, enquanto Grumgrubber faz o mesmo oscilando entre samba, blues, funk e hardcore. Lemon strogonoff aumenta consideravelmente a velocidade lá pelas tantas, enquanto Museum fatigue parece uma salsa pesada e atonal. Não dá pra negar: lá pela metade você sente falta de algo diferente, de uma textura a mais, de algo que fuja do receituário. Igualmente é inegável que tudo aquilo pode soar irônico e meio zoeiro, como um novelty record, ou como uma versão radical da Florentina, do palhaço Tiririca (sim, aqueles momentos “oh, não, vai começar tudo de novo…”).

Bom, você escolhe como encarar esse disco. Vale dizer também que num disco desses, evocações do jazz não poderiam faltar. E elas circulam por todas as faixas, aparecendo com mais intensidade em músicas como a fusion demoníaca Throckmorton e a tribal The road to Gumbone. No fim das contas, é rock maníaco para quem decididamente não quer ouvir música para ficar mais calmo/calma.

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