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Cultura Pop

Divina Inspiração: lembranças do grupo de pagode do Marcelinho Carioca

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Divina Inspiração: lembranças do grupo de pagode do Marcelinho Carioca

Não sabemos direito se o público do POP FANTASMA se interessa por esse tipo de informação, mas achamos interessante mostrar um pouco do que tem na internet a respeito da curta carreira do jogador Marcelinho Carioca como cantor de pagode.

Apesar de ter dito no programa The Masked Singer que ele “nunca havia cantado na vida”, o jogador fez parte de um inusitado grupo de pagode gospel, em 1999. O Divina Inspiração surgiu no auge do envolvimento de astros do futebol (ou de gente ligada a futebol de modo geral) com o estilo musical. Marcelinho montara o grupo com Amaral, com quem jogava no Corinthians por aqueles tempos. O vocalista e letrista era um pastor chamado Eliezer.

O tal grupo começou a frequentar vários programas de TV e vendeu mais de cem mil cópias do seu único disco. Um número até modesto, levando-se em conta que grupos como Só Pra Contrariar vendiam discos a rodo naquele momento. O grande hit do grupo foi Olhos espirituais, que você escuta aí embaixo.

A ideia original era que Marcelinho Carioca não cantasse todas as músicas (afinal o jogador sequer sabia cantar) e que não fosse aos shows aos quais não pudesse comparecer. O problema foi que Amaral é que acabou não comparecendo a alguns shows do grupo. O craque deixou o Corinthians e foi para o Vasco da Gama, que não o liberou para alguns compromissos. Um deles foi uma ida do grupo ao programa da Eliana, que naquela época ainda era apresentadora infantil.

Duas informações para seu pobre coraçãozinho: 1) Fábio Jr tinha um programa na TV Record, chamado Sem limites para sonhar; 2) O Divina Inspiração foi lá.

O hit do grupo mandava um recado para os colegas futebolistas que se deixavam levar pelos (er) prazeres mundanos. “Antes eu pensava que felicidade/Era ter um carro bom, era ter muito dinheiro/Era ter muitos amigos no mundo (…)/Foi aí que conheci Jesus/Ele me deu a paz”, dizia a letra. Outra canção tinha o verso “o mundo é uma lavoura/a gente colhe o que planta”.

Na real, tudo a ver com as forças que coexistiam numa época em que padres cantores apareciam na TV o tempo todo, e em que nomes como Padre Marcelo Rossi vendiam milhares de CDs. No Domingo Legal, do Gugu, Marcelinho aproveitou para lembrar que o grupo (que, segundo ele, havia sido montado para prestar auxílio a amigos desempregados) estava gerando empregos e ajudando famílias. O apresentador disse que “não há mal nenhum, através de um samba, levar a mensagem de deus”.

Se você estava querendo saber se eles foram no Raul Gil, a resposta é sim.

E foram também no Ratinho, a maior audiência do SBT por aqueles tempos. O responsável pelas legendas se atrapalhou e chamou o grupo de “Divina Espiração”.

E, claro, o Faustão recebeu os rapazes. O visual do Divina Inspiração, aliás, era bem diferente do dos grupos de pagode comuns da época. Todos dançando de terno, como um bando de pastores – como aliás apareciam em todos os programas. Ficou famoso o fato de Marcelinho ter ficado desesperado ao ouvir o “quem sabe faz ao vivo” do apresentador e ter interrompido o apresentador para avisar que era playback mesmo. Mas esse vídeo não está no YouTube.

Em compensação, pega aí a rapaziada no programa da Hebe Camargo. Marcelinho elogia o colar e o brinco da apresentadora, repete o discurso de “o grupo está gerando muitos empregos” e diz que o grupo surgiu após o craque se converter.

Aliás olha eles aí, ocupando quase vinte minutos do Jô Soares Onze e Meia.

Outro programa que deu bastante atenção ao Divina Inspiração foi o Esporte Espetacular, que foi ao condomínio de Marcelinho gravar com o grupo. Mauro Naves apresentou uma reportagem de mais de cinco minutos e mostrou como curiosidade o fato de Amaral não saber os nomes das músicas do próprio disco, “só a ordem em que foram gravadas”.

Outro craque, Vampeta, chegou a revelar alguns detalhes sobre a faceta pagodeiro de Marcelinho Carioca. O jogador lembra que foi assistir, a convite de Marcelinho Carioca, ao show do Divina no Olympia, em São Paulo. Naquela época, alias, Vampeta era empresário de um grupo de pagode. Era o Raça Pura, do hit O pinto do meu pai.

“O Marcelinho comprou todas as entradas, o show lotado…”, recorda Vampeta, que também lembrou do tal problema com o “quem sabe faz ao vivo”, do Faustão, e ainda recordou outro caso do Domingão: durante a apresentação, Amaral foi dar um passinho, e perdeu o sapato no palco. “A joanete dele estava desse tamanho, quatro horas da tarde domingo na Globo. Vai pro comercial, tira do ar!”, disse, rindo.

Mesmo com tantos programas de TV, o futuro não sorriu para o Divina Inspiração. Na festa da conquista do bicampeonato brasileiro do Corinthians em dezembro de 1999, Marcelinho anunciou seu desligamento da banda, e disse que o Divina continuaria sem ele. Não há registros de mais discos do grupo, mas a IstoÉ Gente informou certa vez que dois dos seis ex-integrantes do Divina Inspiração decidiram entrar na justiça contra Marcelinho alegando não terem recebido alguns pagamentos.

Ah sim: Amaral, durante uma entrevista no canal ESPN, recordou o tal sapato perdido no Faustão. O tal joanete fez com que ele colocasse o sapato “como um chinelo” para não machucar muito o pé. Foi isso.

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Cultura Pop

No nosso podcast, Alanis Morissette da pré-história a “Jagged little pill”

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No nosso podcast, Alanis Morissette da pré-história a "Jagged little pill"

Você pensava que o Pop Fantasma Documento, nosso podcast, não ia mais voltar? Olha ele aqui de novo, por três edições especiais no fim de 2025 – e ano que vem estamos de volta de vez. No segundo e penúltimo episódio desse ano, o papo é um dos maiores sucessos dos anos 1990. Sucesso, aliás, é pouco: há uns 30 anos, pra onde quer que você fosse, jamais escaparia de Alanis Morissette e do seu extremamente popular terceiro disco, Jagged little pill (1995).

Peraí, “terceiro” disco? Sim, porque Jagged era só o segundo ato da carreira de Alanis Morissette. E ainda havia uma pré-história dela, em seu país de origem, o Canadá – em que ela fazia um som beeeem diferente do que a consagrou. Bora conferir essa história?

Edição, roteiro, narração, pesquisa: Ricardo Schott. Identidade visual: Aline Haluch (foto: Capa de Jagged little pill). Trilha sonora: Leandro Souto Maior. Vinheta de abertura: Renato Vilarouca. Estamos aqui de quinze em quinze dias, às sextas! Apoie a gente em apoia.se/popfantasma.

Ouça a gente preferencialmente no Castbox. Mas estamos também no Mixcloud, no Deezer e no Spotify.

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No nosso podcast, Radiohead do começo até “OK computer”

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Radiohead no nosso podcast, o Pop Fantasma Documento

Você pensava que o Pop Fantasma Documento, nosso podcast, não ia mais voltar? Olha ele aqui de novo, por três edições especiais no fim de 2025 – e ano que vem estamos de volta de vez. Para abrir essa pequena série, escolhemos falar de uma banda que definiu muita coisa nos anos 1990 – aliás, pra uma turma enorme, uma banda que definiu tudo na década. Enfim, de técnicas de gravação a relacionamento com o mercado, nada foi o mesmo depois que o Radiohead apareceu.

E hoje a gente recorda tudo que andava rolando pelo caminho de Thom Yorke, Jonny Greenwood, Colin Greenwood, Ed O’Brien e Phil Selway, do comecinho do Radiohead até a era do definidor terceiro disco do quinteto, OK computer (1997).

Edição, roteiro, narração, pesquisa: Ricardo Schott. Identidade visual: Aline Haluch (foto: reprodução internet). Trilha sonora: Leandro Souto Maior. Vinheta de abertura: Renato Vilarouca. Estamos aqui de quinze em quinze dias, às sextas! Apoie a gente em apoia.se/popfantasma.

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4 discos

4 discos: Ace Frehley

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Dizem por aí que muita gente só vai recordar de Gene Simmons e Paul Stanley, os chefões do Kiss, quando o assunto for negócios e empreendedorismo no rock – ao contrário das recordações musicais trazidas pelo nome de Ace Frehley, primeiro guitarrista do grupo, morto no dia 16 de outubro, aos 74 anos.

Maldade com os criadores de uma das maiores bandas de rock de todos os tempos, claro – mas quando Frehley deixou o grupo em 1982, muita coisa morreu no quarteto mascarado. Paul Daniel Frehley, nome verdadeiro do cara, podia não ser o melhor guitarrista do mundo – mas conseguia ser um dos campeões no mesmo jogo de nomes como Bill Nelson (Be Bop De Luxe), Brian May (Queen) e Mick Ronson (David Bowie). Ou seja: guitarra agressiva e melódica, solos mágicos e sonoridade quase voadora, tão própria do rock pesado quanto da era do glam rock.

Ace não foi apenas o melhor guitarrista da história do Kiss: levando em conta que o grupo de Gene e Paul sempre foi uma empresa muito bem sucedida, o “spaceman” (figura pela qual se tornou conhecido no grupo) sempre foi um funcionário bastante útil, que lutou para se sentir prestigiado em seu trabalho, e que abandonou a banda quando viu suas funções sendo cada vez mais congeladas lá dentro. Deixou pra trás um contrato milionário e levou adiante uma carreira ligada ao hard rock e a uma “onda metaleira” voltada para o começo do heavy metal, com peso obedecendo à melodia, e não o contrário.

Como fazia tempo que não rolava um 4 Discos aqui no Pop Fantasma, agora vai rolar: se for começar por quatro álbuns de Ace, comece por esses quatro.

Texto: Ricardo Schott – Foto: Reprodução

“KISS: ACE FREHLEY” (Casablanca, 1978). Brigas dentro do Kiss fizeram com que Gene, Paul, Ace e o baterista Peter Criss lançassem discos solo padronizados em 1978 – adaptando uma ideia que o trio folk Peter, Paul and Mary havia tido em 1971, quando saíram álbuns solo dos três cujas capas e logotipos faziam referência ao grupo. Ace lembra de ter ouvido uma oferta disfarçada de provocação numa reunião do Kiss, quando ficou definido que cada integrante lançaria um disco solo: “Eles disseram: ‘Ah, Ace, a propósito, se precisar de ajuda com o seu disco, não hesite em nos ligar ‘. No fundo, eu dizia: ‘Não preciso da ajuda deles’”, contou.

Além de dizer um “que se foda” para os patrões, Ace conseguiu fazer o melhor disco da série – um total encontro entre hard rock e glam rock, destacando a mágica de sua guitarra em ótimas faixas autorais como Ozone e What’s on your mind? (essa, uma espécie de versão punk do som do próprio Kiss) além do instrumental Fractured mirror. Foi também o único disco dos quatro a estourar um hit: a regravação de New York Groove, composta por Russ Ballard e gravada originalmente em 1971 pela banda glam britânica Hello. Acompanhando Frehley, entre outros, o futuro batera da banda do programa de David Letterman, Anton Fig, que se tornaria seu parceiro também em…

“FREHLEY’S COMET” (Atlantic/Megaforce, 1987). Seguindo a onda de bandas-com-dono-guitarrista (como Richie Blackmore’s Rainbow e Yngwie Malmsteen’s Rising Force), lá vinha Frehley com seu próprio projeto, co-produzido por ele, pelo lendário técnico de som Eddie Kramer (Jimi Hendrix, Beatles, Led Zeppelin) e Jon Zazula (saudoso fundador da Megaforce). Frehley vinha acompanhado por Fig (bateria), John Regan (baixo, backing vocal) e Tod Howarth (guitarras, backing vocal e voz solo em três faixas).

O resultado se localizou entre o metal, o hard rock e o rock das antigas: Frehley escreveu músicas com o experiente Chip Taylor (Rock soldiers), com o ex-colega de Kiss Eric Carr (Breakout) e com John Regan (o instrumental Fractured too). Howarth contribuiu com Something moved (uma das faixas cantadas pelo guitarrista). Russ Ballard, autor de New York groove, reaparece com Into the night, gravada originalmente pelo autor em 1984 em um disco solo. Típico disco pesado dos anos 1980 feito para escutar no volume máximo.

“TROUBLE WALKING” (Atlantic/Megaforce, 1989). Na prática, Trouble walking foi o segundo disco solo de Ace, já que os dois anteriores saíram com a nomenclatura Frehley’s Comet. A formação era quase a mesma do primeiro álbum da banda de Frehley – a diferença era a presença de Richie Scarlet na guitarra. O som era bem mais repleto de recordações sonoras ligadas ao Kiss do que os álbuns do Comet, em músicas como Shot full of rock, 2 young 2 die e a faixa-título – além da versão de Do ya, do The Move. Peter Criss, baterista da primeira formação do Kiss, participava fazendo backing vocals. Três integrantes do então iniciante Skid Row (Sebastian Bach, Dave Sabo, Rachel Bolan), também.

“10.000 VOLTS” (MNRK, 2024). Acabou sendo o último álbum da vida de Frehley: 10.000 volts trouxe o ex-guitarrista do Kiss atuando até como “diretor criativo” e designer da capa. Ace compôs e produziu tudo ao lado de Steve Brown (Trixter), tocou guitarra em todas as faixas – ao lado de músicos como David Julian e o próprio Brown – e convocou o velho brother Anton Fig para tocar bateria em três faixas. A tradicional faixa instrumental do final era a bela Stratosphere, e o spaceman posou ao lado de extraterrestres no clipe da ótima Walkin’ on the moon. Discão.

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