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Cultura Pop

Chinaina: um papo sobre EP novo, Carnaval e bandas novas na TV

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Sandra Sá virou Sandra de Sá, Igor Cavalera virou Iggor Cavalera. E o cantor e apresentador China, de uns tempos para cá, virou Chinaina. Houve uma razão para a mudança, que não tem nada a ver com numerologia ou algo do tipo: o cantor resolveu alterar o nome artístico por causa da dificuldade de procurar por “China” nos aplicativos de música. “O cara procurava minhas músicas e achava uns 200 Chinas”, brinca o cantor, compositor e apresentador nascido em Olinda (PE). Ele acaba de lançar o EP Carnaval da vingança, que propõe um reencontro com a folia em músicas como Carnaval infinito (a do verso “eu vou fazer um carnaval infinito quando te encontrar”).

China, mesmo gravando tudo à distância, convocou o maestro Nilsinho Amarante para reger uma orquestra e dar uma ambientação de discos de frevo das antigas. “Queria que soasse como nos discos de frevo de antigamente, que era a orquestra inteira junta dentro do estúdio, com um microfone só captando”, conta ele, que além da música, vem se dividindo como apresentador em três canais de TV: fazer festivais no Multishow, descobre bandas novas no Caça Joia, da TV Cultura e divide o Rock Estúdio com Jimmy London, no canal Bis. E recorda todas essas experiências no papo com o Pop Fantasma, indo lá atrás na época de sua primeira banda de sucesso, o Sheik Tosado, da qual  relembrou Hardcore brasileiro, um frevocore, no EP novo.

Foto: Divulgação/Pamella Gachido

Antes do EP novo, você havia vindo de uma experiência com um disco bem político, que era o Manual de sobrevivência para dias mortos. Você enxerga semelhanças entre os dois discos em termos de discurso? Rola uma certa continuidade no discurso?

De certa forma sim, pelo seguinte: na época do Sheik Tosado, a gente dizia que se o povo que tivesse curtindo o Carnaval resolvesse parar e fazer uma guerra civil, a gente derrubava qualquer governo. Esse foi um dos motes quando comecei a fazer o Carnaval da vingança. Eu estava revisitando minha obra, e tinha a ideia de regravar o Hardcore brasileiro com orquestra, daí lembrei desses papos que a gente tinha. Então, sim, é uma continuidade, acho que o Carnaval da vingança deixa claro, como fala na letra de Virando Papangu, que “o povo mete medo quando quer voar”.

O Carnaval é uma violência no sentido de descarga de energia, sabe? Eu acho que esse discurso faz parte, ainda mais num momento tão estranho como o que a gente tá vivendo, tão nebuloso… Fora a covid, tem um governo completamente omisso, incompetente. Acho que o povo na rua faz essa vingança acontecer.

Você juntou “Carnaval” e “vingança” num mesmo título. Como foi levar o tema “política” pro Carnaval? O Carnaval tem virado um tema bastante político, com essa discussão sobre se ele pode acontecer ou não…

Eu sempre vi o Carnaval como um ato político, isso para mim nunca foi desassociado. Até porque é uma festa democrática, onde o rico, o pobre brincam juntos na rua. E pra mim é a hora que o povo extravasa, que as marchinhas de Carnaval que satirizam a política e as situações do Brasil acontecem. Acho que no momento que a gente tá vivendo, sobre se pode ou não ter Carnaval… Apesar de eu estar muito triste, acho prudente que não se tenha o Carnaval. Mas acho um absurdo que quem tem dinheiro possa pagar por um Carnaval de bloco.

No fim das contas ele tá fazendo o vírus circular, e se a ideia é impedir a disseminação, tá dando quase na mesma. E aí você privilegia só um pedaço da população. Isso eu acho errado, acho que se tem que cancelar, deveria ser cancelado em todos os âmbitos.

Sobre o EP, eu estava ouvindo e me deu a impressão de um disco para ser lançado com shows em teatros. Como você está pensando os shows do disco?

Bicho, no momento eu tô tentando não pensar no show (risos)! Porque, p… que pariu, quando comecei a fazer o EP eu já estava pensando em orquestra. O lance de tocar em teatro, acho que você acertou em cheio, porque é um lugar que eu gosto de fazer show. Porque todo mundo que foi lá me ver tá prestando atenção naquilo, não é uma festinha às 2h, 3h da manhã. O fazer show em teatro tem um propósito. Seria demais, a minha ideia é fazer o show do disco em algum momento, e com a orquestra inteira no palco.

Eu não consigo ver o espetáculo desse disco com menos que isso. Ao mesmo tempo, a gente sabe que está numa recessão absurda, o preço das passagens nas alturas. Não sei se consigo rodar com uma equipe com 15 pessoas. Mas a ideia seria mesmo fazer shows em teatros, porque é um dos lugares mais seguros nesse momento. Eu sempre brinco dizendo que a máscara só aguenta até a terceira cerveja. Tem uma hora em que você tá ali na festinha e… Bicho, já era a máscara. No teatro você ainda consegue ter essa segurança, porque não pode beber lá.

Mas sendo muito sincero com você, fico tentando nem pensar nesse show pra não ficar triste! (risos) Queria pra cacete levar esse show pra rua, mas tem que respeitar todos os protocolos possíveis, não colocar ninguém em risco, não me colocar em risco. É um cuidado maior que eu estou tendo desde o início da pandemia. Inclusive o próprio disco foi gravado todo à distância.

Como foi?

Produzi de São Paulo, com músicos gravando de Recife, Salvador. A orquestra, eu queria que soasse como nos discos de frevo de antigamente, que era a orquestra inteira junta dentro do estúdio, com um microfone só captando. Mas por causa da pandemia, não dava para juntar todo mundo num estúdio. Eu falei com o técnico de som via zoom, a gente foi marcando o chão, onde seria o lugar de cada músico no estúdio, e botando um microfone para captar no centro. As gravações acabaram se juntando e dando a impressão de ao vivo. Mas foram 16 horas direto de trabalho no computador, graças à tecnologia deu para fazer isso.

O resultado ficou muito melhor do que eu imaginava, ficou com essa coisa quente do Carnaval, ficou lembrando como se fosse ao vivo. Da capa até a última música passa a impressão de um Carnaval. E já que a gente não pode estar na rua, que a galera escute dentro de casa e faça seu Carnaval infinito (nome da faixa de abertura do EP) dentro de casa (risos).

Como foi resgatar Hardcore brasileiro, do Sheik Tosado, no disco?

Sempre quis ter um arranjo de orquestra para essa música, desde quando a gente compôs e lançou em 1999. Sempre quis trazer essa música de volta. A parte curiosa foi a discussão com o maestro para a gente chegar nos 180 bpm. Ele me mandou uma versão em 150, 160 bpm. Falei: “Maestro, isso é um hardcore, tem que ser pra cima!” Ele falou: “Mas gravado vai só até 160 bpm no máximo, os tradicionalistas do frevo já decretaram isso”. Falei: “Bicho, mas é um hardcore, tem que soar como hardcore. Vamos aumentar a velocidade dessa porra!”

Ficamos discutindo um tempo, e venci a discussão dizendo: “Bicho, quando vocês tocam nas ladeiras de Olinda, vocês tocam rápido que só a porra! Parece um hardcore, e agora você tá dizendo que não pode por causa dos tradicionais do frevo. Esquece os tradicionais e vamos fazer história acelerando o frevo!”. Ele deu risada e aceleramos. Depois eu botei as duas versões para ouvir, a minha e a do Sheik Tosado, e as duas têm o mesmo peso e intensidade.

Aliás quais são suas lembranças desse disco do Sheik Tosado, o Som de caráter urbano e de salão (lançado pela Trama em 1999)

Cara, a gravação desse disco foi demais. A gente era tudo moleque, tudo muito novo, experimentando um estúdio bom, um produtor bom. Já se gravava em computador, mas o Carlo Bartolini (produtor) fez questão de passar bateria pela fita, guitarra pela fita. Tinha todo um cuidado na engenharia do disco. Ele foi mixado por Bill Kennedy aí no Rio, no (estúdio) Mega. O Bill mixou o Metallica, a maior galera. No primeiro dia do Bill, ele já estourou uma caixa do Mega, já começou a reclamar do estúdio. A gente ficou assim: “Peraí, mas esse é um dos maiores estúdios do Brasil, e esse gringo tá achando ruim?” (risos) Mas aí no fim das contas, acho que era marra de gringo, porque ele relaxou e ficou tudo bem.

Eu acho que esse disco tem uma sonoridade muito forte e muito pesada até hoje. O Sheik Tosado antes desse disco nem era tão pesado – ou melhor: talvez a gente nem tivesse a sacada de ser tão pesado quanto esse disco ficou. A gente tinha a coisa do hardcore, do frevo. Mas como nossos equipamentos eram uma porcaria, a gente jamais chegava nessa porrada, tá ligado? E o disco fez a gente melhorar como instrumentista, melhorar em equipamentos. A banda começou a soar tão pesada quanto o disco.

Acho que esse disco é muito importante pra minha carreira. Foi o disco que abriu minhas portas para a vida artística, para a coisa de produzir meus discos, gravar, virar produtor musical também. Até hoje, quando eu tô produzindo coisas mais pesadas é meu som de referência, de guitarra e de bateria. Sempre volto nele. Há uns anos eu entrevistei o Max Cavalera, e a gente falou desse disco. Ele até falou: “Pô, aquele som é brutal!” Bicho, foi foda, quase que eu choro!

E é um disco curtinho. Menos de meia hora…

Mas acho que era o que a gente tinha de material mesmo, naquela época! Lembro que não ficou nenhuma música de fora, do que a gente já tinha. Foi tudo muito rápido, o Sheik tinha um ano de banda quando assinou com a Trama, daí entramos no estúdio, gravamos o disco. E dois anos depois a gente já estava tocando no Rock In Rio. Acho que após o disco esse repertório se ampliou. Mas na época, eram aquelas músicas. E depois que o disco ficou pronto a gente fiou; “Putz, mas só deu 27 minutos?”. Aí, alguém falou: “Mas isso é ótimo, acaba o disco e o cara tem que dar o play de novo!”

Você falou do Rock In Rio: como foi pra você e pra banda estar na edição de 2001?

Foi demais, foi demais. Essa história começa bem antes, porque a gente fez um show no Blem Blem, em São Paulo, abrindo pra Marky Ramone. O empresário da gente na época conhecia um dos caras do Rock In Rio e levou o cara pra ver o show. Acabou o show do Sheik Tosado e ele foi no camarim. Não era o Medina (risos), era um outro cara que eu não me lembro do nome. E depois do show ele falou: “E aí, será que vocês estão prontos para tocar no Rock In Rio?”. A gente, brincando, falou: “Lógico que estamos prontos, vamos nessa!”. A gente só não imaginava que seria no palco principal, né?

Daí quando chegou o convite oficial, era para a gente abrir a noite do Iron Maiden no palco mundo. Foi demais, foi uma sensação incrível, poder estar naquele palco, com aquelas bandas, num festival desse tamanho…  Pra gente foi difícil de início. Porque, imagina, tinha fã de Iron Maiden vindo de todo o lugar do mundo e se dependesse deles, o Maiden tocaria de meio-dia até encerrar. O começo foi bem difícil, mas a gente conseguiu peitar e passar por cima dos fãs do Iron que tavam ali na grade e atingir o resto do público. No final foi um sentimento de vitória. Conseguimos mostrar que a música brasileira também pode ser pesada, sem deixar as origens de lado. A gente não precisa ficar pagando pau pra gringo.

Como você se descobriu artista solo? Você lançou primeiro aquele EP Um só, pelo selo Cardume (do produtor e escritor carioca Bruno Levinson, com distribuição da EMI)

Pois é, eu acho que só quem tem esse disco sou eu mesmo!

Não, eu tenho aqui!

Nas plataformas ele não está, né? O Sheik Tosado a gente brigou, brigou e colocar recentemente nas plataformas. Mas cara, quando eu saí do Sheik Tosado – a banda era um monte de moleque, a gente brigava pra cacete, terminou a banda brigado – só pensei: “Vou fazer faculdade e vou, sei lá, tentar achar outros caminhos”. Fiz jornalismo um tempo, só que não rolou, porque no meio do caminho, o Bruno me chamou pra fazer um primeiro disco solo. Eu pensei: “Vou fazer completamente diferente do que estão esperando”. Para mim, não tinha graça sair do Sheik Tosado para fazer um disco igual a o que faria com eles. Já que sou solo, e os caminhos quem determina sou eu, vou para qualquer caminho. Não tenho o menor problema com isso.

Desde o Um só, eu gosto muito de me arriscar como compositor. Na época do Sheik Tosado a galera achava que eu passava o dia ouvindo som pesado. E era a época em que eu era viciado em bossa nova. Comprava tudo que aparecia pela frente de bossa nova. Nunca tive essa coisa de só ouvir um estilo musical, acho que isso é coisa do nordestino de modo geral. A gente acaba ouvindo de tudo, pode ir a um show dos Ratos de Porão e em meia hora estar do outro lado da rua dançando forró.

E quando eu saí em carreira solo, pensei: “Quero me arriscar, ir para outros caminhos. Eu sei que já sei fazer hardcore, mas quero ir para outros lugares”. Isso me abriu muitas portas como compositor. O cara do Art Popular, o Leandro Lehart, gravou música minha. Mombojó gravou música minha, Dado Villa-Lobos gravou, até o Jota Quest gravou música minha! Para um moleque que cantava hardcore, até que os caminhos se abriram (risos). Mas se você prestar atenção, a cada disco que eu lanço, sempre tem uma música mais pesada, uma parada mais hardcore, um frevocore… Sempre tem alguma coisa no meio do caminho.

Como ouvinte, eu acho uma merda quando uma banda que eu gosto começa a repetir o disco. Você vai ouvir esperando uma coisa nova e é a mesma coisa, a mesma coisa… Eu estava até conversando com o Jimmy London e ele me disse: “Você tem a maior coragem, a cada disco você faz uma parada completamente diferente!”. Eu não tenho que estar preso a uma fórmula, nem quero.

Mas aquela coisa de: “Bom, agora sou um artista solo, vou ter que cuidar da minha carreira sozinho, subir sozinho no palco…” Como foi pra você naquele momento?

Cara, naquele momento foi bem difícil. Eu tinha uma banda, onde eu e meu irmão, Bruno Ximaru, éramos os líderes e a gente decidia tudo junto. E na carreira solo eu tinha que tomar as decisões. De início foi complicado, até para estabelecer a relação que eu tinha com os músicos, o caminho que a gente ia seguir. Foi engraçado, porque no Sheik Tosado, eu e meu irmão, por mais que a gente guiasse os caminhos, como a gente tinha uma amizade com a galera, a turma já ia tocando. E em carreira solo, os músicos estão esperando que você diga algo. Demora um tempo pra pegar essa química, da galera entender qual é a sua.

Foi um início bem confuso pra mim, mas foi um aprendizado importante. Até para o que se desenrolou depois, de trabalhar com produção musical, gravando outras bandas, saber guiar os caminhos. Demorei bastante tempo pra conseguir achar esse lugar e acho que hoje em dia eu ando bem. Mas não vou mentir, não rolou algo como: “Ah, desde o início foi tranquilo…”. Mas nem fodendo! Demorou alguns discos e alguns shows pra chegar nessa segurança, para que eu entendesse meu papel dentro daquilo tudo e conseguisse guiar quem tá junto comigo acreditando no meu som.

Como você virou apresentador?

Velho, foi muito por acaso. Quando eu estava estudando jornalismo, achava que eu ia para o impresso. Sempre gostei muito de escrever. Até que a MTV me convidou para ser repórter por um fim de semana, cobrindo um festival em Belém. Aquele esquema, né? “Não tem grana e tal, mas legal, sua cara aí…” Pensei: legal, vamos lá. Nunca tinha ido em Belém, passei um fim de semana ótimo, conheci um monte de banda foda, tudo na faixa. Achei que ia ser só aquilo, tipo “repórter por um dia”. Só que depois eles me ligaram, perguntando se eu queria ser VJ, porque eles estavam com um projeto de um programa sobre música brasileira. Eu pensei: “Mas eu nem tenho experiência com TV direito”. Aí me responderam: “Seu teste foi lá no festival e todo mundo adorou!”. Eu estava sendo testado e nem sabia (risos)!

Comecei o Na brasa, e aí foi fácil: era falar de música brasileira, que é um negócio que eu gosto, e com artistas que na realidade são meus amigos, uma galera que eu encontro no camarim, nos backstages da vida, nos festivais. Esse início foi fácil. Aprendi a lidar com as câmeras, até tive um diretor muito bom, que falava: “A câmera é como se fosse um brother seu, conversa com ela como se estivesse conversando com alguém”. E foi nessa sacada que eu fui. Comecei a usar as gírias que eu usava em Olinda. Foi uma coisa que eu aprendi com o manguebeat, que na verdade veio de Leon Tolstói, de que quanto mais você fala da sua aldeia, mais você tá falando do mundo. Chico Science sintetizou isso muito bem. Quanto mais eu tiver meu sotaque e meu jeito, mais eu vou cativar quem vai estar assistindo. Não foi nada pensado, só fiz. Dei sorte nesse sentido, de estar falando de música com amigos…

De lá eu pulei pra Band e foi um enorme desafio, porque fui fazer A liga, que era um programa de jornalismo-verdade. Ali eu vi que dentro da TV eu poderia fazer qualquer coisa. Daí fui cobrir os Carnavais em Salvador, Recife, e pintou o Multishow. Sempre no hiato entre uma TV e outra eu pensava: “Agora eu vou lançar um disco, preciso dar uma focada na carreira musical e tal”. E, bicho, eu nunca me livrei da TV, sempre fui chamado para outras coisas. Eu fiz esse exercício de reflexão um tempo atrás: nunca deixei a música de lado e o dinheiro que eu ganho na TV, invisto nos meus discos, em equipamento, uma coisa ajuda a outra.

Hoje eu consigo me vender como um músico que também é apresentador e um apresentador que também é músico. Antes eu ficava muito preso nesse lugar de: “Será que eu sou isso e tô fazendo uma outra coisa?” Mas é como um amigo me falou: eu sou um comunicador, não interessa se estou comunicando em discos ou na frente das câmeras. Fiquei feliz quando cheguei nessa resolução.

Como tá sendo fazer o Caça Joia?

Tá sendo um inferno de vida, nesse momento tenho três mil links para escutar (risos). Mas é o melhor inferno que eu poderia ter. Tem muita coisa nova. Na primeira temporada foram mil links, fora as coisas que eu estava catando. Deu tão certo e era um espaço tão nobre para artistas mostrarem seu som, e fugindo completamente dessa coisa de algoritmo, numero de seguidores, de plays. O programa não é sobre isso. O Caça Joia é música pela música, e o discurso desses artistas, a originalidade.

Eu fui revelado num festival de música em 1998 e fazer o programa é como se eu estivesse devolvendo tudo o que fizeram por mim na música. É uma forma de agradecer e impulsionar outras carreiras. No MTV Na Brasa, vários artistas que estavam começando passaram pelo programa: Emicida, Criolo, Tulipa Ruiz, Marcelo Jeneci. Olha onde esses caras tão hoje! Quem sabe o Caça Joia vai para um lugar desses?

E quando comecei a perceber essa coisa do algoritmo, do número de seguidores começar a importar… Eu acho isso muito estranho, cara. Imagina se o Sheik Tosado tivesse esse esquema de número de seguidores? Jamais iria rolar, a gente era uma banda de hardcore que fazia frevo. Hardcore e punk no Brasil é um nicho. Hoje em dia isso é desleal com novos artistas, esperar que essa galera tenha um número de seguidores para poder estar num festival, ou estar numa playlist… A gente criou o programa para isso, para dar espaço e voz a essa galera. Se a gente não consegue furar essa bolha, que a gente passe pelo lado dela e siga em frente. Vamos passar por essa coisa dos algoritmos e a gente segue!

Fazer o programa é um puta cuidado, eu escuto cada um dos links que me mandam, não deixo passar absolutamente nada. A ideia é fazer uma curadoria do Brasil inteiro, então na primeira temporada passamos por todas a regiões do país e agora vamos pelo mesmo caminho. Às vezes é f…, porque tem três, quatro bandas do Rio que são do caralho e só posso escolher uma. Mas quem boiou nessa temporada pode ir para uma próxima. O Canal Futura ficou muito satisfeito com o resultado e com a audiência. Modéstia à parte é um status importante na televisão para mostrar novos artistas. E são artistas novos, sem nenhum apelo comercial.

E por que você está usando agora o nome de Chinaina?

Minhas redes sociais sempre foram Chinaina. Mas o lance da mudança foi porque eu estava tendo muitos problemas com as plataformas digitais, do cara achar minha música. O cara escrevia “China” e achava uns 200 Chinas diferentes (risos), ou na minha página aparecia o nome de um outro China. As plataformas nunca conseguiram resolver isso. É uma coisa absurda, com a quantidade de tecnologia que temos hoje, os caras não conseguirem resolver um problema tão simples como esse… Aí rolou a ideia de mudar, porque ficaria fácil para as pessoas acharem o nome na internet.

Na verdade nem é que eu “virei” Chinaina. Agora mesmo dei uma entrevista para uma repórter que me chamou o tempo todo de Chinaina. Falei: “Que bom que você está me chamando de Chinaina, mas fica à vontade para me chamar de China! (risos) Não é cabala, não é numerologia, foi só um artifício pra quem gosta da minha música achar ela de maneira mais fácil”.

Aliás, acabei de achar o Um só no Spotify, mas ele tá como China…

Sério? Mas aí você vê a doideira, né? Pra você mudar o nome no Spotify você tem que criar um perfil novo – nele e em outras plataformas – e as músicas migram de um perfil pro outro. As músicas do China vão migrar pro Chinaina, uma hora esse perfil vai ser desativado e vai ficar só o Chinaina. Mas isso só as plataformas podem fazer e a gente fica de mãos atadas. Os caras estão pagando uma miséria para os artistas e a gente não consegue resolver um problema simples assim.

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Urgente!: E agora sem o Ozzy?

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Todo mundo que um dia se sentiu meio estranho e ouviu Ozzy Osbourne na hora certa, foi levado para um universo bem melhor, e para sempre.

Todo mundo que um dia se sentiu meio estranho e ouviu Ozzy Osbourne na hora certa, foi levado para um universo bem melhor, e para sempre. Tudo começou com uma banda, o Black Sabbath, que já era um verdadeiro errado que deu certo – um ET musical que fazia som pesado quando mal havia o termo “heavy metal” e que falava de terror na ressaca do sonho hippie. E prosseguiu com a lenda de um sujeito que gravou álbuns clássicos como Blizzard of Ozz (1980), Diary of a madman (1981) e No more tears (1991) – eram quase como filmes.

Ozzy pode ser definido como um cara de sorte – e também como um cara que abusou MUITO da sorte, mas pula essa parte. A depender daqueles progressivos anos 1970, não havia muito o que explicasse o futuro de Ozzy Osbourne na música. Em várias entrevistas, Ozzy já disse que não sabia tocar nenhum instrumento quando começou – na verdade nunca nem chegou a aprender a tocar nada. Tinha a seu favor uma baita voz (mesmo não ganhando reconhecimento algum da crítica por isso, Ozzy sempre foi um grande cantor), um baita carisma, ouvido musical e a disposição para encarnar o estranho e o inesperado no palco em todos os shows que fazia.

Imortalizada em livros como a autobiografia Eu sou Ozzy, a história de Ozzy Osbourne é um daqueles momentos em que a realidade pode ser mais desafiadora que a ficção. Afinal, quem poderia imaginar que um garoto da classe trabalhadora britânica se tornaria o que se tornou? Talvez tenha sido até por causa das dificuldades, que também moveram vários futuros rockstars ingleses da época – ou pelo fato de que o rock e a música pop do fim dos anos 1960 ainda eram quase mato, universos a serem desbravados, com poucos parâmetros. Seja como for, se hoje há artistas de rock que se dedicam a discos e a projetos que parecem ter saído da cabeça de algum roteirista bastante criativo, Ozzy teve muita culpa nisso.

Fora as vezes que o vi no palco, estive frente a frente com Ozzy apenas uma vez, numa coletiva de imprensa do Black Sabbath – da qual Tony Iommi não participou, por estar se recuperando de uma cirurgia (havia tido um câncer). Seja lá o que Ozzy pensasse da vida ou de si próprio, me chamou a atenção o clima de quase aconchego da sala de entrevistas (acho que era no hotel Fasano): um lugar pequeno, com ele e Geezer Butler (baixista) bem próximos dos repórteres. Que por sinal não eram inúmeros.

Já havia feito entrevistas internacionais antes mas nunca imaginei estar tão perto de uma lenda do rock que eu ouvia desde os doze anos. Fiz uma pergunta, ele respondeu, e eu, que sempre fiquei nervoso em entrevistas (imagina numa coletiva com o Black Sabbath!) voltei pra casa como se tivesse ido cobrir um buraco que apareceu numa rua no Centro. Não que não tenha me dedicado à pauta, mas era o Ozzy e eu estava… numa tranquilidade inimaginável.

Ozzy também já me deu uma entrevista por e-mail, em 2008, em que reafirmou sua adoração por Max Cavalera, disse que não tinha ideia se a série The Osbournes havia levado seu nome a um novo público, e reclamou da MTV, “que virou uma versão adulta da Nickelodeon”. Também disse que nunca diria nunca a seus então ex-companheiros do Black Sabbath (“nos falamos por telefone e quando as agendas permitem, nos encontramos”).

Nesse papo, Ozzy só se irritou quando fiz uma pergunta que envolvia o Iron Maiden, que tinha passado recentemente pelo Brasil, ou estaria vindo – não lembro mais. “Bom, não sei te responder, pergunta pro Iron Maiden!”, disse, em letras garrafais (todas as respostas foram em caixa alta). Lembro que ri sozinho e fui bater a matéria.

Até hoje só acredito que isso tudo aí aconteceu (e não é nada perto do que uns colegas viveram com Ozzy e o Black Sabbath) porque vi as matérias impressas. Mas acho que antes de tudo, consegui humanizar na minha mente um cara que eu ouvia desde criança. Ozzy era de carne e osso, respondia perguntas, tinha lá seus momentos de irritação e, enfim, mesmo tendo o fim que todo mundo vai ter, viveu bem mais do que muita gente. E mudou vidas.

Texto: Ricardo Schott – Foto: Divulgação

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Crítica

Ouvimos: Justin Bieber – “Swag”

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Swag, novo disco-surpresa de Justin Bieber, mistura lo-fi, trap e synth pop com vibe indie e desleixo calculado. Musicalmente rico, mas com letras rasas.

RESENHA: Swag, novo disco-surpresa de Justin Bieber, mistura lo-fi, trap e synth pop com vibe indie e desleixo calculado. Musicalmente rico, mas com letras rasas.

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Justin Bieber opera hoje num universo de, vamos dizer assim, venda fácil e compreensão difícil. Ser um cantor branco de r&b significa basicamente que você vai ter que fazer shows, gravar discos e existir no show business, de modo geral, no limite da polêmica. Afinal, tanto r&b quanto rap são áreas de artistas negros, ligadas a um histórico que se estende ao soul, e a vivências pessoais – e o mundo mudou o suficiente para que o mercado quase entenda o peso de certas coisas.

Por quase entenda, leia-se que, na maioria dos casos, tudo pode ser resolvido por uns posts nas redes sociais e uma tour pelos lugares certos, com as pessoas corretas. Mas pra piorar um pouco, nos últimos tempos, Justin andava brotando mais no noticiário de fofoca do que nos cadernos de cultura. As notícias eram sobre cancelamentos de shows, brigas com a mulher Hailey, relacionamentos supostamente mais do que íntimos com o rapper P. Diddy e supostos abusos de substâncias.

E, bom, o que faz um astro como Justin Bieber numa hora dessas? Para calar a boca de uma renca de gente durante um bom tempo, ele simplesmente lança um disco novo do mais absoluto nada – e este disco é Swag, uma epopéia de quase uma hora, com 21 faixas. E antes de mais nada, Swag consegue colocar de vez Justin numa espécie de “espírito do tempo” pop no qual artistas como Taylor Swift, Rihanna, Beyoncé e Miley Cyrus já se encontram há um bom tempo.

Esse tal (hum) zeitgeist significa que tais artistas – seguindo uma linhagem que inclui de Beatles a Marvin Gaye – decidiram se libertar de amarras para fazerem o que bem entendem. Ou seja: discos de protesto, álbuns com design musical troncho, feats que os fãs vão estranhar, projetos com produtores pino-solto, singles com referências que o fã-clube vai ter que buscar no Google, lançamentos com fotos de divulgação distorcidas – ou capas no estilo meu-sobrinho-fez.

De modo geral, são artistas que podem se dar ao luxo de perder alguns fãs, em nome de verem seus álbuns se tornarem (vá lá) pretensos barômetros do nosso tempo, ou pelo menos crônicas pessoais-autoficcionais. Alguns exemplos: Brat, de Charli XCX, trouxe a zoeira da noite de volta. Hit me hard and soft, de Billie Eilish, foi importante na onda de música sáfica. GNX, de Kendick Lamar, explora misérias existenciais e brigas no showbusiness. Vai por aí. Fazer disco com “desencucação” virou, mais do que nunca, coisa de roqueiro – aposto que você se divertiu muito com Cartoon darkness, de Amyl and The Sniffers, e ficou assustado/assustada com as teorias geradas por Brat.

Se a essa altura do meu texto você já está prestes a desistir de ler, por eu ainda não ter dito se Swag vale seu tempo precioso, aqui vai: vale, e muito. Justin já vinha de uma tradição de álbuns ligadíssimos na atualidade – o melhor deles é Purpose, de 2015. Swag tem um subtexto de “libertação”, já que Bieber acaba de dar adeus a seu empresário de vários anos, Scooter Braun (um adeus que vai lhe custar mais de 30 milhões de dólares, por sinal). E traz o cantor investindo em climas lo-fi, sons texturizados, vibes derretidas e muita coisa que virou moda de uma hora para a outra.

O G1 disse que Swag é um disco chato. Eu discordo bastante, mas o The Guardian chegou perto da realidade ao dizer que as letras prejudicam o novo álbum – de fato, a poética de Swag tem a profundidade de um pires. Já musicalmente, a diversão é garantida até para quem nunca ouviu nada do cantor. Bieber e sua turma de produtores e parceiros transformam trap e sons lo-fi em pop adulto, em faixas muito bem feitas e bem acabadas, como All I can take, a estilingada Daisies, o bedroom pop Yukon e a viajante Go baby.

O design musical de Swag é minimalista, e boa parte das músicas têm aquele clima de desleixo estudado do indie pop atual. Things you do tem guitarras decalcadas do The Police e silêncios entre vozes e sons, Butterflies é uma gravação quase caseira que vai crescendo, e faixas como First place, Way it is, Sweet spot e Walking away unem synth pop, modernidades, sons derretidos e tentativas de emular Michael Jackson.

Dadz love, com o rapper Lil B, evoca Prince, com tecladeira dos anos 1980 e texturas de 2025. A vibe dos Rolling Stones, e das voltas do grupo britânico em torno do soul e do r&b, dáo as caras em Devotion e na vinheta Glory voice memo. Uma curiosidade é o trap da faixa-título, com participações de Cash Cobain e Eddie Benjamin, e um verso proscrito sobre cocaína (“seu corpo não precisa / de nenhuma linha prateada”) que aparentemente só o Spotify transcreveu.

Vale dizer que, tentando tomar de volta o controle da própria narrativa, Justin derrapa feíssimo ao decidir colocar em Swag três diálogos com o comediante negro norte-americano Druski. Num deles, o humorista diz a ele que “sua pele é branca, mas sua alma é negra, Justin” (o cantor só responde um “obrigado” desajeitado) – em outro, o assunto inclui paparazzi e redes sociais. No final, quem ouve o disco inteiro é “premiado” com a estranhíssima presença do cantor gospel Mavin Winans ocupando sozinho a última música – o cântico religioso Forgiveness.

Enfim, é Bieber buscando legitimidade para o autoperdão e para a própria carreira de cantor branco de r&b – e mandando recados de maneira tão desajeitada que Swag, um excelente disco, quase rola escada abaixo. Swag não resolve todas as questões em torno de Justin Bieber – mas quando acerta, lembra que, às vezes, é melhor fazer do que explicar.

Texto: Ricardo Schott

Nota: 8,5
Gravadora: Def Jam
Lançamento: 11 de julho de 2025

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Cultura Pop

Urgente!: Nova do Hot Chip, “DVD” do Oasis em Cardiff, The Rapture de volta com turnê

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Hot Chip (foto) anuncia coletânea e lança single e clipe. Fã produz vídeo do primeiro show do Oasis em Cardiff só com imagens feitas por fãs. The Rapture anuncia turnê pelos Estados Unidos e Canadá.

RESUMO: Hot Chip (foto) anuncia coletânea e lança single e clipe. Fã produz vídeo do primeiro show do Oasis em Cardiff só com imagens feitas por fãs. The Rapture anuncia turnê pelos Estados Unidos e Canadá.

Texto: Ricardo Schott – Foto Hot Chip: Louise Mason/Divulgação

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Vai sair pela primeira vez uma coletânea do Hot Chip, Joy in repetition, prevista para 5 de setembro. Vale até a pergunta que muita gente já se fez: qual a importância de coletâneas nessa época de playlists e aplicativos de música com poucas infos? Bom, a importância de uma boa coletânea de hits é enorme, vale por uma setlist bem montada e pode contar uma história. E elas eram as playlist de duas décadas atrás.

No caso de Joy, ela traça o caminho do Hot Chip do tempo dos cachês baixos até a época em que jornais como The Guardian já estavam classificando Alexis Taylor, Joe Goddard, Owen Clarke, Al Doyle e Felix Martin como o maior grupo pop de seu tempo. E entre hits como Ready for the floor, I feel better e Look at where we are, ainda tem uma música nova de altíssimas proporções de grude: Devotion, já lançada em single, que é uma mescla de pop adulto, eletrônica psicodélica e futuro hit de pista, com clipe gravado no Japão.

Taylor rasga seda: Devotion é “uma celebração da devoção a este projeto coletivo”. E ele ainda faz um baita elogio ao colega Joe Goddard: “Penso no Joe como alguém parecido com o Brian Wilson, com uma dedicação enorme em descobrir como criar a música pop mais incrível possível”. Errado não está.

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Alguém com (felizmente, não estamos julgando) muito tempo livre pegou varias imagens diferentes do primeiro show do Oasis em Cardiff, feitas por fãs da banda, e compilou um (digamos) DVD do show.

O registro tá o mais fiel possivel, apesar das imagens à distância e do som nem sempre maravilhoso – vale como um belo bootleg das antigas. Tem ate o som da fitinha de Fuckin in the bushes na abertura, e a voz do apresentador do show. Detalhe: quem botou o video no ar tentou se livrar de problemas avisando que o video nao é monetizado. Pode ser que não ganhe strike do YouTube. “É de um fã apenas para fãs”, avisa.

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E ainda Oasis: vale ler o texto de Liv Brandão, fera do jornalismo musical brasileiro recente, sobre como a setlist do show do Oasis não foi apenas uma setlist. Foi uma aula de storytelling daquelas – como numa (olha aí) coletânea daquelas que vinham com textos contextualizando tudo.

“Muito se falou da escolha das canções, que privilegia os dois primeiros álbuns, como se só eles importassem (…). Mas tão especial quanto a seleção das 24 músicas que compõem o set, idêntico nos dois dias, é a ordem em que elas aparecem, montada para contar a história de quando o Oasis foi a maior banda do mundo – justamente na época desses discos – e tudo o que aconteceu desde então”. Leia o restante na newsletter dela

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Banda importante do dance punk dos anos 2000, The Rapture voltou, mas não há ainda nenhuma novidade a respeito de disco novo – nem de shows no Brasil, já avisamos. Na real, esse grupo novaiorquino já está de volta desde 2019, com o cantor Luke Jenner como único membro fixo, mas não havia retornado de fato. Fizeram alguns shows, mas pararam as atividades por conta da pandemia, e foi só. Dessa vez, o grupo tem uma turnê de verdade pela frente, que começa dia 16 de setembro no mitológico First Avenue, em Minneapolis, e passa por várias cidades dos EUA e Canadá até novembro.

“Anos atrás, quando me afastei da banda, eu precisava de tempo e espaço para reconstruir minha vida”, conta Jenner sobre a volta, sem comentar diretamente sobre as brigas intermináveis que a banda tinha lá por 2014. “Eu precisava consertar meu casamento, estar presente para meu filho e, por fim, trabalhar em mim mesmo. Esta turnê marca um novo capítulo para mim, moldado por tudo o que vivi e aprendi ao longo do caminho. Conquistei tudo o que esperava alcançar através da música e agora posso usá-la para ajudar qualquer pessoa que talvez precise, como eu precisei naquela época”.

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