Lançamentos
Radar: cinco nomes nacionais que chegaram até a gente pelo Groover (#5)

O Pop Fantasma já tem perfil na plataforma Groover, em que artistas independentes podem mandar suas músicas para vários curadores – nós, inclusive. O time de artistas que vem procurando a gente é bem variado, mas por acaso (ou talvez não tão por acaso assim) tem uma turma enorme ligada a estilos como pós-punk, darkwave, eletrônico, punk, experimental, no wave e sons afins.
Abaixo, você fica conhecendo cinco nomes nacionais do Groover que já passaram na nossa peneira e foram divulgados pela gente no site. Ponha tudo na sua playlist e conheça (na foto: Patricia Polayne).
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PATRICIA POLAYNE. Nascida em Aracaju e criada no Rio, Patricia já fez trilhas para teatro, gravou seu primeiro álbum, Circo singular – As canções de exílio, em 2009, e após 15 anos sem novos lançamento, retorna com o álbum O comboio da ilusão (Longe Label), um disco cheio de referências musicas, teatrais e até esotéricas, e que foi realizado ao longo da pandemia, entre Aracaju, São Paulo, Rio de Janeiro e Bruxelas. A roda, primeiro single, foi inspirado no samba de pareia, rito de dança circular sagrada, em batucada e voz, originário do povoado quilombola Mussuca (de Laranjeiras, Sergipe). Além da brasilidade, Polayne inspira-se também em Cocteau Twins e Kate Bush, entre outros nomes.
PEDRO TIEPOLO. Esse paulista, que também é baixista da banda A Olívia, faz indie pop com influências de bandas como Phoenix, Passion Pit e Vampire Weekend. E é do tipo que segue à risca do lema “faça você mesmo”, produzindo tudo em casa, em seu home studio. Nunca mais, de novo, EP de Pedro, consegue soar simultaneamente caseiro e bem realizado. Nunca mais, a quase faixa-título, ganhou clipe dirigido por Pietro Leonardi, misturando várias técnicas de filmagem (“tem takes gravados em super 8, hi8 e câmeras modernas, finalizado com efeitos analógicos em uma TV de tubo”, diz o release).
VINICIUS BRAZ. Esse cantor e compositor carioca é baixista da banda Espinoza e decidiu cair dentro da carreira solo com o single Perto, um diário íntimo de uma depressão vivenciada por ele, e cuja melodia-arranjo equilibra-se entre o indie rock e a MPB. ““Quero despertar identificação e empatia, a despeito das miragens projetadas em redes sociais. Eu quero que quem escutar sinta que é perfeitamente normal passar por guerras interiores, se sentir frágil e imperfeito. Não vale a pena viver refém das idealizações que os outros criam sobre quem você é e como deveria agir”, conta ele sobre a faixa.
LEU KALUNGA. cantora, compositora, nordestina, estudante do curso de Música Popular na UFPEL (Universidade Federal de Pelotas, RS), Leu integra projetos como Afroblacksoul, ForróGodó, Coletivo de Percussão Batucantada, Filhas de Obá e Bloco Tamborada. Griô, faixa em parceria com Êmily Passarinho, “destaca a memória coletiva, a oralidade e a musicalidade afro-brasileira, usando a ‘escrevivência’ de Conceição Evaristo para celebrar figuras como Tia Ciata, Mandela e Zumbi”. A música sai pelo selo Dona Dete.
CANACUT. Vinda de Americana (SP), essa banda mistura soul, jazz, rock e brasilidades, e une influências “que vão de Elza Soares a Alice In Chains, com influências de King Crimson, Portishead e Elis Regina, até Nina Simone”. Um dos destaques do grupo é a voz cheia de personalidade de Mila Barros, que também toca trompete e sintetizador. O quinteto lançou em novembro o EP Tudo pra ontem! e um dos destaques é a faixa Nunca tá bom.
Lançamentos
Radar: Tuany, Josie, Funk Como Le Gusta, Rafa Bicalho, Trabalhos Espaciais Manuais

Vai ter pelo menos um Radar nacional nesta semana – aliás tá tendo, abrindo com uma novidade na seção (Tuany) e prosseguindo com algums retornos (Josie, Trabalhos Espaciais Manuais), outra boa novidade (Rafa Bicalho) e um clássico (o Funk Como Le Gusta). Leiam, ouçam e repassem.
Texto: Ricardo Schott – Foto (Tuany): Pietro Lionardi/Divulgação
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TUANY, “CURA”. O novo single dessa cantora de Santo André (SP) une MPB e rock brasileiro da mesma forma que Rita Lee e Cássia Eller faziam – o som de Cura, por sinal, tem emanações tanto de uma quanto da outra, com uma letra que “surgiu como um lembrete da Tuany de hoje para a Tuany do passado, de que tudo passa”, diz ela, que vê suas músicas, antes de tudo, como mensagens de conforto.
“Quando estamos imersos nos sentimentos ruins, parece que nunca vai ter fim, mas essa música foi escrita pra mostrar que não é bem assim. A felicidade pode ser reinventada”, acredita. Além da letra confessional, Cura é marcada por um riff de guitarra na cola de Santana, e por uma musicalidade que junta a descontração do rock nacional dos anos 1980 e a magia da música nacional setentista (além de Rita, nomes como Mutantes, Secos & Molhados e Kid Abelha são listados por ela como referências).
JOSIE, “LUZ”. Depois de Escuro – single lançado com exclusividade pelo Pop Fantasma -, a paulista Josie retorna com Luz. Mais do que o simples contraponto da faixa anterior, a nova música fala sobre o reencontro consigo mesma: “É sobre achar um lugar de plenitude dentro de nós, depois de atravessar o escuro em busca de ferramentas”, explica a artista. Na letra, essa sensação aparece em versos como “de tanto procurar, eu encontrei”.
O som de Luz passeia entre o eletrônico e o acústico, unindo programações a tímpanos e percussões mais comuns em orquestras. A inspiração para o arranjo veio do piano de Cais, clássico de Milton Nascimento e Fernando Brant.
FUNK COMO LE GUSTA feat LINO KRISS, “RADIO BOOGIE”. Essa big band paulistana que existe desde os anos 1990 já estava havia sete anos sem novos lançamentos, fazendo apenas shows. O FCLG volta em grande estilo com uma homenagem ao balanço e às rádios que divulgavam artistas como Carlos Dafé, Sandra de Sá, Hyldon, Tim Maia, Kool & The Gang e vários outros nomes nacionais e internacionais. Radio boogie traz também a participação de um velho amigo, Lino Krizz, nos vocais.
“Além de ser um convidado frequente nos nossos shows, ele é um expert quando se trata de funk e soul music. Estamos realizando um sonho em dividir uma faixa com ele”, explica Renato Galozzi, guitarrista do grupo. Radio boogie também é uma homenagem aos “aplicativos” de som mais populares dos anos 1970 e 1980: rádio, K7 e toca-discos.
RAFA BICALHO, “AMÉRICA DO SUL (VAZIA)” / “PROBLEMA SEU”. Cantor e compositor de Divinópolis (MG), Rafa já realizou trabalhos (compondo ou produzindo) com Clara X Sofia, Ana Laura Lopes e banda Escadacima – também lançou um álbum solo em 2024, Cena 1. Seu novo single duplo tem inspiração em nomes como Haim, Lou Reed, Beck, Mac deMarco e Fontaines DC, mas tem também uma filiação séria com a música pop nacional: dá para lembrar bastante de Paralamas do Sucesso ouvindo o clima dolorido e romântico de América do Sul (Vazia) e Problema seu.
América do Sul, por exemplo, é “sobre todo tipo de perda, saudade ou incompletude que a gente sente durante a vida e sobre aprender a fazer as pazes com isso, sejam elas passageiras ou não”, conta Rafa. Assuntos que ainda estavam frescos em sua mente na época em que a música foi feita, como a morte de sua avó, ou “uma conversa com minha namorada sobre passarmos o ano novo em continentes diferentes”, acabaram inspirando a canção.
TRABALHOS ESPACIAIS MANUAIS, “HARAPAN”. Em novembro sai Ponto de curva, o primeiro álbum dessa banda instrumental gaúcha, que costuma ser mais conhecida como TEM. Harapan é o último single antes do álbum sair, e traz uniões musicais entre forró, maracatu e afrobeat. Tomás Piccinini, o saxofonista do grupo, iniciou a música num improviso, e depois a faixa foi completada pelo grupo.
“O nome Harapan significa ‘esperança’ em malaio. Encontrei esse nome procurando traduções da palavra em outras línguas, e quando vi e ouvi ‘harapan’, achei uma sonoridade bonita e condizente com o significado que buscava”, conta.
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Crítica
Ouvimos: Zara Larsson – “Midnight sun”

RESENHA: Zara Larsson lança Midnight sun, disco pop dançante e divertido, com batidões de funk, hyperpop e ecos dos anos 1990.
Texto: Ricardo Schott
Nota: 8
Gravadora: Sommer House/Epic
Lançamento: 26 de setembro de 2025
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Lá fora, muita gente se referiu a Midnight sun, quinto álbum da sueca Zara Larsson, como um disco “vibrante” e como uma enorme mudança em sua carreira de poucos discos (1, o primeirão, saiu em 2014). Faz sentido: em termos de (vá lá) persona pop, Zara entrega canções de pop eletrônico hipnótico com letras “de boa”. Por mais que até haja experimentações sonoras aqui e ali, o conceito parece ser apenas o de fazer música para dançar, diversão sem culpa e nada mais do que isso.
Midnight sun, aliás, tem um clima que soa mais rueiro do que propriamente noturno. Ainda que ela faça a crônica da diversão dance da Europa em Eurosummer – que na real é uma dance music barata com aquele velho riff de gaiteiro já surgido em várias outras faixas dançantes – chamam mais atenção os batidões de funk em músicas como The ambition e Hot & sexy. Essa última, por sinal, uma boa recordação da dance music dos anos 1990, com vocal rápido e beat acelerado. Blue moon e a faixa-título chamam a atenção pela felicidade pop de arena, Crush é dance music feliz – e tudo isso desce bem. Já Girl’s girl tem um beat meio latino que soa meio banal, o que acaba desvalorizando uma letra que fala sobre relacionamentos confusos e desejos mais confusos ainda.
- Ouvimos: Taylor Swift – The life of a showgirl
Um momento bem legal em Midnight sun é Pretty ugly, música na qual Zara se esforça para convencer todo mundo da sua vontade de sair pelas ruas arrumando encrenca e subindo nas mesas em festas. Mas faz isso unindo batidões herdados da house music e clima de cheerleader, algo que Gwen Stefani fazia há anos e hoje não faz mais. Puss puss, que encerra o álbum, é hyperpop para explicar para todo mundo o que é hyperpop: refrão que você tem certeza que cita alguma coisa (mas você não se recorda o que é), pop que não precisa de muito para viciar o/a ouvinte, uma verdadeira chuva de detalhes sonoros que provavelmente vão colocá-la na lista de melhores canções pop de 2025 de muita gente.
Em plena era do disco pop como manifesto conceitual, Zara Larsson decidiu fazer de Midnight sun um disco para divertir e dançar. Nem tudo dá certo nele, mas o que dá certo, dá muito certo.
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Crítica
Ouvimos: S.E.I.S.M.I.C. – “Ologism”

RESENHA: Em Ologism, o trio neozelandês S.E.I.S.M.I.C. faz stoner rock espacial que mistura Hawkwind, Sabbath, MC5 e psicodelia à la Doors.
Texto: Ricardo Schott
Nota: 8,5
Gravadora: Independente
Lançamento: 6 de outubro de 2025
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Banda cujo nome torna bastante difícil a tarefa de buscá-la nas plataformas digitais, o trio neozelandês S.E.I.S.M.I.C. faz um stoner rock espacial que paga tributo tanto a Hawkwind e Black Sabbath quanto a MC5. Ologism, novo álbum, abre bem rápido com a faixa-título, bem punk e curtinha – e ganha um aspecto de blues rock lascado com The demon, que vem em seguida, com alterações rítmicas em torno do estilo. M.A.C. é quase um Aerosmith + Queen espacial, com vocais bacanas e certa vibe de arena na sonoridade – sem deixar de lado o estilo comum do grupo.
Side quest, cercada por solos distorcidos e vocais bastante melódicos e sombrios, é o lado progressivo-hard do grupo, lembrando bandas como Masters Of Reality e Porcupine Tree. Sons garageiros e bastante pesados surgem em Brain rot e Magic seagull. Já Evil eye e Sands of time são invadidas por um clima psicodélico, que lembra The Doors e Steppenwolf. No final, X-ray vision retoma o corredor punk iniciado na abertura de Ologism.
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