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Raça: single novo e clipe gravado em festival de pipas

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Raça: single novo e clipe gravado em festival de pipas

Com bastante influência de estilos musicais como emo, shoegaze e power pop, a banda Raça retorna com um single novo, o curto (menos de dois minutos) Nem sempre fui assim. É o primeiro vislumbre do quarto disco do grupo, programa para o segundo semestre – o álbum vai ser chamar 27 e foi produzido pela banda ao lado de Roberto Kramer.

Um detalhe é que o clipe foi gravado no Festival da Pipa de Osasco (SP), um evento tradicional que reúne milhares de empinadores de diferentes idades. O baixista e cantor Novato Calmon diz sentir que a música “remete a nossa adolescência, me lembra a infância, o aguardado momento de brincar fora de casa com os amigos”, conta, dizendo também que a música nova marca uma mudança na história do grupo. “Compus esse som quando saí do apartamento onde fazíamos tudo da banda – merch, música, reuniões e rolês, então senti que um pedaço de mim ficou naquele lugar”, afirma. O clipe tem direção de Isadora Veríssimo e roteiro do guitarrista Popoto Martins.

O fato das pipas serem feitas artesanalmente também tem a ver com a história do grupo, que sempre procurou trabalhar de maneira independente, já que de encartes dos CDs, aos flyers, e estampas de camisetas, tudo é feito por ele. E o trabalho acadêmico do artista plástico e tatuador Lucas Peixe, que pesquisa sobre pipas e tatuagens, norteou as canções do disco – o conceito foi elaborado pela banda ao lado dele, e Lucas assina a arte do álbum.

O Raça é formado por Novato Calmon (baixo, voz), Popoto Martins (guitarra, voz), Thiago Barros (bateria), João Viegas (sintetizador, voz) e Santiago Obejero Paz (guitarra, voz). O álbum e o single saem pela Balaclava Records (Foto: Fábio Ayrosa/Divulgação).

Crítica

Ouvimos: Peter Murphy – “Silver shade”

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Ouvimos: Peter Murphy - "Silver shade"

RESENHA: No novo álbum, Silver shade, Peter Murphy mistura pós-punk, darkwave e clima Bowie anos 1990 – tem coisas boas, mas parece distante do brilho de seus discos clássicos.

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Vou começar a resenha com uma pergunta a você, que ouviu Silver shade antes de mim (o disco foi lançado tem alguns meses): você curtiu o novo disco de Peter Murphy de verdade, ou fui eu que impliquei com certos detalhes dele?

Eu já comecei a achar que havia algo estranho nesse disco por causa da capa – o rosto do ex-cantor do Bauhaus se transforma numa “coisa” metálica que mais lembra uma daquelas travessas de aço inox que só saem do armário para servir o peru de Natal, ou os cabos de talheres antigos do tempo de vovó garota. A voz de Peter continua impostada, lá em cima, mas ganhou um ligeiro tom canastrão que causa certas dúvidas. Swoon e Hut boy, dois temas darkwave de quatro costados que abrem o álbum, vão nessa linha.

Apesar da abertura em tom sombrio e eletrônico, Silver shade é na maior parte do tempo um disco que une pós-punk, alguns climas progressivos de FM e vibes trevosas. Sherpa é pós-punk de base “dark”, a faixa-título soa quase grunge, The artroom wonder soa bastante parecida com o começo da fase anos 1990 de David Bowie, e vai por aí. Já a enorme The meaning of my life parece um Duran Duran sombrio, reflexivo e meio pesado.

O canto de Bowie paira também sobre as duas melhores músicas do disco, Xavier new boy e Cochita is lame – essa última, com clima chique ligado à música dos anos 1960 e a trilhas de filmes policiais. Peter invade a pequena área do rock pauleira em Soothsayer e soa exagerado e meio (vá lá) cafona em faixas como Time waits e The salimaker’s charm (que soa como um Pink Floyd anos 1980 travado). Let the flowers grow, com Boy George, é meditativa, meio deprê e ressoa bem.

Silver shade tem méritos – e é Peter Murphy na atividade, ora bolas. Mas do começo ao fim você vai esperar algo gracioso como as faixas de discos antigos do cantor do Bauhaus, como Love hysteria (1988) e Deep (1989), e não vai achar.

Texto: Ricardo Schott

Nota: 7
Gravadora: Metropolis Records
Lançamento: 9 de maio de 2025

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Crítica

Ouvimos: La Flemme – “La fête”

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Garage rock francês com cowpunk, surf e noise: La fête, estreia do La Flemme, é barulhento, blasé e cheio de boas ideias.

RESENHA: Garage rock francês com cowpunk, surf e noise: La fête, estreia do La Flemme, é barulhento, blasé e cheio de boas ideias.

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O garage rock francês vai muito bem, obrigado. O La Flemme, em seu primeiro álbum, La fête, mostra-se uma banda de garagem com tendências a abarcar estilos como o bom e velho cowpunk (a faixa-título, dos versos exaustos “os jovens querem festejar / a preguiça”, repetidos o tempo todo), a surf music dos anos 1960 (a melô do pássaro do mau agouro Oiseau, e Laissez-moi tranquile) e até noise rock – esse, nos ruídos finais de Marre de vous e Demain.

O La Flemme tem bastante ligação com o pop francês, embora isso não seja esfregado na cara de quem ouve – dá para perceber no clima chique e irônico do pós-punk Le petit du camas, com vocais falando lembrando Serge Gainsbourg, e na brincadeira ruidosa e quase psicodélica de Mer azur. Um verdadeiro ET em La fête é Tunnel, um garage rock psicodélico, espacial e instrumental de quase sete minutos, com várias partes que migram para um clima quase stoner. O tipo de faixa que na era do CD talvez virasse um bônus escondido – com uma vibe não tão representativa da banda.

  • Ouvimos: Lùlù – Lùlù
  • Space: quando a França levou a disco music para o espaço

Em boa parte das letras de La fête, o narrador é o personagem que já está de saco cheio das mesmas pessoas e situações, como no perrengue alcoólico de Demain, e no tédio geral de Sans fond (“vamos falar pouco, mas vamos falar de verdade / nunca sem dizer nada / isso me entendia!”) e de Laissez-moi tranquile (“me deixem em paz”, em bom português). Um disco de estreia bacana, barulhento e cheio de atitude blasé.

Texto: Ricardo Schott

Nota: 8,5
Gravadora: Independente
Lançamento: 25 de abril de 2025

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Crítica

Ouvimos: Araúnas – “Relva”

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Araúnas estreia com Relva, disco que mistura noise rock, psicodelia e brasilidades em faixas experimentais e cheias de climas mutantes.

RESENHA: Araúnas estreia com Relva, disco que mistura noise rock, psicodelia e brasilidades em faixas experimentais e cheias de climas mutantes.

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A banda sergipana Araúnas já se chamou Amagatos e Relva – e preferiu adotar esse último nome para chamar seu primeiro álbum, dedicado a uma união desconcertante de noise rock e psicodelia. Victor Caldas (vozes e guitarra), Guilherme Mateus (vozes e bateria), Guilherme Bagio (guitarra) e João Pedro França (baixo) também inserem partículas de brasilidade em seu som, vistas em linhas vocais e em algumas células rítmicas que surgem nas músicas.

Relva, o disco, abre com algo que poderia estar no Paebiru, de Zé Ramalho e Lula Côrtes – a música natural da vinheta Natureza morta. Mostra sua verdadeira face com o indie rock de Bento – que prossegue ganhando guitarras ruidosas – e com o noise brasileiro de Panorama. Sumidouro é repleta de variações: começa ameaçando um samba, continua numa onda quase 60’s e vai ganhando um design musical pós-punk. A percussiva e libertária Ana foge e descobre a noite tem uma onda macia e dissonante que faz lembrar, ao mesmo tempo, Smiths e Pink Floyd.

O ex-grupo de Roger Waters também é devidamente louvado na meditativa Corre, com participação de Yves Deluc (Cidade Dormitório) e climas que lembram o disco Atom heart mother (1970). Desamparo é um indie-samba-rock de quase seis minutos e Alto-mar (com Danilo Garcez, do Ventocais) soa como uma esquina entre grunge e pós-punk. No fim, sons marítimos e clima tranquilo na bossa Música do mar, que fecha o ciclo de Relva.

Texto: Ricardo Schott

Nota: 8
Gravadora: Independente
Lançamento: 29 de maio de 2025.

  • Ouvimos: 43duo – Sã verdade (EP)
  • Ouvimos: Beto – Matriz infinita do sonho
  • Ouvimos: Alberto Continentino – Cabeça a mil e o corpo lento

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