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Pequeno Imprevisto: um selo cheio de assunto

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Pequeno Imprevisto: um selo cheio de assunto

O selo paulistano Pequeno Imprevisto (cujo nome foi tirado de uma música dos Paralamas do Sucesso) não quer ser apenas uma gravadora. Montado com o jornalismo no DNA, ele se apresenta como uma plataforma de histórias, na qual cabem um site bastante informativo, e vários outros projetos, como canal de vídeo e podcast. Além de vários novos lançamentos – como o disco novo de Flavio Tris, do qual o Pop Fantasma falou na semana passada. Fomos bater um papo com Eduardo Lemos (jornalista e pesquisador musical) e Otavio Carvalho (músico, compositor e produtor), os criadores do selo, para descobrir como é ter uma gravadora que, além da música, põe o foco em novas ideias para divulgar música.

O site de vocês é bem informativo e funciona como um site de conteúdo mesmo, com informações sobre as bandas/artistas, notinhas, etc. Como chegaram a essa riqueza de conteúdo?

Eduardo Lemos: Eu sou jornalista e eu sempre comentava com o Ota como estavam acabando ou diminuindo drasticamente os espaços para um bom jornalismo sobre música. O Ota, como músico, sempre deu muita importância para a imprensa, ele sempre mostrou entusiasmo com isso. Daí a gente chegou na ideia de “vamos fazer isso a gente mesmo”, ou seja, que o selo poderia ser ele próprio um veículo jornalístico, dentro das nossas limitações, é claro.

Fizemos algumas reportagens exclusivas, com pauta, apuração, entrevistas e edição assinadas por nós, como uma matéria sobre como outros países estavam ajudando os músicos no começo da pandemia, de autoria da jornalista Carime Elmor; uma outra sobre a relação afetiva dos músicos com seus instrumentos musicais, assinada pelo jornalista Alfredo Araújo. Também criamos séries em vídeos como Uma canção para salvar o mundo, especialmente para o YouTube, e o nanopodcast, episódios de até 1 minuto sobre os nossos lançamentos, feito para o Instagram. Estamos nos preparando para investir mais nisso em 2022.

Queria saber um pouco sobre o que vocês andavam fazendo antes do selo.

Otávio Carvalho: Eu e Edu nos conhecemos em 2014, numa entrevista que ele estava fazendo para o Azoofa e já de cara descobrimos diversas afinidades e começamos a trabalhar juntos em diversos projetos. Eu sou sócio da produtora de áudio/estúdio Submarino Fantástico, trabalho compondo trilhas para streaming, TV e cinema, produzo e mixo discos, toco com minha banda Vitrola Sintética e acompanho os artistas Paulo Miklos, Gustavo Galo e Meno Del Picchia. O Edu é jornalista musical, tem uma empresa que trabalha conectando música e marcas, outra que faz comunicação de artistas, já produziu diversos shows, criou o projeto Nick Drake Lua Rosa, em homenagem ao Nick Drake…

Enfim, nossos universos são muito amplos e tínhamos mais ideias que queríamos colocar no mundo e descobrimos que um selo poderia ser um caminho, tanto para ajudar artistas a colocarem e sustentarem suas obras no mundo, quanto para abrigar nossas loucuras.

Além do site, o que mais vocês estão pensando para levar as propostas do selo adiante? O site do Pequeno Imprevisto fala em cursos, publicações impressas, etc.

Eduardo Lemos: Pois é. O maior motivo da gente ter criado o selo, a ideia que nos fez entender que o selo poderia fazer alguma diferença, é a de que os lançamentos musicais (discos, EPs, singles) tem uma vida útil cada vez menor, tudo fica velho num piscar de olhos, e todo aquele trabalho que o artista levou meses, às vezes anos para construir, e que ele investiu uma grana, de repente deixa de ser interessante para o público, a imprensa, os contratantes de shows. Como fazer essa vida útil ser maior? Com cada artista, a gente faz esse exercício de “tá bom, o disco sai tal dia e a estratégia é essa, mas o que vamos fazer para manter esse disco vivo depois?”.

Na nossa visão, criando oportunidades para que estes trabalhos continuem vivos depois de lançados. Com o Gustavo Galo, por exemplo, nós criamos um curso chamado Eu quero mesmo é isso aqui, em que ele ministra aulas sobre a relação entre a poesia e a música. Com o Luiz Gabriel Lopes e o Lucas Gonçalves, criamos eventos no zoom em que eles puderam receber os fãs e trocar ideias sobre os discos que eles haviam acabado de lançar. Para a Cao Laru, fizemos uma série de podcasts.

Como o lançamento de um disco ou de um artista do selo é pensado e trabalhado?

Eduardo Lemos: Às vezes, o disco chega pronto pra gente, foi o caso com o Flavio Tris (Vela) e o Juliano Abramovay (Amazonon). Em outros casos, nós participamos da direção artística do álbum, às vezes atuando na própria gravação, como rolou com a Cao Laru (Libre), que gravou o disco inteiro no estúdio do Ota, e Luiz Gabriel Lopes (Presente), que o Ota masterizou as faixas.

Uma vez com o disco pronto, a gente começa a definir as estratégias de lançamento, que basicamente se dividem em (1) datas: discutir com o artista qual será o primeiro single e quando ele será lançado, se haverá um segundo e qual será esta data etc e quando o álbum sai completo, e se será apenas digital ou físico; (2) imprensa: escrever release, selecionar fotos e vídeos de divulgação, definir com quais jornalistas vamos falar e qual será a abordagem; (3) streaming: reunião com a distribuidora para falar sobre o lançamento, pensar sobre possíveis playlists que se encaixam no perfil daquele disco ou single, fazer o upload deste conteúdo na plataforma e acompanhar o trabalho deles; (4) ações paralelas: aqui, depende do que cada artista precisa. Alguns precisam de um apoio maior na comunicação, então a gente chega junto com ideias e produções. Outras vezes, é o caso de viabilizar um LP. Aí é caso a caso mesmo.

Há quem reclame do excesso de lançamentos que chegam hoje às plataformas, que muitas vezes não dá tempo de lançar e trabalhar tudo… Como vocês veem isso?

Eduardo Lemos: Alguém me deu um número esses dias, tipo 40 mil novas faixas entram no Spotify todos os dias. A probabilidade de a sua música virar uma gotinha neste oceano é enorme. Como aprendi com a pesquisadora e consultora Dani Ribas, cada artista hoje está disputando a atenção do público não só com outros artistas, mas também com o Instagram, com o TikTok, com a Netflix, enfim. Não há saídas fáceis para uma guerra deste calibre, mas com certeza não lançar música não é uma saída.

Arriscaria dizer que o caminho mais seguro, neste momento, é fortalecer a relação com seu público, seja ele formado por uma, dez, mil ou 5 milhões de pessoas, e criar novas formas de atrair gente para ouvir o seu trabalho, seja por meio de vídeo, áudio, cursos, shows. E, sempre, sempre, tentar fazer as coisas com antecedência, pensando com atenção cada etapa deste lançamento. Apenas colocar um disco no mundo é implorar para ele virar a gotinha do oceano.

Às vezes, a gente ainda sonha que existe aquele ouvinte ideal, que vê o post no Instagram anunciando o lançamento do álbum, para tudo que ele está fazendo, apaga as luzes, abre um vinho e coloca o disco pra rodar. Ou que a gente não precisa fazer nada, basta colocar o disco no mundo e as pessoas o entenderão naturalmente. Talvez uma ou duas ainda façam assim – e meu muito obrigado a elas! -, mas se o artista quer que o seu trabalho seja financeiramente sustentável, ele precisa atingir mais do que uma ou duas pessoas.

Vocês pensam em investir em formato físico também?

Otávio Carvalho: Sim! É onde temos focado um pouco da nossa energia para 2022. Nós fizemos um vinil do disco Libre da Čao Laru em parceria com a banda, e acabamos de produzir uma fita cassete comemorativa dos 15 anos de carreira do Luiz Gabriel Lopes. Agora estamos planejando outros formatos para o físico, que não só os convencionais.

No que a pandemia afetou os rumos do selo?

Eduardo Lemos: É até engraçado isso: o selo nasceu oficialmente no final de fevereiro de 2020. 15 dias depois, o Brasil entrou em lockdown. Daí a gente brincava que Pequeno Imprevisto era um nome bastante conveniente pra situação… Rs! Alguns planos foram por água abaixo. Inicialmente iríamos vender alguns shows dos artistas, atuando especialmente no booking de shows de lançamento; havia um desejo de fazer eventos do selo ao ar livre e até um
festivalzinho nosso em algum momento. Na pandemia, fizemos lives com o Lucas – que lançou o Se chover; via show no Youtube – e algumas ações no Zoom e no Instagram. Também optamos por seguir em frente com alguns lançamentos, como o Libre e o Se chover – na época havia muita dúvida se valia a pena esperar a pandemia “acabar”.

Mas acho que uma das coisas mais legais que fizemos foi o projeto Singles Imprevistos, em que juntamos artistas que nunca haviam gravado juntos para fazer isso à distância, cada um da sua casa. Virus uniu André Abujamra e
Cao Laru, Pedido trouxe Lucas Gonçalves, Amarelo, Biel Basile (do Terno) e Zé Ruivo.

O quanto Paralamas do Sucesso é uma banda importante pra vocês? O selo já chegou até eles? Eles já souberam da homenagem?

Otávio Carvalho: Nós dois somos apaixonados pela obra dos Paralamas do Sucesso e essa foi a primeira conexão entre nós. No dia em que nos conhecemos. Mostrei para o Edu uma versão da música Trinta anos, que fizemos com o Vitrola Sintética, no ano em que Os Paralamas fazia trinta anos e nós, integrantes do Vitrola, também. Isso foi com menos de meia hora de papo e esse papo se estende até hoje.

Eduardo Lemos: Eu trabalho com os Paralamas desde 2008, como responsável pela comunicação digital deles, junto com o jornalista Rafael Michalawski. Sou fã deles desde os cinco anos, quando minha mãe conta que eu ouvi o Big bang, e ficava pedindo pra ela colocar o disco pra tocar infinitas vezes. Passei minha infância, adolescência e início da vida adulta completamente obcecado pela obra da banda e do Herbert solo, e ainda sou. Quando rolou a ideia do selo, eu brinquei com o Ota de que o nome teria que vir dos Paralamas. Fiz uma lista com diversas palavras que estão espalhadas nas músicas deles, e de títulos de canções. Ali eu já tinha escolhido emocionalmente o que eu queria: Pequeno Imprevisto (da música Um pequeno imprevisto).

Mostrei pro Ota, ele leu a lista e me falou: “Curti muito um nome: Pequeno Imprevisto”. Era pra ser. Eu nunca comentei oficialmente com eles: “Olha, eu tenho um selo cujo nome é uma homenagem a vocês”, mas acho que nem precisa… Rs! O que eu acho mais legal disso tudo é que o Herbert fez essa música quando ele tinha a idade que eu e Ota tínhamos quando criamos o selo, e a ideia que a letra traz – o completo ridículo que o ser humano passa por tentar controlar as coisas – se conecta tanto com o momento em que estamos vivendo.

Lançamentos

Urgente!: novidades de Dom Salvador, Motörhead, Andre 3000 e Gil em alto-mar (!)

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Urgente!: novidades de Dom Salvador, Motörhead, Andre 3000 e Gil em alto-mar (!)

Uma das lendas da música popular brasileira, morando há décadas nos Estados Unidos, o pianista Dom Salvador lança em breve disco novo, e pelo selo Jazz Is Dead. O álbum Dom Salvador JID024 sai agora em maio e tem produção de Adrian Younge, o homem por trás do selo (aguarde para breve, aqui no site, resenhas dos discos de Adrian e do soulman brasileiro Hyldon que acabam de sair pela gravadora). E um vislumbre do álbum já chegou às plataformas.

É o single Não podemos o amor parar, soul-samba-jazz cuja letra se resume aos versos “tem um tempo pra sentir / tem um tempo pra tocar / tem um tempo pra lutar / não podemos o amor parar”, e que serve como um hino de resistência. “Ela representa como o poder da música pode ser usado como uma linguagem universal para espalhar amor pelo mundo”, conta Adrian, que colabora na faixa ao lado do músico Ali Shaheed Muhammad.

Dom Salvador tem tanta história que não cabe aqui, mas você precisa saber, em primeiro lugar, que: 1) foi ele o responsável pelo piano suingado de Jesus Cristo, na gravação original de Roberto Carlos; 2) ele gravou discos como os básicos Dom Salvador (1969) e Som, sangue e raça (1971, como Dom Salvador e Abolição); 3) tem um documentário sobre ele e seu grupo, Dom Salvador & Abolition, que ganhou o prêmio de melhor filme no festival de documentários In-Edit (falamos com os diretores aqui).

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E do soul-jazz vamos direto pro rock barulhento: vasculharam o baú do Motörhead e acharam coisa fina. Vem aí The Manticore tapes, com uma das primeiras gravações da formação clássica da banda: Lemmy Kilmister (voz e baixo), Fast Eddie Clarke (guitarra) e Phil “Philty Animal” Taylor (bateria). O disco chega às plataformas em 27 de junho.

O material foi registrado em agosto de 1976, no estúdio Manticore — um antigo cinema em Fulham, Londres, que foi transformado em qquartel general pela banda progressiva Emerson, Lake & Palmer. A gravação? Numa máquina portátil que pertencia a Ronnie Lane (sim, o do Wings). A restauração do material foi feita por Cameron Webb, colaborador de longa data do Motörhead.

Imagina o som. Ou melhor, nem imagine, ouça: já saiu o primeiro single, com a faixa que dá nome à banda, Motörhead.

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Uma surpresa daquelas — e vinda de quem? Dele mesmo, André 3000. Na segunda-feira (5), enquanto o povo se distraía com os looks esquisitos do Met Gala, lá estava o sujeito: piano nas costas, literalmente, desfilando no tapete vermelho. E não era só figurino performático — tinha recado ali. No mesmo dia, sem aviso, pintou nas plataformas o curtíssimo 7 piano sketches, álbum instrumental, todo ao piano, que ele compôs e gravou em casa, só pra ele mesmo.

São faixas improvisadas, feitas sem pressa e sem pretensão de virarem disco. E gravadas como dava: ou com o iPhone, ou com o microfone do laptop. “Eram gravações pessoais, caseiras. Às vezes, eu as enviava por mensagem de texto para minha família e amigos”, conta ele, que gravou boa parte do material faz tempo, numa casa vazia, sem mobília alguma, que ele alugava no Texas para morar com o filho.

O som passeia entre o jazz e o easy listening, com uma parada clara na MPB — chutamos Marcos Valle e Milton Nascimento como inspirações, mas ele avisa que a lista de influências tem Thelonious Monk, McCoy Tyner, Philip Glass, Stephen Sondheim, Joni Mitchell e Vince Guaraldi. Um bilhete musical íntimo, mas que estava esperando para ser revelado ao mundo.

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Um homem da MPB ao mar. Mas calma que ninguém se afogou: Gilberto Gil decidiu aderir à onda dos shows em alto-mar e adaptou sua turnê Tempo Rei para o Navio Tempo Rei, que acontece de 1 a 4 de dezembro de 2025, partindo do porto de Santos (SP) com destino ao Rio de Janeiro a bordo do navio MSC Preziosa. A venda geral de cabines começa ao meio-dia do dia 12 de maio, no site do Navio Tempo Rei (acesse aqui). Uma pré-venda exclusiva também estará disponível para fãs que fizerem um cadastro no site oficial do cruzeiro (acesse aqui).

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Lançamentos

Radar: Fiona Apple, The Cure remixado, Sparks, Nilüfer Yanya e mais sons novos

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Radar: Fiona Apple, The Cure remixado, Sparks, Nilüfer Yanya e mais sons novos

Os singles saem tão rápido que às vezes aqui no Radar nem dá tempo de acompanhar – e olha que são 20, 21 músicas por semana por aqui. Deu para colocar hoje o mais novo remix do The Cure, e a nova da Fiona Apple, mas tem música aqui atrasada em uma semana. Devagar a gente chega lá – preferencialmente no último volume.

Foto Fiona Apple: David Bell/Divulgação

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FIONA APPLE, “PRETRIAL (LET HER GO HOME)”. De tempos pra cá, Fiona Apple trocou os estúdios pelos tribunais. Literalmente. Com base em um direito garantido pela Constituição dos EUA — o de acompanhar processos judiciais, somado à Sexta Emenda, que assegura julgamentos públicos —, ela vem mergulhando nas engrenagens do sistema legal estadunidense. Resultado: virou observadora constante de audiências e virou também uma espécie de cronista informal dos absurdos que testemunha. Agora, canaliza essa experiência em sua primeira música inédita em cinco anos.

“Fui observadora de tribunais por mais de dois anos. Nesse período, tomei nota de milhares de audiências de fiança. Repetidamente, ouvi pessoas sendo levadas e colocadas na prisão, sem outra razão além de não terem condições de comprar sua liberdade. Foi particularmente difícil ouvir mães e cuidadoras serem tiradas das pessoas que dependem delas”, contou Fiona no texto de lançamento.

A faixa, Pretrial (Let her go home), é seca, direta e amarga. Uma mulher presa sem provas, mantida atrás das grades por não conseguir pagar a fiança, e que ao sair descobre que nem tem mais casa. O clipe, costurado com imagens reais, não alivia: mostra o que acontece quando o Estado vira as costas — e o que resta para quem é deixado para trás.

THE CURE, “WARSONG (CHINO MORENO REMIX)”. Mixes of a lost world, álbum com remixes do disco Songs of a lost world, o décimo-quarto do The Cure, está previsto para o dis 13 de junho. A banda acaba de liberar mais um remix que vai sair no álbum – e dessa vez, Chino Moreno, vocalista dos Deftones, revisitou as trevas da faixa Warsong. Por acaso, não é a primeira vez que os caminhos do The Cure e de Chino se cruzam: Robert Smith participou de Girls float + Boys cry, faixa de Goodnight, god bless, I love U, delete (2023), álbum do ††† (projeto paralelo de Chino).

SPARKS, “MY DEVOTION”. O próximo disco dos irmãos Mael, MAD!, tá quase chegando aí (está previsto para o dia 28). My devotion, single mais recente, é uma zoeira de Russel e Ron a respeito do fanatismo religioso e do ultranacionalismo. Aliás, leva o assunto “devoção” para outras paradas, falando até de quem tem obsessão por dinheiro, carros ou por uma religião. O som é aquele chamber pop tecno que todo mundo conhece dos melhores álbuns do grupo, como Kimono my house (1974). Além de My devotion, MAD! vem com faixas como Do things on my way, Don’t dog it, Running up a tab at the hotel for the fab, Lord have mercy e mais sete faixas.

NILÜFER YANYA, “COLD HEART”. Assim que a turnê do disco mais recente de Nilüfer, My method actor, chegou ao fim, ela e sua parceira criativa, Wilma Archer, começaram a revisitar uma série de músicas guardadas no baú da cantora. Uma das que ressurgiram foi Cold heart, um r&b alternativo com alma de eletrorock psicodélico. Instrumentação enxuta: só Nilüfer, um violão em clima de loop, programação, cordas e efeitos. Ela diz que o resultado final ficou bastante diferente: “A melodia inicial parecia muito espaçosa, como se houvesse espaço para tudo acontecer. Parecia uma espécie de experimento”, contou.

THURSTON MOORE, “THE SERPENTINE”. O álbum mais recente do ex-Sonic Youth, Flow critical lucidity, saiu no ano passado. Mas acaba de sair uma música nova de Thurston Moore, The serpentine – basicamente uma canção lúgubre, com ares de tecnorock, que soa como uma construção guitarrística do Velvet Underground, com acordes e solos circulares. A letra lembra uma estranha oração pagã: “Mina de ouro onírica de dente-de-leão/ improviso linhas prateadas no céu/ o luar excita as nuvens esta noite”.

THE BETHS, “METAL”. Lembra dos tempos áureos do jangle rock, em que até bandas como R.E.M. e Primal Scream eram parte da cena? Bom, o Beths, uma banda da Nova Zelândia, tem duas ou três coisas a dizer sobre o assunto – e acrescenta boas doses de peso herdado do pós-punk. Metal, o single novo (Anti-), fala dos problemas de saúde (e da recuperação) da vocalista Elizabeth Stokes. “Durante partes dos últimos anos, senti como se meu corpo fosse um veículo que me carregou muito bem até então, mas estava quebrando, algo sobre o qual eu tinha pouco ou nenhum controle”, contou. Peso emocional, som radiante.

TY SEGALL, “POSSESSION”. Dia 30 de maio sai o próximo disco de Ty Segall, Possession. A faixa-título sai como single, e é uma fábula curiosa, num estilo que une glam rock, soul e folk rock em doses iguais – quase parece uma das canções menos malucas do álbum The man who sold the world, de David Bowie (1970), como Black country rock. Os metais e a guitarra solo dão uma cara ensolarada e setentista para a canção, e aumentam mais ainda a expectativa pelo álbum novo de Ty.

CHUCK D feat DADDY-O, “NEW GENS”. Vem aí Radio Armageddon, o novo álbum de Chuck D – fundador do Public Enemy e um dos pilares do rap dos anos 1980 –, com lançamento marcado para 16 de maio. No single New gens, ele se junta a Daddy-O (Stetsasonic) para misturar samples, beats e versos afiados sobre as diferenças entre gerações de artistas e fãs de música. É aquele choque de eras que sempre existiu, mas que ganha nova camada no mundo de hoje. “Cada um de nós, em algum momento ou outro, passa por quatro grandes períodos de crescimento”, reflete a letra. E Chuck, claro, não deixa de puxar umas orelhas com elegância: “Eu tenho a sua idade, você ainda não tem a minha. E não se esqueça, nova geração: amo vocês. Divirtam-se”.

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Urgente!: Supergrass vindo aí, Exploited também, Bad Bunny só ano que vem…

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Urgente!: Supergrass vindo aí, Exploited também, Bad Bunny só ano que vem...

Você provavelmente já deu de cara com essa notícia em algum canto, mas não custa repetir: o Supergrass tá vindo aí. Aquela banda garageira com jeitão de moleque rebelde que pegou carona no britpop dos anos 1990 — lembra? — retorna aos palcos com Gaz Coombes, Mick Quinn e Danny Goffey celebrando trinta anos do debut I should coco (1995). A turnê é um agrado para os fãs e vem pelas mãos do pessoal da Balaclava Records. O trio toca o disco na íntegra e ainda passeia por outras faixas clássicas. O porém: é só um show. Anota aí — 31 de agosto, domingo, no Terra SP, zona sul de São Paulo. Os ingressos já estão no site da Ingresse, nas opções Pista e Mezanino.

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Tem mais veterano inglês dando as caras por aqui, mas o clima é outro. Enquanto o Supergrass celebra e renasce com coisas novas (quem sabe?), o The Exploited se despede — 46 anos depois de ter começado a espalhar caos com moicano e distorção. A banda vem acompanhada dos nossos Ratos de Porão e faz uma turnê final que passa por Curitiba (Tork n’ Roll, 7/05), Belo Horizonte (Mister Rock, 9/05), Rio de Janeiro (10/05, Circo Voador) e São Paulo (Upfront Festival, Carioca Club, 11/05). Dá tempo de garantir ingresso: Curitiba, BH e SP estão no Clube do Ingresso; o show do Rio tá no Eventim.

Ah, sim: se você estiver em São Paulo — ou resolver dar um pulo lá — vale saber que esse show acontece dentro do Upfront Festival. Além do Exploited e do Ratos de Porão, tem mais pedrada no lineup: os britânicos do The Chisel, os californianos do Fang e três nomes do peso nacional — Escalpo, Urutu e Punho de Mahin. Tudo com a voltagem no talo.

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Agora, segura essa: Bad Bunny vem aí. Confirmadíssimo — depois de muito vai-não-vai e uma piscada no Xwitter do Allianz Parque. A parada acontece no dia 20 de fevereiro de 2026, quando ele traz o disco Debí tirar más fotos pro palco paulistano e, claro, emenda os hits que fizeram dele o que ele é. A venda de ingressos começa com pré-venda para clientes Santander Select e Private na quarta (07), depois abre pra todo mundo do Santander na quinta (08), e a venda geral é sexta (09), a partir das 10h no site da Ticketmaster. Preços? De R$ 267,50 até (respira fundo) R$ 1.075,00.

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E o festival Turá São Paulo já anunciou as suas atrações. O evento volta nos dias 28 e 29 de junho de 2025, com ingressos à venda desde esta segunda (5), e cardápio é eclético: Seu Jorge, Gloria Groove, Gabriel O Pensador, Pretinho da Serrinha com convidados, Só Pra Contrariar, Raça Negra, Samuel Rosa, Lenine & Spok Orquestra, Saulo e Luiz Caldas. E, sim, Bonde do Tigrão também. Nos intervalos, DJs cuidam do clima. O Ibirapuera recebe o evento a partir das 13h. Ingressos pela Tickets For Fun.

Foto Supergrass: Cuffe & Taylor/Divulgação.

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