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Lançamentos

Pedro Santos retorna a primeiro disco solo com clipe de “Do lado de cá”

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Pedro Santos retorna a primeiro disco solo com clipe de "Do lado de cá"

Cantor, compositor e violonista, Pedro Santos lançou em 2001 seu álbum de estreia, sussurrO (assim mesmo, com a letra maiúscula no final, e não no começo da palavra). O disco trouxe uma gama de referências que vai do rock ao blues, passando pela MPB dos anos 1970. Para finalizar o ciclo do álbum e abrir espaço para novidades em sua carreira, Pedro acaba de lançar o clipe de Do lado de cá, uma das faixas do álbum, feita ao lado de sua companheira, Camila Curado.

“O disco todo é levantado em volta de um núcleo, que é o violão e a voz. Nessa música eu quis desde sempre misturar guitarra e viola para inovar a levada desse meio baião meio rock. Os riffs que iniciam e permeiam a música eu gravei na guitarra e no refrão aparece a viola dando volume e marcando essa assinatura de um rock caipira, como uma frase de moda de viola ou dos rocks rurais que me influenciaram tanto e são bem minha praia, de rio e de mar”, conta.

A letra foi um presente de Camila a Pedro assim que o relacionamento deles teve início. Ele decidiu pôr melodia na letra. “Fiz tudo em segredo, aos poucos, ao longo dos dias e meses e anos em que nossa relação também ia se firmando como parceria! Nós somos parceiros também nesse nível hoje! Quando devolvi a ela a canção, letra musicada, ela reagiu com surpresa/estranhamento revendo algo seu, transformado. Virou algo novo, arte nova, poema novo, e juntos, finalizamos a letra da canção. Foi Bruno Buarque, produtor do disco, que sugeriu trazermos pra música a contribuição energética do Meno Del Picchia nos baixos. Nessa música eu queria um formato mais de banda e eu toquei guitarra e cantei”, recorda.

O clipe ganhou direção de Luan Cardoso, e abre espaço para o próximo lançamento de Pedro, o EP Babilônia, com músicas inéditas gravadas em Nova Iorque e mixadas no Rio de Janeiro.

Foto: Arthur Maringoni/Divulgação

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Crítica

Ouvimos: Model/Actriz – “Pirouette”

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Ouvimos: Model/Actriz - "Pirouette"

RESENHA: Model/Actriz lança Pirouette, disco intenso que mistura dance-punk, metal e hi-NRG para narrar memórias queer com poesia crua e som percussivo.

O baixista Aaron Shapiro deu uma ótima definição para o som da banda novaiorquina Model/Actriz: “Tudo é uma bateria”. De fato, nas músicas do grupo, tudo soa como se estivesse sendo tocado de maneira percussiva. E quase sempre a sonoridade ganha ares de música eletrônica tocada como se fosse heavy metal.

Em Pirouette, segundo álbum do Model/Actriz, essa variação sonora se espalha por faixas como Departures e Doves, que apontam para um hi-NRG distorcido, com guitarras ocupando o espaço que normalmente seria dos sintetizadores. Já Audience soa como se o Helmet fosse produzido por Giorgio Moroder.

O grupo escapa das fórmulas batidas de fusão entre som industrial e metal, mesmo lembrando às vezes o Therapy? e o Nine Inch Nails (Cinderella é exemplo). Em Vespers, há ecos de um New Order primitivo — mas sem o baixo característico de Peter Hook. A energia dance-punk do álbum leva a um Lou Reed em versão tecno em Poppy, a momentos quase post-rock em Acid rain e Baton, e até ao metalcore em Ring road.

Nas letras, Pirouette é um mergulho nas memórias e vivências queer do vocalista Colen Haden. Inspirado por divas pop como Kylie Minogue e Miley Cyrus, ele fala de infância, traumas, amor e solidão. Em Baton, relembra um diálogo com a irmã. Em Cinderella e Headlights, revisita a infância como menino gay. Vespers trata de mudanças pessoais (“vésperas acabaram / agora desça daquela torre”). E Diva, da vida de solteiro na estrada. Já Poppy traz poesia crua a moda de Kurt Cobain: “leve-me para onde minhas lágrimas retornam como papoulas em um campo”.

Texto: Ricardo Schott

Nota: 8,5
Gravadora: True Panther
Lançamento: 2 de maio de 2025

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Crítica

Ouvimos: Partido da Classe Perigosa – “Práxis”

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Ouvimos: Partido da Classe Perigosa - "Práxis"

RESENHA: Partido da Classe Perigosa lança Práxis, disco de protesto explosivo que mistura punk, rap e funk com crítica feroz ao sistema e à indústria.

O Partido da Classe Perigosa não manda recado, manda logo a real: “Se tá escutando no streaming, já tá escutando errado, que streaming só serve pra roubar artista”, alertam em tom grave no interlúdio de 62MORTE, faixa de encerramento. O papo quebra a quarta parede: “Pede pra gente que a gente manda o arquivo, ou escuta no Bandcamp de graça”.

Práxis, primeiro álbum do grupo carioca, já chega com voadora na capa — literalmente. A imagem faz referência à lendária bicuda que o francês Eric Cantona, então jogador do Manchester United, aplicou num torcedor que o ofendia com insultos xenófobos. É esse espírito de confronto que guia o disco do começo ao fim.

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Repleto de referências e climas carregados, o álbum abre com o samba-punk eletrônico e gutural de (Sem querer mas) playboy também morre. Em seguida, mergulha no punk-funk gótico da inacreditável Apocalipse segundo E. Macedo e aterrissa num baile funk do mal onde só dançam nepobabies, em Baile do branco rico — “o meu sucesso foi papai que pagou”, escancara a letra.

O prazer do sistema em humilhar os de baixo aparece na sombria 10trap, que se conecta ao drum’n’bass porradeiro e distorcido de El topo. Ali, o protesto caminha junto com os gêneros musicais (um dos versos: “o rap me ensinou ‘foda-se a polícia’ / e o punk me ensinou ‘foda-se o patrão’). A ira sonora segue em Belleza e Verme de praia, e encontra novos tons no rap sombrio de Teoria do crime — entre afrobeat e funk, com versos que cheiram a cadáveres escondidos, policiais suspeitos, mortes pra lá de encomendadas, e a um sistema que desabou atirando: “uma mão lava a outra e as duas passam pano”.

A desesperança se espalha por 62MORTE e Nova ordem mundial — essa última com estética de videogame, programação vintage e um ritmo constante, nervoso, como um alarme que nunca desliga. Práxis é disco pra ouvir alto — e fazer os vizinhos ouvirem também.

Texto: Ricardo Schott

Nota: 9
Gravadora: Independente.
Lançamento: 8 de janeiro de 2025

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Crítica

Ouvimos: Sunday (1994) – “Devotion” (EP)

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Ouvimos: Sunday (1994) - "Devotion" (EP)

RESENHA: Sunday (1994) lança o EP Devotion, com dream pop suave, climas etéreos e ecos de Mazzy Star, The Cure e R.E.M. em seis faixas marcantes.

Vindo de Los Angeles, o Sunday (1994) é quase uma banda pop que usa a linguagem do dream pop para compor sucessos bem radiofônicos – desde o álbum de estreia, epônimo (2024), a vibe deles é de soft rock com vocais cintilando, violões/pianos dando maciez ao som, e clima enevoado, destacando os vocais e o carisma da cantora Paige Turner.

A estética do grupo flerta com nomes como The Cranberries – sem a carga emocional ou a diversidade sonora da banda de Dolores O’Riordan – e se aproxima da turma do pós-britpop. Em Devotion, novo EP, o Sunday (1994) leva essa fórmula para um território um pouco mais elaborado. A faixa-título, dramática e arrastada, remete diretamente ao Mazzy Star, enquanto Rain parece flertar com o universo do The Cure – seu início, inclusive, ameaça algo parecido com o Elbosco (lembra deles?), mas logo se encontra.

Mais até do que o álbum anterior, Devotion mostra o Sunday (1994) como um grupo voltado a paisagens sonoras oníricas e minimalistas. Doomsday traz ecos de R.E.M. em modo introspectivo, enquanto Silver ford soa como um Prefab Sprout suavizado pela estética lo-fi. Já Picking flowers e Still blue fundem o romantismo etéreo do The Cure com referências mais inesperadas: a última, em especial, parece um dream pop moldado por ouvidos que cresceram entre Linkin Park e Smashing Pumpkins. Um disco curto, mas cheio de atmosferas – vale a audição.

Texto: Ricardo Schott

Nota: 8
Gravadora: Arista/RCA
Lançamento: 9 de maio de 2025.

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