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Open Reel Ensemble: tocando fita de rolo como instrumento de percussão

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Open Reel Ensemble: tocando fita de rolo como instrumento de percussão

A Open Reel Ensemble é um grupo japonês que “toca um antigo gravador de bobina aberta como um instrumento musical”. Para fazer como eles, é só arrumar alguns gravadores de rolo, vários rolos de fita e usar uma técnica que eles chamam de “tape tapping”. Se você não entendeu, dá uma checada em como Yoshida Haruka, um dos integrantes do trio, toca nas fitas de rolo, usando duas baquetas.

Via Laughing Squid.

Lançamentos

Urgente!: psicodelia e poesia em single novo do 43duo (exclusivo!)

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Urgente!: psicodelia e poesia em single novo do 43duo (exclusivo!)

Uma letra poética e “voadora”, e uma melodia entre o dream pop e a psicodelia marcam a sonhadora Guabiruba pt. II, single do grupo paranaense de indie psicodélico 43duo. A música anuncia o disco Sã verdade, previsto para sair ainda este ano.

Hugo Ubaldo (guitarra e voz) e Luana Santana (bateria, teclas e voz), que são de Paranavaí (PR), falam, na faixa e no clipe que acompanha o lançamento, de um mundo que está em constante mutação. Nem sempre essa mutação acontece para o bem do próprio mundo, já que a natureza cede espaço para o acúmulo de bens – por outro lado, a própria natureza tem força para continuar existindo e se impondo num universo de concreto frágil.

O clipe foi dirigido por Ana Carolina Iglesias Fidalski e foi filmado na casa onde Hugo cresceu, que hoje é um depósito de decorações infantis. Para o clipe, o cenário serviu como um símbolo da acumulação material, e em cada cômodo, os dois tocam cercados por objetos. O fato do 43duo ser, como o próprio nome do projeto já diz, um duo, também é explorado no vídeo: dá para ver Luana tocando bateria e synth bass simultaneamente (com uma das mãos em cada instrumento!), como acontece na criação musical deles. Enquanto isso, Hugo cria texturas na guitarra e toma conta da pedaleira de seu instrumento.

Sã verdade vai ser o terceiro álbum do 43duo – As pessoas e as cidades (2022) e Se7e sonhos (2024) são os anteriores, além do EP 43 (2020). Hugo e Luana se definem como uma dupla que aborda “as relações entre a vida em sociedade e a natureza com letras imagéticas”. E o Pop Fantasma adianta o clipe de Guabiruba pt II com exclusividade. Clipe e música saem nesta quinta (24).

Foto: Kemmy Fukita/Divulgação

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Crítica

Ouvimos: Will Smith, “Based on a true story”

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Ouvimos: Will Smith, “Based on a true story”

“Ué, mas como assim o Will Smith gravou um disco? Ele é cantor? Achava que ele fosse só ator!”. Com o tempo, muita gente esqueceu que Will gravava discos (inicialmente como The Fresh Prince, ao lado do DJ Jazzy Jeff) desde os anos 1980 – e as novas gerações passaram a vê-lo apenas como o cara da série Um maluco no pedaço, e o astro de filmes como Homens de preto, Rei Ricardo e À procura da felicidade.

Não apenas Will foi/é cantor: sua perspectiva pop do rap ajudou a fazer com o que o estilo fosse mais ouvido durante os anos 1990, num espelho do que rolou com Gabriel O Pensador aqui no Brasil. Tem quem diga que isso fez com que o rap se infantilizasse mais, se tornasse mais comercial, mas faixas como Gettin’ jiggy wit it (1997) fizeram muita gente curtir o gênero diluído no pop, em plena era de ouro do gangsta rap, e prepararam os ouvidos de uma turma enorme. Como resultado, seus talentos de ator foram (bem) mais requisitados que os de cantor – tanto que seu último disco, Lost and found, saiu há vinte anos.

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Agora corta para 2025 e para Based on a true story. Will era tido, há duas décadas, como um rapper comportado, que não falava palavrão e que traduzia o idioma do hip hop para os fãs de música pop – era um rapper popstar, que estava mais interessado, de verdade, no mundo do cinema e das séries. Se ele decidiu gravar um disco novo, supõe-se, é porque ele tem muita coisa para contar. E em tese, tem mesmo: imprensa se metendo em sua vida, brigas na cerimônia do Oscar, seu casamento com arranjo pouco convencional, a vida em família, as armadilhas da fama, racismo no showbiz.

Dá para ver reflexos disso tudo no novo disco – um álbum que, por sinal, ele gravou sem se despir da capa de bom moço. Based on a true story é um compêndio dos conselhos que Will andou recebendo, e também traz o ator-cantor como coach e pastor protestante, em vinhetas que são estranhas pregações, e servem de introdução para algumas faixas. The reverend (Rave sermon) fala sobre resiliência, depressões e buracos ao longo do caminho (“quando eu falo em rave, quero dizer para olhar no fundo dos olhos do dragão e dizer: ‘hoje, não!’”). Essa vinheta abre Rave in the wasteland, gospel-rock-afro sobre jogar fora tudo que há dentro de você, e que não serve mais.

Based on a true story usa peso e agilidade para mandar recados, como no blues-rock-rap de Bulletproof e na cavalar Tantrum (“pego meus traumas e faço deles um hino”), e cai numa estileira mais pop no soul lento de Beautiful scars, cujo ritmo lembra Milli Vanilli. A vinheta Int. Barbershop – Day, com o antigo chapa DJ Jazzy Jeff e B Simone, fala sobre tudo que se seguiu após o tapa em Chris Rock no Oscar: cancelamento, gelo da imprensa, problemas em casa, exposição negativa, racismo velado ou nada velado. Hard times, simultaneamente um boogie oitentista e um tema no estilo da Disney (com Teyana Taylor) fala da superação de fossas pessoais. Essa, vale citar, é a melhor do disco.

Como criador de frases e de slogans certeiros, vale dizer, Smith está longe de ser um prodígio – aliás a própria escolha de um pastor como personagem do álbum parece querer dizer que não há problemas se Will decidir incorrer na auto-ajuda barata. É o que rola em vários momentos, especialmente em Work of art, gravada com o filho Jaden, e You can make it. Based on a true story serve bem como disco pop, mas há algo de mal resolvido como disco de rap em vários momentos.

Nota: 7
Gravadora: Slang
Lançamento: 28 de março de 2025

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Crítica

Ouvimos: Sarah Mary Chadwick, “Take me out to a bar / What am I, Gatsby?”

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Ouvimos: Sarah Mary Chadwick, “Take me out to a bar / What am I, Gatsby?”

Dá para temer por Sarah Mary Chadwick ouvindo seu novo disco, Take me out to a bar / What am I, Gatsby?. Por sinal, um álbum cuja gravação encerrou-se com a australiana parando de beber – inclusive desde o lançamento do disco, já saiu um single novo dela chamado I’ll die sober (“eu morrerei sóbria”). O novo álbum de Sarah é quase um disco conceitual sobre dor, envolvendo temas delicados como “o desejo desolado de mudança, as despedidas, o romance que se esvai, as memórias”, e outras feridas expostas.

A frase “balada triste de piano” serve para definir todas as faixas do disco, que apresenta só a cantora e seu instrumento, além da ambiência do estúdio – uma microfonação que capta respirações, suspiros e o barulho do banquinho de Sarah. Como cantora, ela tem voz rouca e um grave considerável, mesmo quando alcança as notas mais altas – mas o principal é que escutando a voz de Sarah no álbum, dá para sentir a dor, num tom quase despedaçado. Faixas como What am I, Gatsby?, Take me out to a bar e She never learnt upon a bar variam da perdição rock-cabaré à tristeza sonora que faz as teclas do piano soarem como gotas (lágrimas?).

Soundtrack fala sobre “a criação de um filme melancólico” na telona. O vocal de Not cool like NY / Not cool like LA vai ficando mais tenso à medida que a melodia segue – com notas apenas dando o andamento da melodia, num clima minimalista e tristonho. Big business é uma balada amarga sobre o contraste entre sonhos e realidade, entre delírios pessoais e grandes negócios. Já The show musn’t go on é tanta tristeza e resignação que chega a fazer mal: “o show não pode continuar / às vezes você tem que ir pra casa / porque ninguém quer ver alguém / se debatendo inutilmente”. Um disco de beleza angustiada, que não é para ouvir a qualquer hora.

Nota: 7,5
Gravadora: Kill Rock Stars
Lançamento: 4 de abril de 2025.

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