Cultura Pop
Kid Vinil por Kid Vinil

Kid Vinil morreu, aos 62. O radialista, jornalista, músico e grande influenciador de fãs de rock desde os anos 1980 tinha passado mal após um show em 16 de abril, na cidade de Conselheiro Lafaiete (MG) e acabou internado, ficando em coma induzido. Sua sobrinha fez uma campanha na internet, arrecadando dinheiro para que ele fosse transportado para São Paulo. Na tarde do dia 18 de abril, conseguiram que ele fosse para o Hospítal da Luz, em São Paulo, e posteriormente para o TotalCor. Apesar de ter apresentado melhoras em alguns momentos, familiares informaram nesta sexta (19) que ele estava no momento mais crítico de sua recuperação e pediram orações. Infelizmente, não foi possível.
Com vários hits conquistados com seu grupo Magazine, Kid também conseguiu vários gols fora dos palcos. Ele lançou o punk e a new wave no Brasil, mostrou bandas independentes em programas de TV, entrevistou vários artistas, conseguiu que a Trama (gravadora na qual trabalhou por alguns anos) lançasse inúmeros grupos no Brasil – e numa época em que não se baixava música internet e CDs importados eram caros. E nunca se furtou a dividir experiências e gostos musicais com amigos e conhecidos. Fazia-o diariamente pelo Facebook (onde atendia pelo nome verdadeiro, Antonio Carlos Senefonte), inclusive. E como entrevistado, adorava contar histórias do começo do movimento punk no Brasil, além de falar muito de música e das bandas que estava ouvindo. Para lembrar do cara, seguem aí onze vídeos (e um bônus radiofônico) para todo mundo conhecer e aprender um pouco com Kid Vinil. Que antes de tudo foi um grande professor de música e de cultura pop. Até o fim.
PANELAÇO. Kid dá entrevista a João Gordo e recorda histórias da amizade dos dois. O cantor do Ratos de Porão, que apresenta o programa de receitas no YouTube, relembra a época em que encontrava Kid nas lojas de discos e certa vez reclamou com ele de um programa de rádio em que o apresentador tocava punk e new wave, “mas tinha a voz muito chata”. O apresentador era ele mesmo, Kid Vinil, e João Gordo não sabia (o vídeo foi roubado da timeline da Rádio Cult FM).
JÔ SOARES ONZE E MEIA. Kid em 1989 lançando no Jô Soares seu primeiro disco solo, lançado pela RGE naquele ano. Kid lembra que o vinil estava “em extinção”. Jô cisma com “Sou solteiro”, música do disco, e o entrevistado conta a história de “Sou boy”, sucesso do Magazine.
MINHA BRASÍLIA. Em 2015, Kid Vinil participa do programa de YouTube apresentado por Daniel Zukko, fala sobre sua relação com Brasília (o automóvel), lembra do dia em que teve um disco seu furado pelo radialista Paulo Bonfá e fala sobre sua biografia, que havia saído naquele ano pela editora Ideal (escrita pelo jornalista Ricardo Gozzi e pelo músico Duca Belintani).
RAMONES. Hoje, dia da morte de Kid Vinil, coincidentemente seria o aniversário de Joey Ramone. Aqui, Kid entrevista o vocalista dos Ramones, que fala sobre suas influências.
RAUL SEIXAS. Kid Vinil entrevistou Raul no rádio em 1981. O papo entre os dois saiu num CD, anos depois, que foi distribuído numa edição especial da revista Shopping Music. O entrevistador caiu no velho conto de que Raul conheceu John Lennon (o autor de “Mosca na sopa” enganou muita gente com isso, durante vários anos), mas ainda assim é histórico.
DANILO GENTILI. Outra entrevista que Kid deu para divulgar a biografia. Kid lembra o sucesso que “Sou boy” acabou fazendo com crianças quando foi lançada, em 1983. Também lembra que “Comeu”, tema da novela “A gata comeu” (composto por Caetano Veloso) teve que ser arranjada e gravada às pressas para entrar na abertura.
MORNING SHOW. Kid Vinil e Bento Araújo (da extinta revista Poeira Zine) conversam sobre o Dia Mundial do Rock, em 13 de julho do ano passado, no Morning Show da Jovem Pan.
TODO SEU. A ida do Magazine ao programa apresentado por Ronnie Von. Kid Vinil, dono de um acervo enorme de discos (mais de dez mil CD e dez mil vinis), confessa que em vários momentos recomprou itens. “Se sai uma coletânea do Paul McCartney, vou lá e compro. Se sai a coleção toda do Led Zeppelin de novo, compro também!”, diz.
ANOS 1980. Atendendo a um pedido do Estadão, Kid escolhe cinco hits fundamentais da década.
E-DUBLIN. O canal voltado para intercambistas que pretendem trabalhar ou viver na Irlanda achou Kid Vinil dando um passeio por lá, e bateu um papo rápido com ele sobre a cultura local, e sobre bandas do país.
POPCORN. Em 2012, Kid Vinil escreveu o texto de apresentação de “Popcorn – O almanaque dos filmes do rock”, de Garry Mulholland. O livro foi o motivo para Kid dar uma entrevista ao apresentador Rodrigo Rodrigues no programa “+AoVivo Especial Londres 360”, que cobria os Jogos Olímpicos de Londres. Kid fala sobre esportes e divide a bancada com o pugilista Washington Silva.
NO RÁDIO. Kid Vinil teve diversos programas em emissoras de FM desde os anos 1980, mas seu último pouso foi na 89 FM, clássica rádio rock de São Paulo. Apresentava lá há alguns anos o “Programa do Kid Vinil”. A última edição do programa foi ao ar em 13 de abril de 2017. E ele também deu entrevistas para programas de rádio recentemente. Contou toda sua vida para o apresentador Celso Loducca no “Quem somos nós?”, da rádio Eldorado. E estreve no “Thunder Radio Show”, do apresentador Kid Vinil, na central de podcasts Central3. Você acha tudo isso aí embaixo.
Cultura Pop
No nosso podcast, Alanis Morissette da pré-história a “Jagged little pill”

Você pensava que o Pop Fantasma Documento, nosso podcast, não ia mais voltar? Olha ele aqui de novo, por três edições especiais no fim de 2025 – e ano que vem estamos de volta de vez. No segundo e penúltimo episódio desse ano, o papo é um dos maiores sucessos dos anos 1990. Sucesso, aliás, é pouco: há uns 30 anos, pra onde quer que você fosse, jamais escaparia de Alanis Morissette e do seu extremamente popular terceiro disco, Jagged little pill (1995).
Peraí, “terceiro” disco? Sim, porque Jagged era só o segundo ato da carreira de Alanis Morissette. E ainda havia uma pré-história dela, em seu país de origem, o Canadá – em que ela fazia um som beeeem diferente do que a consagrou. Bora conferir essa história?
Edição, roteiro, narração, pesquisa: Ricardo Schott. Identidade visual: Aline Haluch (foto: Capa de Jagged little pill). Trilha sonora: Leandro Souto Maior. Vinheta de abertura: Renato Vilarouca. Estamos aqui de quinze em quinze dias, às sextas! Apoie a gente em apoia.se/popfantasma.
Ouça a gente preferencialmente no Castbox. Mas estamos também no Mixcloud, no Deezer e no Spotify.
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Cultura Pop
No nosso podcast, Radiohead do começo até “OK computer”

Você pensava que o Pop Fantasma Documento, nosso podcast, não ia mais voltar? Olha ele aqui de novo, por três edições especiais no fim de 2025 – e ano que vem estamos de volta de vez. Para abrir essa pequena série, escolhemos falar de uma banda que definiu muita coisa nos anos 1990 – aliás, pra uma turma enorme, uma banda que definiu tudo na década. Enfim, de técnicas de gravação a relacionamento com o mercado, nada foi o mesmo depois que o Radiohead apareceu.
E hoje a gente recorda tudo que andava rolando pelo caminho de Thom Yorke, Jonny Greenwood, Colin Greenwood, Ed O’Brien e Phil Selway, do comecinho do Radiohead até a era do definidor terceiro disco do quinteto, OK computer (1997).
Edição, roteiro, narração, pesquisa: Ricardo Schott. Identidade visual: Aline Haluch (foto: reprodução internet). Trilha sonora: Leandro Souto Maior. Vinheta de abertura: Renato Vilarouca. Estamos aqui de quinze em quinze dias, às sextas! Apoie a gente em apoia.se/popfantasma.
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4 discos
4 discos: Ace Frehley

Dizem por aí que muita gente só vai recordar de Gene Simmons e Paul Stanley, os chefões do Kiss, quando o assunto for negócios e empreendedorismo no rock – ao contrário das recordações musicais trazidas pelo nome de Ace Frehley, primeiro guitarrista do grupo, morto no dia 16 de outubro, aos 74 anos.
Maldade com os criadores de uma das maiores bandas de rock de todos os tempos, claro – mas quando Frehley deixou o grupo em 1982, muita coisa morreu no quarteto mascarado. Paul Daniel Frehley, nome verdadeiro do cara, podia não ser o melhor guitarrista do mundo – mas conseguia ser um dos campeões no mesmo jogo de nomes como Bill Nelson (Be Bop De Luxe), Brian May (Queen) e Mick Ronson (David Bowie). Ou seja: guitarra agressiva e melódica, solos mágicos e sonoridade quase voadora, tão própria do rock pesado quanto da era do glam rock.
Ace não foi apenas o melhor guitarrista da história do Kiss: levando em conta que o grupo de Gene e Paul sempre foi uma empresa muito bem sucedida, o “spaceman” (figura pela qual se tornou conhecido no grupo) sempre foi um funcionário bastante útil, que lutou para se sentir prestigiado em seu trabalho, e que abandonou a banda quando viu suas funções sendo cada vez mais congeladas lá dentro. Deixou pra trás um contrato milionário e levou adiante uma carreira ligada ao hard rock e a uma “onda metaleira” voltada para o começo do heavy metal, com peso obedecendo à melodia, e não o contrário.
Como fazia tempo que não rolava um 4 Discos aqui no Pop Fantasma, agora vai rolar: se for começar por quatro álbuns de Ace, comece por esses quatro.
Texto: Ricardo Schott – Foto: Reprodução
“KISS: ACE FREHLEY” (Casablanca, 1978). Brigas dentro do Kiss fizeram com que Gene, Paul, Ace e o baterista Peter Criss lançassem discos solo padronizados em 1978 – adaptando uma ideia que o trio folk Peter, Paul and Mary havia tido em 1971, quando saíram álbuns solo dos três cujas capas e logotipos faziam referência ao grupo. Ace lembra de ter ouvido uma oferta disfarçada de provocação numa reunião do Kiss, quando ficou definido que cada integrante lançaria um disco solo: “Eles disseram: ‘Ah, Ace, a propósito, se precisar de ajuda com o seu disco, não hesite em nos ligar ‘. No fundo, eu dizia: ‘Não preciso da ajuda deles’”, contou.
Além de dizer um “que se foda” para os patrões, Ace conseguiu fazer o melhor disco da série – um total encontro entre hard rock e glam rock, destacando a mágica de sua guitarra em ótimas faixas autorais como Ozone e What’s on your mind? (essa, uma espécie de versão punk do som do próprio Kiss) além do instrumental Fractured mirror. Foi também o único disco dos quatro a estourar um hit: a regravação de New York Groove, composta por Russ Ballard e gravada originalmente em 1971 pela banda glam britânica Hello. Acompanhando Frehley, entre outros, o futuro batera da banda do programa de David Letterman, Anton Fig, que se tornaria seu parceiro também em…
“FREHLEY’S COMET” (Atlantic/Megaforce, 1987). Seguindo a onda de bandas-com-dono-guitarrista (como Richie Blackmore’s Rainbow e Yngwie Malmsteen’s Rising Force), lá vinha Frehley com seu próprio projeto, co-produzido por ele, pelo lendário técnico de som Eddie Kramer (Jimi Hendrix, Beatles, Led Zeppelin) e Jon Zazula (saudoso fundador da Megaforce). Frehley vinha acompanhado por Fig (bateria), John Regan (baixo, backing vocal) e Tod Howarth (guitarras, backing vocal e voz solo em três faixas).
O resultado se localizou entre o metal, o hard rock e o rock das antigas: Frehley escreveu músicas com o experiente Chip Taylor (Rock soldiers), com o ex-colega de Kiss Eric Carr (Breakout) e com John Regan (o instrumental Fractured too). Howarth contribuiu com Something moved (uma das faixas cantadas pelo guitarrista). Russ Ballard, autor de New York groove, reaparece com Into the night, gravada originalmente pelo autor em 1984 em um disco solo. Típico disco pesado dos anos 1980 feito para escutar no volume máximo.
“TROUBLE WALKING” (Atlantic/Megaforce, 1989). Na prática, Trouble walking foi o segundo disco solo de Ace, já que os dois anteriores saíram com a nomenclatura Frehley’s Comet. A formação era quase a mesma do primeiro álbum da banda de Frehley – a diferença era a presença de Richie Scarlet na guitarra. O som era bem mais repleto de recordações sonoras ligadas ao Kiss do que os álbuns do Comet, em músicas como Shot full of rock, 2 young 2 die e a faixa-título – além da versão de Do ya, do The Move. Peter Criss, baterista da primeira formação do Kiss, participava fazendo backing vocals. Três integrantes do então iniciante Skid Row (Sebastian Bach, Dave Sabo, Rachel Bolan), também.
“10.000 VOLTS” (MNRK, 2024). Acabou sendo o último álbum da vida de Frehley: 10.000 volts trouxe o ex-guitarrista do Kiss atuando até como “diretor criativo” e designer da capa. Ace compôs e produziu tudo ao lado de Steve Brown (Trixter), tocou guitarra em todas as faixas – ao lado de músicos como David Julian e o próprio Brown – e convocou o velho brother Anton Fig para tocar bateria em três faixas. A tradicional faixa instrumental do final era a bela Stratosphere, e o spaceman posou ao lado de extraterrestres no clipe da ótima Walkin’ on the moon. Discão.
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