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Cultura Pop

“Colors”, segundo Beck

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Beck

E saiu o décimo-terceiro! Calma, sua conta bancária continua na mesma: estamos falando do 13º disco de Beck, Colors, que já estava sendo aguardado havia bastante tempo. E que dá uma mudada na carreira do cantor, compositor, músico e herói indie. No novo disco, ele adquire uma sonoridade que está sendo tida como “mais pop” por muita gente. E que ele define como “nem retrô nem moderna”. Demos uma olhada nas entrevistas que ele vem dando ao longo dos meses, e vimos alguns causos, detalhes e definições que o próprio tem dado a seu novo lançamento (e enquanto isso, confira os singles que já saíram do álbum).

POP OU NÃO? Beck conta que resolvesse ligar o rádio e ouvir o que está rolando, diria que Colors não é um disco pop. É o que o próprio diz ao New Musical Express. “Tem muita música rolando por aí. Nossa ideia foi: ‘Vamos tentar fazer algo que não seja efêmero, que desaparecerá quando alguém sair de perto dele’. Havia uma sensação positiva forte enquanto fazíamos o disco, havia carinho e apreciação, ambos renovados, por estarmos tocando”, resumiu o clima do álbum.

BARRADOS NO BAILE No mesmo papo do NME, Beck falou a respeito do dia em que ele, Taylor Hawkins (Foo Fighters) e ninguém menos que Paul McCartney foram impedidos de entrarem na festa pós-Grammy do rapper Tyga, em 2016. Na verdade, essa turma toda estava a caminho da festa do produtor Mark Ronson, mas estavam mais perdidos que cego em tiroteio. “Alguém tinha dado o endereço errado para a gente. Daí ficamos literalmente caminhando pelas ruas, procurando por algo que parecesse uma festa. Paul soltou: ‘Oh, isso parece uma festa’, e foi subindo, sem cerimônia. Depois vimos que estávamos na parte errada da cidade”, recorda.

VAZOU O NME vê histórias como essa, e o período em que Beck ficou meio sumido do mercado e sem gravadora (entre 2009 e 2013), como tendo vazado em músicas confessionais de Colors, como Dear life. “Quando você faz música por muitos anos, sempre há expectativa de que você vá embora. A música popular é construída para as pessoas irem e virem. Tem uma hora em que, sim, você pensa que pode estar fazendo hora extra. Nem é algo sobre insegurança, é sobre ser verdadeiro com você mesmo”, considera o cantor.

QUASE DESISTIU Nessa época, por sinal, Beck chegou a pensar em atuar apenas como produtor e quase desistiu de vez de lançar novos discos. “Cheguei naquele ponto em que não tinha certeza se as pessoas precisavam de outro disco. Sempre há um fim natural para a carreira de alguém em música. Pensei que o mundo poderia estar me falando: ‘Tá legal por aqui. Pode parar'”, disse ao Now Toronto.

DEMOROU PARA ABALAR O período entre Morning phase (2014) e Colors não é o maior hiato entre um disco e outro de Beck, já que ele ficou de 2009 a 2013 sem gravadora. Mas como o primeiro single do novo disco, Dreams, saiu em junho de 2015, a sensação de demora até sair Colors foi grande. “É porque o disco era para ter saído um ano depois do Morning phase, mas mais gente foi ouvindo o Morning e o encontrando. Deixamos o trabalho parado”, contou ao The Current. Em meio a turnês, ele e o produtor Greg Kurstin foram criando coisas no estúdio e usando o velho método de tentativa e erro.

KANYE PARCEIRÃO O rapper Kanye West reclamou (muito) publicamente da premiação de Beck no Grammy 2015. O cantor levou a estatueta de Álbum do Ano por Morning phase e desbancou o disco autointitulado de Beyoncé. Kanye subiu ao palco e ameaçou tirar o microfone do colega. Depois declarou que a organização precisa “parar de tirar sarro da nossa cara”, e que Beck deveria dar o prêmio para Beyoncé. Beck revela ao NME que nunca nem sequer esteve com Kanye, mas que chegou a convidá-lo para uma parceria em Morning phase. “Ou ele estava ocupado ou não estava interessado, não sei. Nunca nem recebi resposta dele”.

PRODUTOR Beck é bom produtor – cuidou de discos como Kissin time, de Marianne Faithful (2002, só em algumas faixas) e Demolished thoughts, de Thurston Moore (2011). E para um cara tão autossuficiente, como foi trabalhar com um sujeito espaçoso como Greg Kurstin na produção de Colors? “Acontece com todos os artistas e aconteceu comigo: o que vem natural ou é fácil para você, você sempre deve dar um desconto. Às vezes você precisa de outra pessoa, seja um produtor, ou um integrante da banda, para falar: ‘Não, o legal é isso aqui’. Kurstin é ótimo para trabalhar, ele é tão positivo e ambos geramos muitas ideias. Por isso algumas músicas têm oito, nove segmentos”. Greg, que é metade da dupla The Bird And The Bee (com a cantora Inara George) fez e produziu sucessos de Adéle e Pink, recentemente cuidou de Concrete and gold, dos Foo Fighters e é um sujeito que, passando por baixo, já ajudou a vender 60 milhões de discos. Em Colors, co-produziu, compôs quase tudo ao lado de Beck e tocou todos os instrumentos com ele.

E pega Colors aí!

Cultura Pop

No nosso podcast, Alanis Morissette da pré-história a “Jagged little pill”

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No nosso podcast, Alanis Morissette da pré-história a "Jagged little pill"

Você pensava que o Pop Fantasma Documento, nosso podcast, não ia mais voltar? Olha ele aqui de novo, por três edições especiais no fim de 2025 – e ano que vem estamos de volta de vez. No segundo e penúltimo episódio desse ano, o papo é um dos maiores sucessos dos anos 1990. Sucesso, aliás, é pouco: há uns 30 anos, pra onde quer que você fosse, jamais escaparia de Alanis Morissette e do seu extremamente popular terceiro disco, Jagged little pill (1995).

Peraí, “terceiro” disco? Sim, porque Jagged era só o segundo ato da carreira de Alanis Morissette. E ainda havia uma pré-história dela, em seu país de origem, o Canadá – em que ela fazia um som beeeem diferente do que a consagrou. Bora conferir essa história?

Edição, roteiro, narração, pesquisa: Ricardo Schott. Identidade visual: Aline Haluch (foto: Capa de Jagged little pill). Trilha sonora: Leandro Souto Maior. Vinheta de abertura: Renato Vilarouca. Estamos aqui de quinze em quinze dias, às sextas! Apoie a gente em apoia.se/popfantasma.

Ouça a gente preferencialmente no Castbox. Mas estamos também no Mixcloud, no Deezer e no Spotify.

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No nosso podcast, Radiohead do começo até “OK computer”

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Radiohead no nosso podcast, o Pop Fantasma Documento

Você pensava que o Pop Fantasma Documento, nosso podcast, não ia mais voltar? Olha ele aqui de novo, por três edições especiais no fim de 2025 – e ano que vem estamos de volta de vez. Para abrir essa pequena série, escolhemos falar de uma banda que definiu muita coisa nos anos 1990 – aliás, pra uma turma enorme, uma banda que definiu tudo na década. Enfim, de técnicas de gravação a relacionamento com o mercado, nada foi o mesmo depois que o Radiohead apareceu.

E hoje a gente recorda tudo que andava rolando pelo caminho de Thom Yorke, Jonny Greenwood, Colin Greenwood, Ed O’Brien e Phil Selway, do comecinho do Radiohead até a era do definidor terceiro disco do quinteto, OK computer (1997).

Edição, roteiro, narração, pesquisa: Ricardo Schott. Identidade visual: Aline Haluch (foto: reprodução internet). Trilha sonora: Leandro Souto Maior. Vinheta de abertura: Renato Vilarouca. Estamos aqui de quinze em quinze dias, às sextas! Apoie a gente em apoia.se/popfantasma.

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4 discos

4 discos: Ace Frehley

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Dizem por aí que muita gente só vai recordar de Gene Simmons e Paul Stanley, os chefões do Kiss, quando o assunto for negócios e empreendedorismo no rock – ao contrário das recordações musicais trazidas pelo nome de Ace Frehley, primeiro guitarrista do grupo, morto no dia 16 de outubro, aos 74 anos.

Maldade com os criadores de uma das maiores bandas de rock de todos os tempos, claro – mas quando Frehley deixou o grupo em 1982, muita coisa morreu no quarteto mascarado. Paul Daniel Frehley, nome verdadeiro do cara, podia não ser o melhor guitarrista do mundo – mas conseguia ser um dos campeões no mesmo jogo de nomes como Bill Nelson (Be Bop De Luxe), Brian May (Queen) e Mick Ronson (David Bowie). Ou seja: guitarra agressiva e melódica, solos mágicos e sonoridade quase voadora, tão própria do rock pesado quanto da era do glam rock.

Ace não foi apenas o melhor guitarrista da história do Kiss: levando em conta que o grupo de Gene e Paul sempre foi uma empresa muito bem sucedida, o “spaceman” (figura pela qual se tornou conhecido no grupo) sempre foi um funcionário bastante útil, que lutou para se sentir prestigiado em seu trabalho, e que abandonou a banda quando viu suas funções sendo cada vez mais congeladas lá dentro. Deixou pra trás um contrato milionário e levou adiante uma carreira ligada ao hard rock e a uma “onda metaleira” voltada para o começo do heavy metal, com peso obedecendo à melodia, e não o contrário.

Como fazia tempo que não rolava um 4 Discos aqui no Pop Fantasma, agora vai rolar: se for começar por quatro álbuns de Ace, comece por esses quatro.

Texto: Ricardo Schott – Foto: Reprodução

“KISS: ACE FREHLEY” (Casablanca, 1978). Brigas dentro do Kiss fizeram com que Gene, Paul, Ace e o baterista Peter Criss lançassem discos solo padronizados em 1978 – adaptando uma ideia que o trio folk Peter, Paul and Mary havia tido em 1971, quando saíram álbuns solo dos três cujas capas e logotipos faziam referência ao grupo. Ace lembra de ter ouvido uma oferta disfarçada de provocação numa reunião do Kiss, quando ficou definido que cada integrante lançaria um disco solo: “Eles disseram: ‘Ah, Ace, a propósito, se precisar de ajuda com o seu disco, não hesite em nos ligar ‘. No fundo, eu dizia: ‘Não preciso da ajuda deles’”, contou.

Além de dizer um “que se foda” para os patrões, Ace conseguiu fazer o melhor disco da série – um total encontro entre hard rock e glam rock, destacando a mágica de sua guitarra em ótimas faixas autorais como Ozone e What’s on your mind? (essa, uma espécie de versão punk do som do próprio Kiss) além do instrumental Fractured mirror. Foi também o único disco dos quatro a estourar um hit: a regravação de New York Groove, composta por Russ Ballard e gravada originalmente em 1971 pela banda glam britânica Hello. Acompanhando Frehley, entre outros, o futuro batera da banda do programa de David Letterman, Anton Fig, que se tornaria seu parceiro também em…

“FREHLEY’S COMET” (Atlantic/Megaforce, 1987). Seguindo a onda de bandas-com-dono-guitarrista (como Richie Blackmore’s Rainbow e Yngwie Malmsteen’s Rising Force), lá vinha Frehley com seu próprio projeto, co-produzido por ele, pelo lendário técnico de som Eddie Kramer (Jimi Hendrix, Beatles, Led Zeppelin) e Jon Zazula (saudoso fundador da Megaforce). Frehley vinha acompanhado por Fig (bateria), John Regan (baixo, backing vocal) e Tod Howarth (guitarras, backing vocal e voz solo em três faixas).

O resultado se localizou entre o metal, o hard rock e o rock das antigas: Frehley escreveu músicas com o experiente Chip Taylor (Rock soldiers), com o ex-colega de Kiss Eric Carr (Breakout) e com John Regan (o instrumental Fractured too). Howarth contribuiu com Something moved (uma das faixas cantadas pelo guitarrista). Russ Ballard, autor de New York groove, reaparece com Into the night, gravada originalmente pelo autor em 1984 em um disco solo. Típico disco pesado dos anos 1980 feito para escutar no volume máximo.

“TROUBLE WALKING” (Atlantic/Megaforce, 1989). Na prática, Trouble walking foi o segundo disco solo de Ace, já que os dois anteriores saíram com a nomenclatura Frehley’s Comet. A formação era quase a mesma do primeiro álbum da banda de Frehley – a diferença era a presença de Richie Scarlet na guitarra. O som era bem mais repleto de recordações sonoras ligadas ao Kiss do que os álbuns do Comet, em músicas como Shot full of rock, 2 young 2 die e a faixa-título – além da versão de Do ya, do The Move. Peter Criss, baterista da primeira formação do Kiss, participava fazendo backing vocals. Três integrantes do então iniciante Skid Row (Sebastian Bach, Dave Sabo, Rachel Bolan), também.

“10.000 VOLTS” (MNRK, 2024). Acabou sendo o último álbum da vida de Frehley: 10.000 volts trouxe o ex-guitarrista do Kiss atuando até como “diretor criativo” e designer da capa. Ace compôs e produziu tudo ao lado de Steve Brown (Trixter), tocou guitarra em todas as faixas – ao lado de músicos como David Julian e o próprio Brown – e convocou o velho brother Anton Fig para tocar bateria em três faixas. A tradicional faixa instrumental do final era a bela Stratosphere, e o spaceman posou ao lado de extraterrestres no clipe da ótima Walkin’ on the moon. Discão.

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