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Clipe novo do Biffy Clyro – assista!

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Saiu clipe novo da banda escocesa Biffy Clyro, “Flammable”. A canção está no disco do ano passado do grupo, “Elipsis”. No vídeo, a banda toca numa casa de vidro que sofre uma espécie de bombardeio de fogos de artifício.

Confira aí.

Segundo o “New Musical Express”, o vocalista e guitarrista do grupo, Simon Neil, pensa em gravar um disco e fazer shows de seu projeto solo ZZC, cuja discografia se resume a um single editado em 2014, “To the bone”, que passou pela trilha do filme americano “Drive”, do dinamarquês Nicolas Winding Refn. O músico adianta que o trabalho será “mais conceitual” e que “será quase como os Pet Shop Boys. Vou cantar como o Neil Tennant e minha mulher Francesca vai soar como o Chris Lowe no fundo. Ela vai parecer com a menina do filme ‘O chamado’ (2002, Gore Verbinski)”. Os shows terão também “muita coreografia”.

Crítica

Ouvimos: St Vincent, “All born screaming”

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Ouvimos: St Vincent, "All born screaming"
  • All born screaming é o sétimo álbum da norte-americana Annie Clark, mais conhecida como St Vincent. O disco foi produzido por ela própria, que se dividiu em violões, guitarra, baixo, teclados e até teremim. Todas as músicas são dela – Cate Le Bon divide a parceria da faixa-título.
  • Num papo com a Diymag, St Vincent define o disco com a frase: “A vida é tão curta e não há razão para fazer nada disso, exceto por amor, mas também não há razão para perder tempo com merdas insignificantes”. Para o disco, ela fez experimentações com baterias eletrônicas e sintetizadores, e experimentou doses pequenas de drogas psicodélicas.
  • Pela primeira vez, ela se auto-produz. “Havia sons na minha cabeça que, na verdade, só eu poderia reproduzir”, contou.

Qualquer coisa que Anne Clark (a personalidade por trás do nome St Vincent) tenha lançado durante sua carreira aponta para um tipo de estética que parecia pouco renovada desde os anos 1970 – a das “verdades secretas”, de artistas que jogam tão bem com luz e sombra que você muitas vezes nem sabe onde termina uma e começa a outra. David Bowie era excelente nisso, Lou Reed idem, Iggy Pop também. Rita Lee sabia usar a luz para comunicar melhor a sombra. Kurt Cobain era quase o tempo todo uma sombra enorme, Jim Morisson talvez fosse o mesmo. Nesses casos, quando rolava luz, era para comunicar que ali só havia sombra.

Discos dela como St Vincent (2014) e Daddy’s home (2021), unindo histórias pessoas, mito e pessoa, já tratavam muito bem disso. O novo All born screaming parte de uma premissa de caos e desordem naturais – “todo mundo nasceu gritando” é uma daquelas frases que comunicam tudo sem precisar dizer muito – para mostrar uma sonoridade que atualiza o art rock dos anos 1970, tentando localizar onde estão as luzes e sombras dos dias de hoje.

O som é mais eletrônico, mais experimental e menos revivalista do que o de Daddy’s home, e volta e meia All born screaming lembra, sem provavelmente querer lembrar, a guinada experimental solo que Scott Weiland, o cantor dos Stone Temple Pilots, deu em seu primeiro disco solo, 12 bar blues (1997). Um disco que era só sombra, negação e autocombustão, por sinal. O disco novo de St Vincent é dançante, autoafirmativo, curativo (como na lista de tarefas de Big time nothing, lembrando Numb, anti-hit do Zooropa, do U2), ensimesmado quase sempre.

All born screaming aposta em canções que atacam o ouvinte, como a eletrônica Broken man (lembrando Nine Inch Nails), a meditativa Hell is near e a pesada e introspectiva Flea. Ou o soul dançante e nostálgico de Violent times, canção sobre quase-perdas em tempos de selvageria explícita (“quase perdi você nesses tempos violentos/esqueci que as pessoas podiam ser tão gentis”). The power’s out abre lembrando a introdução de Five years, de David Bowie, e tem dramaticidade herdada direto da fase anos 70 do cantor, sob roupagem moderna. Os desejos não atendidos da vida estão em The sweetest fruit, espécie de baião eletrônico e maníaco que lembra que “a fruta mais doce esta no galho”.

A faixa-título, de quase sete minutos, traz a participação de Cate Le Bon (como co-autora e cantora) e, em letra e música, lembra que a maior arma de St Vincent nesse tempo todo de carreira – nem parece mas já são sete discos – é a sinceridade, aliada ao não-conformismo com fórmulas. Especialmente quando ela abraça o rock como se fosse uma designer musical ou uma DJ.

Nota: 8,5
Gravadora: Total Pleasure/VMG

 

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Crítica

Ouvimos: Pet Shop Boys, “Nonetheless”

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Ouvimos: Pet Shop Boys, "Nonetheless"
  • Nonetheless é o décimo-quarto disco da dupla britânica Pet Shop Boys (formada por, você deve saber, Neil Tennant e Chris Lowe). O álbum marca a volta da dupla para a Parlophone, e foi lançado em parceria com a gravadora e o próprio selo de Neil e Chris, x2. A produção é de James Ford (Arctic Monkeys, Foals, Depeche Mode).
  • “Queríamos que este álbum fosse uma celebração das emoções únicas e diversas que nos tornam humanos. Das faixas mais dançantes à pungência crua das baladas introspectivas, com seus belos arranjos de cordas, cada faixa conta uma história e contribui para a narrativa geral do álbum”, definem o disco. Num papo com o New Musical Express, Neil Tennant diz que se trata do disco queer da dupla.

Não tem como escutar Nonetheless, disco novo dos Pet Shop Boys, sem imaginar que as dez faixas do disco perfazem um encontro imaginário entre Giorgio Moroder (devidamente reverenciado no clima hi-NGR e na cascata de sintetizadores que faz lembrar I feel love, da Donna Summer, em faixas como Why am I dancing?) e toda a constelação glam que a dupla curtia quando os jovens da Inglaterra pregavam os olhos no paradão britânico do Top of the pops. Nomes como Marc Bolan e David Bowie entram aqui mais como ideia, como paraíso inalcançado, do que como verdadeira influência, diga-se de passagem.

No caso do novo disco, os dois garotos que um dia sonharam com a vida glamourosa enquanto ouviam Bowie e Roxy Music, relembram o passado numa canção dançante com cara de anos 1990, New London boy. Uma das maiores pérolas do novo álbum, e uma canção para guardar e recordar o próprio passado não apenas da dupla (boa parte desse Nonetheless relaciona-se direto com eles mesmos entre 1985 e 1991), como também para lembrar daquela época em que, do pop mais radiofônico ao rock pauleira, toda música tinha que ter um rapzinho lá pela metade. Ainda que o cantor não tivesse o menor cacoete de rapper (bom, é o que acontece aqui, mas a música é boa).

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Nonetheless tem duas candidatas sérias a “sétima faixa de Introspective” (1988), terceiro disco e obra prima de Chris Lowe e Neil Tennant. Dancing star consegue comprimir em três minutos uma biografia do popstar do balé Rudolf Nureyev, em meio a uma melodia que tem algo de I’m not scared, a música que eles fizeram para a hoje esquecida banda pop Eighth Wonder, e que eles gravaram no Introspective. Já Why am I dancing? é quase uma oração pop, a pérola disco que provavelmente Neil e Chris gostariam de ter ouvido quando adolescentes, feita pelos dois como se fosse uma encomenda secreta a Giorgio Moroder e Pete Bellotte. O single Loneliness vai nessa mesma linha.

O começo do “lado B” de Nonetheless pode dar uma espantada em quem esperava um álbum alegre dos Pet Shop Boys. Eles soam como um Sparks sem ironia e falando sério em A new bohemia, uma balada quase britpop (e meio sem graça, vale dizer) sobre o dia a dia da pessoa que já viu o passado passar e está em busca de novidades – no caso, de um ponto de vista queer, predominante no disco, como a própria dupla esclarece. Ameaçam deixar cair um ABBA no início da razoável The schlager hit parade (a “parada de sucessos do schlager“, uma referência àquelas canções alemãs grudentas e pop que fazem a alegria de festivais como o Eurovisão) mas voltam ao normal.

Indo para o final, duas músicas chamam a atenção por se relacionarem de verdade com o passado dos PSB: o bolero bossa orquestral The secret of happiness, de beleza quase cinematográfica, ameaça lembrar a introdução de Left to my own devices. Não fosse pelo arranjo de cordas, Bullet for Narcissus, e sua letra repleta de tiradas sobre egolatria e fama, soariam como uma faixa perdida do Electronic, a brincadeira synth pop de Bernard Sumner (New Order) e Johnny Marr (Smiths). No final, a tranquila e elegante Love is the law fala umas verdades sobre amor, desejo e temas afins. O carro dos Pet Shop Boys passa na porta do ouvinte com boas novidades.

Nota: 8,5
Gravadora: x2/Parlophone

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Crítica

Relembrando: Amy Winehouse, “Frank” (2003)

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Relembrando: Amy Winehouse, "Frank" (2003)

Quando a estreia de Amy Winehouse, Frank saiu, havia expectativa (muita, por sinal) sobre Amy. Mas ninguém nem de longe imaginaria aquele sucesso todo que ela teria em Back to black, o segundo disco (2006). Até porque três anos se passaram do primeiro para o segundo disco. Frank é de 2003, e um ano antes ela ainda era um dos segredos mais bem guardados da indústria musical, com contrato assinado com o poderoso Simon Fuller, ex-empresário das Spice Girls e criador da franquia Idol.

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Antes de Frank (o título alude tanto à franqueza algo excessiva das letras quanto à sua paixão por Frank Sinatra), Amy já tinha sido alvo de uma pequena disputa entre gravadoras, com EMI e Island procurando a garota de 20 anos para assinar um contrato. A Island ganhou e lançou Frank, que revelava uma sonoridade entre o neo soul e o jazz. Era algo bem novo para a época, mas não chamou a menor atenção. O disco chegou às lojas em 20 de outubro de 2003 e demorou quatro meses para chegar à 13ª posição na parada de álbuns do Reino Unido – e não ficou muito tempo por lá. Os demais países europeus só conheceram o disco no ano seguinte.

E antes que você pergunte como Frank se deu na parada americana, os EUA não conheceram o primeiro disco de Amy até 2007, quando Back to black já tinha sido lançado havia um ano. O site Concert Archives diz que os primeiros shows de Amy nos EUA aconteceram em março de 2007 no festival SXSW. Quando Frank finalmente saiu nos EUA, ganhou uma resenha pouco amistosa da Pitchfork, criticando a “rotina autodestrutiva do artista torturado”.

Em termos de letras, a grande diferença entre Frank e Back to black é que Amy no começo já falava de dores de cotovelo sérias e de enormes problemas amorosos, mas a artista com certeza não era a mesma – e a narradora-personagem das letras talvez não fosse a mesma. A Amy do primeiro disco talvez não gravasse algo como Rehab e You know I’m no good.

Mas em Frank tinha Stronger than me, cuja letra causaria problemas a Amy hoje em dia (já que ela pergunta ao namorado que depende emocionalmente dela: “você é gay?”). Tinha a releitura dela para um standard de jazz gravado por meio mundo, There is no greater love. Rolava a confusão amorosa de I heard love is blind. E tinha Help yourself, mais uma canção sobre namorada de atitude vs namorado imaturo.

O visual de Frank também chama a atenção pelo astral bem diferente da de Back to black. Em comecinho de carreira e ainda sem pretensão de estourar, Amy aparece bem feliz na foto de capa, clicada por um fotógrafo iniciante, Charles Moriarty, que recordou depois ter sido o primeiro a clicá-la com penteado beehive. Anos depois, ele lançou o livro Before Frank, mostrando o período pré-fama de Amy.

“Eu a conheci no dia em que fiz a capa de seu álbum. Ela veio ao meu apartamento em Spitalfields. Ela colocou maquiagem e um pouco de música. Eu não era fotógrafo na época. Eu ia com minha câmera quando meus amigos iam a uma discoteca. Um amigo em comum pediu que eu fizesse um teste com ela para conseguir o visual que ela queria para seu álbum. Uma dessas imagens se tornou a capa de Frank”contou Charles, recordando também que ela queria evitar cair na armadilha de posar usando uma guitarra, ou algo do tipo.

Os cães que aparecem na foto (na verdade só um cão, além do laço da coleira de outro animal) foram emprestados naquele momento, por uma pessoa que estava passando. “Acho que os cães foram uma boa distração da câmera para Amy. Eles permitiram que ela se concentrasse neles, em vez de no fato de que eu estava tirando uma fotografia”, contou Charles aqui. Amy, como se sabe, não curtia ser fotografada e deixá-la à vontade era uma missão para Moriarty.

O lançamento de Frank foi bem discreto, mas as portas estavam abertas para Amy nos programas da BBC. Ela esteve até no prestigioso Never mind the Buzzcocks, game show com artistas no qual era possível ver Slash (Guns N Roses) pegando o banquinho e saindo de mansinho após errar a letra de Paradise city, entre outras cenas. Foi nessa que uma bela e jovial Amy teve que fazer o solo de Mr Blue Sky, da Electric Light Orchestra, com a boca.

No fim das contas, Frank é uma excelente descoberta para quem conhece a Amy apenas do pós-fama. Vale dizer que é um disco que ela própria já detonou várias vezes, muitas vezes culpando o excesso de produtores (ela cuidou disso ao lado de Commissioner Gordon, Jimmy Hogarth, Salaam Remi e Matt Rowe). “Nunca ouvi o álbum do início ao fim. Eu não tenho em minha casa. Bem, o marketing foi fodido, a promoção foi terrível. Tudo estava uma bagunça”, disse ela ao The Guardian. Exagero: a Amy pré-Back to black era encantadora.

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