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Som

Y.M.C.A., do Village People, numa versão bem triste

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Uma cover bem triste de Y.M.C.A., do Village People

Formada por dois irmãos (Joe e Dave), a dupla Melodicka Bros especializou-se em fazer covers bizarras de sucessos do universo pop. Dessa vez, releram nada menos que Y.M.C.A., do Village People, em clima de balada triste com acento metal, usando apenas um violão e um baixo.

>>> Veja também no POP FANTASMA: Lembra da fase punk do Village People?

Você decide aí se isso ficou legal (e aqui, você confere o Patreon deles). Joe e Dave diminuíram o tom e deram uma cara bem minimalista (e 0% exuberante) para Y.M.C.A.

>>> Veja também no POP FANTASMA: September, do Earth, Wind & Fire, com os vocais lá pra agosto
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Crítica

Ouvimos: The Inspector Cluzo – “Less is more”

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Ouvimos: The Inspector Cluzo - "Less is more"

RESENHA: O duo francês The Inspector Cluzo une rock sujo e crítica social em Less is more, gravado em 4 dias e inspirado por Thoreau, Debord e a vida rural.

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O duo francês The Inspector Cluzo leva uma vida dupla: Laurent “Malcolm” Lacrouts (guitarra e vocais) e Mathieu “Phil” Jourdain (bateria), dedicam-se à música e ao mesmo tempo, são agricultores em Landes, sudoeste da França. Lá, eles têm uma fazenda na qual criam gansos, perus e ovelhas, e que dá sustento financeiro aos discos e turnês dos dois.

Less is more, disco novo do Inspector Cluzo, leva o título (“menos é mais”) como missão-visão-valores. O álbum foi em quatro dias e mixado em três, e tem apenas os dois tocando. O material tem inspiração em autores como Henry David Thoreau (do manifesto A desobediência civil) e Guy Debord (de A sociedade do espetáculo) e algumas músicas têm verdadeiros apelos pela união da classe trabalhadora – como na introvertida Workers, que vai ganhando peso e une Beatles e Led Zeppelin na mistura.

Politicamente, parece tudo ótimo – até pela regravação de Almost cut my hair, hino anti-repressão de Crosby, Stills, Nash & Young. Musicalmente, também vale a pena: o Inspector Cluzo soa como uma banda de garagem loucona, com referências tanto de Stooges quanto de Jefferson Airplane, como em We win together, I’m losing alone, na funkeada As stupid as you can e na curiosa Catfarm, um rock de garagem com levada de reggae.

Less is more tem algo do Sepultura de Roots na pesada Rules, une punk + metal + grunge na onda de Tad em Mr. Fameless, e adota uma vibe violeira e ameaçadora em Journey men. Já músicas como Thoreau e The greenwashers caem para cima de um hard rock mais formal, com ecos de Aerosmith e Grand Funk.

Texto: Ricardo Schott

Nota: 8
Gravadora: F.TheBassPlayerRecords
Lançamento: 6 de junho de 2025

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Lançamentos

Radar: Vivendo do Ócio, Anacrônicos, Julieta Social, Saturno Express, Duo Repicado, Fenícia, Insubordinados

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Radar: Vivendo do Ócio, Anacrônicos, Julieta Social, Saturno Express, Duo Repicado, Fenícia, Insubordinados

Mais uma semana começa e, com ela, nossa seleção do Radar – dessa vez dando atenção aos lançamentos nacionais, unindo veteranos (Vivendo do Ócio) e gente que está lançando o primeiro clipe, ou está perto de lançar o primeiro EP ou o primeiro álbum. Ouça tudo no volume máximo!

Texto: Ricardo Schott – Foto Vivendo do Ócio e Paulo Miklos: Vic Zacconi, Juliana Von Ammon, Lucas Seixas/Divulgação

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VIVENDO DO ÓCIO feat PAULO MIKLOS, “BAILA COMIGO”. O grupo baiano volta com sua nova música, e com um convidado tão especial que, mais do que tudo, a música parece ter sido composta especialmente para ele soltar a voz. Baila comigo tem os vocais de Paulo Miklos e é uma música que, talvez não por acaso, tem uma baita cara de Titãs (ex-banda do Paulo, você deve saber).

Além da banda paulistana, o Vivendo diz que nomes como Chaka Khan e Tim Maia também influenciaram a faixa – um balanço meio indie-rock, meio pós-disco, de altas energias e linhas vocais quase faladas. A letra da canção, por sua vez, avisa que é pra seguir em frente, confiar e respeitar o processo.

ANACRÔNICOS, “FEBRE AMARELA”. Banda formada por amigos de infância é outra coisa: Mauricio Hildebrandt (voz e guitarra), Bernardo Palmeiro (guitarra e voz), José Sepúlveda (baixo e voz) e Pedro Serra (bateria) têm histórias que se cruzam desde que eram crianças e brincavam de Beatles, ou de tocar bateria usando panelas e caixas (no caso de Pedro).

Todos mantiveram a amizade e duas décadas depois de se conhecerem, formaram o Anacrônicos, banda que já tem um EP lançado em 2023 e retorna agora com o single gozador Febre amarela, uma mistura de Kinks, grunge, glam rock, funk (graças ao grito “febre amarela!” e ao verso “sai, mosquitinho, sa-sa-sai, mosquitinho!”) e zoeira psicodélica. Em setembro sai mais um EP.

JULIETA SOCIAL, “CASOS DE COLÔMBIA”. Com influência assumida de Radiohead e Chico Buarque, a faixa Casos de Colômbia mistura também emanações de Arctic Monkeys e guitarras em clima de blues pós-punk. A faixa dá o pontapé inicial numa série de lançamentos novos da Julieta Social, uma banda que aposta na criação colaborativa e no encontro entre trajetórias diversas.

Com produção de Rubens Adati e participação vocal de Mariana Estol, a música mete o dedo na ferida das expectativas que, muitas vezes, não representam nada (“nunca que você vai encontrar dentro do armário / algo lendário, é tudo vestuário / sabe aquela luz que a gente vê de madrugada / é quase nada, mas satisfaz a alma”, diz a letra). O clipe, dirigido por Ignácio Fariña, é puro mistério noturno e urbano.

SATURNO EXPRESS, “CONTATOS IMEDIATOS”. Prestes a lançar o álbum Tenho sonhos elétricos, o duo Saturno Express — formado na pandemia por Mariah Rodrigues e Breno Ferrari — aposta em um synthpop “espacial” e cintilante, cheio de ecos de jazz e Clube da Esquina. Um som que te leve direto para uma praia no espaço sideral (mesmo que isso, tecnicamente, não exista). Como cantam em Contatos imediatos, “não custa sonhar”.

DUO REPICADO, “SOL DA CASTANHA”. Primeira faixa do EP de estreia do Duo Repicado, Sol da castanha é um passeio vibrante e delicado por paisagens sonoras brasileiras. Nos quatro minutos da música, Carol Panesi (violino) e Fábio Leal (guitarra) – só os dois, sem mais nenhum outro instrumento – costuram forró, blues, rock e células de reggae com improviso e leveza. A faixa mostra o espírito da parceria: liberdade criativa, diálogo musical e paixão pelos ritmos do Brasil. Tudo com aquele tempero universal herdado da escola de Hermeto Pascoal, de quem os dois são discípulos.

FENÍCIA, “SÃO 2:03 (NEM TÃO COLORIDA)”/”MEU BEM”. Vindo da cidade de Descalvado (SP), o Fenícia investe num som que lembra bastante o romantismo do indie rock nacional dos anos 2000, com riffs melódicos de guitarra e variações rítmicas. O grupo prepara um EP novo para breve e une violões, guitarras, variações rítmicas, emoções e lembranças em São 2:03 e Meu bem, os singles mais recentes.

INSUBORDINADOS, “TRINTA E UM DIAS”. Pior que às vezes são só 30 dias, ou menos: nem sempre o salário dura um mês inteiro. Esse é o ponto de partida do novo single da banda punk Insubordinados, que transforma a quebra do orçamento – mercado, ônibus, cinema, boteco e por aí vai – em hardcore direto e sem rodeios. Vindos de Curitiba, os Insubordinados misturam punk com folk, ska e outros temperos. Trinta e um dias é o primeiro lançamento do grupo desde 2022 e chega pela gravadora Balbúrdia Records.

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Crítica

Ouvimos: Cynthia Erivo – “I forgive you”

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Ouvimos: Cynthia Erivo - "I forgive you"

RESENHA: Cynthia Erivo transforma dor e perdão em arte no sensível I forgive you, disco de soul contemplativo, emocional e camerístico, com 20 faixas marcantes.

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Todah Opeyemi, jornalista da BBC Africa, escreveu no Medium que chorou ao ouvir o segundo disco da cantora e atriz Cynthia Erivo, I forgive you. De fato, o novo álbum de Cynthia, cantora sensível a ponto de ter interpretado Aretha Franklin (na série Genius: Aretha) e de ter feito shows cantando os repertórios de Billie Holiday, Ella Fitzgerald e Nina Simone (um deles no Hollywood Bowl, em julho de 2021), é um mergulho corajoso na alma, em letras, melodias e honestidade emocional.

Cynthia, ao lado de mais nove produtores (ela também cuida da produção), cria em I forgive you novas texturas para o r&b, a ponto de transformar tudo o que toca em pop de câmara, com vocais angelicais – a ponto do álbum já ter sido reeditado em uma versão com várias canções a cappella. Tanto que, de modo geral, se trata de um disco pop recomendado para quem compreende estilo como r&b e soul por uma perspectiva mais elaborada e independente – fãs de artistas como Moses Sumney, Anohni and The Johnsons e Hozier, por exemplo, vão gostar bastante.

Usando o perdão, a autodescoberta e a palavra como possibilidades de cura, Cynthia abre o álbum com uma vinheta baseada em Why (faixa de Annie Lennox de 1992) e prossegue com as batidas insinuadas de Best for me, o soul vaporoso de More than twice, o voo ambient e orquestral de You first, a parede de vocais (e o tom de trilha de filme) de Save me from you e o pop noventista e repleto de texturas de Worst of me.

  • Ouvimos: Moses Sumney – Sophcore (EP)
  • Ouvimos: Little Simz – Lotus
  • Ouvimos: Anohni and The Johnsons – My back was a bridge for you to cross

São vinte faixas e, durante todo o disco, Cynthia investe no lado mais contemplativo do pop, aproximando-se de um folk soul mágico em She said, de fusões com jazz e blues em What you want e de truques levemente psicodélicos na derretida Push and pull. Além do clima gospel e quase clássico de Holy refrain, que fala sobre um amor quase existencial – mesmo tema do soul leve e empoderado de I choose love, por sinal.

No álbum, Cynthia fala bastante, às vezes como um subtexto, sobre não se perder de si própria – um tema que aparece com força na meditativa Replay e no soul orquestral Brick by brick. Já o final, com Grace, esconde uma história triste: a voz infantil que aparece na faixa é de uma menina – a Grace do título da faixa – que trocava vídeos com Cynthia e morreu aos 13 anos. A letra é uma homenagem a ela, e encerra I forgive you como um último recado, uma despedida que fica ressoando por um bom tempo.

Texto: Ricardo Schott

Nota: 9
Gravadora: Verve
Lançamento: 6 de junho de 2025

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