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Lançamentos

Urgente!: Lançamentos da semana (28 de abril a 2 de maio de 2025)

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Urgente!: Lançamentos da semana (28 de abril a 2 de maio de 2025)

Um sobrevoo rápido por alguns dos lançamentos que movimentaram a semana. Nada de esgotar o assunto – a ideia nessa edição semanal e especial do Urgente! é fazer um recorte, destacar o que chamou a nossa atenção. Então anota aí:

(lembrando que tem mais lançamentos e músicas recentes no nosso Radar)

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ÁLBUNS:

O Car Seat Headrest (os da foto aí de cima), você já deve saber, lançou disco novo: a ópera-rock The scholars tem mais de uma hora de duração, uma música de dezoito minutos (!) e é, de longe, o disco mais audacioso lançado pela banda – aliás uma banda que já é audaciosa por natureza.

Mas teve mais: o Model/Actriz retornou com o bom Pirouette. Sabrina Teitelbaum, a popular Blondshell, solta o disco novo, If you asked for a picture – um álbum que, segundo ela, tem músicas que “mostram um instantâneo de uma pessoa ou de uma relação, e mostrar um vislumbre de uma história pode ser tão importante quanto tentar capturar tudo”. E a galera punk canadense do Pup retorna com Who will looked after the dogs?. Aliás, do mesmo país, e margeando o mesmo estilo musical, tá aí o Propagandhi com o novo At peace.

O rapper e compositor sueco Yung Lean, nomão do chamado emo rap, volta com o introspectivo  Jonatan. Suzanne Vega, que estava sem gravar havia quase uma década, retornou com Flying with angels – anunciado com singles excelentes, por sinal. De rock nacional, o disco novo do Maré Tardia, Sem diversão pra mim, chegou às plataformas, revelando uma banda bem mais madura do que no primeiro álbum – e já está na nossa fila de resenhas.

SINGLES:

Pouco antes de lançar o disco novo, Blondshell ainda estava divulgando singles do disco – e saiu Event of fire. Mas teve mais: a banda carioca Moptop retornou com mais um single, Ghosts, e aproveitou para anunciar shows no Circo Voador, no Rio de Janeiro (10/7), e no Curitiba Stage Garden, na capital paranaense (18/7), além de mais uma data no Augusta Hi-Fi, em São Paulo (o grupo toca lá dia 12/7 e já agendou o dia 13).

Preparadíssimo para lançar disco novo, o Stereolab lançou o clipe-single Melodie is a wound. Zara Larsson, também com disco planejado para 2025 (mas sem mais detalhes) lança o clipe e o single de Pretty ugly, tudo com nota zero em comportamento. E quem é vivo sempre aparece: os Residents, que lançaram disco novo em fevereiro, Doctor dark, lançaram em single separado a faixa White guys with guns.

Do Brasil, tivemos o single duplo de Tim Bernardes, Prudência e Praga, do qual falamos aqui. Zé Ibarra marca sua nova fase com o single Transe, lançado pela Coala Records – depois de dividir vocais com Milton Nascimento na turnê do cantor, ele retoma sua carreira solo numa vibe quase progressiva, mostrando o quanto a experiência com Milton lhe marcou. E o sergipano Sérgio Sacra une folk e sons caipiras nacionais em seu single Fique comigo (Como se fosse a última vez). Tudo lançado nesta semana!

 

Lançamentos

Radar: VIAL, Arkells, Melody’s Echo Chamber, U.S. Girls, The Sophs, Foo Fighters, Forgotten Garden

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VIAL

O Radar internacional de hoje demorou, mas chegou – e abre com uma porrada tanto em áudio quanto em vídeo, que é o clipe pinga-sangue do VIAL, trio punk de Minneapolis. Tem mais novidades, além de alguns sons que saíram ao longo da semana e que se destacaram bastante na nossa trilha sonora. Ouça e repasse!

Texto: Ricardo Schott – Foto (VIAL): Katy Kelly/Divulgação

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VIAL, “IDLE HANDS”. Olha o Halloween aí – e olha a sangueira de terror que jorra do novo clipe dessa banda punk feminina de Minneapolis. O VIAL, que lançou o álbum Burnout no ano passado, e há alguns meses soltou o single Creep smoothie, lança agora Idle hands, uma canção entre o punk e o grunge – entre Ramones e Nirvana, passando pelo Hole.

A letra pede a sorte de um amor que de tranquilo não tem nada: “por que você não me ama mais? / estou implorando, deitada no seu chão / por que você não consegue me ver como eu sou? / por favor, ocupe estas mãos ociosas”. Já no bendito clipe, as três integrantes da banda se transformam em bruxas e arrasam com um engraçadinho que resolve aparecer no exato momento em que elas estão fazendo uma mistura bem louca no caldeirão. Pior pra ele, como vemos no vídeo.

ARKELLS, “WHAT GOOD?”. Que ideia ótima esse clipe do Arkells – aliás uma ideia simples que deve ter dado uma baita trabalheira. A banda aparece tocando, vista de cima num lugar espaçoso, mas são as sombras dos músicos que chamam a atenção. O próprio grupo dirigiu o vídeo. Já a canção é outra atração: um som meio 60’s, meio new wave fanfarrona, daqueles que levantam plateias de todas as idades. A letra de What good? faz alguns questionamentos importantes sobre a dureza dos tempos atuais: “Qual a utilidade da seção de comentários? Qual a utilidade de incitar a raiva disfarçada de debate? Qual a utilidade da cultura da exploração se ela só recompensa vigaristas e golpistas?”, diz o texto de lançamento.

“A música não pretende ter respostas definitivas, mas aponta para onde o significado ainda pode ser encontrado”, diz o vocalista Max Kerman. “O sol, a lua, o brilho neon do bar do seu bairro. Coisas que podemos compartilhar, coisas que parecem reais”. Falou e disse!

MELODY’S ECHO CHAMBER, “EYES CLOSED”. Em 5 de dezembro, a Domino lança Unclouded, o próximo disco do projeto musical criado pela artista francesa Melody Prochet, que já foi adiantado pelos singles In the stars e Daisy (esta, com El Michels Affair). A mágica Eyes closed é psych-pop dos melhores: a voz de Melody, linhas sinuosas de baixo e uma batida funkeada, feita pelo baterista Malcolm Catto – aquele mesmo, dos Heliocentrics, e dos discos gravados ao lado do Little Barrie, como Electric war. Se você esperava pela viagem sonora do ano, ela talvez esteja aqui.

U.S. GIRLS, “RUNNING ERRANDS” (YESTERDAY) E “RUNNING ERRANDS” (TODAY)”. Meg Remy, criadora do projeto U.S. Girls, abraçou desde o começo várias vertentes com sua banda, indo do electropop ao som do disco mais recente, Scratch it (lançado em junho), que passeia por country, soul, bubblegum, soft rock. Agora, ela comemora os dez anos de Half free, seu quinto disco, voltado para o art pop – e a comemoração é com um single duplo, com duas versões da mesma nova faixa, Running errands (a primeira é “yesterday” e a segunda, “today”).

Ela afirma que a música nova “consome sua própria cauda, ​​nunca totalmente livre, nunca totalmente presa, sempre mudando conforme se repete” – é verdade, já que Running errands é baseada num riff circular, que vai ganhando algumas alterações. As duas músicas são baseadas numa interpolação do soul Footprints on my mind, sucesso de Annette Snell, cantora morta em 4 de abril de 1977 num acidente aéreo histórico (o voo 242 da empresa Southern Airways Flight, que executou um pouso forçado e causou a morte de 63 pessoas, entre elas Annette e os dois pilotos).

A diferença é que a versão “ontem” é feita em cima de samples usados no disco Half free, e a contrapartida “hoje” é orgânica, gravada com os mesmos músicos do álbum Scratch it. No clipe da primeira, Meg faz compras e pega um metrô. Na segunda, tudo roda ao contrário.

THE SOPHS, “I’M YOUR FIEND”. Punk melódico como o mundo precisa, a nova faixa desse sexteto de Los Angeles contratado pelo selo britânico Rough Trade, é ágil e emocionante, lembrando uma estranha mescla de The Jam e Dead Kennedys, só pelo peso e pelo ataque. A letra, diz o vocalista Ethan Ramon, é constituída de “declarações frenéticas de amor e desejo sob um manto de estática tão espesso que parece que sua antena da DirecTV acabou de ser atingida por um raio bem no meio do seu programa favorito”.

É justamente Ethan quem protagoniza o clipe de I’m your fiend. Numa praia deserta, o vocalista namora com uma boneca de areia, dança, sapateia e se joga no chão com um entrega digna do Tonho da Lua (da novela Mulheres de areia, lembra?).

FOO FIGHTERS, “ASKING FOR A FRIEND”. Um vislumbre de como vai ficar o próximo álbum dos FF já surgiu com Today’s song, lançada em julho, e com o single mais recente, Asking for a friend – esta última música, a primeira com o baterista Ilan Rubin, que parece ter se fixado no cargo. O líder Dave Grohl aproveitou o single para anunciar uma turnê por estádios da América do Norte, marcada entre 4 de agosto e 26 de setembro de 2026, com shows de abertura do Queens of the Stone Age, banda de seu velho chapa Josh Homme. Divulgou também, junto com a nova faixa, uma carta em que fala de uma experiência de fé que teve ao avistar pela primeira vez na vida o Monte Fuji, no Japão.

“Tendo tocado inúmeras vezes no lendário festival Fuji Rock ao longo dos últimos 28 anos com o Foo Fighters, Queens of the Stone Age e Them Crooked Vultures, eu já conhecia bem sua lenda. Só não conseguia vê-lo fisicamente”, contou o músico, definindo Asking for a friend como “uma canção para aqueles que esperaram pacientemente no frio, confiando apenas na esperança e na fé para ver o horizonte surgir. Que buscaram ‘provas’ enquanto se agarravam a um desejo – até o sol voltar a brilhar”. Ele também conta na carta que Asking – basicamente um blues grunge típico de Grohl – é uma das músicas entre as muitas que virão.

FORGOTTEN GARDEN, “JAMES”. Essa dupla funciona à distância: a vocalista Inês Rebelo vive em Portugal, e o guitarrista/tecladista Danny Elliott é da Escócia. Os dois constroem as canções e cuidam da produção delas. O som é definido por eles de brincadeira como “Lana Del Rey encontra The Cure” – e é como se a magia de cantoras performáticas como Lana e Florence Welch encontrasse o clima denso e mágico de The Cure, Joy Division e Cocteau Twins. Dando mais dramaticidade ainda, o Forgotten Garden inclui em suas canções uma harpa híbrida – de fato, uma mescla de harpa e piano – que rouba a cena no single James.

 

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Crítica

Ouvimos: Pavement – “Hecklers choice – Big gums and heavy lifters” (coletânea)

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RESENHA: Coletânea irônica do Pavement, Hecklers choice reúne hits e lados B que viraram virais, reafirmando a influência e o humor do indie noventista.

Texto: Ricardo Schott

Nota: 9
Gravadora: Matador
Lançamento: 18 de setembro de 2025

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Lembra quando saíam séries de coletâneas como “Os grandes sucessos de fulano/fulana”? Muitas vezes com uma lista de músicas que trazia apenas um ou dois hits (porque a ideia na prática era aproveitar o êxito do artista em outra gravadora e tentar reposicionar o material fracassado que ele deixou em outro selo)? Pois bem, hoje em dia, com as redes sociais e as plataformas digitais, qualquer música pouco lembrada pode viralizar de uma hora pra outra e virar hit – sabemos que você sabe disso, mas é só pra contextualizar.

O Pavement sentiu isso quando Harness your hopes, um lado B de compacto do grupo, lançado no fim dos anos 1990, virou sucesso na pandemia. Isso teria acontecido graças à função autoplay do Spotify e às manias momentâneas do Tik Tok (contamos essa história aqui). Mas o fato é que não rolou só com Harness: muita coisa do Pavement andou sendo devidamente recordada nos últimos tempos. Mais do que isso: a nova história do indie rock simplesmente não pode ser contada sem a influência do Pavement e de sua sonoridade despojada e inspirada – já que a cada dia parece que descobrem uma banda nova que ama o som de Stephen Malkmus e seus amigos.

Corta para Hecklers choice, coletânea de hits “virais” do Pavement, que mesmo tendo esse ar de “os grandes sucessos” (ou “a arte de Pavement”), patina na ironia e na corrosão conhecidas do grupo. A começar pelo título do disco – heckler é um termo britânico usado para definir aquelas pessoas sem-noção que atrapalham peças, shows e discursos para falar coisas.

Não que o Pavement tenha desprezo pelos seus próprios hits, até porque a compilação cai dentríssimo do material de Crooked rain, crooked rain (1994), segundo álbum, com faixas como Cut your hair, Gold soundz, a provocativa Range life. E, claro, traz também Harness your hopes e Spit on a stranger – essa última, um hit do álbum Terror twilight (1999), e uma baita balada que muita gente põe na conta do Radiohead (faz sentido, já que Nigel Godrich, costumeiro produtor da turma de Thom Yorke, cuidou desse disco).

A estreia Slanted and enchanted (1992) foi deixada de lado aqui em nome de músicas como a ruidosa Stereo, e de canções que mostram que sempre houve “algo” mais acessível na argamassa do Pavement. O grupo fez balada com ar country (a linda Major Leagues), promoveu uma curiosa união de Nirvana e Roy Orbison (Shady lane) e apresentou também canções que lembram aquela ocasião em que Bob Dylan se apresentou com uma banda punk novata na TV (Unfair, Date w/IKEA). Já Summer babe, com um pouco mais de intensidade sonora, chega perto do shoegaze.

Com o passar do tempo, dá para perceber também o quanto o piano do finalzinho de Range life deve às intervenções de Nicky Hopkins nos discos setentistas dos Rolling Stones – e até a álbuns clássicos como Blonde on blonde, de Bob Dylan (1966). Hecklers choice é o relatório das vezes em que o Pavement decidiu brincar de “escalar” a banda – e das vezes em que o destino fez isso por eles.

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Crítica

Ouvimos: Snakeheads – “Belconnen highs”

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Belconnen highs é o único disco dos Snakeheads, que começou a ser gravado em 2019 e chega só agora como homenagem ao saudoso integrante Pete Lusty. Punk australiano fundamentado nas bandas britânicas do estilo.

RESENHA: Belconnen highs é o único disco dos Snakeheads, que começou a ser gravado em 2019 e chega só agora como homenagem ao saudoso integrante Pete Lusty. Punk australiano fundamentado nas bandas britânicas do estilo.

Texto: Ricardo Schott

Nota: 9
Gravadora: Cassell Records
Lançamento: 29 de agosto de 2025

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Essa banda faz punk como antigamente: rápido, quase hardcore, lembrando bandas como The Damned, The Clash, Sex Pistols, os australianos do Radio Birdman e outros clássicos. Pensando bem, o Snakeheads é uma banda de antigamente, que ficou mais de dez anos rodando pelo mar numa garrafa. Foi formada em 2014 na Austrália por dois amigos de infância, que passaram a vida tocando em várias bandas de Sydney – até que perderam o contato, se reencontraram, e decidiram ensaiar todas as segundas-feiras.

A James Roden e Pete Lusty, os tais amigos, juntaram-se Kit Warhust, Graeme Trewin (ambos na bateria) e Harry Roden (baixo). A turma começou a trabalhar em sons autorais, inspirados pelo punk britânico e pelo hardcore dos EUA – mas igualmente havia partículas de estilos como glam rock e de sons dos anos 1960. Tudo isso está presente na argamassa sonora das 17 faixas de Belconnen highs, o único álbum dos Snakeheads.

Iniciado em 2019 e só agora lançado, Belconnen highs é um renascimento e, simultaneamente, um fechamento de ciclo. A começar porque Pete Lusty morreu de câncer em 2020, uma semana antes do início da pandemia, quando o álbum sequer estava concluído. Roden seguiu em frente e terminou o disco como homenagem a Lusty, que por sinal, além de tocar em várias bandas, também foi uma figura importante do ecossistema musical da Austrália – foi empresário do The Vines e um dos fundadores do selo Ivy League.

  • Ouvimos: Half Japanese – Adventure

Não há espaço para melancolia em Belconnen highs. São canções curtas e ágeis, com bases inspiradíssimas no Clash, e com letras que falam em jogo sujo da indústria musical, tentativas de alcançar o sucesso, manipulação, merdificação da música e outros temas instigantes. Smash hits e Top of the pops fazem a crônica do jabá, dos altos e baixos, e da concentração cagada de grana da música (“nós estávamos no topo das paradas / agora estamos tocando em estacionamentos”, diz Top of the pops).

Músicas como All I want, Kontrol, Exocet, Sonic manipulation (esta, a cara do The Damned de faixas como Hit or miss) e Dumb enough são demasiadamente cascudas e passadas no alho para serem definidas como “punk pop” – unem raiva, rapidez e, às vezes, palmas a la Ramones, dando um clima amigável para qualquer fã do estilo. Savile Row, por sua vez, é um desdobre punk-sixties da batida de Bo Diddley. Já Out of control again tem partículas de Green Day, mas também tem detalhes que lembram The Who e The Jam. O disco do Snakeheads é um resgate musical com peso, inconformismo e singeleza em altas doses.

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