Lançamentos
Tuuh lança “Dreamless soldier”, novo single, voltado para j-rock e metal

Dreamless soldier, novo single de Tuuh, cantor e multiartista de São Paulo, fala do “sentimento de ser apenas mais um em uma guerra que não é a sua”. O single é um lançamento do selo Arcadia Studio com distribuição da Ingrooves. Tuuh é um dos projetos de Artur Wilson, cantor, compositor e multi-instrumentista que se divide entre o duo Nordex e as iniciativas multi persona Tutz e Tuuh. O músico já passou pelas bandas Sugoi, Velvet Moonlight e Miura Jam, e une o j-rock com o metal melódico.
A canção vai estar no segundo disco solo de Tuuh, DOPPEL2. “Ela traz todo o peso de metal necessário para compor a obra, que desta vez conta a ‘Jornada do Vilão’. A canção é uma releitura de uma música da minha antiga banda com o meu irmão, Velvet Moonlight. Ela conta a jornada de pessoas que lutam contra ansiedade interna, além de ser uma mensagem de saúde mental. Contei com a presença de Oddy, meu irmão mais velho, nas guitarras, mantendo a originalidade da composição e riffs que a Velvet trouxe no passado”, destaca Tuuh.
O nome artístico Tuuh existe desde 2009, porém o projeto solo existe desde 2020. Tuuh tem um álbum autoral lançado, o DOPPEL1, e segue uma persona voltada para o rock, indo do metal ao lo-fi rock, com a estética no palco inspirada no visual kei (maquiagem, cabelos elaborados, trajes extravagantes e às vezes, aparência andrógina).
Crítica
Ouvimos: Naïf – “Trópicos úmidos” (EP)

RESENHA: Banda paraense Naïf estreia com Trópicos úmidos, EP de pós-punk com raízes locais e poesia sobre a vida urbana.
Texto: Ricardo Schott
Nota: 8
Gravadora: Zero Açúcar
Lançamento: 23 de setembro de 2025
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Tita Padilha (voz e omnichord), Rodrigo Sardo (guitarra), Lucas Padilha (baixo) e Erik Lopes (bateria e programações) são os integrantes da banda Naïf, de Belém (PA). Trópicos úmidos, EP de estreia, fala basicamente de mudanças pessoas e existenciais que vêm do contato com a vida urbana, do reconhecimento do outro, do dia a dia da capital. O som é basicamente pós-punk com raízes brasileiras e paraenses, além de inquietações pessoais, sociais e políticas transformadas em poesia.
- Ouvimos: Azul Azul – Azul Azul
A faixa-título, com letra imagética e concretista, é um som distorcido com ritmo incomum – parece um samba que vai sendo construído e entortado na frente do ouvinte. Mãe ganha clima psicodélico por causa do órgão da abertura, e a melodia se desenvolve em torno de algo entre marcha e reggae.
Parda, que vem na sequência, une cores, valores e dores, num som com filiação sessentista e lembranças de antigos girl groups e das produções de Phil Spector. No final, algo de PJ Harvey nos vocais de Tita e na melodia de A cidade, quase um dream pop com ascendência latina e paraense.
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Crítica
Ouvimos: Borealis – “Lostwaves”

RESENHA: No novo disco Lostwaves, o Borealis mistura shoegaze, dream pop e rock britânico em faixas cheias de ironia, psicodelia e referências noventistas.
Texto: Ricardo Schott
Nota: 8,5
Gravadora: Scream & Yell
Lançamento: 29 de agosto de 2025
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Músico e jornalista, Marco Antonio Barbosa criou o Borealis de forma experimental, como um projeto caseiro feito no computador. Lostwaves, novo disco do Borealis, soa um pouco mais acessível que os outros álbuns do projeto – até por mexer numa sonoridade que está em evidência, e que vem sendo usado como template até para produções de maior alcance (tá aí o disco do Wisp, shoegaze feito em clima de superprodução, que não me deixa mentir).
A capa de Lostwaves traz uma print de uma matéria chamada “O que aconteceu com o shoegaze?”, publicada em setembro de 1992 pela Melody Maker. Era uma reportagem que aproveitava o gancho do primeiro álbum da guitar banda britânica Moose para perguntar se haveria sobrevivência numa cena secreta, que parecia existir apenas porque os músicos jogavam confete uns nos outros (a famosa “cena que celebra a si própria”) e se contentavam com público restrito.
- Ouvimos: Beige Walls And No Roof – Dual liquid hands
Ironicamente, o Moose mal chegaria ao século 21, e hoje mal é lembrado como influência ou referência – por outro lado, as demais bandas entrevistadas (Idlewild, Telescopes e nada menos que o Blur) ainda circulam por aí e deixaram um legado que dá pra ver de longe. Essas contradições, tão comuns em estilos associados ao underground, acabam marcando Lostwaves, dividido em um lado “gaze” e um lado “shoe”. O primeiro lado tem clima de dream pop sujo, com teclados voando e música quase formando uma imagem distorcida no ar, como rola em Celebrates itself, Sleep apnea e Sad & sorry scene. I’m thinking of ending things, por sua vez, soa como um trecho do Metal machine music (disco de Lou Reed, 1975) com um beat leve.
O lado “shoe” é mais associável ao rock britânico dos anos 1980/1990, com Rise again trazendo algo que lembra Cabaret Voltaire, Baggy! (Police disco lights) recordando a união disco-rock-rap e Play 2 press unindo referências de Primal Scream, Inspiral Carpets e Stone Roses – embora haja um sample da bateria inicial de Smells like teen spirit, do Nirvana. A extensa Loveyoutoo põe psicodelia e dança hipnótica na receita. Já a impagável 365 day party people une a loucura de Manchester em 1988 ao ritmo da Macarena.
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Lançamentos
Radar: Lisa SQ, Julie Neff, Louse, Messiness, Atomic Fruit

Uma cantora do Canadá (Lisa SQ), uma outra cantora do mesmo país, mas com relações com o Brasil (Julie Neff), bandas dos Estados Unidos e da Itália influenciadíssimas pelo rock britânico e pela psicodelia (Louse e Messiness), e uma outra banda radicada na Alemanha (o Atomic Fruit) cuja formação une três países. E tá aí um Radar REALMENTE internacional pra abrir a semana. Ouça em alto volume.
Texto: Ricardo Schott – Foto (Lisa SQ): Martin Reis/Divulgação
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LISA SQ, “MAKE IT UP TO YOU”. Lisa Savard-Quong, a popular Lisa SQ, vem do Canadá, e faz um som que une pós-punk, elementos pop e loucuras musicais – com influências que vão de David Bowie a Edith Piaf. O novo single, Make it up to you, é uma canção tranquila que ganha uma musicalidade de videogame da Nintendo, graças aos teclados tocados por Simeon Abbott.
A letra, por sua vez, fala do autossabotador que existe em cada um de nós. A musa inspiradora da canção foi uma vizinha de Lisa que vive contando histórias de mancadas pessoais, volta por cima e resiliência. Bastou isso, além de algumas conversas sobre heróis trágicos e mártires com Tyler Kyte (parceiro dela na música), para Make it up to you aparecer. “A música surgiu disso e do meu próprio ritmo, devaneios e composições no sótão”, conta ela.
JULIE NEFF, “FINE!?”. Mais uma canadense no Radar de hoje — mas com fortes laços com o Brasil. O álbum de estreia de Julie Neff, previsto para o ano que vem, tem produção da brasileira Cris Botarelli (Far From Alaska, Ego Kill Talent, Swave). A cantora já passou algumas vezes por aqui — em 2018, inclusive, fez seu primeiro show no país, no festival Coma, em Brasília. A sessão de fotos do novo single, Fine!?, foi realizada em São Paulo, durante uma de suas visitas. Com uma sonoridade que cruza o blues e o pop, a faixa aborda o esforço de fingir que está bem enquanto se enfrenta uma crise de depressão e ansiedade.
“Em inglês, fine tem muitos significados e estou brincando um pouco com isso. Essa música, assim como todo o álbum, trata de reparação, de encontrar cura e beleza nas partes quebradas que temos dentro de nós”, conta. “Depois de anos lidando com dores crônicas e doenças, depressão e ansiedade, descobri que essa percepção de ‘ter tudo sob controle’ pode ser bastante perigosa. Significa que você provavelmente não vai pedir ajuda quando precisar e seus amigos não saberão o que está se passando realmente com você”.
LOUSE, “SUGAR IN THE WOUND” / “MADE OF STONE”. Vindo de Cincinatti, Ohio, esse grupo – que faz parte do elenco da gravadora Feel It Records – tem um som que une referências de The Cure e Dinosaur Jr: guitarras ótimas e ruidosas, vocais desesperados e melodias sonhadoras. Passions like tar, o primeiro álbum, saiu no ano passado, e de lá para cá já sairam dois outros singles: a intensa Sugar in the wound e a ótima releitura para Made of stone, dos Stone Roses. Sugar, a única inédita a sair até o momento, surgiu uma ou duas semanas após o álbum ter sido concluído, e dá um passo adiante do som majoritariamente emparedado e reverberado do álbum.
“A música despertou alguma hesitação na banda. Mas, à medida que camadas foram adicionadas e a música foi ensaiada cada vez mais, a música começou a fazer sentido”, avisa o grupo no comunicado de lançamento. “Olhando para o futuro, é mais provável que você ouça músicas mais pop como Sugar in the wound”.
MESSINESS, “ETERNITY UNBOUND”. Vindo de Milão, Itália, o Messiness pode se tornar a próxima banda preferida de quem curte não apenas a psicodelia, como os movimentos que a atualizaram – incluído aí o britpop. O novo single do projeto liderado pelo músico Max Raffa, Eternity unbound, traz de volta a loucura do fim da era psicodélica, quando algumas bandas começaram a migrar para o rock progressivo – com direito a uma citação de Light my fire, dos Doors.
Eternity unbound fala de vida, morte e de um estado de espírito que separa uma coisa da outra: “Eternidade sem limites / deixe as areias do tempo te afogarem no som (…) / aqui estou eu em um estado obscuro / estou realmente presente ou estou na retaguarda?”. “Essa letra lida com a alienação, a identidade fragmentada e a implacabilidade do tempo, transformando a abstração em algo visceral. O resultado é uma viagem de bolso: febril, desorientadora e impossível de definir”, conta Max, animadão com a nova música.
ATOMIC FRUIT, “HIT THE GROUND”. Preparando um terceiro disco para o ano que vem, essa banda radicada em Berlim, Alemanha (mas com integrantes vindos da Suécia, França e Itália) une estilos diferentes em seu som: pós-punk, psicodelia e krautrock juntam-se numa receita bastante sombria e viajante. O clipe do single Hit the ground é pura lisergia, com figuras e fotos da banda recortadas e animadas à maneira do Monty Python’s Flying Circus.
“Essa música é sobre a bagunça que se acumula na sua cabeça quando se vive na cidade. Um ruído infinito de desejos, prazos e ambições passando pela mente como o trânsito. Você sonha com uma vida mais simples – em meio à natureza, sonhando acordado, estudando as trajetórias de abelhões e pássaros migratórios”, conta a banda.
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