Lançamentos
Staples de volta com show no Rio nesta terça (20)

Lembra das Staples? A banda punk/bubblegum feminina, formada em 1997, retorna para uma apresentação nesta terça (20) na Audio Rebel, no Rio. O grupo, que estava há vinte anos sem shows, fez diversos shows no Rio entre os anos 1990 e 2000 e dividiu o palco com Los Hermanos, Zumbis do Espaço, Jason, Matanza, Ack e Carbona, entre outros. Retornam com Guidi Vieira (vocal, também Pic-Nic), Carol Simonsen (guitarra), Fernanda de Paula (baixo) e Larissa Vereza (bateria) na formação.
A discografia delas está nas plataformas – os primeiros álbuns em inglês, o último, Sem olhar pra trás (2006), em português, com músicas como Dúvida e Nunca quis fazer você chorar. Músicas como Punk rock girls eram os hits dos shows delas. Na mesma noite que elas, no Audio Rebel, tocam também Badke (integrante de bandas como Carbona, hoje solo) e a banda Os Estudantes.
Show Staples – Audio Rebel
Data: terça-feira, dia 20 de junho
Hora :às 20h
Rua Visconde de Silva, 55, Botafogo, no Rio de Janeiro.
Ingresso: R$ 25,00 (antecipado) ou R$ 30,00 (na hora)
Crítica
Ouvimos: Pink Turns Blue, “Black swan”

Formado em 1985 na Alemanha, o Pink Turns Blue surgiu numa das primeiras ondas em seu país de rock gótico, darkwave e sons afins. Evocando desde o comecinho bandas como Killing Joke e Joy Division, suas inspirações não vieram apenas do pós-punk trevoso. O nome da banda foi tirado de uma canção do Hüsker Dü, as linhas vocais simples e diretas do PTB lembram grupos como Teardrop Explodes e Echo and The Bunnymen, e a sonoridade inclui células de dream pop, graças aos teclados.
Mantidos numa espécie de “série ouro” do pós-punk europeu oitentista, eles tiveram um hiato entre 1994 e 2003, mas logo retomaram a produção. Black swan, 13º álbum do Pink Turns Blue, mantém a sonoridade do começo do grupo, de discos como a estreia Two worlds kiss (1987), investindo em sons que, no começo, parecem que vão descambar para algo sorumbático – e que em seguida ganham batidas dançantes, baixo-e-bumbo na onda de bandas como The Cars e Buzzcocks (e Pixies), e teclados que funcionam como sombras musicais, intensificando a beleza das melodias.
O cantor e guitarrista Mic Jogwer investe, em quase todo o álbum, em vocais que lembram levemente os de Richard Butler (Psychedelic Furs). Faixas como Follow me, Can’t do without you e a balada I can read your name in the stars são também marcadas por um baixo que sustenta a melodia (mesmo quando se trata de uma canção mais tranquila) e por uma onda gótica e lírica que faz lembrar bandas como House Of Love e The Church. Fight for the right side abre com um piano belo e contemplativo, que descortina uma faixa dançante e pesada. A faixa-título, mais próxima do brit pop, mostra que, mesmo quando soa triste, o Pink Turns Blue parece mais sublime do que depressivo.
Entre os outros destaques do disco, Like we all do faz recordar o Julian Cope solo de discos como Saint Julian (1987), Please don’t ask me why tem ares de uma perversão indie do U2, e Stay for the night tem teclados que soam robóticos dentro de um som orgânico. Uma banda de tempos clássicos, e pouco citada, para conhecer.
Nota: 8,5
Gravadora: Orden Records
Lançamento: 28 de fevereiro de 2025.
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Crítica
Ouvimos: Jack White, “No name live” (EP)

Divulgando por aí o disco No name, Jack White tem feito shows elogiados. Lançado aos poucos nas plataformas (apareceu primeiro na Apple Music e depois chegou ao Spotify), o EP ao vivo No name live seria um caça-níqueis de primeira categoria na época do CD – aquele tipo de lançamento que você compra só para completar a coleção. No streaming, vale pelo menos como documento de tour, com cinco faixas gravadas em lugares diferentes.
No name, o disco de estúdio, mostra que White está se aperfeiçoando na arte de cruzar climas garageiros e cool, e mostra também que dá para fazer coisas novas recriando o esquema loud-quiet-loud (esporro, quietude e mais esporro) conforme foi estabelecido por bandas como Pixies e Nirvana. No EP, o material surge com ruídos, microfonias e efeitos, com Jack solando às vezes no fiapo do barulho, em faixas como That’s how I’m feeling e Old scratch blues.
Já Archibishop Harold Holmes continua soando como um hard rock que, lá por 2002, você teria descoberto num blog de velharias de garagem. Rough on rats (If you’re asking) continua jogando o clima ensolarado do rock sulista para um local muito sombrio.
Nota: 8
Gravadora: Third Man Records
Lançamento: 11 de fevereiro de 2025
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Crítica
Ouvimos: Chalk, “Conditions III” (EP)

Cada EP do Chalk, banda da Irlanda do Norte, chama-se Conditions. O terceiro, Conditions III, segue firme na luta de expandir o pós-punk para uma onda eletrônica e industrial, sempre com climas tensos e sombrios. Por acaso, ou não tão por acaso assim, o novo EP foi gravado na Islândia, bem pertinho de um vulcão que estava à beira da erupção.
Esse clima cru, gelado e simultaneamente contemplativo com certeza ajudou na sonoridade das quatro faixas do disco. Leipzig 87 é cheia de ruídos que surgem aos pouos, ate ganhar um clima eletrônico hi-NRG e vibe tensa garantida pelas vozes sussurradas. Afraid continua a faixa anterior e segue em tom pesado e viajante, ganhando guitarras e peso quase metálico, como numa música do Ministry – dá até para dançar, mas o peso cavalar é o principal.
O “lado B” do EP inicia ameaçador e intenso como nas músicas do Nine Inch Nails e do Helmet, com Tell me – os vocais graves e as programações imprimem mais tensão. Pool scene fecha o disco garantindo alguma calma e alguma contemplação ambient. Só que a versão leve de um gabber (eletrohardcore sombrio) vai chegando depois, deixando tudo acelerado e desesperado, ainda mais com a repetição do verso “sem você eu nunca vou aprender!!” em alto e bom som.
Dessa vez, o Chalk parte para outras histórias, já que, segundo a banda, Conditons era uma trilogia e encerra-se aí. “Ela está completa e marca o fim de uma era para nós”, avisam no Instagram.
Nota: 9
Gravadora: Nice Swan Recordings
Lançamento: 21 de fevereiro de 2025.
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