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Lançamentos

Banda paulistana Emicaeli lança disco-cerveja (!)

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Banda paulistana Emicaeli lança disco-cerveja (!)

No mínimo, inovador: a banda paulistana Emicaeli completa 27 anos e comemora lançando um disco-cerveja (ou “disco-breja”, em bom paulistês, como eles dizem). Border, o novo disco de Renato Joseph (letras e voz), Alexandre Zastrás (guitarra, violão e synths), Igor Sciallis (bateria, pads e synths) e Manoel Junqueira (baixo, synths), sai como um QR Code numa cerveja artesanal lançada pela banda.

O QR Code dá acesso ao player exclusivo do novo disco, onde ficarão disponíveis as oito faixas do trabalho. Ao adquirir uma unidade da cerveja, o consumidor adquire também o acesso ilimitado de execuções do disco. Na contramão do monopólio dos serviços de streaming, a banda escolheu como plataforma alternativa de lançamento o democrático Bandcamp, que repassa 75% da receita gerada para o artista.

A ideia do grupo é “espalhar melhor sua música e sua história, marcadas por autonomia, independência e liberdade de criação”. Já a cerveja é uma Session IPA (“de amargor moderado com final seco”, avisam), feita pelo próprio baterista da banda e mestre cervejeiro, Igor Sciallis

Border foi gravado durante os últimos quatro anos e funcionou como escape criativo para os músicos durante o período de pandemia. A banda traz os convidados Douglas Leal (Deaf Kids) e Felinto em Novid, Tota em 110 Hz, Vic em Furjarja, João Kombi (Test) em Instories, Sue em Liviv e Kiko Dinucci em Essa não.

O Emicaelis já tá com a agenda de lançamento montada: 18 de maio no Secilian Shop (São Paulo), 01 de junho no Estúdio Lâmina (São Paulo), 22 de junho no Porta (São Paulo), 22 de julho no 74 Club (Santo André), 29 de julho, no Estúdio Aurora (São Paulo) e 11 de agosto, no Audio Rebel (Rio de Janeiro). Todos os lugares são pontos de venda da cerveja do grupo.

Crítica

Ouvimos: Pink Turns Blue, “Black swan”

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Ouvimos: Pink Turns Blue, “Black swan”

Formado em 1985 na Alemanha, o Pink Turns Blue surgiu numa das primeiras ondas em seu país de rock gótico, darkwave e sons afins. Evocando desde o comecinho bandas como Killing Joke e Joy Division, suas inspirações não vieram apenas do pós-punk trevoso. O nome da banda foi tirado de uma canção do Hüsker Dü, as linhas vocais simples e diretas do PTB lembram grupos como Teardrop Explodes e Echo and The Bunnymen, e a sonoridade inclui células de dream pop, graças aos teclados.

Mantidos numa espécie de “série ouro” do pós-punk europeu oitentista, eles tiveram um hiato entre 1994 e 2003, mas logo retomaram a produção. Black swan, 13º álbum do Pink Turns Blue, mantém a sonoridade do começo do grupo, de discos como a estreia Two worlds kiss (1987), investindo em sons que, no começo, parecem que vão descambar para algo sorumbático – e que em seguida ganham batidas dançantes, baixo-e-bumbo na onda de bandas como The Cars e Buzzcocks (e Pixies), e teclados que funcionam como sombras musicais, intensificando a beleza das melodias.

O cantor e guitarrista Mic Jogwer investe, em quase todo o álbum, em vocais que lembram levemente os de Richard Butler (Psychedelic Furs). Faixas como Follow me, Can’t do without you e a balada I can read your name in the stars são também marcadas por um baixo que sustenta a melodia (mesmo quando se trata de uma canção mais tranquila) e por uma onda gótica e lírica que faz lembrar bandas como House Of Love e The Church. Fight for the right side abre com um piano belo e contemplativo, que descortina uma faixa dançante e pesada. A faixa-título, mais próxima do brit pop, mostra que, mesmo quando soa triste, o Pink Turns Blue parece mais sublime do que depressivo.

Entre os outros destaques do disco, Like we all do faz recordar o Julian Cope solo de discos como Saint Julian (1987), Please don’t ask me why tem ares de uma perversão indie do U2, e Stay for the night tem teclados que soam robóticos dentro de um som orgânico. Uma banda de tempos clássicos, e pouco citada, para conhecer.

Nota: 8,5
Gravadora: Orden Records
Lançamento: 28 de fevereiro de 2025.

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Crítica

Ouvimos: Jack White, “No name live” (EP)

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Ouvimos: Jack White, “No name live” (EP)

Divulgando por aí o disco No name, Jack White tem feito shows elogiados. Lançado aos poucos nas plataformas (apareceu primeiro na Apple Music e depois chegou ao Spotify), o EP ao vivo No name live seria um caça-níqueis de primeira categoria na época do CD – aquele tipo de lançamento que você compra só para completar a coleção. No streaming, vale pelo menos como documento de tour, com cinco faixas gravadas em lugares diferentes.

No name, o disco de estúdio, mostra que White está se aperfeiçoando na arte de cruzar climas garageiros e cool, e mostra também que dá para fazer coisas novas recriando o esquema loud-quiet-loud (esporro, quietude e mais esporro) conforme foi estabelecido por bandas como Pixies e Nirvana. No EP, o material surge com ruídos, microfonias e efeitos, com Jack solando às vezes no fiapo do barulho, em faixas como That’s how I’m feeling e Old scratch blues.

Archibishop Harold Holmes continua soando como um hard rock que, lá por 2002, você teria descoberto num blog de velharias de garagem. Rough on rats (If you’re asking) continua jogando o clima ensolarado do rock sulista para um local muito sombrio.

Nota: 8
Gravadora: Third Man Records
Lançamento: 11 de fevereiro de 2025

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Crítica

Ouvimos: Chalk, “Conditions III” (EP)

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Ouvimos: Chalk, “Conditions III” (EP)

Cada EP do Chalk, banda da Irlanda do Norte, chama-se Conditions. O terceiro, Conditions III, segue firme na luta de expandir o pós-punk para uma onda eletrônica e industrial, sempre com climas tensos e sombrios. Por acaso, ou não tão por acaso assim, o novo EP foi gravado na Islândia, bem pertinho de um vulcão que estava à beira da erupção.

Esse clima cru, gelado e simultaneamente contemplativo com certeza ajudou na sonoridade das quatro faixas do disco. Leipzig 87 é cheia de ruídos que surgem aos pouos, ate ganhar um clima eletrônico hi-NRG e vibe tensa garantida pelas vozes sussurradas. Afraid continua a faixa anterior e segue em tom pesado e viajante, ganhando guitarras e peso quase metálico, como numa música do Ministry – dá até para dançar, mas o peso cavalar é o principal.

O “lado B” do EP inicia ameaçador e intenso como nas músicas do Nine Inch Nails e do Helmet, com Tell me – os vocais graves e as programações imprimem mais tensão. Pool scene fecha o disco garantindo alguma calma e alguma contemplação ambient. Só que a versão leve de um gabber (eletrohardcore sombrio) vai chegando depois, deixando tudo acelerado e desesperado, ainda mais com a repetição do verso “sem você eu nunca vou aprender!!” em alto e bom som.

Dessa vez, o Chalk parte para outras histórias, já que, segundo a banda, Conditons era uma trilogia e encerra-se aí. “Ela está completa e marca o fim de uma era para nós”, avisam no Instagram.

Nota: 9
Gravadora: Nice Swan Recordings
Lançamento: 21 de fevereiro de 2025.

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