Lançamentos
Sargaço Nightclub fala sobre o virtual e o real em parceria com Nenung, dos Darma Lóvers

A banda pernambucana Sargaço Nightclub encerra o ano de 2018 com mais um single, Em busca de conexão. Uma música feita pelo vocalista Marrê ao lado do cantor e compositor gaúcho Nenung, da banda Os Darma Lóvers, que reside em um templo budista no Rio Grande do Sul. A música traz uma mensagem poderosa sobre a importância da conexão com o mundo real em meio ao excesso de coisas virtuais na vida das pessoas.
“O mundo virtual chegou para ficar, é impossível fugir dele e tem de fato várias vantagens. Por outro lado, tem horas em que a gente se esquece de se relacionar com outras pessoas que estão a poucos metros da gente”, reflete Marrê. Temas como o ritmo do coração, a respiração e a importância da meditação estão na letra, mas a banda esclarece que, apesar de falar de práticas do budismo, não se trata de uma canção religiosa.
“As pessoas estão conectadas ao distante e se esquecem ou ignoram coisas tão saudáveis, positivas, que estão ao nosso alcance”, comenta Marrê. Na letras, versos como “sei, não te avisei, mas tente relaxar/nós vamos conseguir passar a noite sem wi-fi/fomos comprando pacotes pesados demais/a conta chegou e, do vício, se alguém escapou conte como faz”.
Em busca de conexão será a música de trabalho do segundo disco da banda, Bioluminescente, com lançamento agendado para o dia 4 de janeiro. O primeiro show do novo álbum, marcado para o dia 24 de janeiro, será uma das atrações do festival pernambucano Janeiro de Grandes Espetáculos, que une teatro, dança, circo e música.
“A gente tem a felicidade de lançar o nosso disco dentro do festival, em um teatro super querido por nós e pelo público recifense, que é o Teatro Hermilo Borba Filho, um ambiente mágico”, antecipa o vocalista.
Crítica
Ouvimos: Merli Armisa – “Ortensie comete”

RESENHA: Merli Armisa mistura shoegaze, krautrock e folk em Ortensie comete, disco experimental, suave e ruidoso, cantado em italiano.
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E o shoegaze italiano – cantado no idioma de Nico Fidenco – vai muito bem, obrigado. Merli Armisa é o codinome usado pelo músico Michele Boscacci, e Ortensie comete, o segundo álbum do projeto, sai depois de uma trabalheira em estúdio que durou quatro anos. Chega às plataformas unindo shoegaze tecladeiro, krautrock e experimentações com velocidades alteradas – como no som de fita de Ti ho sognata… appena prima dell’alba (“sonhei com você… pouco antes do amanhecer”, se você ficou curioso/curiosa), repleto de uma sonoridade derretida e soturna.
Após uma faixa-título de violões e ruídos, surge o dream pop, com baixo forte à frente, de Koto – que tem mesmo um koto japonês entre os instrumentos. Muita coisa do repertório tem clima tranquilo e próximo do folk, até que o barulho tome conta – como acontece em Al cader della giornata, a sombria Che ne sarà e Oh mi amor! (esta, a música mais doce e inesperada do álbum).
Ruídos e experimentações com teclados tomam conta de Koto 2 – que chega a lembrar o lado eletrônico da Legião Urbana – e Capelli argento. Sei qui con mi tem percussão que soa como uma máquina em serviço e vocal doce (da convidada Arianna Pasini), encerrando com um violão quase silencioso. E loops e paredões de guitarra tomam espaço em Il cielo é cosi terso e Tutti i gioielli. No final, os sete minutos psicodélicos e ruidosos de Astro del cielo.
Texto: Ricardo Schott
Nota: 8
Gravadora: Dischi Sotterannei
Lançamento: 23 de maio de 2025.
Crítica
Ouvimos: Fluxo-Floema – “Ratofonográfico”

RESENHA: Duo sergipano Fluxo-Floema estreia a mixtape Ratonofográfico, com 15 faixas de música eletrônica e lo-fi, tudo unido a vários estilos.
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Com nome tirado de um livro de Hilda Hilst, o Fluxo-Floema é um duo musical de Sergipe, formado por Valtenis Rosa e Rafael Pacheco, e que chamou uma turma para colaborar em sua mixtape Ratonofográfico. Um disco feito em 2024 e que só agora chega às plataformas.
As 15 curtas faixas de Ratofonográfico são um passeio experimental e eletrônico que quase equivale a visitar o estúdio da dupla. Valtenis e Rafael promovem uniões de som ambient com forró eletrônico (Ordem de despejo), criam um maracatu imaginário que parece vir de uma fita K7 velha (Gregor Samsa) e mandam bala numa bad trip sonora em várias partes, com interferências do que parece ser um piano preparado (Contração, com Viru nos vocais).
Sambas lo-fi (Wislawa, com participação de Feralkat, e Corrosões) e até um quase funk (Hipertensão) vão surgindo na mixtape, ao lado de rock nordestino cru (Dejetos) e maracatus atômicos (na impermanência existencial de Em lugar nenhum). O lado mais acessível do disco surge na eletrônica e aguerrida Não fumante (“o que um não fumante / faz com as mãos nessa situação de indignação?”), na canção ruidosa Diluir e no som vertiginoso de Não fui eu (“amanheceu, ainda nao sei o que dizer / eu não tenho as respostas”).
Texto: Ricardo Schott
Nota: 8
Gravadora: Independente
Lançamento: 6 de junho de 2025.
Crítica
Ouvimos: Joe Jonas – “Music for people who believe in love”

RESENHA: Joe Jonas encara o pós-divórcio em Music for people who believe in love, disco solo com eletrorock confessional, altos e baixos, e ecos de britpop e hyperpop.
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Dizem por aí que é preciso viver e sofrer antes de abraçar a criação artística e exercê-la de maneira profissional. Joe Jonas que o diga, já que Music for people who believe in love, seu primeiro projeto solo em 14 anos, foi feito depois de se casar e se divorciar da atriz Sophie Turner.
O irmão do meio dos Jonas Brothers aproveitou para jogar todas as suas ansiedades e medos dos últimos anos nas músicas do álbum – com direito a versos como “eu senti cada medo até o medo acabar” (na bacana Constellation) e “mesmo que esses olhos comecem a chorar, mesmo que eu esteja beijando raios / dançando em uma gaiola com leões / eu ficarei bem” (Parachute).
Em termos de som, Music… tem boas qualidades e é basicamente um disco de eletrorock, em faixas como Work it out, o quase emo Only love e o clima herdado de Smiths de Heart by heart e Honey blonde – esta, com os violões corridos que marcavam faixas dos Smiths e do The Cure nos anos 1980, e certa herança do britpop. Já Velvet sunshine dá tratamento hyperpop para o som originalmente associado aos Strokes. E You got the right abre com uma gravacao feita em arquivo de celular, e depois vira um indie pop de respeito.
- Ouvimos: Kali Uchis – Sincerely,
- Ouvimos: Bad Bunny – Debí tirar más fotos
- Ouvimos: FKA Twigs – EUSEXUA
- Ouvimos: Charli XCX – Brat
- Ouvimos: Addison Rae – Addison
Nem tudo é tranquilidade: a partir de uma dada altura, Music for people who believe in love começa a alternar músicas boas e umas canções mais repetitivas e anódinas. Tem o clima apagadinho e breguinha de My own best friend, a enjoadinha Sip your wine, a bossa nova de bolso What we are (com Luisa Sonza nos vocais). Mas rola uma recuperada com os tecnopops What this could be, Constellation e Water under the bridge, que fecham o disco – seguidas, na edição deluxe, por mais três versões ao vivo.
Vale citar que o clima miserento de boa parte das letras (enfim, é um disco-de-pé-na-bunda) pode dar uma assustada, igualmente. Mas tudo indica que Joe, que geralmente parece meio apagadinho em relação ao irmão Nick (mas atualmente tem mais ouvintes que ele no Spotify), está fazendo a transição para algo mais sólido no próximo álbum.
E, bom, o próximo álbum individual deve demorar um pouco: os Jonas Brothers embarcam em agosto numa turnê gigantesca, levando com eles o DJ Marshmello e as bandas All American Rejects e Boys Like Girls. E lançam no dia 8 do mesmo mês o sétimo álbum, Greetings from your hometown.
Texto: Ricardo Schott
Nota: 7,5
Gravadora: Republic/UMG
Lançamento: 27 de maio de 2025.
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