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Radar: Shape, Samuel James e outros sons que chegaram pelo Groover

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Radar: Shape, Samuel James e outros sons que chegaram pelo Groover

O Pop Fantasma agora também tá no Groover! Por lá, artistas independentes mandam seus sons pra uma rede de curadores – e a gente faz parte desse time. O que tem chegado até nós? De tudo um pouco, mas, curiosamente (ou nem tanto), uma leva forte de bandas e projetos mergulhados no pós-punk, darkwave, eletrônico, punk, experimental, no wave e afins. Aqui embaixo, separamos oito nomes que já passaram pelo nosso filtro e ganharam espaço no site. Dá o play, adiciona na sua playlist e vem descobrir coisa nova! (na foto, o Shape).

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SHAPE, “HANGOVER”. Essa banda francesa aposta em um pós-punk com nuances góticas, marcado por um vocal que oscila entre a gravidade de Ian Curtis (Joy Division) e a melancolia de Michael Stipe (R.E.M.). O baixo, alternando entre tons graves e agudos, conduz a atmosfera densa da faixa. Hangover, single mais recente do Shape, fará parte do EP A way out, com lançamento previsto para 14 de maio.

SAMUEL JAMES, “RAPTURE”. O australiano Samuel James transita por uma mistura intensa de metal, grunge, punk e industrial. Seu álbum de estreia, Serves you, chega em breve, tendo como destaque o single pesado Rapture. Segundo o release, o disco é uma jornada narrativa que acompanha a história de um príncipe que, após um rito de passagem fracassado, retorna para casa — uma metáfora para as próprias experiências, batalhas e triunfos do artista.

MUELLERCRAFT – “WHEN DID IT HAPPEN”. Liderado pelo músico norte-americano Jay Mueller, o Muellercraft é um projeto de neo-progressivo que vai além do rótulo, flertando com o pós-punk e o synth-pop. O som remete às incursões mais “modernas” que bandas como Yes e Gentle Giant exploraram em certos momentos de suas carreiras. When did it happen faz parte do álbum duplo Dystopia 31, descrito por Mueller como “uma ópera rock de ficção científica ambientada em um futuro não muito distante, onde se desenrola a história de uma revolta em Megacity, lar de quarenta milhões de humanos”.

ALAS DE LIONA, “THE ALCHEMIST’S SON”. Essa balada de piano etérea faz parte de Gravity of gold, segundo álbum de Alas de Liona, que já resenhamos por aqui. Recentemente, a faixa ganhou um lançamento como single e veio acompanhada de um lyric video gravado no cenário gótico do Castelo Ferniehirst, na fronteira entre Inglaterra e Escócia. Embora tenha nascido e crescido na árida região do deserto de Mojave, na Califórnia, Alas vive atualmente em Edimburgo, na Escócia.

ST FRANCK, “NATSU REWIRED”. Esse produtor de rock francês lançou no ano passado o álbum Hard drive oddities e, recentemente, apresentou um EP com faixas que ficaram de fora do disco: Hard drive oddities B-sides & remixes. Entre elas está Natsu rewired, um dream pop que combina influências do rock britânico dos anos 1990 com camadas de synths intensos e um delicado som de harpa, que costura as diferentes partes da música. Inicialmente concebida como uma demo para o primeiro EP de Franck, a faixa ganha agora sua versão final.

SUNSHINE NAVIGATOR, “HELLO”. Esse grupo norte-americano faz pós-punk sintetizado, mas com ligeiro sotaque grunge. E guarda certas semelhanças tanto com The Cure quanto com Smashing Pumpkins, na hora de compor e de imprimir peso às melodias. A ideia do quarteto é fazer músicas que falem “dos altos e baixos da conexão humana”, e o objetivo é que o novo single, Hello, chame a atenção tanto de quem curte som cru quanto da turma que ama viajar em cima de letras.

ZAZIE PRODUCTIONS, “STUNNING THAT YOU’D CARE”. Sabe aqueles amigos que desaparecem sem aviso, mas, ao saberem que você está passando por um perrengue, soltam um genérico “olha, tô aqui, hein? Qualquer coisa…”? No fundo, uma preocupação que mal arranha a superfície. Agora imagine Zazie, músico estadunidense por trás deste projeto, que passou um bom tempo entrando e saindo de hospitais psiquiátricos. Navegando entre referências como Frank Zappa, Velvet Underground, Galaxie 500 e Syd Barrett, ele canaliza essa ironia na música, cujo título já entrega o tom sarcástico: “é impressionante que você se importe!”

STEVE LIEBERMAN, THE GANGSTA RABBI, “GANGSTA RABBI”. Lembra de Steve Lieberman? Sim, o Gangsta Rabbi – o cara por trás da música mais longa já composta e que, às vezes, lança um álbum por mês. Sempre fiel a uma sonoridade caótica que remete a Captain Beefheart e ao Metal machine music de Lou Reed. Recentemente, resenhamos um de seus discos, mas Steve não perde tempo: já soltou outro, Riot in your speakerbox! 45/83 – Opus 190. Desta vez, ele fez questão de nos enviar uma relíquia do passado: um vídeo de 2004, gravado ao vivo em Detroit, onde toca e canta a música que lhe rendeu o nome artístico. Puro experimentalismo jazz-clássico-grunge-garageiro, carregado de ruído e energia bruta.

Foto Shape: Divulgação.

Crítica

Ouvimos: Neil Young, “Oceanside countryside”

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Ouvimos: Neil Young, “Oceanside countryside”

Quantos anos você tinha quando percebeu que Relicário, um dos maiores sucessos de Nando Reis, tem uma introdução vocal bem parecida com a de Pocahontas, música de Neil Young que fala sobre o massacre de uma comunidade indígena?

Eu só fui perceber aos 50, depois de já ter escutado essa música várias vezes – e percebi ouvindo esse Oceanside countryside, mais um disco saído do projeto que vasculha os arquivos de Neil Young, e que é nada mais nada menos que o precursor de Comes a time, mergulho country lançado pelo cantor em 1978. As faixas foram todas gravadas entre maio e dezembro de 1977, e deixadas de lado, sendo rearranjadas posteriormente para outros álbuns. Young aparece em clima intimista no começo, e depois vai chegando uma banda.

Vale deixar claro que é um disco sem novidades e, dos itens que andam saindo dos arquivos de Neil, é um dos menos interessantes. Neil Young, mais do que sofrer de incontinência criativa, é daqueles artistas que lançam tudo, mas tudo mesmo, que acham que pode interessar aos fãs – e, vá lá, render algum dinheiro. Essa ética de trabalho transforma em boas surpresas discos que qualquer diretor artístico jogaria no lixo, como as guitarradas de Le noise (2010) e os rascunhos do começo da parceria com o Crazy Horse em Early daze (2012).

No caso de Oceanside, leve o termo rascunho bem a sério: faixas bonitas e épicas como Sail away, Lost in space e Captain Kennedy aparecem mal microfonadas, com som comprimido, uns errinhos aqui e acolá, e coisas do tipo. Faixas como Going back e The old homestead são praticamente demos. O country nostálgico It might have been é a “novidade” do álbum. Uma canção, por sinal, que não é de Young – foi gravada originalmente em 1959 por um popstar canadense chamado Joe London. E que fica boa na versão dele, por sinal.

A melhor maneira de encarar Oceanside countryside é ouvi-lo como uma demo de luxo feita por um artista fenomenal, com músicas realmente boas, mas que ainda estavam no esqueleto – fato que é perceptível até por quem nunca escutou as faixas terminadas que saíram em outros discos. E ora bolas, é Neil Young. Mas no arquivo dele com certeza tem coisas melhores.

Nota: 7,5
Gravadora: Reprise
Lançamento: 7 de março de 2025.

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Crítica

Ouvimos: Frog Eyes, “The open up”

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Ouvimos: Frog Eyes, “The open up”

Com 24 anos de carreira indie (embora tenha havido um hiato entre 2018 e 2022), o Frog Eyes chega ao décimo-primeiro álbum, The open up, requisitando um lugar na gaveta dos grandes revisionistas moderninhos do rock. Se Carey Marcer (voz, guitarra) e Melanie Campbell (bateria) tivessem montado a banda lá por 1978, o Frog Eyes seria escutado pela mesma turma que botava nas alturas artistas como Elvis Costello, Rickie Lee Jones, Warren Zevon, Talking Heads e outros – a galera moderninha, nerd, que colocava micropontos (ou maxipontos) de tensão nervosa em blueprints do rock e da música pop.

Não por acaso, The open up é fortemente influenciado por uma mescla de Buzzcocks, o Elvis Costello dos primeiros anos e até rock dos anos 1950, com todos aqueles maneirismos e gaguejadas vocais. É o que rola no clima psicodélico de araque de Television, a ghost in my head, no clima Gene Vincent-Buddy Holly de E-E-Y-O-R-E (That’s me!) – música também aparentada de Blondie, The Jam, Buzzcocks e de grupos esquecidos como Medium Medium e The Stroke Band – e nos staccatos de I walk out of there (Ambulance song).

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Nessa primeira parte do disco, é possível achar também punk rock classudo lembrando Clash (Put a little light on the wretch that is me) e mais vibes meio anos 1950 meio new wave (I’m little at a loss). Já no “outro lado” de The open up, o Frog Eyes arrisca e torna-se uma banda climática, ambient, experimental, lembrando as primeiras iniciativas solo de Brian Eno e a fase Berlim de David Bowie, chegando perto do Public Image Ltd em I see the same things e mexendo com células rítmicas de reggae em Adam is my brother friend. Já Chin up tem a mesma dramaticidade do Bowie de discos como Diamond dogs.

The open up despede-se com o experimentalismo de duas faixas. Trash crab, com quase sete minutos, é pós-punk viajante e levemente psicodélico, às vezes lembrando Joy Division. E The open up dream of a lost receipt é o som mais meditativo do disco, com teclados, percussões e guitarras em tom calmo – uma balada anos 1950/60 com banho de psicodelia. O Frog Eyes poderia ter distribuído suas duas faces com “pílulas” nos dois lados, mas preferiu ir seguindo em direção ao menos acessível, no decorrer do álbum – o que denota bastante independência, vamos dizer assim.

Nota: 8,5
Gravadora: Paper Bag Records
Lançamento: 7 de março de 2025.

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Crítica

Ouvimos: Hamilton Leithauser, “This side of the island”

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Ouvimos: Hamilton Leithauser, “This side of the island”

Em seu quinto álbum sem a banda da qual é vocalista (os Walkmen), Hamilton Leithauser dá a entender que vem escutando muito Bob Dylan. E que provavelmente, a fase que mais interessa a ele da carreira de Dylan teve início em 1969, com o álbum Nashville skyline, e foi prosseguindo anos 1970 adentro.

This side of the island é basicamente um ótimo disco de country rock, com certo acento disco nos corais e alguns refrãos (o que remete imediatamente ao controverso disco gravado por Dylan no Budokan, no Japão), e às vezes, lançando mão das mesmas células rítmicas de reggae que surgiam vez por outra em algumas canções de Dylan. Essa sonoridade domina Fist of flowers, prossegue na marcial Burn the boats, e também em Why do I think?.

Em Off the beach, por sua vez, dá para lembrar de Neil Young. Mesmo que você não perceba de cara que a faixa bem pode ser uma referência a On the beach, do veterano cantor canadense, aliás – a música é um soft rock com cara country que remete também a nomões do folk britânico, como Richard & Linda Thompson. Dando uma variada, surgem um indie rock bem prototípico (Knockin’ heart), um rock de big band (Ocean roar) e uma balada em clima levemente ska (Happy lights) para abrilhantar o álbum

No fim das contas, This side of the island é um disco que mostra Hamilton Leithauser confortável em suas referências, sem a pressa de reinventar a roda. Mas com talento de sobra para mantê-la girando com charme e personalidade.

Nota: 8,5
Gravadora: Glassnote Music
Lançamento: 7 de março de 2025.

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