Cultura Pop
Quarenta clássicos pop da música infantil

Arca de noé (1980/1981) é um puta disco. A trilha de Sítio do Pica-Pau Amarelo (1977) também. Mas não há nada deles aqui, porque de modo geral, eles são álbuns que trazem a fina flor da MPB fazendo música infantil. A lua, hit do MPB 4, é pop pra burro – mas também ficou de fora. Na lista abaixo, em comemoração ao Dia da Criança, quarenta hits e não-hits dos tempos em que fãs dos Beatles, gente ligada em novidades pop, em rock dos anos 50/60/70/80, cantores mirins, astros da TV, etc, dominaram as paradas fazendo som para a criançada e para os pré-adolescentes. Curte aí. Leia e ouça.
“FUNGA FUNGA” – TRIO SONECA (Vila Sésamo, Som Livre, 1974). Convidados para fazer a trilha do programa infantil Vila Sésamo, Marcos Valle e o irmão letrista Paulo Sergio Valle tiveram reuniões com vários psicólogos e pedagogos. “A ideia era que o disco tivesse uma mensagem como: ‘Acredite em você, você pode derrubar a ditadura!'”, contou. Depois, trancou-se num estúdio caseiro com alguns músicos (o baixista Novelli entre eles). E de lá saiu com várias músicas que pouco lembravam seu passado na bossa nova – a inspiração parecia vir dos Beatles e do soul, em músicas como essa.
“A LENDA DA CONCHINHA” – VELUDO AZUL (O mundo é da criança, Som Livre, 1977). Sucesso entre pais e filhos no fim dos anos 70 (até por vir com um pôster cheio de desenhos de animais), esse disco gravado por um grupo de proveta da Som Livre tinha O pato (hit de João Gilberto) em versão samba-rock, Papai Walt Disney (hit infantil do Grupo Farroupilha) em tons psicodélicos e, fechando, a alegre releitura desse sucesso de Celly Campello.
“NÃO EMPURRE, NÃO FORCE” – A PATOTINHA (Ao sucesso com a Patotinha, RCA, 1980). No quarto álbum, o grupo infantil de proveta vinha com alguns sucessos infantis misturados com versões de disco music e até alguns hits adultos regravados (coisas como Abri a porta, de A Cor do Som, e Menino do Rio, de Caetano Veloso). A versão de Don’t push, don’t force it, de Leon Haywood, vinha com o subtítulo Melô dos patins e versos formidáveis como “estamos de patins/se você nos empurra/acho que vamos cair”.
“RAIMUNDO QUER VOAR” – DANIEL AZULAY (Turma do lambe-lambe, CBS, 1980). Bem antes de começar a compor com Ronaldo Bastos, o cantor, compositor e guitarrista Celso Fonseca ajudou a dar cara soul-pop ao primeiro álbum do desenhista Azulay feito para o programa Turma do lambe lambe (Rede Bandeirantes).
“O ELEFANTE” – ROBERTINHO DE RECIFE (Satisfação, Philips, 1981). Em shows do projeto metaleiro Metal Mania e do neoclássico-rocker Rapsódia rock, o herói da guitarra pernambucano precisava aturar um monte de gente na plateia berrando “toca O elefante!”. Perdido num dos álbuns mais roqueiros do músico, esse tema infantil com corinho de crianças marcou época.
“MEU BUMERANGUE NÃO QUER MAIS VOLTAR” – ERASMO CARLOS (Amar pra viver ou morrer de amor, Polydor, 1982). Animado com a vida em família, Erasmo Carlos já havia conquistado o público infantil com a animada Pega na mentira, em 1981. Meu bumerangue… foi logo adotada pelas crianças e até regravada pela Xuxa no disco Xuxa e seus amigos, de 1985. O sucesso com a molecada fez Erasmo ser convidado para o filme O cavalinho azul (1984), baseado em peça de Maria Clara Machado.
“BRINCADEIRAS DE CRIANÇA” – BOZO (Bozo, RCA, 1982). Que John Lennon revire-se na tumba e Paul McCartney chame os advogados: o Bozo (sim, o próprio) gravou uma versão de Ob-la-di, Ob-la-da, dos Beatles, em seu primeiro álbum…
“NARIZINHO” – BOZO (Bozo, RCA, 1982) … e, mais pop que isso impossível: gravou uma marchinha de carnaval que tem o “patrão” Silvio Santos como um dos autores. Narizinho observa que “criança que gosta do Bozo é muito feliz/criança que gosta do Bozo sabe onde tem o nariz” (sic).
“O INCRÍVEL HULK” – JUNINHO BILL (Festival Internacional da Criança, RCA, 1983). Você não deve lembrar, mas Juninho, depois um dos integrantes do Trem da Alegria, começou sua carreira com essa música, no álbum do festival criado pelo SBT – e que também lançou as carreiras, em separado, de Patricia Marx (então conhecida como Patricia Marques) e Luciano. O disco vendeu bem e algumas músicas pegaram mais do que praga de piolho em jardim de infância.
“ROCK DA LANCHONETE” – LUCIANO DI FRANCO (Festival Internacional da Criança, RCA, 1983). Parece que seu toca-discos está com a rotação acelerada, mas é só o então petiz Luciano, futuro Trem da Alegria, fazendo sua estreia em disco no mesmo festival que lançou Juninho Bill.
“LINDO BALÃO AZUL” – MORAES MOREIRA, BABY CONSUELO, BEBEL GILBERTO, RICARDO GRAÇA MELLO (Pirlimpimpim, Som Livre, 1983). Meio sumido do circo pop havia alguns anos (“minha crise do segundo disco foi a do segundo, do terceiro e do quarto”, disse), Guilherme Arantes voltava como compositor de música infantil, graças a esse hit…
“BRINCAR DE VIVER” – MARIA BETHÂNIA (Plunct plact zuuum, Som Livre, 1983). … e a esse, com letra escrita por Guilherme em cima de um tema musical do jazzista britânico Jon Lucien, e que encerrava um dos principais especiais infantis da Globo dos anos 80.
“O CARIMBADOR MALUCO” – RAUL SEIXAS (Plunct plact zuuum, Som Livre, 1983). Após dois anos tentando, Kika Seixas, então esposa de Raul, conseguiu reposicioná-lo no mercado, com um disco pela Eldorado (Raul Seixas, do mesmo ano) e uma participação de peso em Plunct, cantando o tema de abertura. A inspiração da letra veio de um texto do anarquista francês Pierre-Jouseph Proudhon (que falava em “ser governado é: ser guardado à vista, inspecionado, espionado, dirigido, legislado, regulamentado, depositado, doutrinado, instituído, controlado, avaliado, apreciado, censurado, comandado por outros que não têm nem o título, nem a ciência, nem a virtude”).
“SUPERFANTÁSTICO” – TURMA DO BALÃO MÁGICO E DJAVAN (Turma do Balão Mágico, CBS, 1983). Composta inicialmente para Roberto Carlos gravar com a Turma (o primeiro verso deveria ter sido “Roberto Carlos amigo/que bom estar contigo/em nosso balão”), acabou nas vozes dos meninos Tobi, Mike e Simony, e na de Djavan. E virou um dos maiores hits do grupo infantil, inclusive graças ao arranjo de cordas feito pelo mago dos estúdios Lincoln Olivetti.
“É DE CHOCOLATE” – ROBERTINHO DE RECIFE, PATRICIA, LUCIANO E EMILINHA (Clube da criança, RCA, 1984). O sucesso com O elefante credenciou Robertinho e sua guitarra para mais serviços no mercado da música infantil. Esse hit da dupla Michael Sullivan e Paulo Massadas pôs em clipe no Fantástico (e no programa de Xuxa na Manchete, Clube da criança) Patricia Marx e Luciano Nassyn, que entrariam no grupo Trem da Alegria um ano depois.
“VAMOS A LA PLAYA” – BOM BOM (Bom Bom, Epic/CBS, 1984). Hoje multi-instrumentista, produtor e professor de música, Sandro Haick, filho de Netinho (Incríveis, Casa das Máquinas) começou aos 12 anos tocando bateria nesse grupo, que fez sucesso com essa versão em português do duo italiano Righeira. O repertório do primeiro disco trazia de Leo Jaime a letras feitas pelo versionista oficial da Turma do Balão Mágico, Edgard Poças. Ninguém percebeu, mas apesar do alto astral da versão, o original de Vamos a la playa falava dos resultados altamente tóxicos de uma guerra nuclear (você já leu sobre isso no POP FANTASMA).
“XIXI NAS ESTRELAS” – GUILHERME ARANTES (Pirlimpimpim 2, Som Livre, 1984). Quando um conhecido compositor de música pop precisa fazer um disco infantil bacana, que marque época e venda discos, o que ele faz? Bom, a primeira providência de Guilherme Arantes ao ser convidado para escrever Pirlimpimpim 2 foi chamar Julio Barroso, da Gang 90, e o poeta Paulo Lemisnki para dividir as parcerias. O resultado foi uma verdadeira pérola maldita da música infantil oitentista. O hit do álbum, composto com Leminski, foi esse aí.
“É TÃO LINDO” – TURMA DO BALÃO MÁGICO E ROBERTO CARLOS (Turma do Balão Mágico, 1984). Pronto: o Rei finalmente topou participar de uma gravação da Turma – na versão de It`s not easy, do filme da Disney Meu amigo dragão (Pete’s dragon, de 1977).
“SE ENAMORA” – TURMA DO BALÃO MÁGICO (Turma do Balão Mágico, 1984). Versionista de quase todo o repertório da Turma, Edgard Poças conseguiu realmente – e de forma assombrosa – entender o que se passava na cabeça de uma criança dos anos 80 que vivia as agonias de um amor platônico de escola. A música ainda faz muito marmanjo chorar.
“AGULHA NO PALHEIRO” – LUIZ MELODIA (A turma do Pererê, Som Livre, 1984). O especial infantil de Ziraldo, quando levado à tela da TV, trouxe a MPB de Gal Costa (na bela Grande final, de Moraes Moreira), o sertanejo de Sergio Reis (em Canção dos caçadores), um pop infantil que nem parece mas é de Raul Seixas (Canção do vento) e o tom black Rio da canção de Luiz Melodia, que fala da ida do índio Tininim para a cidade grande.
“A VERDADEIRA HISTÓRIA DE ADÃO E EVA” – BLITZ (Plunct plact zuuum II, Som Livre, 1984). A segunda parte do especial infantil falava, em sua maior parte, sobre vivências de pais separados e filhos alijados do próprio lar. Por algum motivo que não lembro mais qual é, o programa começava com essa música da Blitz que não havia sido incluída em disco nenhum do grupo e contava a história da criação do mundo com uma letra cheia de duplos e triplos sentidos (“Adão segura sua cobra/que eu tô com maçã de sobra pra dar”, cantavam as vocalistas). Até no Rock In Rio rolou.
“PAPAI SABE TUDO” – ERASMO CARLOS (Plunct plact zuuum II, Som Livre, 1984). Em alta com o público infantil e prestes a se tornar ele mesmo um pai separado, Erasmo falava sobre o drama do pai que cuidava da vida, da carreira e dos filhos pequenos, tudo ao mesmo tempo, nessa canção de Leo Jaime e Leandro (ex-João Penca e seus Miquinhos Amestrados).
“SUBPRODUTO DE ROCK (GERAÇÃO DO ROCK)” – BARÃO VERMELHO (Plunct plact zuuum II, Som Livre, 1984). O clássico infantil do Barão com Cazuza se tornou popular a ponto de ser executado pela banda em seu show no Rock In Rio I, em 1985 – com um nada infantil “foda-se” anexado na letra.
“MEU URSINHO BLAU BLAU” – ABSYNTHO (Absyntho, RCA, 1984). Er… um estranho encontro entre música infantil + rock brasileiro dos anos 80 + glam rock + psicodelia (era uma banda com repertório infantil que adotou como nome uma bebida alcoólica – quer coisa mais psicodélica que isso?). Marcou época e é até hoje executada em festas Ploc. O vocalista Sylvinho, você deve saber, deve seu atual nome artístico (Sylvinho Blau Blau) ao hit.
“PLANETA MORTO” – TITÃS (A era dos Halley, Som Livre, 1985). A Globo pegou carona na cauda do cometa (ai) Halley, que seria avistado do Planeta Terra em 1986. E bolou esse especial, com participações de nomes como Barão Vermelho (em sua primeira aparição sem Cazuza, com Torre de babel), o ex-mutante Sergio Dias (Anos luz de amor), Baby Consuelo (a radiofônica Que delícia) e os Titãs a poucos meses de Cabeça dinossauro, com Planeta morto, que não apareceria em nenhum disco da banda.
“O SENHOR DA GUERRA” – LEGIÃO URBANA (A era dos Halley, Som Livre, 1985). A Legião também participou do mesmo especial, com uma música que parece um outtake do primeiro disco. O senhor da guerra ficou de fora da discografia do grupo – apenas em Música para acampamentos (1991) surgiria uma versão gravada ao vivo e com o nome mudado para A canção do senhor da guerra. Durante as gravações do vídeo, segundo o guitarrista Dado Villa-Lobos, a banda se assustou bastante com o estilo mandão do diretor Augusto Cesar Vanucci e odiou o figurino (no qual nem apitaram).
“EU NÃO RANGO” – ULTRAJE A RIGOR (Os Trapalhões no rabo do cometa, WEA, 1986). Brigados, os Trapalhões toparam fazer um filme em parceria com a Mauricio de Sousa Produções, em que boa parte do trabalho seria feita em desenho animado. Na trilha, vigorava o rock nacional, com músicas inéditas de Premeditando o Breque (O bruxo e o passarinho), Ira! (1914) e uma versão especial de Eu me amo (Ultraje A Rigor) com o nome modificado para Eu não rango – por causa de uma cena em que um Didi pré-histórico saía buscando comida, sem sucesso, no tempo das cavernas.
“HE-MAN” – TREM DA ALEGRIA (Trem da alegria, RCA, 1986). Michael Sullivan e Paulo Massadas, autores da música, lançaram de vez seus tentáculos para cima do público infantil com essa canção, um estranho e feliz encontro entre metal farofa e trilhas de seriados japoneses. “Das músicas que fiz, é uma das que mais gosto”, chegou a afirmar Sullivan. A gravação envolveu uma trabalheira brutal que incluiu o uso de uma orquestra de cordas apenas para dar uma “sombra” na música – coberta depois com uma camada de sintetizadores.
“FERA NENÉM” – TREM DA ALEGRIA E EVANDRO MESQUITA (Trem da Alegria, RCA, 1986). Mais rock nacional na farra da música infantil dos 80: o ex-O Terço Vinicius Cantuária e o ex-Blitz Evandro Mesquita compuseram essa, cantada por Juninho Bill e que, bem, chocou algumas pessoas por causa dos versos “brinco de médico, ninguém é de ferro” e “acordo feliz quando sonho com a Xuxa”. Ora, vejam só…
“TE CUIDA MEU BEM” – PATRICIA (Patricia, RCA, 1986). Antes, bem antes de descobrir o pop adulto e a música eletrônica, Patricia Marx fazia um raro mix “adolescente-adulto”, influenciado por jovem guarda, soul e bossa nova. A fofa Te cuida meu bem, de Michel Sullivan e Paulo Massadas, foi regravada em ritmo de funk recentemente por MC Marcinho com outra letra e nome modificado para Garota nota cem.
“MIRAGEM VIAGEM” – XUXA (Xou da Xuxa, Som Livre, 1986). Um dos letristas oficiais do Clube da Esquina, responsável pela produção de vários discos de Milton Nascimento, Ronaldo Bastos verteu para o português Black orchid, de Stevie Wonder – da trilha do documentário The secret life of plants, de 1979.
“SHE-RA” – XUXA (Xou da Xuxa, Som Livre, 1986). Joe Euthanazia, parceiro de Neusinha Brizola em Mintchura (e que teve sucessos solo como Me leva pra casa) e Tavinho Paes, parceiro de Lobão (em Rádio blá) e Arnaldo Brandão (em Totalmente demais, do Hanoi Hanoi, e na própria Rádio blá), inacreditavelmente, compuseram um dos maiores hits da Rainha dos Baixinhos. Segundo Tavinho, a música não foi uma encomenda: inicialmente era uma bossa nova feita para sua filha, Dianna. Por causa dessa música, Joe e Tavinho ganharam US$ 15 mil e foram imediatamente para Nova York gastar o dinheiro.
“AS CRIANÇAS E OS ANIMAIS” – ABELHUDOS (Patrulha do coração, EMI, 1987). Formado por dois filhos de Renato Corrêa, dos Golden Boys, esse grupo soava como uma Turma do Balão Mágico mais “crescida” (os integrantes tocavam instrumentos de verdade), pré-adolescente e, graças à influência paterna, mais pós-jovemguardista. Isso tocou muito em rádio.
“CORAÇÃO DE PAPELÃO” – JAIRZINHO E SIMONY (Jairzinho e Simony, CBS, 1987). A versão para Puppy love, de Paul Anka, foi feita por (adivinhe quem?) Edgard Poças. Fez sucesso estrondoso e reabilitou por uns tempos a carreira dos dois ex-A Turma do Balão Mágico. O único disco da dupla tinha ainda participações de Gal Costa (em Oi mundo), Tim Maia (A voz do trovão), a ex-cantora do Metrô, Virginie (numa versão de O vira, do Secos & Molhados) e muitas músicas feitas por Paul Mounsey, um compositor escocês que vivia no Brasil na época e hoje se dedica a trilhas de cinema em Los Angeles.
“PRA VER SE COLA” – TREM DA ALEGRIA (Trem da alegria, RCA, 1988). Marcou as infâncias de muita gente que acabou de passar dos trinta – inclusive a de Marcelo Camelo, que chegou a cantar a música com o Los Hermanos num Luau MTV do grupo.
“DIA DE PARAÍSO” – ABELHUDOS (Dia de paraíso, EMI, 1988). Boa parte do material do terceiro disco dos Abelhudos foi composto por vários autores ao lado do letrista Claudio Rabello – aquele mesmo, de Muito estranho, de Dalto. Essa, de Rabello e Erich Bulling, levou o trio infantil para apresentações no Cassino do Chacrinha, no Clube do Bolinha, no Xou da Xuxa, no Globo de Ouro…
“BRUXINHA” – A NOVA TURMA DO BALÃO MÁGICO (A Nova Turma do Balão Mágico, CBS, 1988). Balão Mágico, o programa, saiu do ar em 1986 e deu lugar ao Xou da Xuxa. O antigo quarteto (com Jairzinho) se separou e cada um foi tratar da sua vida. Mas a CBS não perdeu a oportunidade e, sob o mesmo nome, juntou dois anos depois Rodrigo Camargo e as gêmeas Natanna e Tuanny, filhas da cantora Adriana. O grande hit foi esse. Em outras faixas, Edgard Poças, versionista dos primeiros discos, subia de posto e virava co-autor, mas sem muitos sucessos.
“VOU DE TÁXI” – ANGÉLICA (Angélica, CBS, 1988). A versão em português de Joe le taxi, gravada por Vanessa Paradis, foi feita por Byafra e Aloysio Reis mantendo um pouco do tema original (táxis, enfim). “Lembro que o Aloysio chegou em casa dizendo que ia estrear uma lourinha na Rede Manchete. Ele estava chegando de Paris e disse que tinha uma música arrebentando por lá. Era Joe le taxi, da Vanessa Paradis, que falava de uma menina apaixonada pelo motorista de táxi que ia buscá-la na casa dela”, relatou Byafra aqui.
“NÃO FAZ MAL (TÔ CARENTE MAS TÔ LEGAL)” – MARA (Deixa a vida rolar, EMI, 1990). Os créditos dos discos da apresentador e cantora assustam: músicas inéditas de Cecelo Frony, Baby do Brasil, Caramez (ex-empresário e amigo dos Novos Baianos), Fábio Fonseca. Esse hit adolescente foi feito pela dupla de jurados do Astros, Thomas Roth e Arnaldo Saccomani. E você conhece.
“NANA NENÉM” – RAIMUNDOS (single, Warner, 1998). “Quem não calar a boca/vai entrar na chinela”. Os Raimundos, ainda com Rodolfo no vocal, mantinham a fama casca-grossa gravando um jingle para o chinelo Rider que virou hit infantil e saiu em CD-single, com Reggae do manero de b-side. Aparentemente, na época, ninguém se chocou com a letra. A empresa também não se importou muito com o fato de a música fazer referência a usos bem pouco ortodoxos e mais inapropriados de seu produto.
Crítica
Ouvimos: Lady Gaga, “Mayhem”

Tudo que é mais difícil de explicar, é mais complicado de entender – mesmo que as intenções sejam as melhores possíveis e haja um verniz cultural-intelectual robusto por trás. Isso vale até para desfiles de escolas de samba, quando a agremiação mais armada de referências bacanas e pesquisas exaustivas não vence, e ninguém entende o que aconteceu.
Carnaval, injustiças e polêmicas à parte, o novo Mayhem foi prometido desde o início como um retorno à fase “grêmio recreativo” de Lady Gaga. E sim, ele entrega o que promete: Gaga revisita sua era inicial, piscando para os fãs das antigas, trazendo clima de sortilégio no refrão do single Abracadabra (que remete ao começo do icônico hit Bad romance), e mergulhando de cabeça em synthpop, house music, boogie, ítalo-disco, pós-disco, rock, punk (por que não?) e outros estilos. Todas essas coisas juntas formam a Lady Gaga de 2025.
Algo vinha se perdendo ou sendo deixado de lado na carreira de Lady Gaga há algum tempo, e algo que sempre foi essencial nela: a capacidade de usar sua música e sua persona para comentar o próprio pop. David Bowie fazia isso o tempo todo – e ele, que praticamente paira como um santo padroeiro sobre Mayhem, é uma influência evidente em Vanish into you, uma das faixas que melhor representam o disco. Aqui, Gaga entrega dance music com alma roqueira, um baixo irresistível e um batidão que evoca tanto a fase noventista de Bowie quanto o synthpop dos anos 1980.
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Mais coisas foram sendo deixadas de lado na carreira dela que… Bom, sao coisas quase tão difíceis de explicar quanto as razões que levaram Gaga a criar um álbum considerado “difícil” como Artpop (2013), enquanto simultaneamente mergulhava no jazz com Tony Bennett e preparava-se para abraçar o soft rock no formidável Joanne (2016), um disco autorreferente que talvez tenha deixado os fãs da primeira fase perdidos. Em outro tempo, Madonna parecia autorizada a mudar como quisesse, mas quando Gaga fazia o mesmo, deixava no ar notas de desencontro e confusionismo. O pop mudou, as décadas passaram, o público mudou – e todas as certezas evaporaram.
É nesse cenário que Mayhem equilibra as coisas, entregando um pop dançante, consciente e orgulhoso de sua essência, mas ao mesmo tempo sombrio e marginal. Há momentos de caos organizado, como em Disease e Perfect celebrity – esta última começa soando como Nine Inch Nails, mas, se você mexer daqui e dali, pode até enxergar um nu-metal na estrutura. Killah traz uma eletrônica suja, um refrão meio soul, meio rock que caberia num disco do Aerosmith, enquanto Zombieboy aposta no pós-disco punk, evocando terror e êxtase na pista (por acaso, Gaga chegou a dizer que o disco tem influências de Radiohead, e confirmou o NiN como referência).
Na reta final, o álbum se aventura por outros terrenos: How bad do U want me e Don’t call tonight flertam com o pop dinamarquês dos anos 90 (e são, por sinal, as únicas faixas pouco inspiradas do disco); The beast tem cara de trilha sonora de comercial de cerveja; e Lovedrug mergulha na indefectível tendência soft rock que surge hoje em dia em dez entre dez discos pop. Essa faixa soa como um híbrido entre Fleetwood Mac e Roxette – como se Gaga estivesse pensando também na programação das rádios adultas de 2035.
O desfecho de Mayhem chega como um presente para o ouvinte: Blade of grass é uma balada melancólica de violão e piano, que ecoa tanto a tristeza folk dos anos 70 quanto a melancolia do ABBA, crescendo em inquietação à medida que avança. E então, como quem perde um pouco o tom, o álbum termina com… Die with a smile, a já conhecida balada country-soul gravada em parceria com Bruno Mars, lançada há tempos como single. Dentro do contexto do disco, ela soa mais como um apêndice do que como um encerramento – uma nota de rodapé onde se esperava um ponto final. Nada que chegue a atrapalhar a certeza de que Lady Gaga conseguiu, mais do que retornar ao passado, unir quase todos os seus fãs em Mayhem.
Nota: 8,5
Gravadora: Interscope
Lançamento: 7 de março de 2025.
4 discos
4 discos: Elvis Presley no final

Ainda que o mercado de álbuns estivesse bastante fortalecido desde o fim dos anos 1960, isso não chamava a atenção de Elvis Presley (1935-1977), e muito menos a de seu empresário, o Coronel Tom Parker (1909-1997). O cantor não parecia se interessar muito por LPs, apesar de ter tido grandes vendagens de álbuns desde o começo. Muitas vezes, Elvis apenas gravava o que tinha vontade, e deixava que a RCA, sua gravadora, escolhesse capas, repertório e (o principal) como e de que maneira cada gravação seria aproveitada.
Nos anos 1970, com Elvis enclausurado em sua mansão e cada vez mais descontrolado (no apetite, nas drogas, na violência etc), o cantor ficou também cada vez mais desinteressado em gravar regularmente. Seus álbuns começavam a se tornar compilações de gravações, quase sempre feitas em etapas diferentes. Não era nem preciso que as sessões passassem pelos mesmos esquemas de produção, embora os álbuns pós-1966 do cantor tivessem todos o mesmo produtor. Era o ex-cantor Felton Jarvis, que chegou a lançar em 1959 um single cujo lado B era um tributo chamado Don’t knock Elvis.
O álbum That’s the way it is (1970), por exemplo, foi feito a partir de oito faixas gravadas do estúdio da RCA em Nashville, mas também entraram quatro faixas gravadas ao vivo em Las Vegas. Por sua vez, o restante dessas sessões de Nashville foi lançado gradativamente em singles e rendeu também o álbum Elvis country, de 1971. Era como se os álbuns do cantor, com raras exceções, já fossem compilações de out takes. E o que não falta é crítico de rock apontando para esse clima “alhos com bugalhos” na parte final da discografia de Elvis.
Pois bem, resolvemos revisitar quatro álbuns dessa última década da carreira de Elvis Presley – que, você talvez saiba, teria completado 90 anos no dia 8 de janeiro. E pode crer: quem deixou esses discos para trás perdeu muita coisa. Mesmo os mais alheios à obra do cantor, que o conhecem apenas pelos grandes hits, podem encontrar surpresas agradáveis. Porque, sim, por trás daquela fachada de decadência, havia música pulsante. Se você nem sequer desconfiasse que a vida de Elvis andava uma zona daquelas, poderia acabar achando que ele já estava rico o suficiente e havia resolvido só gravar o que quisesse, para quem quisesse ouvir, e problema dele.
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- Este texto foi inspirado por um outro texto, da newsletter do músico Giancalrlo Rufatto
“ELVIS NOW” (1972). O nome desse álbum de Elvis podia indicar que se tratava de um disco ao vivo, de uma coletânea, de um álbum de sobras, de um cata-corno musical – enfim, Elvis now, como título, não quer dizer lá muita coisa. De qualquer jeito, é um dos mais brilhantes lançamentos do cantor em sua última década. Numa época em que Elvis parecia ter entendido mais ou menos para que serviam os álbuns e estava adotando estilos musicais diferentes em cada lançamento (gospel, country, baladas, etc), seu décimo-sexto LP era o que mais se aproximava de um “programa de música” (digamos assim), cabendo vários estilos musicais de maneira equilibrada.
Para manter um hábito do cantor na época, Elvis now não era um disco de “agora”. Havia uma faixa gravada em 1969 (a versão dele para Hey Jude, dos Beatles, feita nas sessões que geraram o disco Elvis in Memphis, daquele ano) e gravações de 1970 e 1971. Ou seja: era basicamente um cozidão de sobras com material ainda sem destinação. De qualquer jeito, lá você ouve, além de Hey Jude, Elvis interpretando canções de Kris Kristofferson (Help me make it through the night), da ativista e cantora Buffy Sainte-Marie (a canção de amor classe-operária Until it’s time for you to go), de Gene McLellan (Put hand in the hand), Gordon Lightfoot (Early mornin’ rain) e até um clássico gospel tradicional que, poucos anos depois, Raul Seixas e Paulo Coelho fariam questão de chupar (I was born ten thousand years ago).
“RAISED ON ROCK/FOR OL’ TIMES SAKE” (1973). Mais uma vez uma capa de Elvis traz uma foto praticamente idêntica dele (Elvis proibia que o fotografassem fora do palco), e o título lembra o de um álbum pirata ou coletânea caça-níqueis. Mas esse disco é tido como o último álbum de estúdio verdadeiramente rocker de Elvis, e tem quem o considere o melhor álbum dessa fase. O repertório veio de sessões no Stax Studios (Memphis, Tennessee), em julho de 1973, além de outras gravações feitas na casa de Presley em Palm Springs, Califórnia, em setembro de 1973.
Raised on rock tem esses dois títulos porque aproveitou os nomes dos lados A e B de um single de sucesso do cantor – o que dá a impressão também de “single expandido para álbum” e feito às pressas. Uma ouvida distraída revela pérolas como as próprias músicas-título, além de Three corn patches (da dupla Leiber e Stoller), Just a little bit (sucesso do cantor Rosco Gordon) e Find out what’s happenin’ (country gravado em 1968 por Bobby Bare). Muita gente implicou bastante com aquele papo de “criado no rock”, ate porque a canção fala de uma pessoa que foi criada ouvindo hits como Johnny B. Goode, de Chuck Berry, e nada menos que Hound dog, gravada pelo próprio Elvis (!) em 1956. Mas pula essa parte porque a gravação é ótima.
“ELVIS TODAY” (1975). A capa e o título não dizem muita coisa, mas Today é um dos discos mais saidinhos dessa fase final da carreira do cantor. O som une música pop e country, em vez de se concentrar apenas num estilo. E fica claro, pela escolha de repertório, que o álbum foi um esforço grande de Elvis em tentar entender o que estava acontecendo ao seu redor na música.
Havia o rock country de T-R-O-U-B-L-E, um dos últimos hits do cantor no estilo que o havia consagrado. Tinha uma regravação de Fairytale, das Pointer Sisters, indicando que a transição do soul à disco já tinha sido devidamente observada por Elvis e sua turma. E havia algumas regravações bem bacanas de faixas recentes, como I can help, de Blly Swan, e Pieces of my life, de Troy Seals – muito embora, justamente por causa disso, ficasse a impressão de que Today, mais do que resultado de uma gravação em estúdio, era o resultado de uma mexida em várias demos. Ainda assim, era uma mostra de que Elvis ainda se reinventava. Da maneira dele, mas rolava sim.
“FROM ELVIS PRESLEY BOULEVARD, MEMPHIS, TENNESSEE” (1976). O título desse disco lembra o de um álbum póstumo ou coletânea. É apenas o vigésimo-terceiro álbum de Elvis, feito numa época em que o cantor nem sequer queria sair de casa para gravar, e a RCA mandou instalar um estúdio na casa dele. Foi lançado pouco após a excelente coletânea The Sun sessions, e, diz o site oficial do cantor, trouxe músicas “comercializadas como se Elvis estivesse finalmente emitindo um convite aos seus fãs para entrarem pelos portões de Graceland”. Inclusive vendeu mais do que a coletânea, embora tenha custado mais aos cofres da RCA do que Sun sessions.
A capa informa que se trata de um “disco ao vivo”, mas a realidade é bem diferente: não há palmas, e basicamente o material foi feito “ao vivo” dentro da própria mansão de Elvis. O repertório é de uma força impressionante, com destaque para a balada blues Hurt, a romântica Never again e as baladas country Dany boy e Bitter they are, harder they fall, além da grandiosa The last farewell. From Elvis Presley Boulevard não é apenas um disco: é um retrato do Rei em um momento de fragilidade e reclusão, mas ainda capaz de emocionar como poucos.
Cultura Pop
Grammy 2025: as apostas do Pop Fantasma

Informações básicas sobre o Grammy 2025, que vai rolar neste domingo (2 de fevereiro), às 21h30, horário de Brasília, nos Estados Unidos. Vamos por partes:
- É a 67ª edição da premiação.
- Uma porrada de gente vai fazer show na premiação. Entre os confirmados, Stevie Wonder, John Legend, Janelle Monáe, Chris Martin, Cynthia Erivo, Brittany Howard, Brad Paisley, Herbie Hancock, Jacob Collier, Lainey Wilson, St. Vincent e Sheryl Crow. A Academia afirmou também que estarão no palco nomes como Benson Boone, Sabrina Carpenter, Doechii, Raye, Chappell Roan, Teddy Swims, Shakira e Charli XCX.
- O comediante sul-africano Trevor Noah vai apresentar o prêmio – ele comanda o palco do prêmio desde 2021.
- Tem Brasil na premiação, já que Anitta concorre a melhor álbum de pop latino com Funk generation.
- O canal de TV TNT e o serviço de streaming Max vão transmitir a premiação aqui no Brasil.
- Após discussões iniciais, foi decidido que os incêndios em Los Angeles não causariam o adiamento do evento – e decidiu-se também que o Grammy será um instrumento para angariar fundos para ajudar a cidade.
E enfim, ninguém convidou o Pop Fantasma para votar lá, mas nós resolvemos mostrar nossas apostas, divididas em quem a gente acha que leva os prêmios, e quem a gente adoraria que ganhasse. Confira aí e faça suas apostas. Não votamos em todas as categorias, claro – são 94 e não nos sentimos capazes de opinar em várias delas.
(na foto, Charli XCX, que a gente gostaria que ganhasse numas três categorias).
Música do Ano
Shaboozey, A bar song (Tipsy)
Billie Eilish, Birds of a feather
Lady Gaga and Bruno Mars, Die with a smile
Taylor Swift featuring Post Malone, Fortnight
Chappell Roan, Good luck, babe!
Kendrick Lamar, Not like us
Sabrina Carpenter, Please please please
Beyoncé, Texas hold ‘em
QUEM PROVAVELMENTE VAI GANHAR: Taylor Swift
QUEM A GENTE QUER QUE GANHE: Kendrick Lamar
Revelação do Ano
Benson Boone
Sabrina Carpenter
Doechii
Khruangbin
RAYE
Chappell Roan
Shaboozey
Teddy Swims
QUEM PROVAVELMENTE VAI GANHAR: Chappell Roan
QUEM A GENTE QUER QUE GANHE: Ficamos contentes se a Chappell ganhar, mas enfim, tem o Khruangbin
Melhor Performance Solo Pop
Beyoncé, Bodyguard
Sabrina Carpenter, Espresso
Charli XCX, Apple
Billie Eilish, Birds of a feather
Chappell Roan, Good luck, babe!
QUEM PROVAVELMENTE VAI GANHAR: Sabrina Carpenter é a campeã de audiência em algumas plataformas digitais, e tem grandes chances,
QUEM A GENTE QUER QUE GANHE: Charli XCX
Melhor Performance Dupla ou Grupo Pop
Gracie Abrams Featuring Taylor Swift, Us
Beyoncé Featuring Post Malone, Levii’s Jeans
Charli XCX & Billie Eilish, Guess
Ariana Grande, Brandy & Monica, The boy is mine
Lady Gaga & Bruno Mars. Die with a smile
QUEM PROVAVELMENTE VAI GANHAR: Grandes chances para o dueto de Lady Gaga e Bruno Mars
QUEM A GENTE QUER QUE GANHE: Charli XCX e Billie Eilish
Melhor Álbum Pop Vocal
Sabrina Carpenter, Short’n sweet
Billie Eilish, Hit me hard and soft
Ariana Grande, Eternal sunshine
Chappell Roan, The rise and fall pf a midwest princess
Taylor Swift, The tortured poets department
QUEM PROVAVELMENTE VAI GANHAR: Chappel Roan? Taylor Swift? Billie Eilish? Aí parece que TODAS podem ganhar.
QUEM A GENTE QUER QUE GANHE: Billie Eilish
Melhor Álbum de Country
Beyoncé, Cowboy Carter
Post Malone, F-1 Trillion
Kacey Musgraves, Deeper Well
Chris Stapleton, Higher
Lainey Wilson, Whirlwind
QUEM PROVAVELMENTE VAI GANHAR: Chris Stapleton
QUEM A GENTE QUER QUE GANHE: Beyoncé
Melhor Performance Country Solo
Beyoncé, 16 Carriages
Chris Stapleton, It takes a woman
Jelly Roll, I am not OK
Kacey Musgraves, The architect
Shaboozey, A bar song (Tipsy)
QUEM PROVAVELMENTE VAI GANHAR: Chris Stapleton ou Shaboozey
QUEM A GENTE QUER QUE GANHE: Beyoncé (ou, vá lá, também o Shaboozey)
Melhor Gravação Dance/Eletrônica
Madison Beer, Make you mine
Charli XCX, Von Dutch
Billie Eilish, L’amour de ma vie (Over Now Extended Edit)
Ariana Grande, Yes, and?
Troye Sivan, Got me started
QUEM PROVAVELMENTE VAI GANHAR: talvez, quem sabe, Billie Eilish
QUEM A GENTE QUER QUE GANHE: Charli XCX
Melhor Álbum de Pop Latino
Anitta, Funk generation
Luis Fonsi, El viaje
Kany García, García
Shakira, Las mujeres ya no lorran
Kali Uchis, Orquídeas
QUEM PROVAVELMENTE VAI GANHAR: Talvez a Kali Uchis
QUEM A GENTE QUER QUE GANHE: Fernanda Torres no Oscar e Anitta no Grammy, já pensou? (mas Kali Uchis ganhando ia ser legal, Orquideas é um disco bacana).
Melhor Álbum de Rock
The Black Crowes, Happiness bastards
Fontaines D.C., Romance
Green Day, Saviors
Idles, TANGK
Pearl Jam, Dark matter
The Rolling Stones, Hackney diamonds
Jack White, No name
QUEM PROVAVELMENTE VAI GANHAR: Algo me diz que o primeiro álbum dos Stones lançado após a morte de Charlie Watts vai mexer com os jurados.
QUEM A GENTE QUER QUE GANHE: Jack White.
Melhor Performance de Rock
The Beatles, Now and then
The Black Keys, Beautiful people (Stay high)
Green Day, The american dream is killing me
Idles, Gift horse
Pearl Jam, Dark matter
St. Vincent, Broken man
QUEM PROVAVELMENTE VAI GANHAR: Beatles.
QUEM A GENTE QUER QUE GANHE: Em tempo de Trump na presidência dos EUA, Green Day cantando que “o sonho americano está me matando” seria um sonho (sem trocadilho). Mas dificilmente vai rolar.
Melhor Performance de Música Alternativa
Cage the Elephant, Neon pill
Nick Cave & The Bad Seeds, Song of the lake
Fontaines D.C., Starbuster
Kim Gordon, Bye bye
St. Vincent, Flea
QUEM PROVAVELMENTE VAI GANHAR: Nick Cave & The Bad Seeds
QUEM A GENTE QUER QUE GANHE: Kim Gordon, com certeza.
Melhor Álbum de Música Alternativa
Nick Cave & Bad Seeds, Wild god
Clairo, Charm
Kim Gordon, The collective
Brittany Howard, What now
St Vincent, All born screaming
QUEM PROVAVELMENTE VAI GANHAR: estou entre Clairo e Nick Cave
QUEM A GENTE QUER QUE GANHE: Kim Gordon
Melhor Álbum de Rap
Common & Pete Rock, The Auditorium Vol. 1
Doechii, Alligator bites never heal
Eminem, The death of Slim Shady (Coup de grâce)
Future & Metro Boomin, We don’t trust you
J. Cole, Might delete later
QUEM PROVAVELMENTE VAI GANHAR: Se bobear, Eminem leva essa. Ou o trapper Future.
QUEM A GENTE QUER QUE GANHE: Common & Pete Rock, que ainda por cima têm samples bem criativos de música brasileira (pegaram trechos de faixas de Chico Buarque, Ivan Lins & Vitor Martins e até uma faixa da banda de rock progressivo brasileira Karma).
Melhor Performance de Rap
Cardi B, Enough (Miami)
Common & Pete Rock Featuring Posdnuos, When the sun shines again
Doechii, Nissan altima
Eminem, Houdini
Future, Metro Boomin & Kendrick Lamar, Like that
Glorilla, Yeah glo!
Kendrick Lamar, Not like us
QUEM PROVAVELMENTE VAI GANHAR e QUEM A GENTE QUER QUE GANHE: Kendrick Lamar
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