Lançamentos
Peter Gabriel convida Brian Eno em novo single

Quem tá de volta é ninguém menos que Peter Gabriel. O cantor e compositor vem com novo single, Four kinds of horses. O ex-Genesis volta acompanhado de Brian Eno nos sintetizadores. Ouça aí.
A música é produzida por Peter e pelo dono da gravadora XL, Richard Russell. E é mais um single de I/O, seu próximo álbum. Gabriel contou que a música nasceu da estreia de Russell como artista solo, o projeto Everything is recorded.
“Ele é um amigo meu. E me pediu para aparecer em seu estúdio. Eu criei alguns acordes, melodias e palavras em cima de um groove em que ele estava trabalhando. Tentamos algumas coisas que não funcionaram totalmente e, por isso, o trabalho ficou inativo por um bom tempo. Então comecei a brincar com isso novamente e mudei o clima e o groove, e algo mais começou a surgir, com um refrão melhor”, disse num comunicado.
O álbum mais recente de Peter, New blood, saiu em 2011 e trazia várias regravações de músicas de sua carreira.
Crítica
Ouvimos: Renegades Of Punk, “Gravidade”

Um supergrupo punk formado em Aracaju em 2007, o Renegades Of Punk lança seu segundo álbum, Gravidade. Em 16 curtas faixas, Daniela Rodrigues (guitarra, vocal), Ivo Delmondes (bateria, vocal) e João Mário (baixo, voz, synth) dedicam-se a uma música ágil, pesada, sombria e quase gótica, conduzida quase sempre pelo baixo – que soa como se tivesse sido gravado em uma igreja, ou qualquer lugar cheio de ambiência.
Os vocais de Daniela saem igualmente na frente, cuspindo uma poesia anárquica, que sempre elege o capitalismo e a exploração do trabalhador como alvos – sem sombra de panfletarismo. Gravidade abre com o punk motorik e gritado da ruidosa Apenas isso, segue com os efeitos psicológicos do capitalismo na cavernosa Bruxismo (que lembra The Damned), evoca Buzzcocks em faixas como Invisível, Cortaram meus olhos e Feitiço, e fala do dia a dia de muita gente na irônica e triste Sempre angústia: “eu sou a máquina que deu errado / não consigo homogeneizar (…)/ achei que era de carne e osso / mas era apenas aparelho com defeito / acreditando que podia ser diferente”.
Temas como o machismo da ciência e da medicina surgem em Ciseaux, e uma energia punk-hardcore lembrando Mercenárias e Ratos de Porão ganha a frente em Máquina e Depressa. Misoginia (dos versos “eles ocupando os cargos / nós em casa parindo / uma piada de mau gosto / falta lógica, falta empatia”), por sua vez, vai para o lado de bandas como Gang Of Four e Television Personalities. Se nunca ouviu, adote essa banda agora mesmo.
Nota: 9
Gravadora: El Rocha Records
Lançamento: 8 de março de 2025
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Crítica
Ouvimos: The Driver Era, “Obsession”

A obsessão (eta trocadilho imbecil) da dupla norte-americana de alt-pop The Driver Era parece ser a sonoridade do Spandau Ballet. You keep me up at night, primeira faixa de Obsession, quarto disco dos dois, inicia com riff de teclado, tem as indefectíveis lembranças de The Cure e New Order (comuns hoje hoje em dia), mas tem uma guitarra dançante e surfística que é a cara de um dos maiores hits do Spandau, Only when you leave. Everybodys’s love, lá para o final do disco, faz vir à memória outro hit do grupo britânico, True. Same old story também parece ter sido inspirada por audições do SB.
Outros detalhes musicais do Spandau são devidamente louvados ao longo da meia hora de duração de Obsession, mas vale dizer que está tudo misturado no eletrorock moderninho da dupla, que também cai para cima de Earth, Wind & Fire e Michael Jackson em Don’t walk away (com certo clima trap nos vocais), une trip hop e neo-soul em I’d rather die, e joga o/a ouvinte num vórtice de referências oitentistas em Don’t take the night, um dos singles do disco. The weekend, o mais próximo de um “rock típico” do disco, lembra o hit único do Wax (Right between the eyes, de 1986, lembra?) e, em determinados momentos, soa quase como um power pop.
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Essa soma de referências dá a ideia de um disco construído e montado, mais até do que composto – o Driver Era, não custa dizer, está bem longe de ser uma banda sem personalidade ou cara própria. Às vezes a coisa não engrena, como na dance music genérica de Touch. Um lado do Driver Era que, por sua vez, é um dos melhores da banda, passa pelo pop adulto: Nothing left to loose tem clima jazz dado pela bateria e pelo piano Rhodes, e um andamento análogo ao de Everybody wants to rule the world, do Tears For Fears. Better, no final, vai na mesma linha, unindo rock e algo próximo ao trip hop.
Em termos de letras, vale dizer que o Driver Era investe em versos de identificação fácil, como na louvação da liberdade de Weekend, o amorzinho de Touch e Don’t walk away e o sexo noturno de You keep me up at night. Fica aí claro que o objetivo dos irmãos Ross e Rocky Lynch (os dois do The Driver Era) é fazer pop extremamente fácil e extremamente descompromissado – nem as encucações de matrizes já citadas como The Cure e New Order brotam por aqui. Em alguns momentos, isso funciona, e bem – em outros, vira um calcanhar de Aquiles a ser resolvido.
Nota: 7
Gravadora: Too Records
Lançamento: 11 de abril de 2025
Lançamentos
Urgente!: psicodelia e poesia em single novo do 43duo (exclusivo!)

Uma letra poética e “voadora”, e uma melodia entre o dream pop e a psicodelia marcam a sonhadora Guabiruba pt. II, single do grupo paranaense de indie psicodélico 43duo. A música anuncia o disco Sã verdade, previsto para sair ainda este ano.
Hugo Ubaldo (guitarra e voz) e Luana Santana (bateria, teclas e voz), que são de Paranavaí (PR), falam, na faixa e no clipe que acompanha o lançamento, de um mundo que está em constante mutação. Nem sempre essa mutação acontece para o bem do próprio mundo, já que a natureza cede espaço para o acúmulo de bens – por outro lado, a própria natureza tem força para continuar existindo e se impondo num universo de concreto frágil.
O clipe foi dirigido por Ana Carolina Iglesias Fidalski e foi filmado na casa onde Hugo cresceu, que hoje é um depósito de decorações infantis. Para o clipe, o cenário serviu como um símbolo da acumulação material, e em cada cômodo, os dois tocam cercados por objetos. O fato do 43duo ser, como o próprio nome do projeto já diz, um duo, também é explorado no vídeo: dá para ver Luana tocando bateria e synth bass simultaneamente (com uma das mãos em cada instrumento!), como acontece na criação musical deles. Enquanto isso, Hugo cria texturas na guitarra e toma conta da pedaleira de seu instrumento.
Sã verdade vai ser o terceiro álbum do 43duo – As pessoas e as cidades (2022) e Se7e sonhos (2024) são os anteriores, além do EP 43 (2020). Hugo e Luana se definem como uma dupla que aborda “as relações entre a vida em sociedade e a natureza com letras imagéticas”. E o Pop Fantasma adianta o clipe de Guabiruba pt II com exclusividade. Clipe e música saem nesta quinta (24).
Foto: Kemmy Fukita/Divulgação
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