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Artes

Laboratório de tatuagem no escuro chega ao Brasil

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Laboratório de tatuagem no escuro chega ao Brasil

Você deixaria um artista fazer uma tatuagem em você a partir daquilo que você inspirar nele, sem que ele tenha nenhuma outra informação a seu respeito a não ser uma foto de seu rosto e uma manhã de conversas?

Bom, o artista plástico francês Olivier Poinsignon faz exatamente isso. E ele vem pela primeira vez no Brasil para uma residência na Galeria Teix, em Curitiba – fica aqui entre entre 21/03/17 e 01/04/17.

Se você quiser ter um desenho dele na sua pele, é a chance. Olha aí alguns desenhos de Olivier (que o release do encontro define como “mestre em traços, linhas, composições e formas geométricas sempre usando apenas tinta preta, e famoso por depositar sua alma artística em todos os seus trabalhos”).

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Laboratório de tatuagem no escuro chega ao Brasil

Ele traz para cá seu conceito de “laboratório de tatuagem”, sem que haja comunicação entre tatuador e tatuado enquanto o desenho estiver sendo feito – Olivier sequer fala português e só quer tatuar não-francófonos. O primeiro contato com ele será feito por e-mail (para estudioteix@gmail.com com o assunto “laboratório do Olivier”). Se você estiver a fim, envie uma foto do seu rosto e uma da parte do seu corpo na qual quer que a tatuagem seja feita (lá embaixo, você verifica o serviço).

Olha aí o cara em ação.

https://www.youtube.com/watch?v=Dm0mHhKvvpU

No dia em que a tatuagem (“intervenção”, diz o release) for agendada, você faz o único contato de verdade com o artista: ele passa a manhã com você e desse papo (que deve contar com um tradutor, visto que o texto afirma que “irá romper a barreira da língua”) sai a ideia final da arte – e de tarde, Olivier tatua em você o que você inspirar nele.

“O que mais importa para mim é ser fiel a mim mesmo e às pessoas que me escolherem. Tecnicamente falando, gosto de garantir aos trabalhos uma solidez e uma legibilidade que não percam impacto com o tempo. Meu objetivo é entrar na vida das pessoas e encontrar um detalhe pessoal que possa expressar, mesmo sem conhecer sua história”, explica o artista da tatuagem no escuro, que nunca esteve na América do Sul.

“A proposta do meu laboratório é uma forma de mostrar como a comunicação faz o ato de tatuar diferente. Para mim, o ser humano é o material mais interessante para se criar, pois é um suporte que pode se mover, envelhecer, falar, ter reflexões… Esse suporte pode transmitir o que sente ao artista. Mas, quão impressionante isso pode ser através da fala? Como uma arte figurativa, as palavras são muito restritas! A arte abstrata é mais parecida com sentimentos… É por esse caminho que pretendo seguir. Mas também estou aberto para fazer projetos “normais” caso haja interesse… Na verdade eu sei que será diferente também, porque a comunicação é complicada mesmo se falarmos em inglês. Cada pessoa terá de falar uma língua que não é a sua língua (cliente/tatuador). Eu trabalho cada vez mais com um processo automático. Eu vivo algo com o cliente através da comunicação, e depois as coisas acontecem na pele”.

Se você estiver a fim, seguem as infos aí embaixo:

Mande um e-mail para estudioteix@gmail.com com o assunto: Laboratório do Olivier
Envie uma foto sua (retrato ou corpo todo)
Envie também uma foto da zona a ser tatuada
Alerte se você tem alguma alergia ou especificidade médica
Proponha a Olivier três datas disponíveis entre 21/03/17 e 01/04/17.
Descreva o seu nome completo, idade, telefone e email para contato. Estas são as únicas informações que você deve enviar, não insira detalhes do tema/desenho desejado.
O preço único para o dia é de 600,00 euros (R$ 2.000,00). Após a data marcada com Olivier, um sinal deve ser depositado na conta do Estúdio Teix. A diferença será cobrada no dia da realização do trabalho.
Somente para maiores de 18 anos.

Artes

Frank Kozik, criador de capas de discos e pôsteres, morre aos 61

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Frank Kozik, criador de capas de discos e pôsteres, morre aos 61

Frank Kozik, um dos mais criativos artistas gráficos e criadores de capas de discos dos últimos 30 anos, morreu no sábado, de causas não-reveladas, aos 61 anos, na Califórnia. Nascido na Espanha e radicado nos Estados Unidos, filho de norte-americano e espanhola, Kozik fez artes para bandas como Queens Of The Stone Age (o primeiro disco, de 1998, epônimo), Melvins (Houdini), Offspring (Americana), e ainda criou pôsteres de turnê para Nirvana, Sonic Youth, White Stripes, Butthole Surfers e outros grupos.

“Frank era um homem maior do que ele mesmo, um ícone em cada gênero em que trabalhou”, diz uma declaração compartilhada pela esposa de Kozik, Sharon. “Ele mudou drasticamente a indústria da qual fazia parte. Ele era uma força criativa da natureza. Estamos muito além de sortudos e honrados por fazer parte de sua jornada, e ele fará falta além do que as palavras poderiam expressar”. Ele costumava atribuir muito do seu trabalho artístico ao fato de ter “um senso de humor sombrio” e a ter crescido no meio do punk rock.

Kozik começou a fazer pôsteres enquanto morava em Austin, Texas, no início dos anos 1980 e chegou a trabalhar com publicidade antes das capas de discos, Também foi dono de uma gravadora, a Man’s Ruin Records, e foi diretor criativo da Kidrobot, a empresa de brinquedos artísticos de edição limitada. Dirigiu também um clipe do Soundgarden, Pretty noose.

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E se a capa “da raquete” do disco Houses Of The Holy, do Led Zeppelin, tivesse sido feita?

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E se a capa "da raquete" do disco Houses Of The Holy, do Led Zeppelin, tivesse sido feita?

Se você ouviu o episódio mais recente do nosso podcast, o Pop Fantasma Documento, sobre o Led Zeppelin no ano de 1972 (não ouviu? tá aqui), deve lembrar que em 1972, o grupo estava elaborando o disco Houses of the holy, que acabou sendo lançado só um ano depois. E que antes daquela capa com as crianças ficar pronta, Storm Thorgerson, da empresa Hipgnosis, havia sugerido a eles uma capa “com uma quadra de tênis verde e uma raquete” – que Jimmy Page odiou.

Aparentemente essa capa rejeitada (rejeitadíssima, Page ficou p… da vida com a sugestão e mandou o designer sumir da frente dele) nunca tinha sido desenhada. Pelo menos até agora. A Aline Haluch, que faz as artes do Pop Fantasma Documento e do Acervo Pop Fantasma, fez três versões da ideia original de Storm para Houses of the holy. Mais do que uma brincadeira com a história, fica aqui como homenagem a esse designer morto em 2013, e que revolucionou as capas de discos.

“A ideia foi fazer aquelas brincadeiras das capas do Pink Floyd, como a do cara cheio de lâmpadas no disco ao vivo A momentary lapse of reason (de 1988, feita pelo mesmo Storm Thorgerson). Quis brincar com as sobreposições das redes, mas são redes de aço, aquelas de cadeia. Um pouco como se fosse um condomínio, já que tênis é um jogo da elite, cercada de proteção”, conta. “Na segunda capa, a própria raquete é de grama. E na terceira, tem um céu, meio que para brincar com a paisagem da capa do disco Atom heart mother, também do Pink Floyd (1970, com capa também de Storm)“.

A que a gente mais gostou (a do céu), ganhou a faixinha branca com o nome do disco e da banda, que vinha envolvendo a capa do LP original. 🙂

E se a capa "da raquete" do disco Houses Of The Holy, do Led Zeppelin, tivesse sido feita?

E se a capa "da raquete" do disco Houses Of The Holy, do Led Zeppelin, tivesse sido feita?

E se a capa "da raquete" do disco Houses Of The Holy, do Led Zeppelin, tivesse sido feita?

E se a capa "da raquete" do disco Houses Of The Holy, do Led Zeppelin, tivesse sido feita?

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Aquela vez em que Elifas Andreato começou a fazer capas de discos

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“Em 2009, os jornalistas Marcos Lauro e Peu Araújo entrevistaram o artista plástico Elifas Andreato para uma matéria sobre capas de discos. A ideia era falar com capistas profissionais e amadores sobre as mudanças de formato que a internet impunha – do tamanho do vinil ao thumbnail da rede mundial. Players como Spotify já existiam, mas ainda não eram populares como hoje. A matéria nunca saiu, isso acontece. Mas um trecho do material guardado está aqui em homenagem a Elifas Andreato, que nos deixou no dia 29 de março aos 76 anos. Vida eterna ao artista e sua imensa obra”.

Logo depois que Elifas morreu, o radialista, jornalista e podcaster Marcos Lauro subiu no YouTube esse bate-papo dele e de Peu com o capista. A conversa é curtinha mas cheia de detalhes a respeito de como Elifas entrou no mundo das capas de discos – ele trabalhava na editora Abril Cultural em 1970 e acabou fazendo as capas da série História da Música Popular Brasileira, com discos vendidos em bancas de jornal. O trabalho gráfico foi considerado inovador para a época, “e a ideia era interpretar cada personagem de uma maneira”, conta. Foi a partir daí que Elifas conheceu vários artistas e se envolveu com o trabalho nas capas de discos. Partiu direto para a produção de uma capa de Paulinho da Viola – a do disco Foi um rio que passou em minha vida, em 1970, mas ainda apenas usando uma foto do cantor, sem desenhos.

Confira o bate-papo aí.

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