Som
O tema do filme De Volta Para o Futuro tocado em unidades de disquete e disco rígido (?)

No POP FANTASMA, faz bastante tempo, a gente mostrou que tem artistas lançando discos usando o ultrapassadíssimo formato de disquete (!), ainda que os computadores hoje em dia nem usem mais esse suporte.
Bom, um usuário do YouTube chamado Arganalth decidiu levar seu tempo livre a sério e criou um vídeo que mostra várias unidades de disquete e disco rígido tocando nada menos que o tema do filme De volta para o futuro, de 1985.
Todo o material é controlado por um computador Raspberry Pi e por algumas baterias colocadas dentro de uma mala.
Não foi só o tema de De volta para o futuro que o tal do Arganalth tocou na aparelhagem de disquetes. Olha aí Smells like teen spirit tocado no mesmo sistema.
E a Marcha Imperial de Star Wars.
O tema da cantina, do mesmo filme.
E Never gonna give you up, Rick Astley.
Via Laughing Squid
Notícias
Urgente!: Duas novas de Lucy Dacus. Alanis e Carly Simon juntas em single. Cícero vira astronauta em clipe.

RESUMO: Lucy Dacus lança duas músicas que já vinha tocando em shows, e muda capa de seu álbum mais recente. Alanis Morissette e Carly Simon juntam forças em regravação de Coming around again, hit de Carly, para trilha de filme. Cícero vira astronauta em novo clipe.
Texto: Ricardo Schott – Foto (Lucy Dacus): Divulgação
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No caso do Urgente! de hoje, urge falar do single duplo novo de Lucy Dacus, lançado na sexta-feira passada, antes que vire assunto para o Radar. Bus back to Richmond e More than friends são as duas primeiras faixas novas que ela lança desde o seu álbum mais recente, Forever is a feeling (lançado em março e resenhado pela gente aqui).
As duas são velhas (mais ou menos…) conhecidas dos fãs: Bus já foi feita há alguns anos e volta e meia estava nos setlists de Lucy – More than friends começou a ser apresentada no giro europeu do novo disco. Aliás, elas foram as duas primeiras faixas pensadas para Forever is a feeling, mas com o disco pronto, Lucy achou que não combinavam com o restante do material. A cantora também costumava pedir aos fãs que não fizessem vídeos das músicas.
Bus back to Richmond e More than friends vão na onda de tristeza alegre que marca o som de Lucy – soft rocks com lembranças doloridas de antigas paixões ou de amores que não engatam a marcha. Resta saber se são prenúncio de um álbum novo, ou algo do tipo. Quem quiser adqurir as faixas em formato físico, já pode comprar um single no site dela – os envios só rolam em outubro.
Por sinal, Lucy decidiu mudar a capa de Forever is a feeling nas plataformas digitais – já está mudada, inclusive. A nova imagem apresenta a pintura original feita por Will St. John, mas agora emoldurada e fotografada em um porta-retratos, e guardada numa espécie de depósito. Lucy diz que a ideia original da capa era essa que saiu agora, mas que na época não deu tempo de fazer. A capa e as músicas tão aí embaixo.
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Comparar Carly Simon e Alanis Morissette, duas mulheres que renovaram o soft rock com força, é a mesma coisa que comparar maçãs e bananas só porque são frutas. Carly, entre altos e baixos, tem uma série de álbuns clássicos na discografia – enquanto Alanis, mesmo tendo um catálogo até que cheinho, poderia ficar só com o best seller Jagged little pill (1995). A curiosidade é que as duas agora unem forças numa versão de Coming around again, hit da fase oitentista de Carly, originalmente composta para o filme A difícil arte de amar (1986).
A gravação das duas vai para a trilha de outro filme, O casamento da minha mãe, e ganhou (com produção de Michael Farrell e Victor Indrizzo) um ar meio dream pop, com pianos e bateria acústica, e clima etéreo – nada da onda synthpop do original.
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“É sobre deixar a mente voar e encontrar nesse exercício um lugar de acolhimento e alívio. Nesse exercício de deixar a mente voar, escrevi versos longos que acabaram ganhando uma cadência de rap, o estilo musical que mais tenho ouvido nos últimos anos. Foi natural que ele estivesse presente nesse álbum”, conta Cícero sobre o clipe de Mente voa, música de seu mais novo álbum, Uma onda em pedaços (que resenhamos aqui). No clipe, ele se transforma num astronauta que visita o Rio, ao lado de outra astronautinha, interpretada por Ainê Sunna. A direção é de Lucas Vaz e o roteiro é do próprio Cícero.
Lançamentos
Radar: Bike, Negro Leo, Vivendo do Ócio, Lô Borges e Zeca Baleiro, Esquema Símio, Tiaslovro, Funérea

Nada como a poesia de Lô Borges e Zeca Baleiro, além do clima introspectivo do Tiaslovro, para contrabalançar uma das edições mais ruidosas do Radar nacional do Pop Fantasma. Tem peso no som novo do Bike, no punk gótico do Funérea… até o indie gótico do Vivendo do Ócio e a MPB tropicalista de Negro Leo surgem falando bem alto por aqui. Ouça tudo no último volume para os vizinhos ouvirem.
Texto: Ricardo Schott – Foto (Bike): André Almeida/Divulgação
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BIKE, “SUCURI”. Noise meditations, sexto álbum da banda paulista Bike, sai em setembro, marcando mais um gol da nova psicodelia brasileira. Sucuri, single novo do grupo, investe com força na lisergia jazzística brasileira: a percussão e a bateria são assumidamente inspiradas nos trabalhos dos mestres Dom Um Romão e Robertinho Silva. Já a letra é inspirada na lenda Yube e a Sucuri, da tradição indígena Kaxinawá, que fala sobre um homem que se apaixona por uma mulher sucuri.
Júlio Cavalcante e Diego Xavier, guitarristas do Bike, emulam sons de pássaros com seus instrumentos, enquanto toda a banda dedica-se a um som ruidoso, com experimentações que vão do afropop ao hard rock. Não ouça de fone – é som pra caixas acústicas altas, espaços grandes e horas de sonho.
NEGRO LEO, “BORBOLETINHAS MULTICOLORIDAS”. Com participações de músicos como Marcelo Callado, Domenico Lancellotti e Eduardo Manso, o álbum Água batizada, de Negro Leo, saiu originalmente em agosto de 2016 pelo selo Rock It!. E agora passa a fazer parte do catálogo da gravadora QTV, em todas as plataformas. O samba infantil psicodélico Borboletinhas multicoloridas, aludindo a Jorge Ben, Mutantes e Gilberto Gil, é para escutar no repeat – e dá quase uma trilha do Sítio do Pica-Pau Amarelo (o programa da Globo) aditivada. E Rela, disco novo de Negro Leo, foi resenhado pela gente.
VIVENDO DO ÓCIO feat JADSA, “NÃO TEM NENHUM SEGREDO”. Depois de lançar a dançante Baila comigo (nada a ver com a canção de Rita Lee) ao lado de Paulo Miklos, a banda baiana recebe a conterrânea Jadsa para uma aventura pelo pop adulto eletrônico. Não tem nenhum segredo remete a soul, a psicodelia, a Roberto e Erasmo e a Skank. A música nasceu um sonho do vocalista e guitarrista Jajá Cardoso, que acordou com o refrão na cabeça e correu para gravá-lo no celular – Ronei Jorge, comandante da banda Os Ladrões De Bicicleta, coassina a faixa com ele. E Hasta la Bahia, quinto disco de estúdio do Vivendo Do Ócio, tá vindo aí.
LÔ BORGES E ZECA BALEIRO, “ANTES DO FIM”. Lô e Zeca curtem encontros musicais – descobrir novos parceiros, renovar o som com músicos novos, criar viagens sonoras diferentes. No dia 22 sai Céu de giz, disco novo de Lô, com letras assinadas por Zeca – e os dois dividem os vocais em cinco faixas do álbum, entre elas o single Antes do fim. Zeca, na canção, adere ao clima beatle e clássico das canções de Lô – e o mineiro junta-se à vibe poética, ácida e esperançosa do maranhense. A música já ganhou um lyric video, dirigido por Izabele Pertensen.
ESQUEMA SÍMIO, “BERÇÁRIO”. Essa banda baiana, lançamento da supergravadora indie Trinca de Selos (formada pelas etiquetas Brechó Discos, Bigbross Records e São Rock Discos), faz pós-grunge – mas não espere nada parecido com Foo Fighters ou algo do tipo. O negócio do Esquema Símio é misturar grooves psicodélicos, guitarras repletas de efeitos e letras instigantes – como o protesto de Arquivos mortos e a espiritualidade de Ogum. Berçário, uma das faixas do álbum Homo homini lupus 2 (2025), fala sobre todo o medo e renúncia da maternidade, com climas assumidamente influenciados pelos Smashing Pumpkins de Machina/The machines of god (2000).
TIASLOVRO, “TORRE DO TEMPO”. Tiaslovro é o codinome artístico escolhido pelo músico e diretor cinematográfico Matias Lovro. O EP de estreia Portos do Reino sai em breve, e Torre do tempo adianta os trabalhos. Um folk imagético, com referências assumidas de Fleet Foxes e Leonard Cohen, mas com algo bem próximo do som de cantores como Tim Buckley (o pai do Jeff). Tiaslovro diz que, na canção, o violão chega a expressar mais do que as palavras – e que a música revela que ele curte criar mundos e deixar o/a ouvinte completar as lacunas.
FUNÉREA, “CAROLINA”. Lançada pelo selo Downstage, a faixa nova da banda de Lucas Carmo (voz, guitarra), Pedro Lanches (baixo, voz), Lucas Santos (bateria) e Vitor Martins (guitarra) é punk com vibe emo, e certo clima gótico dado pela letra e por detalhes da melodia – por sinal, desde o começo, a banda paulistana é tida como “punk demais pro emo, emo demais pro punk”. Pedro Lanches, baixista do grupo, já apareceu com seu trabalho solo num outro Radar aqui no Pop Fantasma.
Crítica
Ouvimos: Wavves – “Spun”

RESENHA: Em Spun, o Wavves mergulha no pop-punk e power pop, com co-produção de Travis Barker, referências a Ramones e Green Day e clima ensolarado.
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Não ouvia nenhum disco inteiro dos Wavves desde seu terceiro álbum, King of the beach (2010), lançamento surf-indie-garage-rock que fez certo barulho na cena – se bobear você depara com a faixa-título em festas indie até hoje. Passou tempo de lá para cá – e Spun, nono disco do grupo, traz o Wavves totalmente imerso no power pop, soando muitas vezes como um filhote feliz (e solar) de bandas como Replacements, Green Day, Ramones, The Posies e Terrorvision.
Na real, dá para dizer que Spun é um disco de pop-punk, só que indo além do receituário comum do estilo musical. A banda de Nathan Williams (voz, guitarra), Stephen ‘Stevie’ Pope (baixo, backing vocal), Alex Gates (guitarra, backing vocal) e Ross Traver (bateria, backing vocal) resolveu dizer a que veio, e convidou ninguém menos que Travis Barker (Blink-182) para produzir e tocar bateria em duas músicas, Goner e Way down, dois punk rocks com cara anos 1990, equilibrando sons que lembram Green Day e o próprio Blink, com algo mais voltado para a construção clássica de melodia power pop. Não só isso: Aaron Rubin, colaborador frequente do Blink, produziu e mixou o resto do disco, tocou guitarra em quase todas as faixas e infiltrou-se como coautor.
Travis e Aaron como produtores, comparações com o Blink-182… Se isso não ajuda você a querer ouvir o disco, vale dizer que Spun na maior parte do tempo é rock melódico e garageiro desavergonhado. As tais referências de Replacements e Ramones saltam no ouvido em faixas como Sun, Big nothing, Lucky stars e So long. Busy sleeping é meio Ramones, meio hardcore – e tem algo de Dukes Of Stratospheare, o spin-off anos 60 do XTC. O clima de diversão musical pop punk toma conta de faixas como Gilette bayonet e New creatures, além do quase grunge In good time.
Se você está pensando algo como “ué, será que o Wavves voltou parecendo com o Weezer?”… Bom, faz sentido, ainda mais quando surgem no caminho de Spun faixas como Machete Bob, Body sane e a balada Holding into shadows, com quase seis minutos, e que encerra o álbum com chuva de microfonias. Pode ouvir sem susto, e se bobear o Blink-182 é que vai imitar o Wavves a partir de agora.
Texto: Ricardo Schott
Nota: 8,5
Gravadora: Ghost Ramp
Lançamento: 27 de junho de 2025
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