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O filme nunca lançado de Jean Claude Van Damme

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O filme nunca lançado de Jean Claude Van Damme

Lembra de Chatô, aquele filme do Guilherme Fontes que pelos mais variados motivos levou vinte anos para ver a luz do dia? Pois é, pelo visto ele fez escola, pois tem mais gente por aí sem conseguir concluir suas obras, e não se trata de qualquer um. Jean-Claude Van Damme dirigiu, escreveu o roteiro e estrelou Frenchy em 2009 e, desde então, tem tido problemas para lançá-lo.

Aliás, convém ressaltar que Frenchy é o nome provisório desde 2020. Antes disso ele já foi anunciado como Eagle path, Full love e Soldiers. Em 2011 a Amazon do Reino Unido chegou a fazer uma pré venda do DVD, porém a data oficial de lançamento foi sendo postergada diversas vezes e, em 2013, cancelaram o lançamento de vez.

“Mas afinal do que se trata esse filme? E por que essa demora?”, você deve estar se perguntando. Honestamente, eu adoraria ter a resposta para esse primeiro questionamento, mas é complicado porque há pouca informação sobre ele na internet. E o próprio Van Damme também não ajuda muito, pois raríssimas foram as vezes em que ele falou a respeito de Frenchy em entrevistas.

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Ao que tudo indica, a história é sobre um motorista de taxi (o próprio Van Damme) que vive num país da Ásia. E numa noite dessas, conhece uma mulher muito bonita e rica (interpretada pela espanhola Claudia Bassols), se apaixona por ela e resolve fazer de tudo (mesmo que não seja algo dentro da lei) para ascender socialmente e ser notado por ela… Quer dizer, ao menos era assim a sinopse original! O filme já sofreu tantas modificações desde 2009 que fica difícil saber o quanto dele ainda restará no corte final!

Apenas algumas dezenas de pessoas (aparentemente não tão) afortunadas conseguiram assisti-lo, pois ele só foi exibido oficialmente três vezes. A primeira foi em 2010 no badalado festival de Cannes. Van Damme pediu para passar Eagle path (título usado na época) para críticos de cinema e distribuidores, na esperança que alguém fosse se interessar em lançá-lo mundialmente. Mas a resposta foi a pior possível: a crítica desceu o malho e, claro, ninguém quis investir nessa canoa furada. O que nos leva à segunda pergunta, sobre o porquê da demora.

Van Damme investiu US$ 5 milhões em sua menina dos olhos. Mas, assustado com o fracasso iminente, gastou mais US$ 3 milhões rodando cenas adicionais na Bulgária, colocou mais ação (uma das maiores reclamações que fizeram a respeito de Eagle path) e correu para sala de edição. Rola um boato por aí que justamente por estar trabalhando quase que obcecadamente para salvar seu projeto, ele recusou um papel no primeiro filme da série Os mercenários.

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Em 2012, o filme foi anunciado novamente, já rebatizado como Soldiers, mas quando tudo parecia caminhar para um final feliz, Van Damme mais uma vez demonstrou insatisfação com o resultado e voltou à sala de edição. O motivo, dizem, teria sido porque ele ficou descontente com as cenas de ação adicionais, pois sua ideia inicial era fazer um trabalho mais sério e dramático. Por isso, resolveu começar tudo outra vez. Essa versão nunca viu a luz do dia e só Deus (além do astro belga, claro) sabe como ficou…

Já em 2014, rebatizado novamente, dessa vez como Full love, o belga conseguiu exibi-lo no Festival de Cinema de Shanghai, um dos mais badalados da Ásia, ainda que fora da competição. E, mais uma vez, a resposta fria da crítica e do público desanimou o astro. Mas ainda assim ele não se deu por vencido: Em 2018 lá estava ele de novo em Cannes com seu Full love para tentar atrair distribuidores e, de novo, ninguém deu a mínima…

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Adivinhem então o que ele resolveu fazer? Acertou quem disse “voltar para a mesa de edição pela trocentésima vez”! Em 2020, re-remontado (e inclusive redublado em algumas cenas para fazer ajustes no roteiro), Frenchy foi anunciado para o final de 2021. Embora até a presente data, não não tenha nenhuma distribuidora interessada em lançá-lo… Vamos ver se agora vai, né?

Se você ficou curioso, sinto te informar, mas o YouTube não tem muita coisa também. Tem um video de 2010 com ele conversando com a plateia em Cannes antes da exibição de Eagle path, porém sem nenhuma cena.

Tem um trailer também, mas com uma montagem confusa (edição não é o forte do nosso amigo belga pelo visto) que não esclarece muita coisa. Sem contar que, como eu disse antes, com tantas alterações que o filme sofreu, fica difícil mesmo saber se ele ainda representa o trabalho final.

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LUCIANO CIRNE é jornalista, flamenguista, casado, ama cachorros e aceita doações de CDs, DVDs, videogames e carrinhos!

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Urgente!: Filme “Máquina do tempo” leva a música de Bowie e Dylan para a Segunda Guerra

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Urgente!: Filme "Máquina do tempo" leva a música de Bowie e Dylan para a Segunda Guerra

Descobertas de antigos rolos de filme, assim como cartas nunca enviadas e jamais lidas, costumam render bons filmes e livros — ou, pelo menos, são um ótimo ponto de partida. É essa premissa que guia Máquina do tempo (Lola, no título original), estreia do irlandês Andrew Legge na direção. A ficção científica, ambientada em 1941, acompanha as irmãs órfãs Martha (Stefanie Martini) e Thomasina (Emma Appleton), e chega aos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (13), dois anos após sua realização.

As duas criam uma máquina do tempo — a Lola do título original, batizada em homenagem à mãe — capaz de interceptar imagens do futuro. O material que elas conseguem captar é todo registrado em 16mm por uma câmera Bolex, dando origem aos tais rolos de filme.

E, bom, rolo mesmo (no sentido mais problemático da palavra) começa quando o exército britânico, em plena Segunda Guerra Mundial, descobre a invenção e passa a usá-la contra as tropas alemãs. A princípio, a estratégia funciona, mas logo começa a sair do controle. As manipulações temporais geram consequências inesperadas, enquanto as personalidades das irmãs vão se revelando e causando conflitos.

Com apenas 80 minutos de duração e filmado em 16 mm (com lentes originais dos anos 1930!), Máquina do tempo pode soar confuso em algumas passagens. Não apenas pelas idas e vindas temporais, mas também pelo visual em preto e branco, valorizando sombras e vozes que quase se tornam personagens da história. Em alguns momentos, é um filme que exige atenção.

O longa também tem apelo para quem gosta de cruzar cultura pop com história. Martha e Thomasina ficam fascinadas ao ver David Bowie cantando Space oddity (o clipe brota na máquina delas), tornam-se fãs de Bob Dylan, adiantam a subcultura mod em alguns anos (visualmente, inclusive) e coadjuvam um arranjo de big band para o futuro hit You really got me, dos Kinks, que elas também conseguem “ouvir” na máquina. Um detalhe curioso: a própria Emma Appleton operou a câmera em cenas em que sua personagem Thomasina se filma (“para deixar as linhas dos olhos perfeitas”, segundo revelou o diretor ao site Hotpress).

Ainda que a cultura pop esteja presente, Máquina do tempo é, acima de tudo, um exercício de futurologia convincente, explorando uma futura escalada do fascismo na Inglaterra — que, no filme, chega até mesmo à música, com a criação de um popstar fascista.

A ideia faz sentido e nem é muito distante do que aconteceu de verdade: punks e pré-punks usavam suásticas para chocar os outros, Adolf Hitler quase figurou na capa de Sgt. Pepper’s, dos Beatles, Mick Jagger não se importou de ser fotografado pela “cineasta de Hitler” Leni Riefenstahl, artistas como Lou Reed e Iggy Pop registraram observações racistas em suas letras, e o próprio Bowie teve um flerte pra lá de mal explicado com a estética nazista. Mas o que rola em Máquina do tempo é bem na linha do “se vocês soubessem o que vai acontecer, ficariam enojados”. Pode se preparar.

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Ouvimos: Lady Gaga, “Harlequin”

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Ouvimos: Lady Gaga, “Harlequin”
  • Harlequin é um disco de “pop vintage”, voltado para peças musicais antigas ligadas ao jazz, lançado por Lady Gaga. É um disco que serve como complemento ao filme Coringa: Loucura a dois, no qual ela interpreta a personagem Harley Quinn.
  • Para a cantora, fazer o disco foi um sinal de que ela não havia terminado seu relacionamento com a personagem. “Quando terminamos o filme, eu não tinha terminado com ela. Porque eu não terminei com ela, eu fiz Harlequin”, disse. Por acaso, é o primeiro disco ligado ao jazz feito por ela sem a presença do cantor Tony Bennett (1926-2023), mas ela afirmou que o sentiu próximo durante toda a gravação.

Lady Gaga é o nome recente da música pop que conseguiu mais pontos na prova para “artista completo” (aquela coisa do dança, canta, compõe, sapateia, atua etc). E ainda fez isso mostrando para todo mundo que realmente sabe cantar, já que sua concepção de jazz, voltada para a magia das big bands, rendeu discos com Tony Bennett, vários shows, uma temporada em Las Vegas. Nos últimos tempos, ainda que Chromatica, seu último disco pop (2020) tenha rendido hits, quem não é 100% seguidor de Gaga tem tido até mais encontros com esse lado “adulto” da cantora.

A Gaga de Harlequin é a Stefani Joanne Germanotta (nome verdadeiro dela, você deve saber) que estudou piano e atuação na adolescência. E a cantora preparada para agradar ouvintes de jazz interessados em grandes canções, e que dispensam misturas com outros estilos. Uma turminha bem específica e, vá lá, potencialmente mais velha que a turma que é fã de hits como Poker face, ou das saladas rítmicas e sonoras que o jazz tem se tornado nos últimos anos.

O disco funciona como um complemento a ao filme Coringa: Loucura a dois da mesma forma que I’m breathless, álbum de Madonna de 1990, complementava o filme Dick Tracy. Mas é incrível que com sua aventura jazzística, Gaga soe com mais cara de “tá vendo? Mais um território conquistado!” do que acontecia no caso de Madonna.

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O repertório de Harlequin, mesmo extremamente bem cantado, soa mais como um souvenir do filme do que como um álbum original de Gaga, já que boa parte do repertório é de covers, e não necessariamente de músicas pouco conhecidas: Smile, Happy, World on a string, (They long to be) Close to you e If my friends could see me now já foram mais do que regravadas ao longo de vários anos e estão lá.

De inéditas, tem Folie à deux e Happy mistake, que inacreditavelmente soam como covers diante do restante. Vale dizer que Gaga e seu arranjador Michael Polansky deram uma de Carlos Imperial e ganharam créditos de co-autores pelo retrabalho em quatro das treze faixas – até mesmo no tradicional When the saints go marching in.

Michael Cragg, no periódico The Guardian, foi bem mais maldoso com o álbum do que ele merece, dizendo que “há um cheiro forte de banda de big band do The X Factor que é difícil mudar”. Mas é por aí. Tá longe de ser um disco ruim, mas ao mesmo tempo é mais uma brincadeirinha feita por uma cantora profissional do que um caminho a ser seguido.

Nota: 7
Gravadora: Interscope.

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Rock Horror Film Festival: cinema de terror em setembro no Rio

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Rock Horror Film Festival: cinema de terror em setembro no Rio

O Rock Horror Film Festival, festival carioca de filmes de terror, está de volta na praça – e vai rolar de 19 de setembro a 02 de outubro no Cinesystem de Botafogo (Zona Sul do Rio). Dessa vez, o evento vai trazer uma seleção de mais de 50 filmes de 17 países em seis categorias: Longas Sinistros, Médias Bizarros, Docs Estranhos, Curtas Macabros, Brasil Assombrado e Pílulas de Medo.

O objetivo do festival é unir terror, cultura pop e rock, e juntar os públicos das três coisas. Entre os filmes selecionados, há produções como The history of the metal and the horror, documentário de Mike Schiff repleto de nomões do som pesado (EUA), Tales of babylon, de Pelayo de Lario (Reino Unido), The Quantum Devil, de Larry Wade Carrell (EUA). Há também Death link, dirigido por David Lipper (EUA), com um time de astros e estrelas que inclui Jessica Belkin (Pretty little liars), Riker Lynch (Glee), David Lipper (Full House) e outros.

O evento também vai ter mesas redondas com  diretores, atores e outros profissionais da indústria para o público do festival, comandadas pela criadora do Rock Horror Film Festival, Chrys Rochat (Sin Fronteras Filmes), e que vão rolar no hall do Cinesystem. Entre os convidados já estão confirmados diretores da Polônia, EUA, Canadá e Brasil. Happy hours cinéfilas, shows de rock e oficinas estão no programa também, além da exibição de um filme inédito no Brasil na abertura.

Lista completa dos filmes que participarão da edição no site do festival: www.rockhorrorfilmfestival.com

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