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Cultura Pop

Mortuory: Metal extremo e taras bizarras em Cuba

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Mortuory: Metal extremo e taras bizarras em Cuba

Mortuory: Metal extremo e taras bizarras em CubaVocê mal percebeu, mas o Mortuory completou doze anos “de perversão musical”, como eles próprios dizem. O grupo pertence a uma cena metaleira que faz bastante barulho (em todos os sentidos) em Cuba, e vai para o lado extremo da parada: oferece a seus fãs o que eles classificam como porno-gore, em discos com nomes bizarros como Rustic sex (de 2005, em cuja capa uma garota aparece dando a um cactus o uso que uma mulher normal daria a um vibrador) e Gore sex (2008, procure a capa no Google, é extremo demais até pra gente). As músicas deles têm nomes como Witches porn star (Estrelas pornôs bruxas), Orgasmichal scraps (Restos orgásmicos), Rectovaginal fulminate (“explosão rectovaginal?”) e Intestinal ischemia (dispensa tradução). Unharmony sex, de 2011, abre com a masturbatória Fucking with ny hand.

O grupo tem hoje na formação Pablo Alberto Rodríguez Torres (baixo e voz), Emmanuel Andrés Leyva (bateria), German Alvero Perez (guitarra), Kevin Cjaperon (guitarra solo) e Adrián Aballe García (voz). Ao contrário de qualquer imagem casca-grossa que você poderia ter dos caras, o “sobre” da página do Facebook dos garotos é tão detalhado que chega a impressionar (esperamos que você entenda um pouco de espanhol – preguiça de traduzir).

“La alineación de la banda antes del debut era; Mario Otero como vocal, Rolando Góngora como bajista, (estos dos nunca llegaron a presentarse con la banda) Rubén Reyes y Yixan Muñoz en las guitarras y el drums era secuenciado. Luego de la presentación de estos dos integrantes la banda quedó al 50%, entonces se les unió Yohanny Borrero (el negro) como vocal, Rubén pasó al bajo y se buscó un guitarrista invitado que los acompañó para el debut y una larga temporada, este era Antonio Reyes (guitarra de Butcher) hasta la entrada más adelante de Alejandro Rodríguez como guitarrista oficial. Con esta alineación la banda se estableció y logró su sendero musical. Se presentaron dentro y fuera de la ciudad en festivales nacionales, en peñas y otros eventos.
La banda cuenta con tres demos CD, el Rústica Sex, grabado en el 2007 y el Gore Sex del 2008 y a finales del 2011 se realizó el demo Unharmony Sex, más un Demo en directo de su presentación en las Rockmerias 2013. Y ahora a principio del 2015 se hiso un disco compilatorio con los mejores temas de los demos anteriores con bonus track incluidos,Cuentan con repertorio de temas bien extenso, aunque en los directos siempre tratan de tocar los que satisfacen sus gustos musicales, inclinados hacia el gore-noise-grind-core. Además de las cosas que exponen, entre sus ideas fundamentales está poder crear y abrir toda una nueva ola de estos géneros extremos menos conocidos en la Isla de Cuba (…).
También sería válido incluir que han contado con el apoyo de un grupo reducido de personas que desde su modesto puesto de trabajo y muy underground han colaborado con nosotros. A todos ellos nuestro más sincero agradecimiento (…) Concepto musical: está plasmada en su música que es conocido como grind-core un género algo atípico en la escena metalera cubana que se identifica por su velocidad, sonido además de la voz gutural. La temática del grupo está enmarcada en lo conocido como underground” (do Facebook do Mortuory)

Quem andou seguindo os passos do Mortuory foi a galera da Vice, que conversou com os caras em 2015 (leia aqui – em inglês) e viu as dificuldades da turma. Emnanuel, o baterista, disse que não havia lojas de instrumentos por lá na época, “então os amigos devem vir do exterior e nos trazer alguns instrumentos. Ou compramos em um mercado de segunda mão”.

O grupo já tinha tido uma música publicada numa coletânea no Brasil e sonhava em fazer viagens para fora de Cuba. E Emmmanuel, aliás, era bom de declarações: “Adoraríamos que escutassem e apoiassem a cena musical subterrânea e extrema que existe em Cuba. Há muitas bandas que fazem um bom heavy metal. Preste atenção a esta cena, pois sempre teremos princípios. Mesmo que apenas um de nós esteja vivo, Mortuory sempre existirá. Nós sempre existiremos nesta cena e neste mundo”. Rapaiz…

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Relembrando: Public Image Ltd, “The flowers of romance” (1981)

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Relembrando: Public Image Ltd, "The flowers of romance" (1981)

Keith Levene, guitarrista que se dividiu em vários instrumentos nesse The flowers of romance, chegou a afirmar que o terceiro álbum de estúdio do Public Image Ltd é “provavelmente o disco mais anti-comercial já entregue a uma gravadora”. Faz sentido: The flowers mal pode ser chamado de punk ou pós-punk. Está mais para uma aventura experimental e percussiva, com músicas compostas apenas de voz e bateria (a claustrofóbica Four enclosed walls), voz, percussão, sinos e ruídos (Phenagen), voz, bateria e sons orquestrais tirados com virulência punk (a faixa-título), voz, bateria brutal e ruídos (Under the house).

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O som vai do mais assustador e climático ao mais documental, com sons ciganos e flamencos unidos a uma espécie de “música de selva”, dada pelo som da bateria e pelos vocais de John Lydon. Hymie’s him, com sintetizadores, percussões e batidas de latão, soa “industrial” anos antes de tal termo ficar famoso. Banging the door é um quase reggae que destaca o uso de sintetizadores Moog. Francis Massacre é literalmente um massacre sonoro, trazendo vocais lamentosos, batidas tribais e sons de guerra. A associação com a música e o imaginário hispânico surgem já na capa, que traz Jeannette Lee, empresária, gerente e melhor amiga da banda (e hoje sócia da gravadora Rough Trade), com uma flor na boca, e ameaçando o fotógrafo (e o/a ouvinte do disco) com um pilão.

Curiosamente, mesmo sendo um disco tão anti-pop, The flowers of romance (o nome é o mesmo de uma banda cata-corno punk que surgiu antes dos Pistols, e da qual Keith Levene e Sid Vicious fizeram parte) acabou tendo lá suas dimensões pop. O som da bateria já foi elogiado por Phil Collins (que trabalhou depois com o produtor do disco, Nick Launay), e soa quase como se tivesse sido produzido para cinema, e não para um álbum.

Esse som cinematográfico não rolou por acaso. A turma do PiL (na época, os inimigos íntimos Lydon e Levene, mais o baterista Martin Atkins) aproveitou todos os recursos de um novo brinquedo do empresário Richard Branson: o estúdio The Manor, literalmente um estúdio de ponta construído numa mansão histórica. Antes de começar, foram sete dias (de um total de dez dias agendados) “curtindo” um bloqueio de compositor que travou toda a banda. Jah Wobble, baixista do PiL e sujeito cheio de ideias, saiu pouco antes da gravação, o que piorou um pouco as coisas – por acaso, só duas faixas de Flowers (Track 8 e Banging the door têm o instrumento.

The flowers of romance marcou um período de bons investimentos na banda ainda que não vendessem tanto – 1983 foi inclusive o ano do duplo Live in Tokyo, gravado no Japão, e que rendeu até um homevideo, mania da época. Daí para a frente, era o PiL virando algo mais próximo daquele som que pode até tocar no rádio, mas assusta. E muito.

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Relembrando: Vários, “O espigão – trilha sonora nacional” (1974)

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Relembrando: Vários, "O espigão - trilha sonora nacional" (1974)

Até os dez primeiros capítulos (que foi até onde assisti), O Espigão, novela das 22h exibida pela Rede Globo em 1974, e escrita por Dias Gomes, tem ritmo de série bem construída e passagens que lembram Os Simpsons. Por sinal, com a chance de cada personagem ali conseguir ser o Homer por alguns minutos, ou por alguns capítulos. Os três primeiros capítulos são tomados por um cavernoso engarrafamento no Túnel Novo – que divide Botafogo e Copacabana, na Zona Sul carioca – no último dia de 1972. Hoje dá para ver tudo no Globoplay, que resgatou a trama.

No túnel, os personagens vão aparecendo para, mais do que construir a história, dar uma baita sensação de caos. Isso porque parece que quase ninguém ali costuma ser ouvido ou enxergado de verdade. No caso do trio de bandidos interpretado por Betty Faria, Ruy Resende e Milton Gonçalves, nem eles conseguem enxergar sua própria falta de talento para roubar os outros, mas isso é apenas um detalhe.

Para quem passou a vida ouvindo as trilhas sonoras de O Espigão, a nacional e a internacional, lançadas pela Som Livre naquele mesmo ano, o mais legal é ver a utilização nos capítulos das faixas da trilha nacional (um perfeito disco pop-rock-MPB). Pela cidade, tema instrumental e quase progressivo do Azymuth, surge na primeira cena, com o assombrado Léo (Claudio Marzo) chegando de navio de Sergipe, passando pela Baía de Guanabara. Nessa hora, destaque para o estranho cromaqui marítimo e para as imagens das barcas Rio-Niterói em alto-mar.

Retrato 3×4, primeiro quase-hit de Alceu Valença, e segunda ou terceira tentativa de sucesso do cantor, antes da fama, surge nas cenas do assalto frustrado do trio de bandidos. Versos como “rasgue meu retrato 3×4/porque eles vão pintar o sete com você” dão a sensação de que a turma formada por Lazinha (Betty), Nonô (Milton) e Dico (Ruy) é bem mais robin hoodiana do que pode parecer. Na sombra da amendoeira, de Sá & Guarabyra, na voz do grupo niteroiense Os Lobos, dá vontade de visitar o tal casarão antigo que é, de fato, o tema da novela.

Alfazema, tema folk do hoje astrólogo Carlos Walker, surge inicialmente numa cena de total lesação e abandono na cidade grande (por sinal no fim da Rua Voluntários da Pátria, em Botafogo, Zona Sul do Rio, bem antes do excesso de bares e carros). Já o tema de abertura, o hard rock orquestral O espigão, de Zé Rodrix, vem da transição entre os álbuns I acto (1973) e Quem sabe sabe, quem não sabe não precisa saber (1974), os dois primeiros do cantor – que geraram um show apresentado no Rio em março de 1974, ao lado da banda Agência de Mágicos.

O repertório da trilha de O espigão ainda inclui um excelente e hoje cancelável samba-rock (Malandragem dela, de Tom & Dito, que tocou muito no rádio na época), uma música que surge como protesto à gentrificação no Rio, mas que tem mais a ver com a poluição em São Paulo (Botaram tanta fumaça, de Tom Zé), um tema clássico composto por Tuca (Berceuse), um samba antirracista com letra de Nei Lopes (Você vai ter que me aturar, com Sônia Santos) e um sambão triste composto e cantado por Benito di Paula (Último andar).

O espigão fez tanto sucesso que a trilha nacional voltou às lojas várias vezes. Volta e meia dá para achar um vinil a preço barato em loja de usados, mas o álbum foi relançado em CD na série Som Livre Masters, com remasterização comandada por Charles Gavin. Hoje é um caso raro de trilha de novela nacional dos anos 1970 que pode ser vista e ouvida.

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No nosso podcast, os primeiros anos do Soft Cell

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No nosso podcast, os primeiros anos do Soft Cell

O Soft Cell tá vindo aí pela primeira vez. A dupla de Marc Almond e Dave Ball se apresenta no Brasil em maio, e vai trazer – claro – seu principal hit, Tainted love. Uma música que marcou os anos 1980 e vem marcando todas as décadas desde então, e que deu ao Soft Cell um conceito todo próprio – mesmo não sendo (você deve saber) uma canção autoral. Era um dos destaques de seu álbum de estreia, Non stop erotic cabaret (1981), um dos grandes discos da história do synth pop.

No nosso podcast, o Pop Fantasma Documento, voltamos lá no comecinho do Soft Cell, mostramos a relação da dupla com uma das cidades mais fervilhantes da Inglaterra (Leeds) e damos uma olhada no que é que está impresso no DNA musical dos dois – uma receita que une David Bowie, T Rex, filmes de terror, Kenneth Anger, sadomasoquismo e vários outros elementos.

Século 21 no podcast: Red Cell e Noporn.

Estamos no Castbox, no Mixcloud, no Spotify, no Deezer e no Google Podcasts. 

Edição, roteiro, narração, pesquisa: Ricardo Schott. Identidade visual: Aline Haluch. Trilha sonora: Leandro Souto Maior. Vinheta de abertura: Renato Vilarouca. Estamos aqui de quinze em quinze dias, às sextas! Apoie a gente em apoia.se/popfantasma.

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