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Lançamentos

Kevin Shields (My Bloody Valentine) lança música nova como brinde de pedal de guitarra

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Na terça feira passada (13), Kevin Shields, criador da banda irlandesa My Bloody Valentine, anunciou seu pedal de distorção. O Fender Shields Blender é uma recriação do clássico pedal de distorção Fender Blender que ele usou pela primeira vez no single em You made me realize, single de sua banda de 1987 – aliás ele não apenas usou o pedal como diz que ele foi extremamente útil na hora de criar o som extremamente barulhento da canção. O pedal está à venda por US$ 499 e tem tiragem limitada.

Shields diz que está trabalhando com o novo pedal em seu estúdio – num disco novo do My Bloody Valentine, talvez? Uma pista de como pode soar: cem cópias do pedal foram numeradas à mão e vieram com um pendrive, e um recado do guitarrista: “Para obter o efeito pretendido, toque a 80 dB ou mais nos alto-falantes – Kevin Shields”.

Sim, tem uma música no tal pendrive – embora ainda não esteja certo se todos os pendrives têm a mesma faixa. Uma pessoa subiu a música que veio no pendrive dela no YouTube, e avisou: “O instrumental encontrado em apenas 100 dos 700 pedais Shields Blender que foram feitos. Não estou seguro se todos têm o mesmo áudio. Parece uma música inacabada e pode ser uma saída, muito cedo para saber”, escreveu. A canção vem numa onda BEM shoegaze, com bases hipnotizantes de guitarra, e ritmo lento. É a música “nova” de Kevin – daí as aspas.

O pedal original Blender da Fender tem história: chegou ao mercado em 1968 e foi produzido até meados dos anos 1970. Chegou a ser usado por Robert Fripp (King Crimson) e George Harrison. Foi redescoberto nos anos 1990 por guitarristas como Shields e Billy Corgan (líder dos Smashing Pumpkins). Rolou um relançamento do pedal pela Fender há uns 20 e poucos anos, mas o resultado desagradou Shields, que preferiu lançar um pedal novo, igual ao antigo que foi tirado do mercado, em parceria com a empresa.

“Gostei muito da experiência”, disse Kevin Shields sobre trabalhar com a Fender, de acordo com o site Brooklyn Vegan. “Tenho usado muito recentemente no estúdio, tem sido ótimo, estou ansioso para ouvir como outras pessoas o usam. É meio extremo, mas também muito interessante quando configurado de maneira sutil”.

Lançamentos

Radar: Geese, Bob Vylan, Current Swell, Sonic Dukes, Sky Ferreira, Min Taka, Code 150

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Geese no Radar Pop Fantasma de hoje

Tem porrada séria no Radar de hoje, com a presença do questionador e corajoso grupo Bob Vylan entre as bandas – eles não estão lançando nenhuma música nova, mas fomos ouvir o som e mostramos à turma que lê o Pop Fantasma. Tem a nova do Geese, a descoberta do Current Swell, uma da Sky Ferreira que nos passou batida quando saiu (há alguns meses)… Ouça e leia tudo!

Texto: Ricardo Schott – Foto (Geese): Mark Sommerfield/Divulgação

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GEESE, “TAXES”. O som novo dessa banda experimental norte-americana é percussivo, entre o country e o gospel, soando como um slacker rock feito por um músico folk durante os anos 1970 – e que depois, numa segunda parte, vai apontando para um lado mais pós-punk. Se a salada de estilos ficou confusa para você, esse desnorteio é comum na obra do Geese, que com o single Taxes, anuncia o álbum Getting killed, previsto para 25 de setembro. Já tem turnê agendada: o giro do novo disco começa em 10 de outubro, em Burlington (Vermont), e termina com duas apresentações em casa no Brooklyn Paramount, dias 20 e 21 de novembro.

BOB VYLAN, “MAKES ME VIOLENT”. Nunca tinha escutado o Bob Vylan, banda de rap que vem se destacando pelo seu espírito combativo em shows, e pela mistura azeitadíssima de hip hop, punk, metal, grime, sons eletrônicos em geral, e tudo que puder ser usado para deixar o som mais barulhento e mais guerreiro. Uma ótima introdução ao som do grupo é Makes me violent, faixa do álbum Humble as the sun (2024), por sinal, uma das mais escutadas do Bob Vylan nas plataformas. A letra fala sobre abusos, ódio e “pacifismo” de meia-tigela. “Isso me deixa violento / tão violento / mas por favor, por favor, sem violência / sem violência (…) /alguém sempre me diz: ‘apenas se acalme e deixe estar'”.

CURRENT SWELL, “I GOT MINE”. Vindo de Victoria, no Canadá, esse grupo faz uma mistura bem interessante de indie rock, power pop e música “de raízes” (incluindo referências de blues, soul e vários outros estilos). O EP 10 foot tall acaba de sair e destaca essa faixa, basicamente um country rock com cara indie que lembra tanto o britpop quanto os Rolling Stones da época do disco Sticky fingers (1970). O refrão tem cara de hino.

SONIC DUKES, “HOTTER THAN THE SUN”. Essa banda britânica passou por algumas modificações na formação recentemente, e dedica-se a uma espécie de stoner eletrônico, com vibes psicodélicas, ruídos, synths e batidinhas. Hotter than the sun é um dos singles mais recentes deles, e soa como um hino à lesação na praia, com vocais doidões, letras visionárias e clima de gospel dançante à moda do Primal Scream do disco Screamadelica. Um som ensolarado, mas que pode fazer todo mundo perder os sentidos por alguns minutos.

SKY FERREIRA, “LEASH”. Masochism, segundo álbum de Sky, vem sendo adiado há um bom tempo – ainda não há um mês correto de lançamento, mas ela avisou que o disco sai esse ano ainda. Se sair neste ano, já rola com um atraso considerável – Night time, my time, debute da cantora, é de 2013, e ela vem falando de Masochism há tempo o suficiente para confundir a cabeça dos fãs.

Leash, single lançado em dezembro, tá na trilha do filme Babygirl – thriller erótico de Halina Reijnem em que Nicole Kidman faz uma CEO que é assediada por um estagiário, e a história fica enrolada a ponto de… Bom, veja o filme, que vi há poucas semanas. Vale bastante a citação da faixa nova de Sky, um eletrorock dos melhores, que acabou sendo o primeiro lançamento independente dela, após ela largar a Capitol Records.

MIN TAKA, “EYESIGHT”. Cantora da Turquia, mas radicada na Holanda, Min Taka acaba de lançar o EP I think we should just move in together, e vem se dedicando a um som que pode muito bem ganhar o moderníssimo rótulo de hyperpop: base synthpop, vários gêneros se encontrando, um som rico o suficiente para atrair fãs variados, e um clima indie e cult em torno de todo o conceito. Yasemin Koyuncu (nome verdadeiro de Min Taka) une bossa espacial, batidinhas sintetizadas e pop dançante em uma das melhores faixas do EP, a solar Eyesight.

CODE 150, “HYPNOTIZED”. As misteriosas Stella (voz e guitarra) e Delphine (synths) comandam essa dupla de darkwave vinda da França, com influências assumidíssimas de Siouxsie and The Banshees e do Skeletal Family (banda britânica de rock gótico, surgida em 1982 e que, após idas e vindas, está oficialmente de volta desde 2012). Com mais um EP para sair em breve, elas oferecem em Hypnotized, seu novo single, um clima tão cativante quanto sombrio. O clipe da faixa, que elas avisam que é só uma demo-vídeo da música, amplia a vibe aterradora.

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Crítica

Ouvimos: Black Sabbath – “The eternal idol” (relançamento)

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The eternal idol, 13º disco do Black Sabbath, volta remasterizado às plataformas. Subestimado, é o início da fase Tony Martin e tem bons momentos.

RESENHA: The eternal idol, 13º disco do Black Sabbath, volta remasterizado às plataformas. Subestimado, é o início da fase Tony Martin e tem bons momentos.

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The eternal idol, 13º álbum do Black Sabbath, volta às plataformas (e às lojas de discos) devidamente remasterizado. Vendo por uma perspectiva saudosista, é até sacanagem – poxa, mas logo depois da morte de Ozzy Osbourne? – falar de um período do Black Sabbath que os próprios fãs radicais do grupo abominam: a época em que, da formação clássica, só Tony Iommi fazia parte da banda, e o vocalista era Tony Martin, eternamente tido por jornalistas como um cantor inexpressivo.

Passou tempo, decepções foram devidamente aplacadas e não é bem assim. The eternal idol é um disco de metal comum da época, com Tony Iommi na guitarra e nas composições. Martin é um bom vocalista. Só não tinha, nessa época, o carisma necessário para cantar com o Sabbath – e dá umas desafinadas audíveis em faixas como The shining e Ancient warrior, quando fica claro que Iommi deve ter exigido dele bem mais do que ele poderia dar no momento.

  • Ouvimos: Fishbone – Stockholm syndrome
  • Ouvimos: Ramones – Halfway to sanity (relançamento)
  • Ouvimos: Motörhead – The Manticore tapes

Iommi, como guitarrista e compositor, segue o caminho que o Sabbath vinha seguindo desde o (excelente) último disco com Ozzy, Never say die (1979) – caminho esse no qual banda e guitarrista se enfiaram após os discos do Sabbath com Ronnie James Dio, que substituiu Ozzy. Enfim, metal lustroso, com tendências grandiloquentes e arenísticas – às vezes, um Queen mais pesado, vamos dizer assim.

Para todos os efeitos, The eternal idol foi o disco que estabeleceu de vez o caos na história do Sabbath: várias mudanças de formação durante sua concepção, um vocalista desconhecido que saiu por não ver futuro naquilo (Ray Gillen), a entrada do criticado Tony, números baixíssimos de vendas e turnês canceladas. Além das letras compostas por vários letristas, por causa das mudanças de formação. Além dos dois Tonys, oficialmente o Sabbath incluía no disco Geoff Nicholls (teclados), Dave “The Beast” Spitz (baixo) e Eric Singer (bateria).

Voltando ao efeito “ouvindo hoje…”: The eternal idol tem ótimos momentos, que mostram o Sabbath tentando aderir de vez ao metal oitentista (a saber: aquele metal empastelado de new wave e climas de arena). Mas acrescentando a ele as fórmulas que deram sucesso à banda (riffs crus, ocultismo) e dando às músicas algo próximo de grupos como Queen (olha eles aí de novo) e The Who – nesse caso, o violão corrido da boa Glory ride.

Além dessas, o álbum destaca The shining, Hard life to love, as purpleanas Lost forever e Born to lose (curioso ver o Sabbath tentando soar parecido com o Deep Purple, aliás). Além de vários decalques da própria banda quando Dio era o vocalista – Nightmare é o mais evidente deles. No final, a crueza da quase faixa-título, Eternal idol, de seis minutos, em que Singer tenta fazer as mesmas batidas secas e aterradoras que Bill Ward fez na música Black Sabbath – tanto música quanto desempenho ficam bem lá atrás se comparados ao Sabbath original.

Para colecionadores, surgem logo em seguida dois lados B, Some kind of woman e a boa Black moon – essa, na cola de um filhote do Purple, o Whitesnake. The eternal idol é um disco do Black Sabbath que fez uma turma enorme torcer o nariz, mas que não é nem tão esquecível assim.

Texto: Ricardo Schott

Nota: 7,5
Gravadora: Sanctuary/BMG
Lançamento: 25 de julho de 2025.

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Crítica

Ouvimos: Forth Wanderers – “The longer this goes on”

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Forth Wanderers volta leve e sem pressa em The longer this goes on, disco indie com soul, pop adulto, ruídos e clima de recomeço sem pressão.

RESENHA: Forth Wanderers volta leve e sem pressa em The longer this goes on, disco indie com soul, pop adulto, ruídos e clima de recomeço sem pressão.

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Os Forth Wanderers voltaram sem voltar. O grupo de Nova Jersey se redescobriu na pandemia, voltou a tocar, e acaba de lançar o álbum The longer this goes on (“quanto mais isso durar”), cujo título não deixa de ser uma piada com retornos para os quais ninguém estava devidamente preparado. Ava Trilling, Ben Guterl, Duque Greene, Noé Schifrin e Zach Lorelli fazem questão de falar que a volta não é uma volta. É um fazer som sem compromisso, para a alegria deles e dos fãs, e sem corda no pescoço de ninguém – especialmente de Ava, que precisou sair do grupo em 2018 quando descobriu um transtorno de pânico.

Nessa época, o Forth Wanderers havia acabado de lançar o primeiro álbum de estúdio, epônimo, pela Sub Pop, e precisou cancelar toda a turnê, encerrando atividades em seguida. Dá para entender porque, seja lá o que aconteça, o grupo está mesmo a fim é de leveza, e em especial, de um clima que se pareça com uma música, e com uma estética, que ressoa nas mentes deles.

Vai daí que The longer this goes on se parece com pouca coisa que vem sendo feita hoje, e aposta na mistura de elementos. É indie rock, mas tem muitos micropontos de soul e pop adulto – as músicas poderiam tocar, se o disco fosse lançado lá por 1989, numa FM e numa rádio independente. O clima country de algumas faixas parece filtrado por pós-punk e Pretenders. O lado mais ruidoso do grupo lembra The Cure, My Bloody Valentine e Dinosaur Jr, mas é uma noção quase beatle, clássica, de barulho. O clima doce e tenso dos vocais de Ava, em vários momentos do disco, é um “ruído” a mais, que parece sempre informar a/o ouvinte além da própria música.

  • Quando a Sub Pop investiu em Halifax, a “nova Seattle” do Canadá
  • Ouvimos: Σtella – Adagio
  • Ouvimos: Frankie Cosmos – Different talking

To know me/To love me, single lançado de surpresa, é bem nessa onda de transformar ruído em canção e em conforto, com uma letra curta que parece falar dos sentimentos de Ava na volta do grupo: “Eu saí e voltei para a estrada / ela sabe o que eu fiz pelo nó na minha garganta”. Call me back tem clima de Pixies, mas com baixo e bateria sinuosos. Honey, Bluff e Make soam como Everly Brothers encontrando o barulho e a vibe inde. Barnard, por sua vez, é o momento em que o disco vira para um power pop ácido, com golpes de guitarra e vocais distorcidos.

As dores de crescimento do grupo são visitadas em faixas como Spit, som indefinível que poderia ter sido feito nos anos 1970, entre country e indie rock. As pesquisas de timbres e texturas do FW dão também em guitarras “submersas”, que surgem em faixas como Springboard e na bossa pop Don’t go looking. Essa última, por sinal,uma pequena crônica sobre velhos “eus” que não funcionam mais e que têm que ir para a fila do desapego (“pegue o que é meu / eles não funcionam mais / eu tentei encontrar / o que eu vim buscar / não sou eu”, diz Ava).

Texto: Ricardo Schott

Nota: 8,5
Gravadora: Sub Pop
Lançamento: 18 de julho de 2025

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