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Cultura Pop

In Search Of The: os 13 discos (!) lançados por Buckethead de uma só vez

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Enquanto ainda era um guitarrista misterioso que tocava no Guns N’Roses, Buckethead (Brian Patrick Carroll, seu nome verdadeiro) mantinha uma carreira repleta de lançamentos experimentais, malucos e/ou esquisitos mesmo.

Os discos que ele lançava não tinham nada a ver com seu emprego principal, como guitarrista de uma das bandas de hard rock mais bem sucedidas de todos os tempos. Sua discografia até então incluía álbuns como a estreia solo Bucketheadland (1992, gravado pelo selo do malucão John Zorn, com vários samples de seriados japoneses), Monsters and robots (1999, com funk rock de vanguarda, e várias faixas feitas em parceria com Les Claypool, do Primus) e Bermuda Triangle (2002, uma “fantasia instrumental underground hip-hop/electro-funk”, produzida pelo DJ americano Extrakd). Alguns desses álbuns você encontra de boa nas plataformas digitais. Outros, nem sequer passaram perto delas.

Enquanto lançava trabalhos entre o experimental e o “peraí, isso aqui precisa de alguém produzindo” (como o DVDs Young Buckethead volumes 1 e 2), o guitarrista também tinha músicas lançadas na trilha do game Guitar hero II (Jordan saiu como faixa bônus) e começava um projeto com o baixista Bootsy Collins (Parliament, Funkadelic) e o baterista Bryan “Brain” Mantia (Primus, Guns N’Roses), o Science Faxtion.

E em 21 de fevereiro de 2007, o experimentalismo do músico chegou num limite que… Bem, só vendo e ouvindo. In search of the, que saiu nesse dia, poderia ter sido apenas o décimo-nono (!) disco de Buckethead – ele gravava aos borbotões. Era mais do que isso: o guitarrista do Guns decidiu lançar um conjunto de treze discos, feitos quase que de maneira automática. Os tais treze discos foram queimados pelo próprio Buckethead em seu computador (sim, eram CD-Rs).

As capas dos discos eram todas desenhadas à mão – enfim, o que o músico tivesse feito ali valia como capa. Só para deixar claro: Buckethead desenhou cada capa de cada cópia de cada disco, à mão. Foram 12.987 CDs queimados manualmente, e ele foi fazendo isso em cada um deles. Não haveria dois conjuntos iguais de discos, por causa disso. O último CD da série tinha uma faixa só, de 45 minutos.

Um outro detalhe é que as músicas não têm título, apesar dos integrantes de um fórum de fãs do músico terem criado nomes para as faixas, baseados no que rolava no som. Daí surgiram coisas como Pollywogs dançando em uma colcha de rostos e Matança sonora. O próprio Buckethead lançou o projeto de forma independentaça e vendia tudo pela internet, direto para os fãs.

A novidade é que alguém pegou todas as faixas de In search of the e jogou tudo no YouTube. Pega aí uma playlist com tudo.

Tem mais um detalhe: cada um dos treze volumes tem como título uma letra, do “i” ao “e” de In search of the. A ideia original do músico era que, na verdade, fossem caixas de treze CDs (!) que, uma vez unidas, formassem a frase In search of the disembodied sounds (Em busca dos sons desincorporados). Ele desistiu de gravar tantas músicas e largou parte do título, claro.

De lá para cá, Buckethead saiu do Guns N’Roses (a banda, você deve saber, voltou a quase ser como era antes). Mas já gravou mais vários outros álbuns, e iniciou o projeto de Pike series, mini-álbuns com duração de no máximo 30 minutos, gravados desde 2011. De lá para cá foram 294 (!). Também vem tratando da saúde.

Cultura Pop

No nosso podcast, Alanis Morissette da pré-história a “Jagged little pill”

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No nosso podcast, Alanis Morissette da pré-história a "Jagged little pill"

Você pensava que o Pop Fantasma Documento, nosso podcast, não ia mais voltar? Olha ele aqui de novo, por três edições especiais no fim de 2025 – e ano que vem estamos de volta de vez. No segundo e penúltimo episódio desse ano, o papo é um dos maiores sucessos dos anos 1990. Sucesso, aliás, é pouco: há uns 30 anos, pra onde quer que você fosse, jamais escaparia de Alanis Morissette e do seu extremamente popular terceiro disco, Jagged little pill (1995).

Peraí, “terceiro” disco? Sim, porque Jagged era só o segundo ato da carreira de Alanis Morissette. E ainda havia uma pré-história dela, em seu país de origem, o Canadá – em que ela fazia um som beeeem diferente do que a consagrou. Bora conferir essa história?

Edição, roteiro, narração, pesquisa: Ricardo Schott. Identidade visual: Aline Haluch (foto: Capa de Jagged little pill). Trilha sonora: Leandro Souto Maior. Vinheta de abertura: Renato Vilarouca. Estamos aqui de quinze em quinze dias, às sextas! Apoie a gente em apoia.se/popfantasma.

Ouça a gente preferencialmente no Castbox. Mas estamos também no Mixcloud, no Deezer e no Spotify.

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Cultura Pop

No nosso podcast, Radiohead do começo até “OK computer”

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Radiohead no nosso podcast, o Pop Fantasma Documento

Você pensava que o Pop Fantasma Documento, nosso podcast, não ia mais voltar? Olha ele aqui de novo, por três edições especiais no fim de 2025 – e ano que vem estamos de volta de vez. Para abrir essa pequena série, escolhemos falar de uma banda que definiu muita coisa nos anos 1990 – aliás, pra uma turma enorme, uma banda que definiu tudo na década. Enfim, de técnicas de gravação a relacionamento com o mercado, nada foi o mesmo depois que o Radiohead apareceu.

E hoje a gente recorda tudo que andava rolando pelo caminho de Thom Yorke, Jonny Greenwood, Colin Greenwood, Ed O’Brien e Phil Selway, do comecinho do Radiohead até a era do definidor terceiro disco do quinteto, OK computer (1997).

Edição, roteiro, narração, pesquisa: Ricardo Schott. Identidade visual: Aline Haluch (foto: reprodução internet). Trilha sonora: Leandro Souto Maior. Vinheta de abertura: Renato Vilarouca. Estamos aqui de quinze em quinze dias, às sextas! Apoie a gente em apoia.se/popfantasma.

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4 discos

4 discos: Ace Frehley

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Dizem por aí que muita gente só vai recordar de Gene Simmons e Paul Stanley, os chefões do Kiss, quando o assunto for negócios e empreendedorismo no rock – ao contrário das recordações musicais trazidas pelo nome de Ace Frehley, primeiro guitarrista do grupo, morto no dia 16 de outubro, aos 74 anos.

Maldade com os criadores de uma das maiores bandas de rock de todos os tempos, claro – mas quando Frehley deixou o grupo em 1982, muita coisa morreu no quarteto mascarado. Paul Daniel Frehley, nome verdadeiro do cara, podia não ser o melhor guitarrista do mundo – mas conseguia ser um dos campeões no mesmo jogo de nomes como Bill Nelson (Be Bop De Luxe), Brian May (Queen) e Mick Ronson (David Bowie). Ou seja: guitarra agressiva e melódica, solos mágicos e sonoridade quase voadora, tão própria do rock pesado quanto da era do glam rock.

Ace não foi apenas o melhor guitarrista da história do Kiss: levando em conta que o grupo de Gene e Paul sempre foi uma empresa muito bem sucedida, o “spaceman” (figura pela qual se tornou conhecido no grupo) sempre foi um funcionário bastante útil, que lutou para se sentir prestigiado em seu trabalho, e que abandonou a banda quando viu suas funções sendo cada vez mais congeladas lá dentro. Deixou pra trás um contrato milionário e levou adiante uma carreira ligada ao hard rock e a uma “onda metaleira” voltada para o começo do heavy metal, com peso obedecendo à melodia, e não o contrário.

Como fazia tempo que não rolava um 4 Discos aqui no Pop Fantasma, agora vai rolar: se for começar por quatro álbuns de Ace, comece por esses quatro.

Texto: Ricardo Schott – Foto: Reprodução

“KISS: ACE FREHLEY” (Casablanca, 1978). Brigas dentro do Kiss fizeram com que Gene, Paul, Ace e o baterista Peter Criss lançassem discos solo padronizados em 1978 – adaptando uma ideia que o trio folk Peter, Paul and Mary havia tido em 1971, quando saíram álbuns solo dos três cujas capas e logotipos faziam referência ao grupo. Ace lembra de ter ouvido uma oferta disfarçada de provocação numa reunião do Kiss, quando ficou definido que cada integrante lançaria um disco solo: “Eles disseram: ‘Ah, Ace, a propósito, se precisar de ajuda com o seu disco, não hesite em nos ligar ‘. No fundo, eu dizia: ‘Não preciso da ajuda deles’”, contou.

Além de dizer um “que se foda” para os patrões, Ace conseguiu fazer o melhor disco da série – um total encontro entre hard rock e glam rock, destacando a mágica de sua guitarra em ótimas faixas autorais como Ozone e What’s on your mind? (essa, uma espécie de versão punk do som do próprio Kiss) além do instrumental Fractured mirror. Foi também o único disco dos quatro a estourar um hit: a regravação de New York Groove, composta por Russ Ballard e gravada originalmente em 1971 pela banda glam britânica Hello. Acompanhando Frehley, entre outros, o futuro batera da banda do programa de David Letterman, Anton Fig, que se tornaria seu parceiro também em…

“FREHLEY’S COMET” (Atlantic/Megaforce, 1987). Seguindo a onda de bandas-com-dono-guitarrista (como Richie Blackmore’s Rainbow e Yngwie Malmsteen’s Rising Force), lá vinha Frehley com seu próprio projeto, co-produzido por ele, pelo lendário técnico de som Eddie Kramer (Jimi Hendrix, Beatles, Led Zeppelin) e Jon Zazula (saudoso fundador da Megaforce). Frehley vinha acompanhado por Fig (bateria), John Regan (baixo, backing vocal) e Tod Howarth (guitarras, backing vocal e voz solo em três faixas).

O resultado se localizou entre o metal, o hard rock e o rock das antigas: Frehley escreveu músicas com o experiente Chip Taylor (Rock soldiers), com o ex-colega de Kiss Eric Carr (Breakout) e com John Regan (o instrumental Fractured too). Howarth contribuiu com Something moved (uma das faixas cantadas pelo guitarrista). Russ Ballard, autor de New York groove, reaparece com Into the night, gravada originalmente pelo autor em 1984 em um disco solo. Típico disco pesado dos anos 1980 feito para escutar no volume máximo.

“TROUBLE WALKING” (Atlantic/Megaforce, 1989). Na prática, Trouble walking foi o segundo disco solo de Ace, já que os dois anteriores saíram com a nomenclatura Frehley’s Comet. A formação era quase a mesma do primeiro álbum da banda de Frehley – a diferença era a presença de Richie Scarlet na guitarra. O som era bem mais repleto de recordações sonoras ligadas ao Kiss do que os álbuns do Comet, em músicas como Shot full of rock, 2 young 2 die e a faixa-título – além da versão de Do ya, do The Move. Peter Criss, baterista da primeira formação do Kiss, participava fazendo backing vocals. Três integrantes do então iniciante Skid Row (Sebastian Bach, Dave Sabo, Rachel Bolan), também.

“10.000 VOLTS” (MNRK, 2024). Acabou sendo o último álbum da vida de Frehley: 10.000 volts trouxe o ex-guitarrista do Kiss atuando até como “diretor criativo” e designer da capa. Ace compôs e produziu tudo ao lado de Steve Brown (Trixter), tocou guitarra em todas as faixas – ao lado de músicos como David Julian e o próprio Brown – e convocou o velho brother Anton Fig para tocar bateria em três faixas. A tradicional faixa instrumental do final era a bela Stratosphere, e o spaceman posou ao lado de extraterrestres no clipe da ótima Walkin’ on the moon. Discão.

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