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Entrevista: Romulo Fróes fala do Encruza, show que une Metá Metá e Passo Torto

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Entrevista: Romulo Fróes fala do Encruza, show que une Metá Metá e Passo Torto

Não é apenas um show, é uma celebração. Unindo as bandas paulistanas Metá Metá e Passo Torto, o show Encruza chega pela primeira vez ao palco do Circo Voador (Lapa, Rio) neste sábado, trazendo uma mistura de repertórios e um encontro verdadeiro entre os músicos Kiko Dinucci, Juçara Marçal, Marcelo Cabral, Rodrigo Campos, Romulo Fróes e Thiago França, que formam as duas bandas – tendo Kiko como “ponto em comum” entre os dois grupos. O som dos dois grupos segue uma cartografia musical própria unindo cada um a seu modo samba, punk, jazz, tons pop, sons africanos (e se você não conhece nada do Passo Torto e do Metá Metá, e dos trabalhos particulares de cada integrante, pare tudo e ouça agora mesmo).

Por ser um cruzamento de compositores, o show traz músicas dos dois grupos, colaborações que os integrantes fizeram com artistas consagrados, e algumas faixas solo. Há alguns anos, seria o tipo de trabalho que renderia um disco ao vivo, ou um DVD, ou quem sabe um disco de estúdio em conjunto – que um dia, quando as coisas estiverem mais calmas para todo mundo, pode sair.

Romulo Fróes bateu um papo com o Pop Fantasma e falou um pouco sobre o que todo mundo vai ver sábado no Circo Voador (e saiba detalhes sobre o show no Instagram da casa).

O Encruza é a junção de duas bandas que têm um ponto em comum (o Kiko Dinucci) e em que cada integrante tem trabalhos solos. No palco, como fica a junção de tantos trabalhos e individualidades? Rolam músicas de discos solo ou de artistas com os quais tenham colaborado?

O show é uma grande mostra dos trabalhos de todos nós, concentrado nos trabalhos do Metá Metá e Passo Torto, mas não apenas. Tem música de alguns dos discos solos de cada um dos integrantes que acabam por serem também canções colaborativas. Porque, seja na composição, no arranjo ou na produção, sempre terá um ou mais de nós envolvidos em cada trabalho. Não foi à toa esse nome e o conceito de Encruza terem aparecido. Nossos caminhos realmente se cruzaram na construção de nossas carreiras pessoais. Por este mesmo motivo, nesse mesmo balaio cabem também nossas colaborações com artistas como Elza Soares e Jards Macalé.

No palco, uma banda abre para a outra ou todos estão sempre juntos?

Estamos todos juntos no palco o tempo todo. Msmo que eventualmente um ou outro não participe de uma determinada canção presente no repertório, o que não é uma regra e pode mudar na hora da apresentação com o acréscimo de alguma outra voz ou instrumento sem que houvéssemos ensaiado. Neste sentido é um show vivo, que muda a cada apresentação.

Há alguns anos, um show como o Encruza talvez virasse DVD. Vocês pensam em colocar em disco (ou vídeo) o show em conjunto?

Pessoalmente eu adoraria fazer um disco da Encruza, mas não poderia simplesmente ser uma coletânea com novos arranjos. Teria que ser um repertório todo inédito criado coletivamente por todos nós. Tenho certeza que todos partilham desse sentimento. Acontece que como somos todos criadores inquietos, em constante busca por novos caminhos em nossos trabalhos individuais, fica difícil encontramos essa janela para nos dedicarmos a um disco coletivo que não seja apenas protocolar. Uma hora vai rolar e quando acontecer, tenho certeza que será um marco definitivo do nosso encontro.

Como está sendo reunir os dois grupos sem o ex-presidente no poder? E como era cantar tudo o que vocês cantam nesses últimos quatro anos?

A pergunta deveria ser “como foi viver sob o desgoverno do inominável?” (exato). Pessoalmente, eu perdi minha mãe para a Covid, porque nosso ex-presidente genocida atrasou o quanto pode a compra de vacinas. É algo impossível de superar e que levarei até o fim da minha permanência neste plano. Nos meus 52 anos de idade, não me lembro de um período tão nefasto na vida de nosso país. E é claro que isso refletiu de algum jeito no trabalho de cada um de nós e no meu, foi afetado de maneira estrutural.

O meu disco mais recente, lançado há pouco mais de um mês em parceria com o cantor e compositor carioca Tiago Rosas, chamado Na goela, é todo ele composto por um repertório que versa sobre a tragédia da pandemia e suas consequências em nossas vidas. Nossas perdas, nosso fracasso como um projeto de país e o modo como foi negligenciada por quem mais deveria tê-la enfrentado. Mas respondendo a outra parte de sua pergunta, é um alívio imenso e profundo termos nos livrado do mal e é preciso mais do que nunca ficarmos atentos para que essa tragédia nacional não se repita jamais.

Quais são os planos do Passo Torto e do Metá Metá para 2023? O que está vindo aí?

Os planos, como sempre, são continuar criando e buscando novas possibilidades para a expansão da música popular brasileira. Se continuamos a produzir sob a tempestade que nos assolou nos últimos anos, imagine agora que as nuvens começam a se dissipar. Só posso cravar se virá sob a identidade do Metá Metá, Passo Torto ou de qualquer um de nós, o que dá pra garantir é que será uma autêntica Encruza.

Lançamentos

Ouvimos antes: Bel Medula, “Giro” (EP)

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Ouvimos antes: Bel Medula, “Giro” (EP)

Com exclusividade para o Pop Fantasma, o duo gaúcho Bel Medula – formado por Isabel Nogueira e Luciano Zanatta (LucZan) – adianta as músicas de seu novo EP, Giro, que chega às plataformas nesta quinta (12 de setembro). Um material que a dupla acredita ser um pequeno interlúdio no que eles vinham fazendo, e na história que levou a discos como A dança do caos (2023). No texto de lançamento, o duo faz questão de explicar que está convidando seu público para “uma nova dança” (e de fato, é um disco bem dançante e variado).

O material do EP traz canções feitas há um tempinho. A mais recente, Quebrada do tempo, foi feita há dois anos. A mais antiga, Teus olhos, foi composta há duas décadas. “Este ano nos dedicamos a dar forma a energias criativas que estavam fluindo há um tempo, em paralelo ao fluxo dos shows dos álbuns anteriores. Giro é substantivo e verbo, é passagem. E continua de onde o álbum anterior parou”, conta Isabel, explicando como o conceito de Giro foi criado.

Mario Arruda assina a produção musical do disco, gravado entre novembro de 2023 e janeiro de 2024, e cujo trabalho foi marcado, segundo o próprio produtor, por muita experimentação no estúdio. Ouvindo Giro, fica claro: Não vem de garfo que hoje é sopa, a faixa de abertura, inspirada na frase da música Nem vem que não tem (imortalizada por Wilson Simonal) traz uma cara mais samba-rock para o som da dupla. De repente senti-me tão besta, na sequência, combina batida funkeada, um baixo que é a cara do Roxy Music, e senso melódico herdado da jovem guarda – a dupla enfatiza que as guitarras têm uma cara meio Beach Boys.

O lado B do disco traz Quebrada do tempo, quase um synth pop nortista – a inspiração, diz a dupla, veio das canções de Dona Onete – aberto por uma vinheta com o mesmo nome da faixa, de teor quase psicodélico. Teus olhos, dos versos “eu não esqueço não/foram teus olhos que me deixaram na solidão”, fecha o disco unindo indie rock e o lado Norte-Nordeste da jovem guarda (Reginaldo Rossi é citado como influência na música, surgida de uma ideia de LucZan, imaginando um personagem compondo uma música sobre coração partido).

Você pode conferir o disco antes de todo mundo aí embaixo. A capa de Giro, que você viu lá em cima, tem foto de Lau Baldo e arte de Vinicius Angeli.

  • Mais Bel Medula no Pop Fantasma aqui.

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Crítica

Os melhores discos de 2024 que a gente ouviu em agosto

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Os melhores discos de 2024 que a gente ouviu em agosto

Tá saindo cada vez mais atrasado porque o Pop Fantasma é um site de uma pessoa só, mas desde julho temos uma listinha de melhores discos do ano que a gente ouviu no mês (essa é a de julho, e essa, a inaugural, é a de melhores discos do primeiro semestre de 2024).

Enfim, demos uma olhadinha 30 dias atrás e vimos quais foram os discos desse começo de semestre que balançaram mais nosso (meu, no caso) coração e receberam nota 8 ou acima disso. O primeiro lugar vai pra Tobogã, disco novo de Lô Borges, que traz uma sonoridade profundamente britânica, lembrando até bandas do pós-britpop (além do receituário beatle que já é comum no som dele).

(na foto acima, só alguns dos discos mais legais que ouvimos no mês passado)

TURMA DA NOTA 8
Raça, 27
Willie Nelson, The border
Foster The People, Paradise state of mind
Pete Townshend, Live in Concert 1985-2001 (box set)
Desirée Marantes, Breve compilado de músicas para _______ (EP)
Neil Young & Crazy Horse, Early daze
Cults, To the ghosts
Jack White, No name
Shed Seven, A matter of time

TURMA DA NOTA 8,5
Inocentes, Antes do fim
Beabadoobee, This is how tomorrow moves
Moses Sumney, Sophcore (EP)
Beachwood Sparks, Across the river of stars
Telenova, Time is a flower
Fabiana Palladino, Fabiana Palladino
Felipe Aud, Acumulado
Blur, Live at Wembley Stadium

TURMA DA NOTA 9
Illuminati Hotties, Power
Cassandra Jenkins, My light, my destroyer
Osees, Sorcs 80
Guilherme Peluci, São Paulo instrumental
X, Smoke & fiction
Brigitte Calls Me Baby, The future is our way out
The Raveonettes, Sing…

TURMA DA NOTA 10!!
Lô Borges, Tobogã

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Lançamentos

Lovnis: punk lo-fi e garageiro em “Running out of luck”, novo single

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Lovnis: punk lo-fi e garageiro em “Running out of luck”, novo single

Lovnis é uma banda brasileira radicada em Berlim – e que já foi até entrevistada pelo Pop Fantasma. O grupo abriu inicialmente espaço como duo, formado por Murilo Sá e Amanda Longo, e ao mudar-se para a Alemanha, virou um trio, acrescentando o baterista Putti. O single novo, Running out of luck, vai para os lados do punk, tem influências confessas de bandas como The Jam e Buzzcocks, e uma cara garageira, típica das bandas indies dos anos 1990 e 2000.

“É uma música que fala sobre estar perdido e sem rumo”, diz o grupo, enfatizando que a ideia no novo single foi dar uma ambientação lo-fi, como se fosse um som gravado em fita K7.

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