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Lançamentos

Bush Tetras: veteranos da no wave ganham versão fantoche em clipe novo

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O Bush Tetras é uma banda veterana e histórica. Surgiu em 1979 em Nova York, e fez parte de um movimento, a no wave, que foi um curioso foco de contestação da caretice do punk e da new wave enquanto esses gêneros ainda estavam em curso. Acabou se tornando uma quase lenda: o grupo gravou apenas singles por selos pequenos, até que chegou à PolyGram em 1997 e gravou o primeiro álbum, Beauty lies, com todos os integrantes originais.

Na base do devagar-e-sempre, a banda anuncia um álbum novo, o primeiro em onze anos, para o dia 18 de julho: They live in my head sai pelo selo Wharf Cat. Vai ser o primeiro do grupo desde a morte do baterista Dee Pop em 2021 (em seu lugar, entrou o ex-Sonic Youth Steve Shelley). Já tem um single servindo de batedor, Things I put together, e acaba de sair um outro: Bird on a wire. A música tem peso quase stoner (embora tenha trabalhos de guitarra numa onda bem pós-punk) e mostra o grupo sendo “dublado” por fantoches de papel com as caras dos integrantes.

Hoje o Bush Tetras tem na formação Cynthia Sley (voz), Pat Place (guitarra), a ex-Pogues Cait O’Riordan (baixo) e Steve Shelley (bateria).

Crítica

Ouvimos: Esteves Sem Metafisica – “de.bu.te.”

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Projeto da escritora portuguesa Teresa Esteves da Fonseca, o Esteves Sem Metafísica estreia com um belo disco de art rock, folk e ecos de Beatles, Stereolab e Bowie.

RESENHA: Projeto da escritora portuguesa Teresa Esteves da Fonseca, o Esteves Sem Metafísica estreia com um belo disco de art rock, folk e ecos de Beatles, Stereolab e Bowie.

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Com nome tirado de um verso do poema Tabacaria, de Álvaro de Campos (heterônimo de Fernando Pessoa), o Esteves Sem Metafísica é o projeto musical da escritora portuguesa Teresa Esteves da Fonseca. de.bu.te, primeiro álbum, faz lembrar às vezes vozes pouco lembradas, como as de Catherine Ribeiro – e tem uma referência enorme da fase final dos Beatles, em vários momentos. No geral, é um disco de art rock, com vocais que surgem como vento e peças sonoras delicadas, como Proposição, a folk e elaboreada Sóbria (que chega a lembrar Stereolab) e o jazz pop Dar-me de volta e Tenta, que unem noção musical beatle, soins franceses e música popular de Portugal.

Sons que vão encontrando seu próprio ritmo aparecem nos vocais de Não sei ter-te e na vibração celestial de Balada da debutante (que evoca David Bowie). Redenção abre com vocais bem cuidados e ritmo cigano, e ganha tom quase progressivo depois. No final, Montanha isolada vem quase silenciosa, com beleza folk e orquestral, e letra introspectiva. Uma estreia muito bonita.

Texto: Ricardo Schott

Nota: 8,5
Gravadora: FlorCaveira
Lançamento: 20 de junho de 2025

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Crítica

Ouvimos: Diego Assuf – “Zunindo a gruta da hibernação”

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Ritualístico e psicodélico, o solo de estreia de Diego Assuf mistura folk, MPB, sons mântricos e surrealismo à la Manduka, Lennon e Gismonti.

RESENHA: Ritualístico e psicodélico, o solo de estreia de Diego Assuf mistura folk, MPB, sons mântricos e surrealismo à la Manduka, Lennon e Gismonti.

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O carioca Diego Assuf deixa claro qual é a dele logo no começo de seu primeiro disco solo, Zunindo a gruta da hibernação: sons ritualísticos, referências da psicodelia nordestina e de toda uma onda mântrica de voz e violão que muita gente fiicou conhecendo na era dos blogs de MP3 e do Rapidshare (lembra?). Nomes como Manduka – referência assumida, por sinal -, Hawkwind, Paulo Diniz e Paulo Bagunça, além da banda do disco-jogo Persona, emanam da sonoridade do disco.

Esse tom ritualístico surge logo nos dez minutos da faixa-título – que abre o álbum unindo sons acústicos de poucas notas, ruídos de mata e uma vibe lembrando os momentos calmos do King Crimson. Prossegue na música das matas de Hey searcher e invade também músicas como Chautauqua da nova vida (que lembra os voos instrumentais de Beto Guedes), o folk andino + samba montanhês de Se arrastando e o retropicalismo de Meu amigo Mario Carte.

Entre letras libertárias e alguns instrumentais, Zunindo é também o disco do blues folk Navio zen e da pianística Fim do meu ouvido, desconcertante a ponto de lembrar John Lennon, Arnaldo Baptista e Egberto Gismonti juntos nas teclas. Duas curiosidades no álbum: Hollywood, supostamente gravada ao vivo, traz Diego errando de propósito, tendo “brancos” no palco, e ganhando vaias e gritos de “toca Raul!”. E o forró psicodélico O meu sapato, com diálogos sampleados da pornochanchada sanguinária O cafetão, de Francisco Cavalcanti (1982). O tipo de disco que, se tivesse saído por um selo pequeno em 1971, teria virado raridade.

Texto: Ricardo Schott

Nota: 8,5
Gravadora: Paraíso Perdido
Lançamento: 4 de janeiro de 2025

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Lançamentos

Radar: Geese, Bob Vylan, Current Swell, Sonic Dukes, Sky Ferreira, Min Taka, Code 150

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Geese no Radar Pop Fantasma de hoje

Tem porrada séria no Radar de hoje, com a presença do questionador e corajoso grupo Bob Vylan entre as bandas – eles não estão lançando nenhuma música nova, mas fomos ouvir o som e mostramos à turma que lê o Pop Fantasma. Tem a nova do Geese, a descoberta do Current Swell, uma da Sky Ferreira que nos passou batida quando saiu (há alguns meses)… Ouça e leia tudo!

Texto: Ricardo Schott – Foto (Geese): Mark Sommerfield/Divulgação

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GEESE, “TAXES”. O som novo dessa banda experimental norte-americana é percussivo, entre o country e o gospel, soando como um slacker rock feito por um músico folk durante os anos 1970 – e que depois, numa segunda parte, vai apontando para um lado mais pós-punk. Se a salada de estilos ficou confusa para você, esse desnorteio é comum na obra do Geese, que com o single Taxes, anuncia o álbum Getting killed, previsto para 25 de setembro. Já tem turnê agendada: o giro do novo disco começa em 10 de outubro, em Burlington (Vermont), e termina com duas apresentações em casa no Brooklyn Paramount, dias 20 e 21 de novembro.

BOB VYLAN, “MAKES ME VIOLENT”. Nunca tinha escutado o Bob Vylan, banda de rap que vem se destacando pelo seu espírito combativo em shows, e pela mistura azeitadíssima de hip hop, punk, metal, grime, sons eletrônicos em geral, e tudo que puder ser usado para deixar o som mais barulhento e mais guerreiro. Uma ótima introdução ao som do grupo é Makes me violent, faixa do álbum Humble as the sun (2024), por sinal, uma das mais escutadas do Bob Vylan nas plataformas. A letra fala sobre abusos, ódio e “pacifismo” de meia-tigela. “Isso me deixa violento / tão violento / mas por favor, por favor, sem violência / sem violência (…) /alguém sempre me diz: ‘apenas se acalme e deixe estar'”.

CURRENT SWELL, “I GOT MINE”. Vindo de Victoria, no Canadá, esse grupo faz uma mistura bem interessante de indie rock, power pop e música “de raízes” (incluindo referências de blues, soul e vários outros estilos). O EP 10 foot tall acaba de sair e destaca essa faixa, basicamente um country rock com cara indie que lembra tanto o britpop quanto os Rolling Stones da época do disco Sticky fingers (1970). O refrão tem cara de hino.

SONIC DUKES, “HOTTER THAN THE SUN”. Essa banda britânica passou por algumas modificações na formação recentemente, e dedica-se a uma espécie de stoner eletrônico, com vibes psicodélicas, ruídos, synths e batidinhas. Hotter than the sun é um dos singles mais recentes deles, e soa como um hino à lesação na praia, com vocais doidões, letras visionárias e clima de gospel dançante à moda do Primal Scream do disco Screamadelica. Um som ensolarado, mas que pode fazer todo mundo perder os sentidos por alguns minutos.

SKY FERREIRA, “LEASH”. Masochism, segundo álbum de Sky, vem sendo adiado há um bom tempo – ainda não há um mês correto de lançamento, mas ela avisou que o disco sai esse ano ainda. Se sair neste ano, já rola com um atraso considerável – Night time, my time, debute da cantora, é de 2013, e ela vem falando de Masochism há tempo o suficiente para confundir a cabeça dos fãs.

Leash, single lançado em dezembro, tá na trilha do filme Babygirl – thriller erótico de Halina Reijnem em que Nicole Kidman faz uma CEO que é assediada por um estagiário, e a história fica enrolada a ponto de… Bom, veja o filme, que vi há poucas semanas. Vale bastante a citação da faixa nova de Sky, um eletrorock dos melhores, que acabou sendo o primeiro lançamento independente dela, após ela largar a Capitol Records.

MIN TAKA, “EYESIGHT”. Cantora da Turquia, mas radicada na Holanda, Min Taka acaba de lançar o EP I think we should just move in together, e vem se dedicando a um som que pode muito bem ganhar o moderníssimo rótulo de hyperpop: base synthpop, vários gêneros se encontrando, um som rico o suficiente para atrair fãs variados, e um clima indie e cult em torno de todo o conceito. Yasemin Koyuncu (nome verdadeiro de Min Taka) une bossa espacial, batidinhas sintetizadas e pop dançante em uma das melhores faixas do EP, a solar Eyesight.

CODE 150, “HYPNOTIZED”. As misteriosas Stella (voz e guitarra) e Delphine (synths) comandam essa dupla de darkwave vinda da França, com influências assumidíssimas de Siouxsie and The Banshees e do Skeletal Family (banda britânica de rock gótico, surgida em 1982 e que, após idas e vindas, está oficialmente de volta desde 2012). Com mais um EP para sair em breve, elas oferecem em Hypnotized, seu novo single, um clima tão cativante quanto sombrio. O clipe da faixa, que elas avisam que é só uma demo-vídeo da música, amplia a vibe aterradora.

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