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A Viagem da Galinha Morta: a ida da banda punk Cérebro de Galinha pra SP

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A Viagem da Galinha Morta: a viagem da banda punk Cérebro de Galinha pra SP

Se você não se lembra da banda de punk e hardcore Cérebro de Galinha, lá vai. Eles fizeram sucesso há alguns meses nas redes sociais por causa de um vídeo em que apareciam ensaiando numa construção abandonada. Era o vídeo do “cafofo”. Em pouco tempo, a postagem da banda teve mais de 6 mil compartilhamentos – agora está em 40 mil . E agora a banda de Marabá (PA) solta um curta, A viagem da galinha morta, relatando sua viagem a São Paulo para gravar o primeiro disco no estúdio Lamparina. E contando alguns dos bastidores do tal vídeo do “cafofo”. Olha aí.

A viagem da galinha morta foi dirigido por João Cantarella e Leandro Mantovani. Formação da banda: Cego nos vocais, Marcos Mort na guitarra, Torrada no baixo e Suco Gástrico (opa!) na bateria. No documentário, o baterista é um dos mais falantes da banda e, toda hora, fala a respeito do que levou o grupo até ali. “Se você se deixar levar, vai ficar para trás. Então é melhor você não desistir e bater de frente. A dificuldade vem mas é para ser testada”, conta. E o filme traz, além das ideias e da história do grupo, os bastidores do tal vídeo que fez a fama deles.

“Como a gente não tinha lugar pra ensaiar, a gente conseguiu uma casa abandonada (…). Nosso estúdio de ensaio era um barraco de madeira que a gente chamava de ‘inferninho’. Porque era um lugar quente. Tu imagina, o lugar já é quente, aí tem um bagulhinho de madeira com teto de zinco” (trecho do doc A Viagem da galinha morta).

Rolaram tretas sérias com o tal local que a banda ensaiava e eles não puderam mais voltar para lá.

“A gente conseguiu um barraco numa invasão (…). A gente fez um gato e começou a ensaiar lá. Ocupamos de novo. Forramos todo o local de papelão, do c (*) a quatro, de toda tranqueira, pra tentar abafar o som e fazer um estúdio (…). Deu um bom tempo, começaram as tretas de novo. Começaram a tacar pedra, ameaçar com arma. Chegou um tempo que o bagulho ficou tenso, meu primo que dormia lá escutou uns tiros”.

Um dia, a mulher do baterista fez um vídeo mostrando como era a vida no “cafofo”. Mudou a vida dos garotos.

“Eu publiquei (o vídeo) no Facebook sem nenhuma intenção. Três dias depois meu celular bambeou, toda hora travava e eu não sabia o por quê. (…) Quando consegui visualizar o Facebook, porque o celular travava demais, eu me abismei. O vídeo estava em 700 mil!”

E aqui você confere o “cafofo”.

Aproveite e pegue aí a banda tocando no festival Rock In Rio Xingu.

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Lançamentos

Radar: Sinplus, MavAngelo, James K. Barker e outros sons da Groover

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Radar: Sinplus, MavAngelo, James K. Barker e outros sons do Groover

O Pop Fantasma tá na Groover! Por lá, artistas independentes mandam seus sons pra uma rede de curadores – e a gente faz parte desse time.

O que tem chegado até nós? De tudo um pouco, mas, curiosamente (ou nem tanto), uma leva forte de bandas e projetos mergulhados no pós-punk, darkwave, eletrônico, punk, experimental, no wave e afins.

Aqui embaixo, separamos alguns nomes que já passaram pelo nosso filtro e ganharam espaço no site. Dá o play, adiciona na sua playlist e vem descobrir coisa nova!

Texto: Ricardo Schott – Foto: Divulgação

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SINPLUS, “CROSSFIRE”. Som entre o hard rock e o U2 da fase Achtung baby (1991), com riffs lembrando a economia sonora de The Edge e batida marcial. Uma música sobre “aquele tipo de amor que te puxa para dentro e não te solta: intenso, obsessivo e impossível de ignorar”. Operando entre a Suíça e o Reino Unido, o Sinplus é bastante produtivo: de janeiro para cá, a banda soltou um single novo por mês (Crossfire é o de abril).

MAVANGELO, feat MAEH EGAMINO. “HONEYSUCKLE”. Músico filipino radicado na Inglaterra, MavAngelo é do tipo que mistura várias sonoridades, indo do jazz ao pop em singles diferentes. Honeysuckle, com participação da cantora Maeh Egamino, é pop oitentista com toques meio jazzísticos na guitarra, clima lo-fi em alguns vocais (Maeh faz raps lá pelas tantas, inclusive) e boa melodia.

JAMES K. BARKER, “SYNTHIA GOODBYE”. Apesar do visual grunge na capa do EP Seconds (lançado no ano passado), o lance do britânico James é synthpop maníaco com heranças assumidas de LCD Soundsystem e Gorillaz – e emanações da zoeira comportada dos Sparks. Synthia goodbye tem musicalidade oitentista, dramaticidade de Erasure (a letra, por vias tortas, fala de uma relação que chegou ao fim) e refrão bacana.

MAX CEDDO, “DREAMING UNDER THE HAMMER”. “É uma música sobre encontrar o seu caminho e manter o curso em busca dos seus sonhos, mesmo quando os obstáculos e desafios da vida se apresentam”, conta o irlandês Max sobre seu novo single, uma balada que recorda a época em que ele estava entre fazer som e seguir uma carreira médica. Com um álbum nas plataformas, Excelsior boulevard, ele diz que tudo está fazendo mais sentido para ele agora.

DARK ARCHER, “HIDDEN EYES”. Metal bastante tradicional, mas com agilidade próxima do punk, cuja letra fala sobre os nossos desafios diários ao status quo. A letra, diz o grupo, “desenterra as verdades ocultas por trás das mentiras polidas da sociedade”. O Dark Archer já tem alguns singles lançados desde 2022 e foi criado pelo cantor e guitarrista norte-americano Jason McDonald.

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Crítica

Ouvimos: Home Is Where – “Hunting season”

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Ouvimos: Home Is Where - "Hunting season"

RESENHA: No segundo disco, Hunting season, o Home Is Where troca o emo por um alt-country estranho e criativo, misturando Dylan, screamo e folk-punk em faixas imprevisíveis.

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O Home Is Where é uma banda emo – mas no segundo disco, Hunting season, eles decidiram que estava na hora de mudar tudo, ou quase tudo. O grupo volta fazendo um alt-country pra lá de esquisito, com referências que vão de Bob Dylan a Flying Burrito Brothers. Sendo que a ideia de Bea McDonald (voz, guitarra) parece inusitada demais para ser explicada em poucas palavras (“um disco que dá para ouvir num churrasco, mas que também dá para chorar”, disse).

Com essa migração sonora pouco usual, o Home Is Where se tornou algo entre Pixies, Sonic Youth, Neil Young e Cameron Winter, com vocal empostado lembrando um som entre Black Francis e Redson (Cólera). Reptile house é pós-punk folk, Migration patterns é blues-noise-rock, Artificial grass tem vibe ligeiramente funkeada e é o tipo de música que uma banda como Arctic Monkeys transformaria num hit – mas é mais esparsa, mais indie, e os vocais chegam perto do screamo.

Hunting season tem poucas coisas que são confusas demais para serem consideradas apenas inovadoras ou experimentais – Bike week, por exemplo, parece uma demo dos Smashing Pumpkins da época de Siamese dream (1993). Funcionando em perfeta união, tem o slacker rock country de Black metal mormon, o folk punk de Stand up special e uma balada country nostálgica com vibe ruidosa, a ótima Mechanical bull. Os melhores vocais do álbum estão na balada desolada Everyone won the lotto, enquanto Roll tide, mesmo assustando pela duração enorme (dez minutos!), vale bastante a ouvida.

Texto: Ricardo Schott

Nota: 7
Gravadora: Wax Bodega
Lançamento: 23 de maio de 2025.

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Crítica

Ouvimos: Satanique Samba Trio – “Cursed brazilian beats Vol. 1” (EP)

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Ouvimos: Satanique Samba Trio - "Cursed brazilian beats Vol. 1" (EP)

RESENHA: Satanique Samba Trio mistura guitarrada, lambada, carimbó e jazz experimental em Cursed brazilian beats Vol. 1

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Como o Brasil insiste em não ouvir o Satanique Samba Trio, vale dizer que a banda brasiliense não é um trio e o som vai bem além do samba – é puramente jazz unido a ritmos brasileiros variados, com ambientação experimental e (só às vezes) sombria. O novo disco é Cursed brazilian beats vol. 1 – que apesar do nome, é o segundo lançamento de uma trilogia (em português: Batidas brasileiras amaldiçoadas).

Dessa vez, a banda caiu para cima de ritmos do Norte, como guitarrada, lambada e carimbó, transformando tudo em música instrumental brasileira ruidosa. O grupo faz lambada de videogame em Lambaphomet, faz som regional punk em Brazilian modulok e Sacrificial lambada, e um carimbó que parece ter sido feito pelos Residents em Azucrins. Já Tainted tropicana, ágil como um tema de telejornal, responde pelo lado “normal” do disco.

A surpresa é a presença, pela primeira vez, de uma música cantada num disco do SST: Aracnotobias tem letra e voz de Negro Leo – talvez por isso, é a faixa do grupo que mais soa próxima dos experimentalismos do selo carioca QTV.

Texto: Ricardo Schott

Nota: 8
Gravadora: Rebel Up Records
Lançamento: 21 de março de 2025.

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