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Luiza Lian: psicodelia e transcendência em clipe de “Viajante”

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Luiza Lian: psicodelia e transcendência em clipe de "Viajante"

O quarto disco da cantora e compositora Luiza Lian, 7 estrelas/Quem arrancou o céu? , já foi assunto aqui no Pop Fantasma. Uma das faixas do álbum, Viajante, acaba de ganhar clipe, dirigido por Camila Maluhy, que assina seu quinto trabalho com a cantora.

Tanto a faixa quanto o clipe são carregados de introspecção e transcendência, e também de psicodelia. “Luiza se revela como um ‘viajante solitário das galáxias internas’, cuja jornada para fora é, paradoxalmente, uma exploração mais profunda de seu próprio ser: ‘a cada passo que eu dou para fora, eu entro'”, diz o texto de lançamento do vídeo.

Viajante é o segundo clipe do álbum. Antes havia saído um curta musical com as faixas Forca e Cobras na sua mesa. 7 estrelas/Quem arrancou o céu? é o quarto álbum da cantora, compositora e artista visual paulistana Luiza Lian. O álbum é produzido por ela com Charles Tixier e sai pelos selos Risco (Brasil) e ZZK Records (fora do país). As músicas foram feitas antes da pandemia, em 2019, e toda a elaboração foi lenta, com Luiza e Charles respeitando o tempo um do outro, e o tempo do trabalho.

“O foco do disco é discutir esse lugar do que é a internet, do que é o fake, dessa hiper-realidade, dessa transformação dos nossos afetos a partir da virtualidade”, explicou Luiza à Folha de S. Paulo, dizendo também que existe uma grande influência da estética de videogames e animes nas faixas (Foto: Hudson Rodrigues/Divulgação).

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Urgente!: novidades de Dom Salvador, Motörhead, Andre 3000 e Gil em alto-mar (!)

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Urgente!: novidades de Dom Salvador, Motörhead, Andre 3000 e Gil em alto-mar (!)

Uma das lendas da música popular brasileira, morando há décadas nos Estados Unidos, o pianista Dom Salvador lança em breve disco novo, e pelo selo Jazz Is Dead. O álbum Dom Salvador JID024 sai agora em maio e tem produção de Adrian Younge, o homem por trás do selo (aguarde para breve, aqui no site, resenhas dos discos de Adrian e do soulman brasileiro Hyldon que acabam de sair pela gravadora). E um vislumbre do álbum já chegou às plataformas.

É o single Não podemos o amor parar, soul-samba-jazz cuja letra se resume aos versos “tem um tempo pra sentir / tem um tempo pra tocar / tem um tempo pra lutar / não podemos o amor parar”, e que serve como um hino de resistência. “Ela representa como o poder da música pode ser usado como uma linguagem universal para espalhar amor pelo mundo”, conta Adrian, que colabora na faixa ao lado do músico Ali Shaheed Muhammad.

Dom Salvador tem tanta história que não cabe aqui, mas você precisa saber, em primeiro lugar, que: 1) foi ele o responsável pelo piano suingado de Jesus Cristo, na gravação original de Roberto Carlos; 2) ele gravou discos como os básicos Dom Salvador (1969) e Som, sangue e raça (1971, como Dom Salvador e Abolição); 3) tem um documentário sobre ele e seu grupo, Dom Salvador & Abolition, que ganhou o prêmio de melhor filme no festival de documentários In-Edit (falamos com os diretores aqui).

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E do soul-jazz vamos direto pro rock barulhento: vasculharam o baú do Motörhead e acharam coisa fina. Vem aí The Manticore tapes, com uma das primeiras gravações da formação clássica da banda: Lemmy Kilmister (voz e baixo), Fast Eddie Clarke (guitarra) e Phil “Philty Animal” Taylor (bateria). O disco chega às plataformas em 27 de junho.

O material foi registrado em agosto de 1976, no estúdio Manticore — um antigo cinema em Fulham, Londres, que foi transformado em qquartel general pela banda progressiva Emerson, Lake & Palmer. A gravação? Numa máquina portátil que pertencia a Ronnie Lane (sim, o do Wings). A restauração do material foi feita por Cameron Webb, colaborador de longa data do Motörhead.

Imagina o som. Ou melhor, nem imagine, ouça: já saiu o primeiro single, com a faixa que dá nome à banda, Motörhead.

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Uma surpresa daquelas — e vinda de quem? Dele mesmo, André 3000. Na segunda-feira (5), enquanto o povo se distraía com os looks esquisitos do Met Gala, lá estava o sujeito: piano nas costas, literalmente, desfilando no tapete vermelho. E não era só figurino performático — tinha recado ali. No mesmo dia, sem aviso, pintou nas plataformas o curtíssimo 7 piano sketches, álbum instrumental, todo ao piano, que ele compôs e gravou em casa, só pra ele mesmo.

São faixas improvisadas, feitas sem pressa e sem pretensão de virarem disco. E gravadas como dava: ou com o iPhone, ou com o microfone do laptop. “Eram gravações pessoais, caseiras. Às vezes, eu as enviava por mensagem de texto para minha família e amigos”, conta ele, que gravou boa parte do material faz tempo, numa casa vazia, sem mobília alguma, que ele alugava no Texas para morar com o filho.

O som passeia entre o jazz e o easy listening, com uma parada clara na MPB — chutamos Marcos Valle e Milton Nascimento como inspirações, mas ele avisa que a lista de influências tem Thelonious Monk, McCoy Tyner, Philip Glass, Stephen Sondheim, Joni Mitchell e Vince Guaraldi. Um bilhete musical íntimo, mas que estava esperando para ser revelado ao mundo.

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Um homem da MPB ao mar. Mas calma que ninguém se afogou: Gilberto Gil decidiu aderir à onda dos shows em alto-mar e adaptou sua turnê Tempo Rei para o Navio Tempo Rei, que acontece de 1 a 4 de dezembro de 2025, partindo do porto de Santos (SP) com destino ao Rio de Janeiro a bordo do navio MSC Preziosa. A venda geral de cabines começa ao meio-dia do dia 12 de maio, no site do Navio Tempo Rei (acesse aqui). Uma pré-venda exclusiva também estará disponível para fãs que fizerem um cadastro no site oficial do cruzeiro (acesse aqui).

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Radar: Fiona Apple, The Cure remixado, Sparks, Nilüfer Yanya e mais sons novos

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Radar: Fiona Apple, The Cure remixado, Sparks, Nilüfer Yanya e mais sons novos

Os singles saem tão rápido que às vezes aqui no Radar nem dá tempo de acompanhar – e olha que são 20, 21 músicas por semana por aqui. Deu para colocar hoje o mais novo remix do The Cure, e a nova da Fiona Apple, mas tem música aqui atrasada em uma semana. Devagar a gente chega lá – preferencialmente no último volume.

Foto Fiona Apple: David Bell/Divulgação

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FIONA APPLE, “PRETRIAL (LET HER GO HOME)”. De tempos pra cá, Fiona Apple trocou os estúdios pelos tribunais. Literalmente. Com base em um direito garantido pela Constituição dos EUA — o de acompanhar processos judiciais, somado à Sexta Emenda, que assegura julgamentos públicos —, ela vem mergulhando nas engrenagens do sistema legal estadunidense. Resultado: virou observadora constante de audiências e virou também uma espécie de cronista informal dos absurdos que testemunha. Agora, canaliza essa experiência em sua primeira música inédita em cinco anos.

“Fui observadora de tribunais por mais de dois anos. Nesse período, tomei nota de milhares de audiências de fiança. Repetidamente, ouvi pessoas sendo levadas e colocadas na prisão, sem outra razão além de não terem condições de comprar sua liberdade. Foi particularmente difícil ouvir mães e cuidadoras serem tiradas das pessoas que dependem delas”, contou Fiona no texto de lançamento.

A faixa, Pretrial (Let her go home), é seca, direta e amarga. Uma mulher presa sem provas, mantida atrás das grades por não conseguir pagar a fiança, e que ao sair descobre que nem tem mais casa. O clipe, costurado com imagens reais, não alivia: mostra o que acontece quando o Estado vira as costas — e o que resta para quem é deixado para trás.

THE CURE, “WARSONG (CHINO MORENO REMIX)”. Mixes of a lost world, álbum com remixes do disco Songs of a lost world, o décimo-quarto do The Cure, está previsto para o dis 13 de junho. A banda acaba de liberar mais um remix que vai sair no álbum – e dessa vez, Chino Moreno, vocalista dos Deftones, revisitou as trevas da faixa Warsong. Por acaso, não é a primeira vez que os caminhos do The Cure e de Chino se cruzam: Robert Smith participou de Girls float + Boys cry, faixa de Goodnight, god bless, I love U, delete (2023), álbum do ††† (projeto paralelo de Chino).

SPARKS, “MY DEVOTION”. O próximo disco dos irmãos Mael, MAD!, tá quase chegando aí (está previsto para o dia 28). My devotion, single mais recente, é uma zoeira de Russel e Ron a respeito do fanatismo religioso e do ultranacionalismo. Aliás, leva o assunto “devoção” para outras paradas, falando até de quem tem obsessão por dinheiro, carros ou por uma religião. O som é aquele chamber pop tecno que todo mundo conhece dos melhores álbuns do grupo, como Kimono my house (1974). Além de My devotion, MAD! vem com faixas como Do things on my way, Don’t dog it, Running up a tab at the hotel for the fab, Lord have mercy e mais sete faixas.

NILÜFER YANYA, “COLD HEART”. Assim que a turnê do disco mais recente de Nilüfer, My method actor, chegou ao fim, ela e sua parceira criativa, Wilma Archer, começaram a revisitar uma série de músicas guardadas no baú da cantora. Uma das que ressurgiram foi Cold heart, um r&b alternativo com alma de eletrorock psicodélico. Instrumentação enxuta: só Nilüfer, um violão em clima de loop, programação, cordas e efeitos. Ela diz que o resultado final ficou bastante diferente: “A melodia inicial parecia muito espaçosa, como se houvesse espaço para tudo acontecer. Parecia uma espécie de experimento”, contou.

THURSTON MOORE, “THE SERPENTINE”. O álbum mais recente do ex-Sonic Youth, Flow critical lucidity, saiu no ano passado. Mas acaba de sair uma música nova de Thurston Moore, The serpentine – basicamente uma canção lúgubre, com ares de tecnorock, que soa como uma construção guitarrística do Velvet Underground, com acordes e solos circulares. A letra lembra uma estranha oração pagã: “Mina de ouro onírica de dente-de-leão/ improviso linhas prateadas no céu/ o luar excita as nuvens esta noite”.

THE BETHS, “METAL”. Lembra dos tempos áureos do jangle rock, em que até bandas como R.E.M. e Primal Scream eram parte da cena? Bom, o Beths, uma banda da Nova Zelândia, tem duas ou três coisas a dizer sobre o assunto – e acrescenta boas doses de peso herdado do pós-punk. Metal, o single novo (Anti-), fala dos problemas de saúde (e da recuperação) da vocalista Elizabeth Stokes. “Durante partes dos últimos anos, senti como se meu corpo fosse um veículo que me carregou muito bem até então, mas estava quebrando, algo sobre o qual eu tinha pouco ou nenhum controle”, contou. Peso emocional, som radiante.

TY SEGALL, “POSSESSION”. Dia 30 de maio sai o próximo disco de Ty Segall, Possession. A faixa-título sai como single, e é uma fábula curiosa, num estilo que une glam rock, soul e folk rock em doses iguais – quase parece uma das canções menos malucas do álbum The man who sold the world, de David Bowie (1970), como Black country rock. Os metais e a guitarra solo dão uma cara ensolarada e setentista para a canção, e aumentam mais ainda a expectativa pelo álbum novo de Ty.

CHUCK D feat DADDY-O, “NEW GENS”. Vem aí Radio Armageddon, o novo álbum de Chuck D – fundador do Public Enemy e um dos pilares do rap dos anos 1980 –, com lançamento marcado para 16 de maio. No single New gens, ele se junta a Daddy-O (Stetsasonic) para misturar samples, beats e versos afiados sobre as diferenças entre gerações de artistas e fãs de música. É aquele choque de eras que sempre existiu, mas que ganha nova camada no mundo de hoje. “Cada um de nós, em algum momento ou outro, passa por quatro grandes períodos de crescimento”, reflete a letra. E Chuck, claro, não deixa de puxar umas orelhas com elegância: “Eu tenho a sua idade, você ainda não tem a minha. E não se esqueça, nova geração: amo vocês. Divirtam-se”.

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Crítica

Ouvimos: Disstantes, “Cybertrópico”

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Ouvimos: Disstantes, “Cybertrópico”

Lou Reed dizia em 1989 que seu disco New York era para ser ouvido como se fosse um livro, “de uma vez só”. Depende do livro que Lou está falando – se for um romance rápido, daqueles que você lê em uma tarde, ainda vai. Cybertrópico, segundo álbum do Disstantes (que ganha show de lançamento nesta sexta, dia 9, no Audio Rebel, aqui no Rio), também deve ser ouvido como se fosse um livro, mas é diferente: preste atenção em todos os detalhes, imagine as cenas, pesque as referências, confira detalhes e não tenha pressa. O disco é uma mistura de rock, música eletrônica, rap, funk, soul, jazz e vários outros estilos, que precisa de atenção e tempo.

Com uma lista violenta de convidados e uma relação maior ainda de estilos e horizontes musicais, o grupo de Gilber T, Homobono e Augusto Feres vai numa linha que, bem de longe, lembra um pouco a do grupo norte-americano clipping. – ou seja: usar o universo da internet e dos algoritmos para falar de ascensões e quedas, de distopias do dia-a-dia, de males de uma sociedade que só quer saber de dinheiro e de reduzir tudo a números e tabelas. Cybertrópico fala sobre os dilemas do transporte no Rio (CDD x SG, De noite poeta de dia operário), mercado musical (o eletrohardcore O rebanho quer hits), orgulho latino-americano (Latino), e bate fundo numa sociedade formada por trilhões de Odetes Roitmans, de gente classista que sempre quer que tudo continue como sempre foi.

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Hostil, rap pesado com cara de trilha de filme, conta que “eu sou uma ameaça / talvez eu guarde bastante rancor / mas sabe o que se passa? / foi sua gente que me exterminou”. John Travolta, kraut-funk que ganhou clipe em Pixel Art, transforma em música aquela frase que geralmente é falada por seguranças diante de alguém “suspeito” (“levanta a camisa / e dá uma volta”). O ritmo quase arábico e os toques de jazz de Transgrida com educação servem de cenário para uma letra que aconselha a fazer exatamente o contrário do título: “onde é que já se viu / pedir licença para entrar numa revolução? (…) / contra a serpente / veneno subversivo / num reclama não tio / meu flow agressivo”. Em Freak jazz, o jazz entra disfarçado numa clima quase de eletrorock, em meio a uma letra que fala, entre outros assuntos, sobre vida off e online – o bicho feroz do dia a dia que afina a voz para postar no Instagram.

No final, um clima espacial toma conta de Poeira cósmica, repleta de ritmos poucos usuais, com letra zoando impiedosamente as aventuras espaciais de multimilionários (“vocês vão colonizar todos os ETs? / eles também vão trabalhar tão felizes pra vocês?”). E também surge em Pós-futuro, uma oração-rap-poema de dois minutos falando de uma distopia em que o ser humano vale menos que as máquinas – e que está longe de ser uma fábula. Se existem histórias infantis que lembram do tempo que os animais falavam, é tentador ouvir Cybertrópico imaginando o mundo daqui a uns cem anos.

Nota: 9
Gravadora: Independente/Tratore
Lançamento: 25 de abril de 2025.

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