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Lançamentos

Shakingsphere: projeto brasileiro lançado por gravadora britânica solta álbum e clipe

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Shakingsphere: projeto brasileiro lançado por gravadora britânica solta álbum e clipe

Projeto do cantor e poeta capixaba Bruno Oliveira, o Shakingsphere acaba de lançar seu álbum de estreia, On the whereabouts of Dean Moriarty, lançamento da gravadora britânica Suriya Recordings, que tem como fundador e curador o produtor musical Martin “Youth” Glover (Killing Joke, Fireman). The long gone, a faixa de abertura, acaba de ganhar um clipe. Uma música que, segundo Bruno, fala “sobre solidão, loucura, esperança e o devaneio de quem aguarda o arco-íris quando já é noite, o sentimento de quem procura um lugar na Arca de Noé depois de ter sido assombrado pelo dilúvio”.

Bruno conta que entre as referências do disco, estão bandas de space rock, e nomes como David Bowie, Pink Floud e o escritor beat Jack Kerouac. O álbum é um “drama conceitual” de oito peças/faixas, falando sobre um personagem que lida com amor, perda, fracasso, estresse, esperanças, medos e sonhos. Já o clipe da faixa, diz ele, “traduz à sua maneira o que a narrativa da letra conta. Na minha concepção, fala em terceira pessoa sobre um desajustado social, perdido em meio a seus infernos pessoais e que, sem prejuízo disso, mantém vivas na ilusão todas as suas esperanças. Procura o arco-íris à noite”.

Lançamentos

Radar: Zoee, Endless, Yumi Zouma, Stretching, Helado Negro, Led Zeppelin, Bad Bunny

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Harriet Zoe Pittard, uma artista londrina, criou o projeto Zoee com a ideia de fazer art pop - na real, um som atmosférico, tão eletrônico e bem fincado no chão quanto viajante.

Os nomes mais clássicos do rock estão por aí rendendo novos lançamentos – inclusive gente que nem está mais na ativa, visto que em breve sai um EP ao vivo de nada menos que o Led Zeppelin (!). O lançamento do Live EP do Led é um dos nossos assuntos de hoje, mas no Radar internacional você vai conhecer também os sons novos de uma turma bem nova (Zoee, Endless, etc), saber mais de uma sensação indie que vem ao Brasil (Helado Negro) e conferir a última surpresa do popstar Bad Bunny, também aguardado por aqui. Último volume já!

Texto: Ricardo Schott – Foto (Zoee):  Reprodução Bandcamp

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ZOEE, “THE WAVE”. Harriet Zoe Pittard, uma artista londrina, criou o projeto Zoee com a ideia de fazer art pop – na real, um som atmosférico, tão eletrônico e bem fincado no chão quanto viajante. Grandiose love, o segundo álbum de Zoee, sai dia 10 de outubro, e já surge puxado pelo belo single The wave, um synthpop solar, cuja letra fala sobre mudanças que vem e vão de repente, e sobre as sensações de deslizamento que vêm junto. Mesmo lidando com temas sensíveis e com a própria vulnerabilidade na letra, Harriet afirma que o novo disco vem para trabalhar cada vez mais sua autoexpressão – até porque, no começo, ela tinha muito bloqueios na hora de escrever. “Tem que ser o oposto de me minimizar”, diz ela.

ENDLESS, “SE DESVANECE”. A barulheira do Endless vem do México: é de lá que sai o shoegaze quase psicodélico feito por eles, com camadas de ruído espalhadas pelos vários canais, e com vocais em espanhol. A banda tem contrato com um selo inglês do estilo, o Shore Dive, e soltou recentemente o excelente single Se desvanece. A letra é sofrência pura em meio às esferas de ruído: “talvez o sentimento / seja difícil de expressar / ainda que eu tenha dito ‘sinto muito’ / você me lançou no esquecimento abismal / e apesar de eu tentar / mais uma vez eu voltei a falhar”.

YUMI ZOUMA, “CROSS MY HEART AND HOPE TO DIE”. Banda da Nova Zelândia, o Yumi Zouma revive a época, no começo dos ano 2010, em que havia uma busca séria por texturas que unissem psicodelia e pós-punk – algo que abarcava até grupos como Tame Impala e Flaming Lips. Não é só isso, claro: a banda invade a área do eletrorock em vários momentos. O novo single, Cross my heart and hope to die, mistura essas vertentes com um charme pop típico do som do grupo. Vai dar vontade de ouvir de novo, e você ainda pode continuar a audição com os lados B Blister e Bashville on the sugar. Esse single grande com cara de EP ainda não é o anúncio de um lançamento maior – só esperando pra ver.

STRETCHING, “CHEF”/”PENCIL ME IN”. Projeto musical de Los Angeles, criado pelo músico Jordan Baldridge, o Stretching une psicodelia e despojamento punk, abarcando até mesmo estilos como shoegaze. Chef é uma baladinha punk que trata de estresses pessoais e prazer pelo poder no trabalho – tomando a figura temida e zoada do chef de cozinha como exemplo. Já Pencil me in, lado B do compactinho, soa como se os Ramones fossem um irmão gêmeo de grupos como 13th Floor Elevators – com direito a conversas de estúdio perdidas no fim da faixa, a la Mutantes.

HELADO NEGRO, “JURAME”. Cantor, compositor e produtor norte-americano, filho de pais imigrantes equatorianos, Helado Negro tem uma vinda ao Brasil na agenda. Roberto Carlos Lange, seu nome verdadeiro, vai fazer uma apresentação única no dia 7 de novembro, sexta-feira, na Casa Rockambole (São Paulo), dentro da programação de aquecimento do Balaclava Fest. Seu disco mais recente, o excelente Phasor, foi resenhado pela gente aqui.

Você provavelmente deve estar se perguntando: qual a relação do Roberto Carlos Lange com o seu xará mais ilustre? Bom, possivelmente o nome dele foi inspirado no do cantor de Detalhes. Mas vale citar que em 2010 Helado Negro lançou o EP Pasajero (concebido inicialmente como um presente de Natal para seus pais, e depois lançado publicamente), que trazia duas covers do Rei: Jurame (no original, Jura-me, de Jovenil Santos) e Rosita. Ambas foram gravadas por Lange nas mesmas versões em espanhol do álbum de Roberto Canta a la juventud, de 1964 – sendo que a primeira virou, pelas mãos de Helado Negro, um dream pop violento de tão psicodélico, cheio de teclados, ecos e efeitos. Confira ele e seu xará de Cachoeiro do Itapemirim (ES) abaixo.

LED ZEPPELIN, “TRAMPLED UNDER FOOT”. Essa faixa histórica é a chupada nada discreta que o Led Zeppelin deu na levada de Superstition, de Stevie Wonder – acelerando um pouco o ritmo, com direito a vocais cantados-falados de Robert Plant que mais lembravam a novidade (na época) Aerosmith do que o Zep. Trampled under foot é uma das mais brilhantes músicas do duplo Physical graffiti, que comemora 50 anos neste ano. Em homenagem a ele, sai dia 15 de setembro o Live EP, com quatro gravações ao vivo (de 1975 e 1979) de faixas do disco. Uma delas é essa aqui.

BAD BUNNY, “ALAMBRE PÚA”. Ih, Bad Bunny, com show marcado no Brasil, lançou single novo e nem comentamos. Mas tudo bem, caiu no nosso radar: Alambre púa é o primeiro lançamento desde o álbum Debí tirar más fotos (resenhado pela gente aqui). A faixa abre ameaçando um synthpop, mas vai ganhando ares de reggaeton, e vira quase um funk latino. A letra é pura sacanagem romântica, vale dizer.

Aliás, vale dizer também que Bad Bunny virou assunto até mesmo na Universidade de Yale, nos Estados Unidos – um professor da instituição decidiu iniciar um curso sobre a obra dele por lá, dizendo que a música de Bad Bunny é importante para entender temas como desigualdade e imigração, além da história de Porto Rico e sua diáspora. Cultura global e afronta aos neofascistas e xenófobos – nada melhor que isso.

 

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Crítica

Ouvimos: Hayley Williams – “Ego”

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Hayley Williams manda recados bem endereçados nas 17 faixas de seus novos singles - que, coletivamente, estão sendo chamados por fãs e jornalistas de Ego. E musicalmente, tudo se sustenta muito bem.

RESENHA: Hayley Williams manda recados bem endereçados nas 17 faixas de seus novos singles – que, coletivamente, estão sendo chamados por fãs e jornalistas de Ego. E musicalmente, tudo se sustenta muito bem.

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Bom, pra começar, não existe nenhum disco de Hayley Williams chamado Ego. O nome – originalmente usado numa tintura de cabelo lançada em tiragem limitada pela empresa dela, Good Dye Young – está sendo usado pelos fãs da cantora do Paramore (e por alguns jornalistas) para chamar a coleção de 17 singles que ela soltou de repente.

O lançamento dos singles é um trabalho que merece nota 10 em marketing e vendas, enfim. Hayley abusou do senso de comunidade, soltando primeiro as faixas de graça no site dela – quem era cliente da Good Dye Young teve acesso a uma senha de acesso, depois compartilhada por eles com os outros fãs. O material chegou só bem depois, com uma qualidade sonora melhor (e capas), às plataformas.

No todo, a história aponta para vários lados: mistério (o que era a tal mensagem em áudio que havia na pasta com as músicas?), quentinho no coração (para o lançamento, o site de Hayley ganhou um visual de desktop bagunçado dos anos 1990, com direito a Winamp), vendas (as músicas estão associadas a uma tintura e são um presente da Good Dye Young!), convergência (em tempo de algoritmos, ora vejam só: uma estratégia que envolve e-mail, site e senhas espalhadas por fóruns).

Também aponta para um, vá lá, respeito à experiência dos fãs: ouça as faixas como bem entender, não é um álbum com um programa de audição fixo. Nem sequer há um hit single porque tudo é single. Já musicalmente, o conjunto de faixas atualmente conhecido como Ego tem um conceito, ou quem sabe, vários – e todos se misturam com o lado business da coisa. Hayley agora é uma artista independente, faz pop enrockado em tempos de indie pop e de som-de-quarto, e nunca se sentiu tão à vontade para dizer o que vai pela cabeça.

  • Ouvimos: Halsey – The great impersonator
  • Ouvimos: Suki Waterhouse – Memoir of a sparklemuffin

Vai daí que na faixa Ice in my OJ, Hayley faz questão de falar de “um monte de idiotas filhos da puta que eu enriqueci”, da mesma forma que faz uma canção de amor aos antidepressivos na ótima Mirtazapine, esbraveja contra a América do Norte cristã e racista em True believer (dos versos “aja como se deus não estivesse olhando / mate a alma, tenha lucro” e “eles dizem que Jesus é o caminho, mas então eles deram a ele um rosto branco / para que eles não tenham que rezar para alguém que consideram menor que eles”).

Hayley também solta montes de frases ácidas em Brotherly hate – que (há quem diga) é uma zoeira cruel com os irmãos Josh e Zac Farro, ex-integrantes do Paramore – e homenageia/desomenageia sua terra natal Nashville em Ego death at a bachelorette party, na qual avisa que “sou a maior estrela no bar deste cantor country racista”. Discovery channel, que traz uma bizarra interpolação de The bad touch, hit de 1999 da Bloodhound Gang (cujo refrão fazia referência ao canal), virou uma pérola das relações abusivas, com uma letra que tanto pode falar de sexo quanto de gravadoras adeptas da suruba econômico-corporativa (“vinte e poucos anos atrás, começamos a jogar um joguinho / e agora vamos todos sentar e terminar, e adivinha? / sua vez, a dor está escondida”).

Levando em conta que Hayley batizou seu selo como Post Atlantic, tudo em Ego tem endereço certo. Já musicalmente, ela e seu parceiro-produtor Daniel James apostam em climas análogos ao dream pop (Zissou é bem isso), visitam a mesma onda glam-sixties de Suki Waterhouse e Halsey (True believer, Brotherly hate), proporcionam novos horizontes ao soft rock (Won’t quit on you, Love me different), recordam a barulheira dos anos 1990 (Kill me, Mirtazapine e a alanismorissettização de Different man) e jogam no time do indie pop (Ego death, Blood bros, Negative self talk e todo o repertório). O conjunto todo acaba soando bem mais instigante do que se fosse apenas um álbum.

Se você nunca ouviu nada de Hayley Williams ou do Paramore, ouça Ego correndo. Se já ouviu tudo, resista à tentação de comparar Ego com o raivoso Petals for armor (lançado por ela em 2020) e ouça como se nem soubesse quem é Hayley.

Texto: Ricardo Schott

Nota: 10 (vou tratar como álbum)
Gravadora: Post Atlantic
Lançamento: 1 de agosto de 2025

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Crítica

Ouvimos: The Yagas – “Midnight minuet”

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A atriz Vera Farmiga lidera o The Yagas, banda que mistura metal gótico, pós-punk e hard rock em Midnight minuet.

RESENHA: A atriz Vera Farmiga lidera o The Yagas, banda que mistura metal gótico, pós-punk e hard rock em Midnight minuet.

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Atriz elogiadíssima por Martin Scorsese, presente no elenco tanto da franquia Invocação do mal quanto da série Bates Motel, Vera Farmiga, quem diria, tem uma banda de metal gótico. The Yagas tirou seu nome da figura mística do Baba Yaga, presente no folclore da Rússia, Ucrânia, Polônia e países vizinhos, e presente também na capa de Midnight minuet, primeiro álbum do tal grupo – que já saiu tem um tempinho, em abril, e surge com atraso aqui no Pop Fantasma.

Mas e aí, funciona? Pra começo de conversa, o The Yagas – cuja formação ainda inclui Renn Hawkey (teclados), Jason Bowman (bateria), Mark Visconti (guitarra) e Mike Davis (baixo) – não faz metal purinho, e não é chegado a exibições excessivas de peso. Músicas como The crying room têm clima mais próximo do hard rock, e faixas como Pullover, Anhedonia e Charade têm muito de pós-punk, com emanações de bandas como T.S.O.L., The Cult, Garbage e Siouxsie and The Banshees.

  • Ouvimos: The Armed – The future is here and everything needs to be destroyed
  • Ouvimos: Hard Life – Onion

Life of a widow, por sinal, tem clima gélido e certa vibe eletrônica – vale citar que uma das ondas do grupo é fazer bons refrãos, mesmo quando o peso cromado toma conta de vez, em faixas como I am e Pendulum. Bridle é metal com cara grunge e algo de Alice In Chains. Já She’s walking down lembra um drum’n bass metálico, com teclados e vocais aparecendo na frente da massa de som em vários momentos, e refrão quase screamo.

Vera Farmiga, vale citar, é uma ótima cantora. Está ainda precisando caprichar mais no controle vocal nas notas altas, mas mantém o clima de terror e as vibes góticas na linha de frente. Ela e a banda encaram até uma vibração diferente na faixa-título, que encerra o disco em compasso quase ternário, mas com clima stoner. Vale a audição.

Texto: Ricardo Schott

Nota: 7,5
Gravadora: Independente
Lançamento: 25 de abril de 2025

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