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Lançamentos

Radar: Christine Valença, John, Budang, Flor ET, Cleozinhu, SAMO, João Ramos

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Christine Valença, na foto

Tem mudanças vindo por aí no Radar para tornar a seção mais dinâmica – um negócio que ainda estamos desenvolvendo. Nossa playlist não só não vai parar, como ainda por cima vai ficar um pouco mais próxima dos lançamentos. Dessa vez, vamos do samba experimental da carioca Christine Valença ao pop do brasiliense João Ramos, numa viagem pelos novos sons.

Texto: Ricardo Schott – Foto (Christine Valença): Divulgação

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CHRISTINE VALENÇA, “BUBBLEGUM STADIUM”. Christine Valença volta diferente e mais audaciosa em seu novo single: Bubblegum stadium é um samba torto, experimental, ou um “samba-rock alternativo”, como ela mesma conta. O clipe, dirigido por Juliana Colina, traz uma versão em vídeo da letra da faixa.

“Escrevi a música durante um longo período de experimentos, tentativas e erros, em torno da voz e do violão ritmado, ainda quando fechava as músicas que entraram no meu primeiro álbum autoral. Gostei dessa possibilidade que foi surgindo e me inspirei um pouco no jeito de cantar do Jorge Ben Jor, e do Gil, sempre grandes referências para mim”, diz.

JOHN, “PRECISO MUDAR”. John, não: Dr. Adael Jhonatan. Irmão de Jackson Pinheiro, um dos fundadores da banda Supercombo, John é advogado e chegou a exercer a profissão – trocada hoje definitivamente pela música. Seu álbum Na trave une indie pop e vibes brasileiras em faixas abertas e solares, que falam de relacionamentos amorosos como quem fala da vida lá fora. Preciso mudar, uma das faixas, já ganhou ate visualizer – aliás John está disponibilizando semanalmente um vídeo de cada uma das nove faixas.

BUDANG, “MAGIA/BUDANGÓL”. Preparando um primeiro álbum – a sair pela Deck – essa banda de hardcore de Floripa volta unindo som pesado, pressão, vocais guturais, um balanço próximo do funk e micropontos de psicodelia em seu novo single, Magia/Budangól. Na verdade, é um single meio duplo. “Budangól é como se fosse uma continuação de Magia e sempre são tocadas juntas, têm a mesma vibe. Ela fala sobre nós, tipo uma música de apresentação da gente e do rolê”, diz o guitarrista Vinicius Lunardi.

FLOR ET, “CANSADA”. “Tô cansada de provar o meu valor (…) / e lá vou eu levantar e encarar a batalha diária / peleiar na praça, mostrar que de onde eu vim a terra é fértil pra plantar”. Com a vigorosa Ada Bellatrix nos vocais, essa banda de Porto Alegre une protesto feminista e anti-capitalista, punk, ska, psicodelia e beats brasileiros em seu novo single, que anuncia o álbum Brazapunk – previsto para chegar às plataformas no dia 19 de setembro. O álbum foi produzido entre Rio Grande do Sul (por Alexandre Birck) e Minas Gerais (por Barral Lima) e é definido pela banda como “uma celebração à liberdade artística e uma provocação ao mercado.

CLEOZINHU, “DIAS FRIOS”. Integrante de bandas como Guandu, Manobra Feroz e Duo Chipa, Cleozinhu prepara novo álbum para 11 de setembro, Fragmentos de estrela, e adianta os trabalhos com Dias frios, single que une referências que vão do emo (na construção da melodia) ao trap (nos beats e na voz tratada eletronicamente). A instrumentação da faixa brinca com a noção de “instrumentos fake”: guitarra, baixo e bateria são simulações de instrumentos reais, tudo criado com midi. Já a letra é bem humana e real, falando de inseguranças pessoais e de perdas.

SAMO feat LAURA PADARATZ, “BEM VINDO À GANGSTA PARTY”. Vinda de Santa Catarina, a banda SAMO decidiu fazer de sua nova música – e de seu novo clipe – um manifesto ao humor ácido. Bem vindo à gangsta party mexe com os símbolos do gangsta rap dos anos 1990 e tem influências de nomes como Dr. Dre, Snoop Dogg e Tupac. A ideia da música é também contar um pouco da história do grupo, de maneira descontraída, sempre falando do lado festeiro da turma. Laura surge contribuindo nos vocais e também participa do clipe, feito de forma bem independente – Felipe Reis, o Dip, um dos integrantes da banda, dirigiu e roteirizou.

JOÃO RAMOS, “ONDA BOA”. Integrante de bandas como Caos Lúdico e Paranoia Bomb, João cai dentro do pop nacional e das misturas musicais em seu primeiro single solo. Onda boa, afirma João, “comemora a liberdade de sentir sem pressa, sem traumas, sem clichês, seguindo seu ritmo e confiando no tempo”. Rodrigo Txotxa (Natiruts, e ex-Plebe Rude e Maskavo Roots) toca bateria na faixa, que ainda traz Fellipe Souljah nos violões, Jorge Zulim Bittar nos teclados e na produçao, e Malu Cascardo nos backing vocals.

Crítica

Ouvimos: John Fogerty – “Legacy: The Creedence Clearwater Revival years (John’s version)”

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John Fogerty, aos 80 anos, recupera direitos das músicas de sua ex-banda Creedence Clearwater Revival e relança vinte clássicos em versões idênticas às originais.

RESENHA: John Fogerty, aos 80 anos, recupera direitos das músicas de sua ex-banda Creedence Clearwater Revival e relança vinte clássicos em versões idênticas às originais.

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Aos 80 anos, John Fogerty, ex-vocalista, guitarrista, compositor e déspota do Creedence Clearwater Revival, conseguiu ganhar finalmente todos os direitos sobre suas composições da época do grupo – sim, porque todos os hits autorais da banda foram compostos por ele. Para comemorar, o músico decidiu regravar 20 canções do CCR na base da “versão do John”.

Na prática, são substituições, e não versões. Em Legacy: The Creedence Clearwater Revival years (John’s version) Fogerty revisitou canções como Have you ever seen the rain, Born on the bayou, Proud Mary, Lodi, Who’ll stop the rain, Green river e Fortunate son em leituras quase 100% iguais aos originais – em timbres, arranjos, detalhes e até gritos e uivos. Facilita o fato da voz de John estar igualzinha a antigamente. Detalhe: até no Bandcamp as músicas novas estão – visão, o cara tem.

  • Ouvimos: The Doobie Brothers – Walk this road
  • Ouvimos: Faces – Faces at the BBC: Complete BBC concert and session recordings 1970-1973

Alguma diferença do original? Bom, Long as I can see the light teve uma pequena mudança de tom, Have you ever seen the rain teve mudanças discretas nas linhas vocais do refrão, e de modo geral todas as músicas ganharam mais peso na bateria e nas guitarras – mas praticamente tudo soa como os originais dos anos 1960 e 1970 remixados ou remasterizados.

De modo geral, não é um lançamento dos mais úteis para fãs antigos – serve mais como um demarcador de independência, já que John oferece aos fãs as versões gravadas por ele. O complicado é entender como se comportar diante de um lançamento que reembala o material oldies e apenas isso. Acaba tendo mais graça ouvir os antigos álbuns do Creedence.

Texto: Ricardo Schott

Nota: 7
Gravadora: Concord
Lançamento: 22 de agosto de 2025

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Crítica

Ouvimos: Thistle. – “It’s nice to see you, stranger” (EP)

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Thistle., da Inglaterra, une grunge e shoegaze em It’s nice to see you, stranger, EP coeso que ecoa Nirvana, Dinosaur Jr e My Bloody Valentine.

RESENHA: Thistle., da Inglaterra, une grunge e shoegaze em It’s nice to see you, stranger, EP coeso que ecoa Nirvana, Dinosaur Jr e My Bloody Valentine.

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Vindo de Northhampton, Inglaterra, o Thistle. (sim, existe um ponto após o nome do grupo) tem uma onda grunge + shoegaze séria no seu som – a ponto de, numa audição inicial, ser possível imaginar que a banda vem dos cafundós dos Estados Unidos. Num papo com a newsletter First Revival, eles citam o Nirvana como sua banda grunge favorita, e um dos integrantes diz não ter se entusiasmado especialmente com o shoegaze quando descobriu o estilo.

Um outro detalhe sobre o EP It’s nice to see you, stranger é que o grupo precisou de quase um ano para gravá-lo, já que cada integrante tem seu trabalho e ninguém pediu folgas. “Por isso é que ele é um EP, e não um álbum”, afirmam. Soa estranho descobrir isso, já que as cinco faixas do disco têm peso, coesão e emanações que vão de Nirvana e Dinosaur Jr a Idlewild e The Cure. Cobble/mind funde barulho, melodia e vocais doces, enterrados na música. A faixa-título volta aos anos 1990 e faz lembrar My Bloody Valentine e Sonic Youth. Fleur rouge abusa da beleza triste, com guitarras melódicas e passagens bem ruidosas, do meio para o fim.

No final, o Thistle. adere a um punk repleto de guitarras emparedadas e sensações turvas, em Holy hill, e faz a melhor fusão grungegaze do EP, com Wishing coin. Ouça.

Texto: Ricardo Schott

Nota: 8,5
Gravadora: Venn Records
Lançamento: 4 de julho de 2025.

  • Ouvimos: Water From Your Eyes – It’s a beautiful place
  • Ouvimos: Superchunk – Songs in the key of yikes

 

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Crítica

Ouvimos: Camaelônica – “Eletrotropical”

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Camaleônica mistura samba, rock, macumba e psicodelia em Eletrotropical, disco pesado e cheio de invocações.

RESENHA: Camaleônica mistura samba, rock, macumba e psicodelia em Eletrotropical, disco pesado e cheio de invocações.

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“Rock, macumba e samba”, trio de referências que embandeira o som do Camaleônica, pode querer dizer muita coisa – pode afirmar inclusive que a banda apenas revisita sons dos anos 1990 (Planet Hemp, Chico Science, O Rappa) e mais nada. Eletrotropical, primeiro disco de Felipe Dantas e Fernando Reis – os dois do grupo-dupla – faz qualquer ideia preconcebida cair por terra quando se percebe que a vocação do grupo é para um experimentalismo que faz tudo soar bem palpável e pesado no som deles.

A música de Felipe e Fernando soa mais como um retropicalismo pesado e turbinado, que une samba, umbanda e rock psicodélico na faixa-título, além de jazz, rock e afrosambas em Capoeira. Rola uma mescla de samba, reggae e grunge em Maravilhoso e Caprichoso. Nessa última, a percussão é forte e os tambores são tocados com raiva. E falando nisso, Língua e revolta é axé, MPB e ódio pulsando contra apagamentos históricos (“quem é você pra me dizer aqui / que eu não sou ninguém?”).

Muito de Eletrotropical são invocações – canções em que melodia, letra, percussão e indignação (e guitarras) unem-se quase numa mesma massa. No samba psicodélico e pesado de Boa noite, por exemplo, coaches, big techs e exploradores do trabalho alheio são cozidos no mesmo caldeirão a partir de raízes e histórias (“toda malandragem será perdoada/ tudo que delira, toda vadiagem”). Geral abre com vocal solitário pedindo “muita luz, saúde e axé pra geral”, e vai seguindo com tristeza herdada do blues, guitarras e percussões.

Texto: Ricardo Schott

Nota: 8,5
Gravadora: Fliperama Lab
Lançamento: 27 de junho de 2025.

  • Ouvimos: Vandal – Vidah (EP)
  • Ouvimos: Jangada Pirata – Sal de casa

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