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Cultura Pop

Manoel Barenbein, o produtor da tropicália, em livro

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Manoel Barenbein, o produtor da tropicália, em livro

Começar esse texto dizendo que “precisamos falar sobre Manoel Barenbein” seria um clichê, se não fosse a mais pura verdade. O produtor e executivo de gravadora (foi um dos comandantes da operação paulistana da Philips nos anos 1960) foi figura de ponta no lançamento discográfico dos tropicalistas. Foi o cara que convenceu um compositor iniciante chamado Chico Buarque a cantar e gravar. Mais que isso: produziu o primeiro disco dele – o daquela foto de capa que virou meme, com duas fotos de Chico. E recebeu do cantor no texto de contracapa o apelido de “Mané Berimbau”, aquele que “com seus braços urgentes, foi um produtor eficiente”.

Manoel esteve igualmente por trás de discos de Ronnie Von, Erasmo Carlos, Mutantes, Gilberto Gil (ele é o “ê Manoel, para de encher!”, citado por Gil na música Pega a voga, cabeludo) e outros artistas. Depois passou por outras gravadoras e até por uma estação de TV (o SBT). Mas permanece como uma figura histórica pouco citada da música brasileira. Não por muito tempo: o jornalista mineiro Renato Vieira (Estadão) fez justiça a Manoel lançando um podcast, O produtor da tropicália, em que conversava com ele e destrinchava as histórias de vários discos que havia produzido.

Lançado como spin-off do podcast Discoteca Básica, de Ricardo Alexandre, o programa agora transforma-se em um livro, O produtor da tropicália – Manoel Barenbein e e os álbuns de um movimento revolucionário (Garota FM Books), que está em processo de crowdfunding. Para apoiar e garantir o livro com um preço bem mais interessante – com direito a outros brindes – é só ir em catarse.me/tropicalia e escolher sua forma de apoio. O crowdfunding está aberto até o primeiro dia de outubro. E no papo abaixo, Renato conta mais sobre o livro – e recorda que Manoel, mesmo permanecendo uma figura discreta, sempre curtiu o trabalho nos bastidores.

Como foi passar o conteúdo do podcast pra um livro? Rolou muita dificuldade, ou você praticamente já tinha tudo pronto e escrito por causa do roteiro do podcast?

O livro é baseado no podcast e cada capítulo é uma entrevista, comigo perguntando e o Manoel respodendo. A gente tem os nove episódios do podcast original revistos, ampliados, corrigidos. Temos os nove episódios já prontos, mas fizemos alguns acréscimos. Quando a Chris (Fuscaldo, da editora Garota FM Books) me chamou para fazer o livro, sugeri da gente ter esse conteúdo extra com artistas que não entraram nessa série original do podcast. Daí temos Erasmo Carlos, Ronnie Von, Jair Rodrigues, Claudette Soares, Nara Leão, Rogério Duprat. Ampliamos esse conteúdo, e é uma versão revista e aplicada do podcast, vamos chamar assim.

O Manoel é citado em alguns livros, como os do Carlos Calado sobre Mutantes e tropicalismo, ou até mesmo o Verdade Tropical, do Caetano. Mas ele não é tão reconhecido quanto vários nomes do mercado fonográfico. Por que você acha que isso acontece? A impressão que dá é que ele é mais visto como um executivo super vanguardista e corajoso do que como um colega de profissão do Liminha ou do Rafael Ramos, por exemplo…

O Manoel sempre gostou de ser uma pessoa de bastidor. Ele sempre se reconheceu como essa pessoa. A primeira vez que ele tá falando para um livro sobre ele é agora. Antes, só matérias esporádicas. O Pedro Alexandre Sanches fez matéria sobre ele na Folha em 1996. Na época dele, não era tão comum que o produtor fosse uma pessoa tão reconhecida. Até porque o Manoel era contratado da própria gravadora. Essa coisa do produtor pop começou no Brasil com Nelson Motta, que era produtor, jornalista… Antes isso não existia.

Tem uma historinha: ele saiu do Brasil em 1971 para trabalhar na Phonogram da Itália por vontade própria – inclusive ele já estava como diretor artístico da Phonogram do Brasil. Ele falou que já estava cansado do amadorismo do Brasil, dos estúdios com dois canais, e ele queria ter um campo de trabalho maior. Então Manoel sai do Brasil justamente no momento em que esses artistas com quem ele tinha trabalhado estavam voltando para o Brasil. E alguns estavam voltando no seu auge. 1971 é o ano de Construção, do Chico Buarque, que ele inclusive fez a pré-produção. É o ano do Gal a todo vapor, da Gal.

Quando ele volta em 1973, ele já não voltou no mesmo posto. Ele foi para o selo MGM lidar com o Marc Davis, que era o Fabio Jr (cantando em inglês). E depois ele vai para a Continental, passa pelo SBT, vai fazer outras coisas, até de estilos diferentes. Ele sempre foi um homem discreto, que gostou do bastidor. Eu não consegui nem sequer achar uma foto dele com o Chico, por exemplo. Acho que isso foi o que deixou o nome dele esquecido nessa história toda.

De todos os discos dos quais o Manoel cuidou, qual você acha que deixou mais lembranças nele? O disco que ele tem mais orgulho de ter feito é o Tropicália. Era para ser uma coletânea, pegar duas faixas do Gil, duas do Caetano, duas da Gal… e estava resolvido. Os próprios tropicalistas trouxeram essa ideia. Mas ele fala que jamais imaginou que estaria falando de um disco que ele produziu há 50 anos. E tem o fato de ser um disco-manifesto, que está sendo falado até hoje… E também tem o primeiro do Chico, ainda na RGE, que é bem representativo.

Manoel teve uma convivência intensa com Chico Buarque, inclusive foi por causa de um convite dele e do André Midani que Chico começou aquela fase fantástica na antiga Philips. Quais são as lembranças que ele tem do convívio com o Chico?

São muitas lembranças, aliás o episódio do Chico na série tem mais de uma hora. A gente fala ali desde quando o Toquinho apresenta o Manoel ao Chico. O Chico nem era profissional, era um estudante de arquitetura que era conhecido como Chico Carioca. O Manoel ouve as músicas, que são as do primeiro disco, e pergunta se ele tem contrato com alguma gravadora. E o convence a gravar! É uma história que vai de 1965 e 1970, de Pedro Pedreiro a Apesar de você, quando o Chico sedimenta sua carreira.

Uma vez, numa entrevista, o Ronnie Von disse que “gravei com todos os tropicalistas, mas aparentemente não sou tropicalista”. O seu livro inclui Ronnie, finalmente, no rol dos artistas que gravitavam em torno do movimento musical. Como é pra você poder preencher essa lacuna?

O Manoel produziu só um disco do Ronnie, que é o que tem Pra chatear, o Volume 3 (1968). A partir do quarto disco quem produziu foi o Arnaldo Saccomani, que era assistente dele. Depois de 1968 ele delega algumas produções para o Saccomani: Mutantes, Ronnie Von, a porção da Polydor paulista. Achei interessante botar o Ronnie por ser um disco de transição. É um disco que tem música do Toquinho, tem Mutantes e Beat Boys e Caetano cantando com Ronnie.

É importante mostrar que o Ronnie também estava ali inserido no contexto, com o mesmo produtor. Esse disco não fez sucesso, mas como disse o Manoel, era um disco para sair da asa do Carlos Imperial. Dentro do livro a gente fala que foi o único disco dele que o Manoel produziu, mas eu acho importante e relevante dentro da história do Ronnie. E o disco não tem ficha técnica, o Manoel precisou reouvir algumas coisas. Por esses dias ele reouviu o Carlos, Erasmo e disse: “Poxa, não me lembrava que esse disco era tão bom”. Ele, reouvindo o do Ronnie, lembrou que o disco tinha arranjos do Rogério Duprat e que não estava creditado. É importante citar isso. A Tropicália já foi tão falada, tão estudada, mas pouquíssimas pessoas correram atrás do produtor. É interessante dar esse lugar a ele.

Cultura Pop

No nosso podcast, Radiohead do começo até “OK computer”

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Radiohead no nosso podcast, o Pop Fantasma Documento

Você pensava que o Pop Fantasma Documento, nosso podcast, não ia mais voltar? Olha ele aqui de novo, por três edições especiais no fim de 2025 – e ano que vem estamos de volta de vez. Para abrir essa pequena série, escolhemos falar de uma banda que definiu muita coisa nos anos 1990 – aliás, pra uma turma enorme, uma banda que definiu tudo na década. Enfim, de técnicas de gravação a relacionamento com o mercado, nada foi o mesmo depois que o Radiohead apareceu.

E hoje a gente recorda tudo que andava rolando pelo caminho de Thom Yorke, Jonny Greenwood, Colin Greenwood, Ed O’Brien e Phil Selway, do comecinho do Radiohead até a era do definidor terceiro disco do quinteto, OK computer (1997).

Edição, roteiro, narração, pesquisa: Ricardo Schott. Identidade visual: Aline Haluch (foto: reprodução internet). Trilha sonora: Leandro Souto Maior. Vinheta de abertura: Renato Vilarouca. Estamos aqui de quinze em quinze dias, às sextas! Apoie a gente em apoia.se/popfantasma.

Ouça a gente preferencialmente no Castbox. Mas estamos também no Mixcloud, no Deezer e no Spotify.

Mais Pop Fantasma Documento aqui.

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4 discos

4 discos: Ace Frehley

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Dizem por aí que muita gente só vai recordar de Gene Simmons e Paul Stanley, os chefões do Kiss, quando o assunto for negócios e empreendedorismo no rock – ao contrário das recordações musicais trazidas pelo nome de Ace Frehley, primeiro guitarrista do grupo, morto no dia 16 de outubro, aos 74 anos.

Maldade com os criadores de uma das maiores bandas de rock de todos os tempos, claro – mas quando Frehley deixou o grupo em 1982, muita coisa morreu no quarteto mascarado. Paul Daniel Frehley, nome verdadeiro do cara, podia não ser o melhor guitarrista do mundo – mas conseguia ser um dos campeões no mesmo jogo de nomes como Bill Nelson (Be Bop De Luxe), Brian May (Queen) e Mick Ronson (David Bowie). Ou seja: guitarra agressiva e melódica, solos mágicos e sonoridade quase voadora, tão própria do rock pesado quanto da era do glam rock.

Ace não foi apenas o melhor guitarrista da história do Kiss: levando em conta que o grupo de Gene e Paul sempre foi uma empresa muito bem sucedida, o “spaceman” (figura pela qual se tornou conhecido no grupo) sempre foi um funcionário bastante útil, que lutou para se sentir prestigiado em seu trabalho, e que abandonou a banda quando viu suas funções sendo cada vez mais congeladas lá dentro. Deixou pra trás um contrato milionário e levou adiante uma carreira ligada ao hard rock e a uma “onda metaleira” voltada para o começo do heavy metal, com peso obedecendo à melodia, e não o contrário.

Como fazia tempo que não rolava um 4 Discos aqui no Pop Fantasma, agora vai rolar: se for começar por quatro álbuns de Ace, comece por esses quatro.

Texto: Ricardo Schott – Foto: Reprodução

“KISS: ACE FREHLEY” (Casablanca, 1978). Brigas dentro do Kiss fizeram com que Gene, Paul, Ace e o baterista Peter Criss lançassem discos solo padronizados em 1978 – adaptando uma ideia que o trio folk Peter, Paul and Mary havia tido em 1971, quando saíram álbuns solo dos três cujas capas e logotipos faziam referência ao grupo. Ace lembra de ter ouvido uma oferta disfarçada de provocação numa reunião do Kiss, quando ficou definido que cada integrante lançaria um disco solo: “Eles disseram: ‘Ah, Ace, a propósito, se precisar de ajuda com o seu disco, não hesite em nos ligar ‘. No fundo, eu dizia: ‘Não preciso da ajuda deles’”, contou.

Além de dizer um “que se foda” para os patrões, Ace conseguiu fazer o melhor disco da série – um total encontro entre hard rock e glam rock, destacando a mágica de sua guitarra em ótimas faixas autorais como Ozone e What’s on your mind? (essa, uma espécie de versão punk do som do próprio Kiss) além do instrumental Fractured mirror. Foi também o único disco dos quatro a estourar um hit: a regravação de New York Groove, composta por Russ Ballard e gravada originalmente em 1971 pela banda glam britânica Hello. Acompanhando Frehley, entre outros, o futuro batera da banda do programa de David Letterman, Anton Fig, que se tornaria seu parceiro também em…

“FREHLEY’S COMET” (Atlantic/Megaforce, 1987). Seguindo a onda de bandas-com-dono-guitarrista (como Richie Blackmore’s Rainbow e Yngwie Malmsteen’s Rising Force), lá vinha Frehley com seu próprio projeto, co-produzido por ele, pelo lendário técnico de som Eddie Kramer (Jimi Hendrix, Beatles, Led Zeppelin) e Jon Zazula (saudoso fundador da Megaforce). Frehley vinha acompanhado por Fig (bateria), John Regan (baixo, backing vocal) e Tod Howarth (guitarras, backing vocal e voz solo em três faixas).

O resultado se localizou entre o metal, o hard rock e o rock das antigas: Frehley escreveu músicas com o experiente Chip Taylor (Rock soldiers), com o ex-colega de Kiss Eric Carr (Breakout) e com John Regan (o instrumental Fractured too). Howarth contribuiu com Something moved (uma das faixas cantadas pelo guitarrista). Russ Ballard, autor de New York groove, reaparece com Into the night, gravada originalmente pelo autor em 1984 em um disco solo. Típico disco pesado dos anos 1980 feito para escutar no volume máximo.

“TROUBLE WALKING” (Atlantic/Megaforce, 1989). Na prática, Trouble walking foi o segundo disco solo de Ace, já que os dois anteriores saíram com a nomenclatura Frehley’s Comet. A formação era quase a mesma do primeiro álbum da banda de Frehley – a diferença era a presença de Richie Scarlet na guitarra. O som era bem mais repleto de recordações sonoras ligadas ao Kiss do que os álbuns do Comet, em músicas como Shot full of rock, 2 young 2 die e a faixa-título – além da versão de Do ya, do The Move. Peter Criss, baterista da primeira formação do Kiss, participava fazendo backing vocals. Três integrantes do então iniciante Skid Row (Sebastian Bach, Dave Sabo, Rachel Bolan), também.

“10.000 VOLTS” (MNRK, 2024). Acabou sendo o último álbum da vida de Frehley: 10.000 volts trouxe o ex-guitarrista do Kiss atuando até como “diretor criativo” e designer da capa. Ace compôs e produziu tudo ao lado de Steve Brown (Trixter), tocou guitarra em todas as faixas – ao lado de músicos como David Julian e o próprio Brown – e convocou o velho brother Anton Fig para tocar bateria em três faixas. A tradicional faixa instrumental do final era a bela Stratosphere, e o spaceman posou ao lado de extraterrestres no clipe da ótima Walkin’ on the moon. Discão.

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Crítica

Ouvimos: Justin Bieber – “Swag II”

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Swag II, continuação de Swag - disco anterior - mostra Justin Bieber dividido entre fé, família e excesso criativo: poucos bons momentos de r&b e soul, mas também muita sobra esquecível.

RESENHA: Swag II, continuação de Swag – disco anterior – mostra Justin Bieber dividido entre fé, família e excesso criativo: poucos bons momentos de r&b e soul, mas também muita sobra esquecível.

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Tenho a ligeira impressão que, em algumas semanas, vai virar moda nas festas, bares e debates online defender Swag II, a continuação do Swag de Justin Bieber, que a gente resenhou aqui. Vale dizer que pela quantidade de músicas, e pela rapidez com que o material chegou às plataformas, não dá para não imaginar que pode haver algo de errado com esse excesso de produção. Justin Bieber não é um artista que sofre de incontinência criativa, nem sequer é um artista desligado da fruição que os fãs precisam ter de seu trabalho.

Dá para imaginar muita coisa sobre os bastidores de Swag II: 1) Justin está precisando focar em alguma coisa para distrair a mente; 2) Justin está levando bastante a sério a ideia de que em tempos de plataformas e algoritmos, é preciso sempre pensar em algo diferente para não sumir do Google e da IA; 3) Justin quis entregar um repertório no estilo “entendeu ou quer que eu desenhe?” em relação à sua fé em Cristo e seu amor pela esposa e pela família. O que dá para ter certeza: quem achava que o ótimo Swag seria um disco horrível pode ver agora boa parte de suas previsões se confirmarem.

Por acaso, Swag II começa com um r&b chamado Speed demon que parece um recado para as Candinhas de plantão, e para quem falava mal dele e acabou adorando o primeiro Swag: “eles tentam dizer que estou louco / mas agora eles estão cantando cada linha (das minhas músicas)”. É pop adulto, mas adulto para quem anda lá pelos 30 anos – e portanto, tinha uns 15 na época dos primeiros hits do cantor.

Nas letras do disco, Justin faz questão de mostrar que é um cara mudado, e que não vai fazer sua mulher sofrer (Better man), faz canções de redenção e autoestima (I think you’re special), louva seu filho (Mother in you) e homenageia toda sua família, dos pais aos cachorros, em Everything Hallelujah – teminha de violão que chega a lembrar Pais e filhos, da Legião Urbana, e ganha uma cara de soul gospel na sequência.

Por sinal, boa parte de Swag II aponta para uma espécie de gospel que não ousa dizer seu nome – até que Justin decide encerrar o disco com Story of god, uma narração de oito minutos sobre a história bíblica de Adão e Eva no Jardim do Éden. Fui dar uma olhada no que andam falando dessa faixa e Rob Shefield, da Rolling Stone, fez a melhor comparação: “Se você ouvir esta música neste fim de semana, significa que ficou tempo demais na festa e o anfitrião está apelando para táticas nucleares para expulsar os convidados da casa”. Na real, é só Justin esfregando na cara do/da ouvinte o que já havia em canções como Believe e Purpose – e vale recordar que o Swag I terminava com um gospel cantado por Marvin Winans.

Musicalmente, o que tem de imperdível em Swag II? Bom, Love song é um r&b com cara meio jazz, que vai crescendo na cara de quem ouve. Witchya é um soul com clima de doo wop atualizado, com beat abafado e textura que dá para pegar. Don’t wanna, com baixo estilingando, tem um ritmo que parece abraçar o ouvinte. Tem All the way, balada soul com cara anos 80, em que Justin tenta cantar igual a Michael Jackson (sem a menor competência, claro), além do clima psicodélico de araque de Safe space.

Não perfaz metade do disco, que é repleto de faixas que soam como pontes e deixam a impressão de algo mal colado, com sons que parecem desandar – como rola em faixas como Bad honey, Poppin’ my s**t e a bossinha tocada na guitarra Petting zoo, além de Dotted line, tentativa de soar lo-fi e despojado como no primeiro Swag, mas que acaba soando apenas como uma música chatinha, mesmo.

As letras, por sua vez, continuam o grande problema de Justin: sem ter a vivência, a autoridade e a capacidade para contar histórias de arrepiar, ele recorre a metáforas nada-a-ver, tentativas de parecer mauzão e machão (como em Petting zoo, na qual ele parece narrar uma briga com a esposa e chama a oponente de “cadela”), e a poemas de amor sem muita graça. Você precisa ser muito fã ou muito curioso/curiosa para encarar Swag II.

Texto: Ricardo Schott

Nota: 5,5
Gravadora: Def Jam/Universal Music
Lançamento: 5 de setembro de 2025.

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