Connect with us

Lançamentos

Loreta: união entre cordas e vocais em disco de estreia, “Antes que eu caia”

Published

on

Loreta: união entre cordas e vocais em disco de estreia, "Antes que eu caia"

Com oito músicas e duração breve (vinte minutos), o álbum solo de estreia da paulistana Loreta, Antes que eu caia, é marcado pelo uso pouco comum de cordas, sempre dialogando com os vocais – quase sempre, de maneira bastante experimental, num resultado que ela define como “ousado e imersivo”, e que leva a estruturas musicais bem vanguardistas e poéticas em faixas como , Bom dia mãe e Se falar palavra. “O fio condutor para esse projeto foi criar diferentes pontos de vista sobre o diálogo entre o quarteto de cordas com a voz. Sempre com o protagonismo equilibrado entre nós, as linhas das cordas traçam narrativas tão importantes quanto as melodias e letras das canções”, diz ela.

Lançada como single, Não me chama pra trampar fala sobre assédio no trabalho. E Arte de me enganar, um samba, é a faixa que tem a estrutura menos anti-convencional do álbum. “O que protagoniza esse disco é o movimento de curiosidade e necessidade constante de olhar para dentro de si e ao redor, sempre nesse ritmo de dentro/fora, fora/dentro para tentar deixar a vida um pouco mais fácil e interessante”, ressalta Loreta. “O álbum é para quem gosta de sentir uma coisinha nova, às vezes estranha, às vezes aconchegante, bonita, incômoda”.

Em Antes que eu caia, Loreta trouxe mulheres para o time: o disco é produzido por Maria Beraldo, e tem participação das cantoras e compositoras Jadsa (Salvador, BA) e Anná (Mococa, interior de SP), respectivamente em Gole seco e Arte de me enganar. “São parcerias que me inspiram e me influenciam muito musicalmente. Trazê-las para esse registro é um orgulho enorme para mim e também um gesto de agradecimento e memória a tudo que caminhamos juntas”, diz. “Maria tem uma pesquisa muito forte da música popular brasileira, assim como de sonoridades mais experimentais, modernas e sempre vi ela juntando essas pesquisas de um jeito muito corajoso e autêntico” (Foto: Sofia Colucci/Divulgação).

Crítica

Ouvimos: Jovens Ateus, “Vol. 1”

Published

on

Ouvimos: Jovens Ateus, “Vol. 1”

Aguardado com certa expectativa, o álbum da banda paranaense Jovens Ateus é sombrio, opera entre o pós-punk e a darkwave, e pode ser resumido por uma referência: o The Cure de discos sorumbáticos como Seventeen seconds (1980) e Disintegration (1989). O baixo de Bruno Deffune dá a argamassa de boa parte do repertório, e ele caminha, em várias faixas, para algo próximo dos hits mais deprês do grupo britânico, como A forest e Lovesong.

Você encontra essa sonoridade em faixas de Vol. 1 como Espelhos, Cedo demais, Homem em ruínas e Passos lentos, e também na fantasmagórica Introspectro, algo entre The Cure, Joy Division e My Bloody Valentine. Em Mágoas, um riff de guitarra costura aquele que é o pós-punk mais ensolarado do álbum – por sinal num álbum no qual a palavra “ensolarado” não pode ser encaixada com facilidade. Baixo e synth dão a cara de Flores mortas, vibrações eletrônicas marcam a vinheta tamanho-família Twinturbo mixtape e um insuspeito lado metalcore (!) da banda dá as caras em Saboteur got me bloody, que lembra Ministry.

Nota: 8
Gravadora: Balaclava Records
Lançamentos: 10 de abril de 2025.

  • Apoie a gente e mantenha nosso trabalho (site, podcast e futuros projetos) funcionando diariamente.

 

Continue Reading

Crítica

Ouvimos: Funeral Macaco, “Idade do pássaro” (EP)

Published

on

Ouvimos: Funeral Macaco, “Idade do pássaro” (EP)

Com origens na “cacofonia da favela de Rio das Pedras, Zona Oeste do Rio” (frase tirada do próprio Instagram do grupo), o som do Funeral Macaco une pós-punk e brasilidades, num resultado que lembra tanto o rock pernambucano dos anos 1990 quanto bandas como Black Future e Paulo Bagunça e a Tropa Maldita. A capa do disco, por sua vez, dá uns traços com a de Exuma I, a estreia do Exuma (do hit Exuma, The Obeah Man).

Canicule, a faixa-título, resume tudo: baixo pesado, batuque de umbanda, vocal parecendo um dialeto, guitarra econômica, bateria soando como uma porrada rápida, entre rock e jazz – basicamente uma só nota entendida e transformada em algo pesado e sombrio. Congo e Angola é um samba fantasmagórico, com letra que lembra algo de Luiz Melodia. Frevo é um frevo de vocal furioso e bateria igualmente tensa, uma energia que passa pelo entendimento pós-punk do estilo.

General Candongueiro traz vocal cantado num ponto de umbanda, letra soando como homenagem a uma entidade – algo que ressoa na percussão-e-voz de Morangueira, e no ritmo quase cardíaco, que vai crescendo aos poucos em letra e peso musical, de O tempo do maquinário não é o mesmo e Exu Elégbará. Ao vivo, o Funeral Macaco deve ser uma enorme surpresa – e vale esperar pelos próximos shows.

Nota: 10
Gravadora: Independente
Lançamento: 13 de março de 2025

  • Apoie a gente e mantenha nosso trabalho (site, podcast e futuros projetos) funcionando diariamente.

Continue Reading

Crítica

Ouvimos: Morcegula, “Caravana dos desajustados”

Published

on

Ouvimos: Morcegula, “Caravana dos desajustados”

Com formação pouco usual – um duo de guitarra e bateria, sendo que a bateria é tocada em pé e sem uso de pratos – o Morcegula, formado por Badke (Carbona) e Rebeca Li (Pulmão Negro) faz rock de garagem e punk com referências de Ramones, Blondie, B-52s, Cramps e até Rita Lee e Mutantes.

Algo que remete ao grupo paulistano pode ser encontrado nas letras de faixas como Formiga (uma espécie de apologia às formigas, e uma das melhores letras do disco) e Ratazanagem, enquanto um cruzamento com The Hives surge em Jupiter falou. Tomo 13 é punk melódico com lembranças de Strenght to endure (Ramones) e um clima próximo das músicas de Chuck Berry aparece na abertura de R de rei.

O lado Cramps do Morcegula surge não apenas em referências musicais, como também na opção por um rock “de terror” – sempre apontando para o lado das criaturas marginais, como na faixa-título, e em músicas como Noiva cadáver e Causa mortis. Basicamente rock simples e com ganchos que remetem ao punk noturno e rueiro, destinado ao último volume.

Nota: 8,5
Gravadora: Goma Base
Lançamento: 10 de abril de 2025

  • Apoie a gente e mantenha nosso trabalho (site, podcast e futuros projetos) funcionando diariamente.

Continue Reading
Advertisement

Trending