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Cultura Pop

The Pandoras: aquela banda na qual Kim Shattuck tocava antes do The Muffs

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The Pandoras: aquela banda na qual Kim Shattuck tocava antes do The Muffs

Um pouco antes de montar o The Muffs, Kim Shattuck (1963-2019) fez parte por cinco anos de uma das mais duradouras formações do punk feminino de Los Angeles, The Pandoras.

O grupo foi fundado pela cantora e guitarrista Paula Pierce em 1983. Paula teve um aneurisma cerebral em 1991 enquanto tomava banho, e acabou morrendo. No entanto, a banda volta e meia é reativada, com outras formações. Kim chegou a fazer parte de uma delas.

Em 2014, as Pandoras colocaram um “…do século 21” do lado do nome e retornaram com uma formação nova, incluindo as integrantes Melanie Vammen (teclados), Karen Blankfeld (baixo) e Hillary Burton (bateria). Em 2018 saiu o disco Hey! It’s the Pandoras, em homenagem a Paula Pierce, com o novo repertório da banda.

As Pandoras, aliás, vieram de uma constatação básica: não havia uma banda feminina, pelo menos lá por 1983 (quando o grupo surgiu) dedicada a sons de garagem. Paula Pierce amava Kinks, Ramones, The Who e bandas mais obscuras como ? And The Mysterians. Seu trabalho como cantora e compositora vinha dos anos 1970: em 1976 ela formou sua primeira banda, The Rage, inspirada por esses sons, mais uma boa dose de glam rock (Sweet, Mott The Hoople). Em 1979, montou Direct Hits (por acaso, o mesmo nome de uma coletânea famosa do The Who). O grupo depois mudaria de nome para Action Now.

Olha aí o Action Now em 1982 tocando Stop pretending, uma música que anos depois The Pandoras gravaria – e viraria faixa-título de seu segundo disco, de 1986.

Antes de Kim entrar para a banda – e antes do grupo conseguir até mesmo um contrato de gravação com a Rhino Records, pela qual Stop pretending saiu – as Pandoras passariam por uma história bizarra em relação a seu nome. Três integrantes da banda ficaram meio irritadas com as decisões de Paula quanto ao rumo das Pandoras e deixaram o grupo. O problema é que elas convidaram outra colega e montaram… outra banda chamada The Pandoras. Que chegou a gravar um single pela Enigma, mas acabou sendo largada pela gravadora justamente por se recusar a mudar de nome. Olha aí Worm boy, o tal single.

Por sinal, seria na próxima formação dos Pandoras originais, liderados por Paula, que Melanie e Karen entrariam. E a própria Melanie seria responsável por levar Kim para o grupo, após se apresentada a ela pelo namorado da baixista, em 1985. Com a formação nova, a banda seria cortejada pela novata Epitaph, e pela Rhino, que já se destacava como uma gravadora de relançamentos, mas que às vezes botava bandas novas nas lojas. Olha aí Stop pretending, música-título do disco da banda de 1986, em nova versão.

A história oral das Pandoras você acha nessa reportagem aqui. A passagem de Kim Shattuck pelo grupo ainda teve uma história bem sui generis: a banda, lá por 1987, assinou contrato com a Elektra. O diretor artístico Steve Pross, que mantinha um relacionamento com Paula, levou a banda para lá e a gravadora começou a orientar a banda a como se vestir, como arranjar as músicas, etc. Nenhuma das garotas estava satisfeita com esse tipo de gerenciamento, mas era o que tinha. Logo depois Pross foi demitido da Elektra e o contrato com a gravadora foi suspenso, mesmo com um disco gravado, Come inside. Esse material foi parar num CD bootleg em 1994, Psychedelic sluts.

E em 1988, tanto Kim quanto Melanie estavam bastante insatisfeitas com os rumos sonos da banda, que de uma hora para outra virara uma espécie de AC/DC farofento. Olha aí Six times a day, do disco Rock hard (1988). Depois disso, Paula desistiria de ter uma tecladista na banda e Melanie seria convidada a sair. Kim, depois de esperar por uma turnê europeia que não aconteceria, saiu, convidou Melanie para montar as Muffs (com a tecladista tocando guitarra) e aí é outra história.

R.I.P. Kim Shattuck

 

 

 

 

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Cultura Pop

No nosso podcast, Alanis Morissette da pré-história a “Jagged little pill”

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No nosso podcast, Alanis Morissette da pré-história a "Jagged little pill"

Você pensava que o Pop Fantasma Documento, nosso podcast, não ia mais voltar? Olha ele aqui de novo, por três edições especiais no fim de 2025 – e ano que vem estamos de volta de vez. No segundo e penúltimo episódio desse ano, o papo é um dos maiores sucessos dos anos 1990. Sucesso, aliás, é pouco: há uns 30 anos, pra onde quer que você fosse, jamais escaparia de Alanis Morissette e do seu extremamente popular terceiro disco, Jagged little pill (1995).

Peraí, “terceiro” disco? Sim, porque Jagged era só o segundo ato da carreira de Alanis Morissette. E ainda havia uma pré-história dela, em seu país de origem, o Canadá – em que ela fazia um som beeeem diferente do que a consagrou. Bora conferir essa história?

Edição, roteiro, narração, pesquisa: Ricardo Schott. Identidade visual: Aline Haluch (foto: Capa de Jagged little pill). Trilha sonora: Leandro Souto Maior. Vinheta de abertura: Renato Vilarouca. Estamos aqui de quinze em quinze dias, às sextas! Apoie a gente em apoia.se/popfantasma.

Ouça a gente preferencialmente no Castbox. Mas estamos também no Mixcloud, no Deezer e no Spotify.

Mais Pop Fantasma Documento aqui.

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Cultura Pop

No nosso podcast, Radiohead do começo até “OK computer”

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Radiohead no nosso podcast, o Pop Fantasma Documento

Você pensava que o Pop Fantasma Documento, nosso podcast, não ia mais voltar? Olha ele aqui de novo, por três edições especiais no fim de 2025 – e ano que vem estamos de volta de vez. Para abrir essa pequena série, escolhemos falar de uma banda que definiu muita coisa nos anos 1990 – aliás, pra uma turma enorme, uma banda que definiu tudo na década. Enfim, de técnicas de gravação a relacionamento com o mercado, nada foi o mesmo depois que o Radiohead apareceu.

E hoje a gente recorda tudo que andava rolando pelo caminho de Thom Yorke, Jonny Greenwood, Colin Greenwood, Ed O’Brien e Phil Selway, do comecinho do Radiohead até a era do definidor terceiro disco do quinteto, OK computer (1997).

Edição, roteiro, narração, pesquisa: Ricardo Schott. Identidade visual: Aline Haluch (foto: reprodução internet). Trilha sonora: Leandro Souto Maior. Vinheta de abertura: Renato Vilarouca. Estamos aqui de quinze em quinze dias, às sextas! Apoie a gente em apoia.se/popfantasma.

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4 discos

4 discos: Ace Frehley

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Dizem por aí que muita gente só vai recordar de Gene Simmons e Paul Stanley, os chefões do Kiss, quando o assunto for negócios e empreendedorismo no rock – ao contrário das recordações musicais trazidas pelo nome de Ace Frehley, primeiro guitarrista do grupo, morto no dia 16 de outubro, aos 74 anos.

Maldade com os criadores de uma das maiores bandas de rock de todos os tempos, claro – mas quando Frehley deixou o grupo em 1982, muita coisa morreu no quarteto mascarado. Paul Daniel Frehley, nome verdadeiro do cara, podia não ser o melhor guitarrista do mundo – mas conseguia ser um dos campeões no mesmo jogo de nomes como Bill Nelson (Be Bop De Luxe), Brian May (Queen) e Mick Ronson (David Bowie). Ou seja: guitarra agressiva e melódica, solos mágicos e sonoridade quase voadora, tão própria do rock pesado quanto da era do glam rock.

Ace não foi apenas o melhor guitarrista da história do Kiss: levando em conta que o grupo de Gene e Paul sempre foi uma empresa muito bem sucedida, o “spaceman” (figura pela qual se tornou conhecido no grupo) sempre foi um funcionário bastante útil, que lutou para se sentir prestigiado em seu trabalho, e que abandonou a banda quando viu suas funções sendo cada vez mais congeladas lá dentro. Deixou pra trás um contrato milionário e levou adiante uma carreira ligada ao hard rock e a uma “onda metaleira” voltada para o começo do heavy metal, com peso obedecendo à melodia, e não o contrário.

Como fazia tempo que não rolava um 4 Discos aqui no Pop Fantasma, agora vai rolar: se for começar por quatro álbuns de Ace, comece por esses quatro.

Texto: Ricardo Schott – Foto: Reprodução

“KISS: ACE FREHLEY” (Casablanca, 1978). Brigas dentro do Kiss fizeram com que Gene, Paul, Ace e o baterista Peter Criss lançassem discos solo padronizados em 1978 – adaptando uma ideia que o trio folk Peter, Paul and Mary havia tido em 1971, quando saíram álbuns solo dos três cujas capas e logotipos faziam referência ao grupo. Ace lembra de ter ouvido uma oferta disfarçada de provocação numa reunião do Kiss, quando ficou definido que cada integrante lançaria um disco solo: “Eles disseram: ‘Ah, Ace, a propósito, se precisar de ajuda com o seu disco, não hesite em nos ligar ‘. No fundo, eu dizia: ‘Não preciso da ajuda deles’”, contou.

Além de dizer um “que se foda” para os patrões, Ace conseguiu fazer o melhor disco da série – um total encontro entre hard rock e glam rock, destacando a mágica de sua guitarra em ótimas faixas autorais como Ozone e What’s on your mind? (essa, uma espécie de versão punk do som do próprio Kiss) além do instrumental Fractured mirror. Foi também o único disco dos quatro a estourar um hit: a regravação de New York Groove, composta por Russ Ballard e gravada originalmente em 1971 pela banda glam britânica Hello. Acompanhando Frehley, entre outros, o futuro batera da banda do programa de David Letterman, Anton Fig, que se tornaria seu parceiro também em…

“FREHLEY’S COMET” (Atlantic/Megaforce, 1987). Seguindo a onda de bandas-com-dono-guitarrista (como Richie Blackmore’s Rainbow e Yngwie Malmsteen’s Rising Force), lá vinha Frehley com seu próprio projeto, co-produzido por ele, pelo lendário técnico de som Eddie Kramer (Jimi Hendrix, Beatles, Led Zeppelin) e Jon Zazula (saudoso fundador da Megaforce). Frehley vinha acompanhado por Fig (bateria), John Regan (baixo, backing vocal) e Tod Howarth (guitarras, backing vocal e voz solo em três faixas).

O resultado se localizou entre o metal, o hard rock e o rock das antigas: Frehley escreveu músicas com o experiente Chip Taylor (Rock soldiers), com o ex-colega de Kiss Eric Carr (Breakout) e com John Regan (o instrumental Fractured too). Howarth contribuiu com Something moved (uma das faixas cantadas pelo guitarrista). Russ Ballard, autor de New York groove, reaparece com Into the night, gravada originalmente pelo autor em 1984 em um disco solo. Típico disco pesado dos anos 1980 feito para escutar no volume máximo.

“TROUBLE WALKING” (Atlantic/Megaforce, 1989). Na prática, Trouble walking foi o segundo disco solo de Ace, já que os dois anteriores saíram com a nomenclatura Frehley’s Comet. A formação era quase a mesma do primeiro álbum da banda de Frehley – a diferença era a presença de Richie Scarlet na guitarra. O som era bem mais repleto de recordações sonoras ligadas ao Kiss do que os álbuns do Comet, em músicas como Shot full of rock, 2 young 2 die e a faixa-título – além da versão de Do ya, do The Move. Peter Criss, baterista da primeira formação do Kiss, participava fazendo backing vocals. Três integrantes do então iniciante Skid Row (Sebastian Bach, Dave Sabo, Rachel Bolan), também.

“10.000 VOLTS” (MNRK, 2024). Acabou sendo o último álbum da vida de Frehley: 10.000 volts trouxe o ex-guitarrista do Kiss atuando até como “diretor criativo” e designer da capa. Ace compôs e produziu tudo ao lado de Steve Brown (Trixter), tocou guitarra em todas as faixas – ao lado de músicos como David Julian e o próprio Brown – e convocou o velho brother Anton Fig para tocar bateria em três faixas. A tradicional faixa instrumental do final era a bela Stratosphere, e o spaceman posou ao lado de extraterrestres no clipe da ótima Walkin’ on the moon. Discão.

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