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Cultura Pop

Gandalf The Grey: um astro pop psicodélico saído do mundo do Senhor dos Anéis

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Gandalf The Grey: um astro psicodélico saído do mundo do Senhor dos Anéis

Gandalf The Grey, o astro pop, já ouviu falar? Vamos por partes. Para começar, nos anos 1960 e 1970, tinha muita gente em busca de gurus, de guias espirituais. A moda hippie e a onda psicodélica criaram um enorme interesse por esoterismo, espiritismo, meditação, filosofias orientais – e até pelo bom e velho cristianismo.

Tanto que de uma hora para outra voltou a fazer sentido ler a saga O senhor dos anéis, de JRR Tolkien. Lançada nos anos 1950, a trilogia retornou com força total nos malucos anos 1960, a ponto de os Beatles consideraram seriamente a hipótese de fazer um filme com a obra.

https://www.youtube.com/watch?v=o5Tu7NNRWnk

O tal filme dos Beatles nunca aconteceu. Mas de qualquer jeito, a obra foi abraçada pela contracultura a ponto de surgirem pixações como “Frodo vive!” e “Gandalf para presidente!” nas paredes de estações do metrô de Nova York, nos anos 1960. E de Marc Bolan ter como parceiro, na primeira fase do T. Rex, a figuraça underground Steve Peregrine Took (cujo nome foi tirado do hobbit Peregrine Took, ou Pippin, ou Pipinho, na zoada tradução publicada no Brasil em 1974).

Gandalf The Grey: um astro psicodélico saído do mundo do Senhor dos Anéis

E tinha também essa figura aí de cima, que gravou um disco em 1972 e se intitulava Gandalf The Grey. The grey wizard am I, disco autobancado, trazia sons folk-rock à moda do (olha só), T Rex. E canções psicodélicas e pretensamente visionárias como The home coming (The sun is down), The future belongs to children e Sunshine down the line.

O cara que incorporava o mago era um sujeito chamado Chris Wilson, que vinha da cena roqueiro-psicodélica de Nova York dos anos 1960. Liderou uma banda chamada The Other Half – mesmo nome daquele grupo que fez relativo sucesso com Mr. Pharmacist, gravada nos anos 1980 pelo The Fall. Chris também fez algum sucesso como “trovador solitário” em clubes e chegou a ser contratado por um tempo pela Columbia, mas não estourou. Em 1972, adotou o pseudônimo de Gandalf The Grey, gravou seu primeiro (e único) disco em seu quarto no Greenwich Village e mandou prensar mil cópias, com distribuição pequena.

Diz esse site aqui que Wilson/Gandalf era tão fã do universo do Senhor dos Anéis, que tinha um quadro com um mapa da Terra Média em seu quarto, pertinho de onde o disco foi gravado. Wilson parecia meio atrasado para meter psicodelia e magia no mercado do rock. Mas levando em conta que na época já tinha o Black Sabbath falando de magos e demônios, e que o maior astro pop (David Bowie) personificava um estranho que tinha vindo do espaço (Ziggy Stardust), até que a mania dele pelo universo de Tolkien tinha a ver.

Tem pouca info sobre Wilson rodando por aí. Uma coisa que o Allmusic revela sobre ele é que ele montou no fim dos anos 1970 uma companhia de produção multimídia chamada The Grey Wizard. E que em dezembro de 1982 a firma lançou o primeiro vídeo single do mercado, de um sexteto chamado Wizard. A ideia parecia boa: era um VHS de dez minutos da banda, com duas músicas. Saiu até na Billboard.

Gandalf The Grey: um astro psicodélico saído do mundo do Senhor dos Anéis

Se você tem vontade de ter um desses em casa, sem problemas. The grey wizard am I foi reeditado em CD por um selo chamado Gear Fab, com faixas bônus.

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Cultura Pop

No nosso podcast, Alanis Morissette da pré-história a “Jagged little pill”

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No nosso podcast, Alanis Morissette da pré-história a "Jagged little pill"

Você pensava que o Pop Fantasma Documento, nosso podcast, não ia mais voltar? Olha ele aqui de novo, por três edições especiais no fim de 2025 – e ano que vem estamos de volta de vez. No segundo e penúltimo episódio desse ano, o papo é um dos maiores sucessos dos anos 1990. Sucesso, aliás, é pouco: há uns 30 anos, pra onde quer que você fosse, jamais escaparia de Alanis Morissette e do seu extremamente popular terceiro disco, Jagged little pill (1995).

Peraí, “terceiro” disco? Sim, porque Jagged era só o segundo ato da carreira de Alanis Morissette. E ainda havia uma pré-história dela, em seu país de origem, o Canadá – em que ela fazia um som beeeem diferente do que a consagrou. Bora conferir essa história?

Edição, roteiro, narração, pesquisa: Ricardo Schott. Identidade visual: Aline Haluch (foto: Capa de Jagged little pill). Trilha sonora: Leandro Souto Maior. Vinheta de abertura: Renato Vilarouca. Estamos aqui de quinze em quinze dias, às sextas! Apoie a gente em apoia.se/popfantasma.

Ouça a gente preferencialmente no Castbox. Mas estamos também no Mixcloud, no Deezer e no Spotify.

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Cultura Pop

No nosso podcast, Radiohead do começo até “OK computer”

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Radiohead no nosso podcast, o Pop Fantasma Documento

Você pensava que o Pop Fantasma Documento, nosso podcast, não ia mais voltar? Olha ele aqui de novo, por três edições especiais no fim de 2025 – e ano que vem estamos de volta de vez. Para abrir essa pequena série, escolhemos falar de uma banda que definiu muita coisa nos anos 1990 – aliás, pra uma turma enorme, uma banda que definiu tudo na década. Enfim, de técnicas de gravação a relacionamento com o mercado, nada foi o mesmo depois que o Radiohead apareceu.

E hoje a gente recorda tudo que andava rolando pelo caminho de Thom Yorke, Jonny Greenwood, Colin Greenwood, Ed O’Brien e Phil Selway, do comecinho do Radiohead até a era do definidor terceiro disco do quinteto, OK computer (1997).

Edição, roteiro, narração, pesquisa: Ricardo Schott. Identidade visual: Aline Haluch (foto: reprodução internet). Trilha sonora: Leandro Souto Maior. Vinheta de abertura: Renato Vilarouca. Estamos aqui de quinze em quinze dias, às sextas! Apoie a gente em apoia.se/popfantasma.

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4 discos

4 discos: Ace Frehley

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Dizem por aí que muita gente só vai recordar de Gene Simmons e Paul Stanley, os chefões do Kiss, quando o assunto for negócios e empreendedorismo no rock – ao contrário das recordações musicais trazidas pelo nome de Ace Frehley, primeiro guitarrista do grupo, morto no dia 16 de outubro, aos 74 anos.

Maldade com os criadores de uma das maiores bandas de rock de todos os tempos, claro – mas quando Frehley deixou o grupo em 1982, muita coisa morreu no quarteto mascarado. Paul Daniel Frehley, nome verdadeiro do cara, podia não ser o melhor guitarrista do mundo – mas conseguia ser um dos campeões no mesmo jogo de nomes como Bill Nelson (Be Bop De Luxe), Brian May (Queen) e Mick Ronson (David Bowie). Ou seja: guitarra agressiva e melódica, solos mágicos e sonoridade quase voadora, tão própria do rock pesado quanto da era do glam rock.

Ace não foi apenas o melhor guitarrista da história do Kiss: levando em conta que o grupo de Gene e Paul sempre foi uma empresa muito bem sucedida, o “spaceman” (figura pela qual se tornou conhecido no grupo) sempre foi um funcionário bastante útil, que lutou para se sentir prestigiado em seu trabalho, e que abandonou a banda quando viu suas funções sendo cada vez mais congeladas lá dentro. Deixou pra trás um contrato milionário e levou adiante uma carreira ligada ao hard rock e a uma “onda metaleira” voltada para o começo do heavy metal, com peso obedecendo à melodia, e não o contrário.

Como fazia tempo que não rolava um 4 Discos aqui no Pop Fantasma, agora vai rolar: se for começar por quatro álbuns de Ace, comece por esses quatro.

Texto: Ricardo Schott – Foto: Reprodução

“KISS: ACE FREHLEY” (Casablanca, 1978). Brigas dentro do Kiss fizeram com que Gene, Paul, Ace e o baterista Peter Criss lançassem discos solo padronizados em 1978 – adaptando uma ideia que o trio folk Peter, Paul and Mary havia tido em 1971, quando saíram álbuns solo dos três cujas capas e logotipos faziam referência ao grupo. Ace lembra de ter ouvido uma oferta disfarçada de provocação numa reunião do Kiss, quando ficou definido que cada integrante lançaria um disco solo: “Eles disseram: ‘Ah, Ace, a propósito, se precisar de ajuda com o seu disco, não hesite em nos ligar ‘. No fundo, eu dizia: ‘Não preciso da ajuda deles’”, contou.

Além de dizer um “que se foda” para os patrões, Ace conseguiu fazer o melhor disco da série – um total encontro entre hard rock e glam rock, destacando a mágica de sua guitarra em ótimas faixas autorais como Ozone e What’s on your mind? (essa, uma espécie de versão punk do som do próprio Kiss) além do instrumental Fractured mirror. Foi também o único disco dos quatro a estourar um hit: a regravação de New York Groove, composta por Russ Ballard e gravada originalmente em 1971 pela banda glam britânica Hello. Acompanhando Frehley, entre outros, o futuro batera da banda do programa de David Letterman, Anton Fig, que se tornaria seu parceiro também em…

“FREHLEY’S COMET” (Atlantic/Megaforce, 1987). Seguindo a onda de bandas-com-dono-guitarrista (como Richie Blackmore’s Rainbow e Yngwie Malmsteen’s Rising Force), lá vinha Frehley com seu próprio projeto, co-produzido por ele, pelo lendário técnico de som Eddie Kramer (Jimi Hendrix, Beatles, Led Zeppelin) e Jon Zazula (saudoso fundador da Megaforce). Frehley vinha acompanhado por Fig (bateria), John Regan (baixo, backing vocal) e Tod Howarth (guitarras, backing vocal e voz solo em três faixas).

O resultado se localizou entre o metal, o hard rock e o rock das antigas: Frehley escreveu músicas com o experiente Chip Taylor (Rock soldiers), com o ex-colega de Kiss Eric Carr (Breakout) e com John Regan (o instrumental Fractured too). Howarth contribuiu com Something moved (uma das faixas cantadas pelo guitarrista). Russ Ballard, autor de New York groove, reaparece com Into the night, gravada originalmente pelo autor em 1984 em um disco solo. Típico disco pesado dos anos 1980 feito para escutar no volume máximo.

“TROUBLE WALKING” (Atlantic/Megaforce, 1989). Na prática, Trouble walking foi o segundo disco solo de Ace, já que os dois anteriores saíram com a nomenclatura Frehley’s Comet. A formação era quase a mesma do primeiro álbum da banda de Frehley – a diferença era a presença de Richie Scarlet na guitarra. O som era bem mais repleto de recordações sonoras ligadas ao Kiss do que os álbuns do Comet, em músicas como Shot full of rock, 2 young 2 die e a faixa-título – além da versão de Do ya, do The Move. Peter Criss, baterista da primeira formação do Kiss, participava fazendo backing vocals. Três integrantes do então iniciante Skid Row (Sebastian Bach, Dave Sabo, Rachel Bolan), também.

“10.000 VOLTS” (MNRK, 2024). Acabou sendo o último álbum da vida de Frehley: 10.000 volts trouxe o ex-guitarrista do Kiss atuando até como “diretor criativo” e designer da capa. Ace compôs e produziu tudo ao lado de Steve Brown (Trixter), tocou guitarra em todas as faixas – ao lado de músicos como David Julian e o próprio Brown – e convocou o velho brother Anton Fig para tocar bateria em três faixas. A tradicional faixa instrumental do final era a bela Stratosphere, e o spaceman posou ao lado de extraterrestres no clipe da ótima Walkin’ on the moon. Discão.

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