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Faixa a faixa: Big Jesi, “Kroutons”

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Daniel Jesi, o Big Jesi, foi integrante de bandas como Dalila no Caos, Dalva Suada e Burro Morto. Hoje se divide em vários projetos, como a banda Rieg, o Projeto Orijah, o coletivo de produtores Ferve e vários trabalhos como produtor, além do movimento #30dias30beats, que idealizou. Por intermédio desse coletivo, todo mês de abril vários beatmakers do Brasil produzem beats diariamente e postam em suas redes, para fortalecer a troca, a aprendizagem e a produção musical.

Foi o #30dias30beats de 2019 que inspirou a estreia solo de Jesi, Kroutons, composta por 15 faixas curtas, recheadas de beats. A ideia original era que o disco tivesse 30 faixas, mas na formatação final, saíram 15 músicas com os 30 beats produzidos lançados há dois anos, que passeiam por várias sonoridades. “A ideia é trabalhar com sincronicidade criativa, num exercício diário do fazer-ser-fazer-ser. O fio condutor é o que a música pode mover, seja os beats ou as reflexões geradas por ele. É um estado de transformação e descoberta frequente”, explica Daniel.

Jesi mandou um faixa a faixa do projeto para o POP FANTASMA. Ouça lendo.

BIT UP DOWN BOY. Música que abre os trabalhos. Ela é um grande biscoito recheado de recorte. Nela a bateria foi tocada e sequenciada. Essa já mostra de cara os cortes secos. Mesmo com essa edição para os streams, quis manter a ideia de contos curtos que compartilham o mesmo capítulo. Essa bateria durona é reflexo da minha dança com a Mpc1000 na primeira parte. Mas logo em seguida vem a quebra com reggae e a bateria e baixo mais mântrico.

TA COLA TÁ. O baixo marca o groove, vou colocando camadas discretas de instrumentos para seguir caminhando. Claps entram e reforçam minha descoberta de todos os tempos (risos). Impressionante com uma palma pode segurar uma vibe na música. Congas! Levada de tamborzão! Mas não é o que você está pensando, hahahaha. Usei uns elementos do funk para jogar esse ritmo num contexto diferente.

MY LAVAGEM. Curto muito o sampler que começa essa música. Recortei de uma vídeo-aula de bateria. Fui montando e seguindo o groove do solfejo. O mantra do baixo distorcido deixa tudo em alerta. Quando tudo está para explodir, entra uma baixo acústico que amorna tudo.

THE ORGANIC HUUU MACHINE. Usei dois sequencer da korg para criar esse crouton. O volca Bass e o volca Drum assinam essa música. Sequência e grooves. Máquina e swing. Toda máquina tem seu balanço.

RAGAZZO COR DE ASFALTO DALL INDIA. Essa música tem participação de Filosofino. Estávamos produzindo essa letra em outra base. Mas acabou que puxei a voz para dentro da Mpc e encaixando o tempo da voz na base.

AWON ORISA (INA) ARGENTO. O destaque dessa é um pitchdown que rolou. Curto a sensação de imersão que dá. Mas é uma lombra rápida. Quando você menos espera, já está tomando água.

ESPRIT SALVIA. Reflexão, tensões, ventos e repetições. Violão e Bateria fazem o caldo e dão a cor a música. A quebra dela é com a bateria socando sua mente e abrindo caminho para a raiz mais forte que o nordeste compartilha comigo.. Baixo distorcido e vocoder harmonizam com a pisada seca e o sotaque cantando o bumbo.

PALMERA DEL NOBEL DESIERTO. O groove do baixo matam a sede dessa guitarra que vem puxando o riff. Consegue pensar num sanduíche de riff?! É o que sinto quando somei as camadas. Já com o banquete formado. Vem aquela camada de Maple Syrup para não ter dúvidas que vai ficar bom e doce.

STEVEN, A JIBOIA VERDE. Jiboia verde é sobre uma planta que ganhei. Ela me acompanhou em algumas mudanças que mais para frente foi o que possibilitou fazer esse disco. Sempre forte, só precisava de um pouco de água para seguir. Sobreviveu a todas as minhas falhas. Bateria marcada e precisa. Olhando para frente e falando calmo e grave. Ela contrasta com um piano e umas cordas suaves. Mas a bateria comprova que um pouco de sal na doçura sempre equilibra e limpa a balança.

JAB KAVAKO. Tem um disco de Miles que foi uma pancada de jab na minha cara. Quando escutei A tribute to Jack Johnson, cai sem acreditar no que escutava. Foi o disco para o momento certo. Acho mile um artista muito a frente do seu tempo. E teve coragem de sempre puxar o que o desafiava.

DE ACORDO COM O INTERESSE. Nessa, desembarquei de um trem na Itália e fiquei esperando Dario Argento chegar. (risos). Imaginações a parte. Teve um período que assisti uns filmes de terror moderno italiano. Acabei me apaixonando pelo gênero graças à minha companheira cinéfila. Essa track tem uma amostra das trilhas dos filmes. A rima veio através da procura caótica de abrir o YouTube e ir clicando com a base rolando. Tem sempre uma hora que o complemento chega.

QUANDO VC CAI DEMAIS 303. Tentei entrar mais no lofi. Na época estava na playlist o J Dilla. Mas não sei se fui onde o mestre estava. Acho que de alguma maneira fiquei perdido entre minhas descidas reflexivas. Estava entendendo que ir ao fundo era necessário para poder subir. Tem hora que ir até o fim é a única opção.

3X05 TESOUROS. Essa é um agradecimento à Monja Coen que tanto me acompanhou nas insónias de um período mais agitado de criação e produção. Adoro o piano desafinado. Tem um plugin da Vulfpeck que gosto de sempre testar quando quero dar essa camada de som gasto. É uma música tentando me deixar calmo. Mas se você notar, a bateria fica empurrando para novas ideias.

VOU CHEGAR PARA GANHAR, DOIDO! Música para um grande amigo meu. Uma vez discutimos que nem sempre se briga para ganhar. Lutar tem que ser constante, mesmo você em desvantagem. Recortei a amostra e fui lutando para achar uma nova forma. Extirpei da música original outro ritmo e foi colando os pedaços. A linha de baixo toma corpo e vai correndo ao lado da melodia. Como um cachorro ansioso e excitado, a melodia do baixo morde o groove e balança a cabeça até a energia passar.

SUGABEAT. Sampleei o discurso de Barack Obama quando ele saiu da presidência para o loko assumir. Entendi que para manter algo que você acredita, temos que manter a base firme. O drone pulsa como se um helicóptero se aproximasse e desse um rasante, como se fosse pousar. Os coqueiros se dobram com o vento das hélices. Eu olho para cima e paro de escutar as hélices. Uma sequência doce de sons informa que é só seguir que vai dar certo.

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Lançamentos

Radar: Zuriak, Welcome To The Outside, Disco Partisan, 61 OHMs e mais sons do Groover

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Na foto, o Zuriak

O Pop Fantasma tá na Groover! Por lá, artistas independentes mandam seus sons pra uma rede de curadores – e a gente faz parte desse time. Fizemos hoje uma relação do que tem chegado de legal até a gente por lá – começando com o punk introspectivo do Zuriak,

O que tem chegado até nós? De tudo um pouco, mas, curiosamente (ou nem tanto), uma leva forte de bandas e projetos mergulhados no pós-punk, darkwave, eletrônico, punk, experimental, no wave e afins.

Texto: Ricardo Schott – Foto (Zuriak): Divulgação

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ZURIAK, “CREE EN TÍ”. Punk introspectivo da Espanha, com clima sombrio, às vezes meio próximo do metal e do hardcore, mas bastante herdado do lado mais sensível das bandas de três acordes. Tanto que Cree em tí, um dos singles do grupo, parece uma versão mais deprê do som dos Buzzcocks. Lançaram em julho o primeiro álbum, La era artificial.

WELCOME TO THE OUTSIDE, “ONLY (DANCE OF THE LONELY ONES)”. Projeto de música eletrônica dark de Los Angeles, capitaneado pelo músico Gadi Murciano, o Welcome To The Outside contou com os vocais de Norelle neste single, uma música que fala sobre caos e solidão no dia a dia. Mesmo sendo um projeto eletrônico, a faixa tem uma guitarra meio blues que dá um ar progressivo à música.

DISCO PARTISAN, “FUEL”. O Disco Partisan é um projeto de punk-reggae-ska vindo dos Estados Unidos, e que parece ter muita, mas muita influência do Clash, além de referências de uma gama de grupos que vai de Smash Mouth a Specials. Conforme Fuel, novo single do grupo, vai crescendo, ganha peso e vai parecendo ficar mais próxima do punk que do ska. O refrão é ótimo.

61 OHMS, “THE SONG REMAINS THE SAME”. O 61 Ohms é um quinteto de Orange County que diz ter referências de Coldplay e U2, e… ei, espere, volte aqui! Pode acreditar que essa banda tem memória para lembrar do U2 quando ele ocupava lugar no espaço, e do Coldplay quando era ainda uma banda inovadora e criadora de excelentes melodias. Em todo caso, vão com força na identificação do grupo: The song remains the same, novo single, fala sobre resistência, ciclos da vida. Momentos decisivos.

MOSQUITO CONTROL MUSIC, “IN THIS PARADOX”. Combinando referências de darkwave, de grupos como The Prodigy e The Chemical Brothers , e uma sonoridade eletrônica e suja que vem lá dos anos 1980, esse projeto musical norte-americano retorna com seu novo single. Para divulgá-lo, fizeram um demo-clipe com cenas do filme O dia em que a Terra parou – o originalzão, de 1951, dirigido por Robert Wise. Detalhe: o Mosquito usa a icônica bateria eletrônica TR-808 em suas músicas.

DUPLEXITY, “LOVE IN REVERSE”. Vinda dos Estados Unidos, essa dupla de irmãos segue numa linha de som pesado e pop, mas dessa vez tem um lance meio trevoso surgindo lá de longe. A voz de Savannah Jude (a “irmã” da dupla) toma conta de toda a faixa, e o clima é de balada feita para acompanhar momentos mais tristes da vida: dores de cotovelo, relacionamentos que chegam no fim, a descoberta de que aquela pessoa que você amava não era tão amável assim, etc.

DREAM BODIES, “RUN”. “Essa música é Cocteau Twins encontra The Doors”, define Steven Fleet, o criador do Dream Bodies. Faz sentido, mas não é só isso: as guitarras esparsas e os teclados têm uma baita cara de Joy Division – e o vocal grave de Steven lembra tanto Jim Morrison quanto Ian Curtis, simultaneamente. “É uma jornada eletrizante e onírica rumo ao desconhecido. Correr para ou de alguma coisa”, completa ele.

HALLUCINOPHONICS, “HAZE OF TIME” / “C’EST LA VIE”. Essa banda britânica se diz inspirada por Pink Floyd e Tame Impala e tem como missão operar “na intersecção entre consciência e som, criando paisagens sonoras psicodélicas imersivas que desafiam os limites entre realidade e devaneio”. Um som que fica entre o pós-punk e o progressivo, e que revela canções como a sombria Haze of time e a viajante C’est la vie, singles mais recentes.

DEAD AIR NETWORK, “THE FIFTH OF OCTOBER”. Banda punk de Nova Jersey montada por dois músicos experientes da região, o Dead Air Network só quer saber de som pesado, briga e enfrentamento, oferecendo seu novo single The fifth of october como resposta ao “lixo higienizado” do Spotify. O som lembra uma mescla de Motörhead, Killing Joke e GBH, com riffs pesados, clima pesado e vocais que narram o caos urbano.

ROSETTA WEST, “TOWN OF TOMORROW”. Rios de tristeza e outras coisas meio duvidosas estão no seu caminho em Town of tomorrow, a música futurista dessa misteriosíssima banda dos Estados Unidos, que já tem vários anos de carreira, fora de qualquer esquema comum. O Rosetta West faz blues-rock predominantemente acústico, em clima quase punk. Essa é do álbum novo, God of the dead.

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Lançamentos

Radar: Lara Klaus, Inseton, Monobloco, Marisa Monte, Iorigun

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Na foto, Lara Klaus

Sai da frente que o Radar nacional chega atrasado, mas chega cheio de lançamentos: Iorigun, Lara Klaus, Marisa Monte, Inseton, Monobloco… Tudo que não foi lançado hoje foi lançado bem perto de hoje. Ouça tudo no último volume para mostrar que você está ligado/ligada em sons novos – pode acreditar, isso dá sorte.

Texto: Ricardo Schott – Foto (Lara Klaus): Rodrigo Sotero/Divulgação

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LARA KLAUS, “DE SE IMAGINAR”. Pernambucana radicada no Canadá, Lara – que também é uma das fundadoras da banda Ladama – já havia lançado o single Qual sabor a paixão tem?, feito em parceria com o conterrâneo Jr Black, morto em 2022. Uma parceria com jeito de homenagem, enfim – que se repete agora com o forró-folk De se imaginar, também fruto do trabalho em dupla de Lara e Jr.

“A canção nasceu com a cadência do xote, ritmo do universo do forró, mas recebeu um novo arranjo a partir dos bandolins e da guitarra baiana de Rafael Marques”, conta ela, que gravou o clipe em Montreal, ao lado da diretora Tarsila Schott. “Ele combina imagens que gravei em 8mm, são paisagens, natureza, momentos íntimos e de introspecção, com cenas do presente. É um fio poético que conecta o vivido ao agora, lembrando que são as memórias que nos fazem vivos e nos sustentam na invenção e criação do que queremos ser”.

INSETON, “FILTRO”. Oscilando entre punk, metal e sons eletrônicos, essa banda capixaba fez de sua nova música, Filtro, um protesto contra a busca por padrões inalcançáveis. O clipe da música, dirigido por Rayan Casagrande – com roteiro dele e Jeff Chicão, vocalista e guitarrista da Inseton – une live action e animação, e traz uma boneca sendo produzida a partir de partes de outros bonecos. Traz também o dia a dia de um boneco que é moldado por um “Criador de Filtros”, uma metáfora para as pressões sociais e a indústria da estética. Letra direta, som pesado, imagens que falam bastante do nosso dia a dia e das pressões que todo mundo sofre.

MONOBLOCO, “LUCRO/DESCOMPRIMINDO” (AO VIVO). O bloco liderado pelo sambista carioca Pedro Luís tem uma parceria de duas décadas com a Fundição Progresso – que envolve vários shows e noitadas na casa. Agora essa parceria virou lançamento musical, já que o Monobloco lança um single pelo selo Fundisom, criado pela Altafonte ao lado da Fundição em 2022.

Lucro/Descomprimindo, música do repertório do Baiana System (lançada no disco Duas cidades, de 2016), foi composta por Russo Passapusso e Mintcho Garrammone, e foi a escolha da banda para integrar o projeto Ao vivo na Fundição – sim, a versão foi gravada pelo Monobloco num show dado no local. Já a letra de Lucro fala de um pesadelo bem real, em que a especulação imobiliária avança e as coisas só interessam se gerarem dinheiro. Uma letra de protesto que Pedro canta ao lado de dois outros integrantes do bloco, Mariá Pinkusfeld e Igor Carvalho, em meio à massa de percussão.

MARISA MONTE, “SUA ONDA”. Fã da ideia de lançar singles de surpresa – seja para marcar o início de turnês, complementar registros ao vivo ou apenas compartilhar um novo momento com o público – Marisa Monte apresenta Sua onda, já disponível com lyric video. A faixa, uma toada serena e meditativa, é parceria com Carlinhos Brown e Arnaldo Antunes, e tem produção do argentino Gustavo Santaolalla – o mesmo que tocou os violões no sucesso Ainda bem. Sua onda também é a novidade que Marisa vai incluir na turnê Phonica, prestes a estrear.

“Gustavo sugeriu a Budapest Scoring Orchestra, tocou quase todos os instrumentos e fez o arranjo. Fizemos uma gravação remota, ele em Los Angeles, eu no Rio e a orquestra em um estúdio na Hungria, numa experiência que a tecnologia nos proporcionou de conexão, compartilhamento e sintonia”, conta Marisa.

IORIGUN, “PUDESSE”. O som ágil dessa banda baiana volta em forma no novo single, Pudesse – uma das músicas que anunciam o primeiro álbum do Iorigun, planejado para o primeiro semestre de 2026, e que vai ter em seu repertório faixas gravadas de 2024 e 2025, no home studio da banda. A nova música traz uma cara mais ligada ao pós-punk, entre riffs e toques marcantes na guitarra – um tipo de sonoridade que já surgiu em parte no single anterior, Não vai valer a pena.

O clipe da faixa, dirigido por Samara Reis , faz referência simultaneamente às filmagens nas antigas câmeras analógicas, e também às gravações verticais dos stories. Foi feito durante a participação do Iorigun no Circuito Nova Música, projeto que leva bandas novas para tocar por todo o Brasil – Crystal, vocalista do Vera Fischer Era Clubber, banda que também participava do circuito, aparece de relance em algumas cenas. Já a letra fala sobre “as nuances de se relacionar com o outro. É uma música sobre amores efêmeros, projeção e desejo. Mas a sonoridade é como uma cama que você deita confortável pra pensar sobre tudo”, conta o vocalista e guitarrista Iuri Moldes.

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Lançamentos

Radar: Preoccupations, Talk To Her, Adi Oasis, Sorry, Gorillaz

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Na foto, a banda Preoccupations

Estamos quase sextando, e nessa semana, saiu mais Radar nacional que Radar internacional – semana que vem inverte tudo e os sons de lá de fora surge com mais força por aqui. Daí que a catação de músicas novas precisa ser bem mais exigente e (vá lá) chata para poder entrar coisas realmente legais, e deixar a seção atualizada. Hoje deu trabalho mas chegamos nessas aqui – abrindo com o sensacional single novo do Preoccupations. Ouça em alto volume.

Texto: Ricardo Schott – Foto (Preoccupations): Loicia Samson / Divulgação

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PREOCCUPATIONS, “MUR” / “PONR”. Novidades da parte dessa banda canadense. Em maio saiu Ill at ease, álbum mais recente do Preoccupations (resenhamos aqui), e agora sai um single duplo com dois outtakes do disco. Se Ill at ease parecia um mergulho do grupo numa onda bowiemaníaca, há referências do David Bowie dos anos 1990 espalhadas nas duas faixas – só que tudo imerso em peso e psicodelia robótica. MUR é a mais tecnológica das duas faixas, enquanto PONR é a mais eminentemente pós-punk.

“Com MUR, eu estava tentando traduzir a sensação de opressão, agressividade, impotência e falta de vontade de falar sobre coisas que te assustam, em forma de som”, diz o líder da banda, Matt Flegel. “Ela cresce e chega ao ponto de um quase êxtase, e então explode em um discurso de fúria, um desabafo de todas as coisas que te exasperavam”.

TALK TO HER, “DYVE”. O encontro entre o verbo “to dive” (mergulhar) e a palavra “dying” (morrendo) forma o nome da música nova dessa banda pós-punk italiana, que se prepara para lançar o disco Pleasure loss design em 30 de outubro. Em meio a imagens da banda tocando, o clipe mostra uma mulher flutuando no azul do mar – a ponto de parecer que está voando. Já a letra é um tratado sobre problemas existenciais, perdas, incertezas e momentos em que você se perde de si próprio/própria. E a melodia é uma bela combinação de batidas quase robóticas com riffs gélidos de guitarra.

ADI OASIS, “SILVER LINING”. Quando você der de cara com o lyric video da nova faixa da cantora, compositora e multi-instrumentista – uma pérola novíssima do soul, com vocais e andamento que remetem aos anos 1970 – vai ver logo que Adi aparece na telinha meditando em posição de lótus, vestindo apenas um roupão. Pois é: Silver lining, uma música sobre cair dentro, abraçar o caos e partir para a labuta com o que se tem na mão, foi inspirada pela ocasião em que, no meio de uma turnê, sua bagagem foi extraviada, e ela precisou subir ao palco usando justamente… O roupão do hotel em que estava hospedada. “Transformei limões em limonada – foi um dos melhores shows da minha vida”, conta ela.

Silver lining é pra dançar pensando na vida e nas lutas do dia a dia – e é mais uma canção de Adi, musicista cujo currículo inclui trabalhos tanto com Lenny Kravitz quanto com Luedji Luna, e que já fez duas turnês pelo Brasil.

SORRY, “TODAY MIGHT BE THE HIT”. No dia 7 de novembro sai o próximo álbum da banda indie britânica Sorry, Cosplay. Aos poucos, ele vai sendo revelado para o público – inicialmente saíram os singles Waxwing, Jetplane, Jive e Echoes. Today might be the hit sai agora como single e é – diz o grupo – a faixa mais direta do disco. Direta é apelido: a música é um rock com cara punk, guitarras distorcidas, linhas fáceis de cantarolar e… apenas dois minutinhos de duração.

Sobre o disco, a banda andou falando uma coisa que dá uma (digamos) ideia do que vem por aí: “Morremos quando começamos a compor este álbum”. Tá até no Bandcamp da banda, onde é possível ouvir os cinco singles já lançados. Eita…

GORILLAZ feat TRUENO e PROOF, “THE MANIFESTO”. O próximo disco da banda-de-cartoon liderada por Damon Albarn, The mountain, só sai em 20 de março de 2026. Quem assistiu ao último show da temporada da banda na House Of Kong em Londres, no mês passado, conseguiu ouvir todo o disco de uma vez só – era um show especial, que não teria bis (celulares foram até confiscados) e que contou com vários convidados que estão no álbum. De qualquer jeito, passo a passo o disco vai saindo: The manifesto, novo single, de sete minutinhos, já está entre nós e tem um feat do rapper argentino Trueno. Provavelmente você vai ouvir ate decorar e sair dançando.

Trueno não é o único convidado da faixa: Proof, rapper de Detroit, integrante do D12, morto em 2006, tem uma voz sua incluída na faixa, e se torna um participante post-mortem – como Proof participou até de um single de 2001 do Gorillaz, 911, fica como homenagem. Tanto o som quanto a letra de The manifesto são meditativos e místicos – a letra fala sobre finitude e sobre um react terreno na hora de partir. “Eu não sei o que o amanhã me reserva / quando atender à luz que me chama / baby, meu futuro me chama / caminho em direção à luz / não tenho nada a perder”, rima Trueno.

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