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Lançamentos

Bruno Leo: após álbum, cantor lança releitura do Gram (lembra?)

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Bruno Leo: indie rock e reflexões em "Delusional"

Após o disco Delusional, lançado em abril, o cantor e compositor Bruno Leo lança um single que serve como faixa bônus do disco. Antes do fim é uma releitura da banda paulista Gram, que teve notoriedade nos anos 2000 com músicas como Você pode ir na janela.

Bruno, carioca radicado nos Estados Unidos, conta que a canção (escrita por Sérgio Filho e Marco Loschiavo, integrantes do Gram) foi bem marcante na sua vida quando saiu, em 2006, no segundo disco da banda, Seu minuto, meu segundo. “Esse tipo de som funciona em português. Me influenciou bastante. E como a banda terminou, resolvi fazer essa homenagem para a memória da música não acabar”, conta Bruno, que fez a releitura no mesmo clima e contexto de seu álbum mais recente.

“Tentei manter algumas melodias instrumentais da música parecidas, mas para não virar um cover pelo cover, fiz uma versão mais enérgica e acelerada que a original, sem pretensões de ‘melhorar’ a música, e sim em ser uma homenagem com minhas referências”, diz.

O single foi produzido, mixado e arranjado pelo próprio Bruno Leo, e gravado em maio de 2023 em Cupertino, Califórnia (EUA). A capa também foi criada pelo cantor, fazendo uma leitura modernizada das capas de MPB e jazz dos anos 1960.

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Radar: Feeble Little Horse varia o som em nova música – e muito mais!

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Radar: Feeble Little Horse varia o som em nova música - e muito mais!

Feeble Little Horse voltou com música nova, Manu Chao convidou Juliana Linhares para fazer o som do bode, Lady Gaga levou o hit Abracadabra para a TV… e outras novidades no Radar internacional de hoje. Aumenta o som e põe tudo na sua playlist.

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FEEBLE LITTLE HORSE, “THIS IS REAL”. Finalmente sai o primeiro single dessa ruidosa banda desde o álbum Girl with fish (2023), que foi prejudicado pela falta de uma turnê para divulgá-lo. This is real pode assustar os fãs do primeiro álbum, porque lá pelas tantas o Feeble Little Horse chega a lembrar uma mescla de shoegaze com o “rock alternativo” norte-americano. É só impressão, calma – e a banda diz que ainda é cedo para dizer que a faixa é bastante representativa do que será o próximo disco (“mas ela se tornou algo que nenhuma outra música jamais se comparará”, despista a cantora Lydia Stocum).

MANU CHAO feat JULIANA LINHARES, “MELÔ DO BODE”. A nova de Manu Chao é esse single vibrante que mistura guitarrada com sonoridades mexicanas, trazendo dois brasileiros para a festa: a cantora Juliana Linhares e o guitarrista Felipe Cordeiro. O trio entrega um perfeito tema de novela sertaneja, com versos irreverentes como “esse bode dá bode / eu não quero saber / esse bode dá bode / é por isso que eu quero vender”. O álbum mais recente de Manu, Viva tu, foi resenhado aqui.

SUNFLOWER BEAN, “NOTHING ROMANTIC”. Esse trio de Nova York caminhou do soft rock (com herança evidente do Fleetwood Mac) ao quase-metal, passando pelo indie-pop. Mortal primetime, disco deles que sai dia 25 de abril, parece que vai unir todas essas viagens sonoras – o grupo já declarou que nomes como Heart, Pat Benatar e Joan Jett estão entre as referências do álbum, e Nothing romantic, novo single, dá ótimas pistas desse caldeirão sonoro. Música e clipe refletem bem a onda atual da banda. “Ela é sobre rejeitar o mito do artista torturado — perceber que as alegrias da criatividade não precisam vir dos baixos da miséria. O vídeo espelha essa jornada, capturando nossas vidas como músicos em turnê entre performances de pesadelo”, contam.

ILLUMINATI HOTTIES, “777”. Parece que vem por aí um grande ano para o Illuminati Hotties, projeto da cantora, compositora e produtora Sarah Tudzin. Se você ouviu o álbum que o Hotties lançou em 2024, Power, e já curtiu a evolução no som do projeto, confira toda a potência shoegaze de 777, o single novo – é promessa de que tem algo bem legal vindo aí.

LADY GAGA, “ABRACADABRA”.falamos sobre Mayhem, o novo disco de Lady Gaga, e ela certamente não precisa de mais divulgação, mas vale destacar a performance avassaladora no Saturday Night Live, que transformou Abracadabra em um clipe ao vivo. Gaga voltou disposta a reconquistar antigos fãs, mas voltou com disposição para ser o que Ozzy Osbourne e Alice Cooper fariam se largassem o rock e abraçassem o pop dançante e vigoroso. É dance music com notas de misticismo, para perturbar os sentidos.

THE HARD QUARTET, “LIES (SOMETHING YOU CAN DO)”/”COREOPSIS TRAIL”. O novo supergrupo da cena alternativa – formado por Emmett Kelly, Stephen Malkmus, Matt Sweeney e Jim White – lançou um excelente álbum de estreia no ano passado e já retorna com um single duplo na base do “vale tudo”. Lies (Something you can do) traz aquele slacker rock típico do Pavement (banda de Malkmus), enquanto Coreopsis trail é uma jam de cinco minutos em que cada integrante parece estar solando para si próprio – e o resultado é pura diversão.

THE DRIVER ERA, “DON’T TAKE THE NIGHT”. O novo single do The Driver Era – duo formado pelos irmãos Ross e Rocky Lynch – tem algo que evoca o clássico Give me the night, de George Benson, mas filtrado por uma pegada indie-pop-dance moderna. Além da nova música, a dupla traz mais novidades: entre abril e maio, eles desembarcam no Brasil para shows no Rio e em São Paulo, e o álbum Obsession chega no dia 11 de abril.

NOVANGOGH, “YOU’RE RIGHT THERE”. Um prato cheio para fãs de rock dos anos 1990, seja o pessoal do britpop ou os grunges que sempre garimparam influências do passado sem culpa. O Novangogh, grupo de Los Angeles, mistura tudo isso em You’re right there, uma balada com ecos de folk, country-rock e psicodelia. Até a capa do single traz um Van Gogh “roqueiro”.

CAR SEAT HEADREST, “GETHSEMANE”. Se você gosta de Car Seat Headrest, já sabe que eles não economizam em material – e agora se preparam para lançar a ópera-rock The scholars no dia 2 de maio. O novo single, Gethsemane, que foi assunto nosso aqui, tem 11 (!) minutos e mergulha em temas como espiritualidade, vida e morte. Não há latim gasto à toa: a faixa, que soa às vezes como um The Who indie (com referência aos teclados de Won’t get fooled again em determinada altura), é boa de verdade, e ainda ganhou um clipe formidável.

AIMLESS, “WEIRDO”. A Itália vai bem, obrigado – uma série de bandas interessantes vem surgindo por lá. O Aimless, uma dupla de Milão, une sons entre Nine Inch Nails e Queens Of The Stone Age, e sai metendo a mão e guitarra e bateria no novo single, Weirdo. Um EP está a caminho, e o visualizer do single é minimalista ao extremo: os dois integrantes sentados num banco de parque, dividindo um fone de ouvido e ouvindo música.

Foto Feeble Little Horse: Luke Ivanovich/Divulgação

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Crítica

Ouvimos: Nyron Higor, “Nyron Higor”

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Ouvimos: Nyron Higor, “Nyron Higor”

Nyron Higor é um cantor e compositor de Maceió que já havia estreado com Fio de lâmina (2022), álbum de jazz-MPB de quarto, feito em casa, e sem nenhum planejamento além do “oba, tenho um disco!”. Nyron Higor, segundo álbum, é praticamente sua estreia, já que tem aparecido em sites de resenhas, ganhou um esquema de turnês, como se não bastasse, tem lançamento internacional – sai pelo selo inglês Far Out Recordings.

Ainda que a sonoridade pareça música brasileira bedroom em alguns momentos, não se trata de um registro caseiro – Bruno Berle e Batata Boy produziram o trabalho e ajudaram a fazer de Nyron Higor um disco que, em sua maior parte, poderia ter saído do estúdio da Odeon nos anos 1970. Uma MPB ligada no jazz, em climas baileiros e em percussões contemplativas. Tudo isso aí junto forma o cerne de faixas como Ciranda, Louro cantador (com violão, baixo e órgão na frente, ruídos de mata que remetem a Naná Vasconcellos e uma vibe Ed Lincoln) e Estou pensando em você.

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Esta última, por acaso, é trilhada numa espécie de futurismo passadista, ou passadismo futurista – soa como se Johnny Alf, João Donato e Marcos Valle, lá por 1973, já tivessem acesso a uma tecnologia que ninguém tinha ainda. Essa linha do tempo esticada na frente do ouvinte é a cara de faixas como Demo love, que insinua algo moderno e setentista, simultaneamente). Ou São só palavras – mais MPB estilo Odeon, mas com micropontos de funk e trap, vocal com autotune, e participação de Berle e da cantora Alici. E Maravilhamento, repleta de magia nos teclados, e com uma musicalidade que poderia ter sido tramada pelo Som Imaginário.

Curiosamente, o/a ouvinte de Nyron Higor é devolvido para a contemporaneidade conforme o álbum vai seguindo, graças ao boogie sombrio de Som 24, a vinheta de baixo e teclados Pizzicato e a balada de violão Eu te amo – que lembra o conterrâneo músico mais ilustre de Nyron (Djavan) e poderia até entrar numa trilha de novela. No fim, a beleza de Me vestir de você, uma balada pop-MPB oitentista, com piano Rhodes e tom contemplativo e calmo. Ouça tudo várias vezes, porque há muito para descobrir neste disco.

Nota: 10
Gravadora: Far Out Recordings.
Lançamento: 31 de janeiro de 2025

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Crítica

Ouvimos: Olly Alexander, “Polari”

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Ouvimos: Olly Alexander, “Polari”

O polari, uma linguagem usada por gays ingleses desde o século 19, surgiu como uma forma de proteção, permitindo que conversas permanecessem incompreensíveis para não-gays – especialmente policiais, em época de repressão extrema na Inglaterra. Volta e meia explorado na cultura pop, o polari ajudou a batizar, por exemplo, Bona drag (1990), uma coletânea de singles de Morrissey, além do single Piccadilly palare. O nome da gravadora britânica Rough Trade também remete ao polari—”trabalho duro” era uma gíria gay para sexo com conotação violenta, seja física ou psicológica.

Polari é também o nome da estreia solo do britânico Olly Alexander, ex-integrante da banda de synth pop Years & Years. Um disco que já estava sendo esperado há tempos, já que Olly destacou-se como ator na série It’s a sin, fez uma aparição no Brit Awards de 2021, e o Years & Years vinha se desintegrando aos poucos, a ponto do irregular Night call (2022), último álbum da banda, já ser um disco solo de Alexander usando o nome da banda.

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E aí sai Polari, um disco que basicamente vai da house music mais comercial ao orgulho indie em poucos minutos – passando por synth pop, pós-disco, sons que lembram o Human League trevoso do começo, e coisas dançantes que poderiam estar no “só as melhores da Jovem Pan”. Uma variedade que descamba para a mesma irregularidade de Night call em alguns momentos – especialmente quando você espera que venha algo diferente musicalmente e surge uma dance music que poderia ter sido lançada em 1999, como em When we kiss ou Archangel. Ou até Dizzy, a “primeira música solo” de Olly, que soa tão próxima ao universo dos Pet Shop Boys que poderia facilmente ser uma demo rejeitada da dupla.

Polari, no entanto, não segue essa linha o tempo todo, reservando surpresas ao longo do caminho. A faixa-título traz rajadas vibrantes de synth, enquanto Cupid’s bow aposta em uma house music robusta. Heal you se destaca como um hino de identificação e apoio mútuo, com versos como “todo mundo deve ser ouvido / não, não negue o que você sente / apenas deixe-se curar”. Já I know e Make me a man mergulham em um clima oitentista, sendo que esta última combina a energia de Michael Jackson com a sonoridade do Erasure. Não por acaso, Vince Clarke, do lendário duo synthpop, participa da faixa coescrevendo, tocando violão e assinando a programação de bateria.

Com uma voz que remete fortemente a Michael Jackson, Olly também explora um lado mais sério do pop adulto. Isso transparece em faixas ótimas como Shadow of love, Miss you so much – que evoca o som de bandas como Kajagoogoo – e Whisper in the waves, uma faixa etérea e ambient, com synths que voam nos ouvidos, e clima lembrando Sade Adu. O final traz o indie pop com argamassa oitentista de Language. Somando tudo, Polari ganha (muitos) pontos quando passa longe do trivial, e merece destaque pelo resgate de um tema socialmente (e humanitariamente) importante.

Nota: 8
Gravadora: Polydor
Lançamento: 7 de fevereiro de 2025.

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