Lançamentos
Blacci faz r&b sobre fim de relacionamento no single “E o depois”

Em colaboração com os produtores Douglas Moda e André Jordão (Jão), a cantora Blacci volta com seu novo single, E o depois. A faixa, na onda do r&b, fala sobre o fim de um relacionamento e foi composta realmente inspirada sobre o fim de um namoro, e sobre a vontade “de fazer o tempo voltar atrás”, diz ela, uma cantora de 22 anos, filha de pai músico, que nasceu no Rio de Janeiro e aos 7 anos mudou-se para Portugal.
“É quase uma carta com tudo o que eu desejava ter dito e não disse. É uma confissão crua e real sobre tudo o que eu estava sentindo naquele momento. O Douglas e o André me ajudaram a expressar esse sentimento da forma mais pura”, acrescenta Blacci. “O André fez imediatamente uma melodia no violão que representava tudo o que eu sentia. Comecei a escrever e expliquei o que queria dizer e, em conjunto, escrevemos a letra da música. O Douglas começou a produzir em cima do violão e, no fim, juntamos tudo e saiu essa música linda”, finaliza.
Antes, Blacci havia lançado singles como Vou te amar, Nada com ele e Amor e mais (com feat de Vitão), além do EP 111, lançado no começo deste ano.
Lançamentos
Urgente!: Tim Bernardes no samba, Car Seat Headrest no pós-punk, Stereolab no relax

Invadindo a área do Radar (seção onde a gente anuncia singles novos, não necessariamente assim que eles são lançados), o Urgente! solta três notinhas sobre sons que chegaram hoje às plataformas, e que merecem MUITO destaque. Ouça no volume máximo, leia no volume máximo e coloque tudo em suas playlists.
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Tim Bernardes resolveu lançar um single duplo quase de surpresa (não foi totalmente de surpresa porque ele chegou a avisar em suas redes sociais e tudo). Prudência e Praga são dois sambas – o segundo em parceria com ninguém menos que Erasmo Carlos – gravados originalmente, e respectivamente, por Maria Bethânia e Alaíde Costa. Só que cada samba no seu quadrado: Prudência tem inspiração no romantismo derramado de Lupicínio Rodrigues, Praga é herdeira do sangue nos olhos de Nelson Cavaquinho.
“Prudência é essa batalha interna entre o lado passional e o lado controlador na cabeça do ex-boêmio romântico”, diz Tim. Já Praga, feita por ele e Erasmo como “uma canção venenosa de cabaré samba canção”, é porradaria na pequena área. “Quis produzir uma gravação meio samba de terror, porque se não fosse rock n roll não teria muita graça pra mim. Fui lá no Bielzinho (referência a Biel Basile, baterista do O Terno, banda na qual Tim surgiu) e gravamos esse refrão que explode com as percussões e o coro das amigas Tulipa Ruiz, Maria Beraldo e Luiza Lian”, afirma.
Ah sim: se você achou que a capa do single é parecida com as antigas imagens dos programas musicais da TV Cultura e da TV E (Rio), acertou em cheio. O clipe de Prudência reproduz direitinho a vibe dos programas dirigidos pelo saudoso Fernando Faro (MPB Especial, Ensaio) e o lay out do compactinho – que vai sair em vinil – vai pelo mesmo caminho.
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Nesta sexta (2), o mundo vai finalmente conhecer The scholars, a ópera-rock espiritualista do Car Seat Headrest. O último single do disco, The catastrophe (Good luck with that, man) saiu nesta terça (29) e é tão épico quanto os dois outros compactinhos que anunciaram o álbum (Gethsmane, de 11 minutos, e CCF, de oito).
Só que, dessa vez, a música nova: 1) é pouca coisa menor que os outros dois singles, tem apenas 5 minutos e pouco; 2) a letra fala em tom nonsense sobre o dia a dia em meio a turnês e shows; 3) a vibe da música é mais pro pós-punk do que a zoeira prog de Gethsemane, por exemplo. Há quem zoe que, com esses três singles, o Car Seat, se bobear, mostrou todo o conteúdo de The scholars ao público – afinal, com esses três lançamentos já brotaram 25 minutos do álbum.
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Você já deve saber, mas não custa lembrar que o indie pop elegantérrimo do Stereolab está de volta na praça. O grupo francês lança no dia 23 de maio seu primeiro álbum em 15 anos, Instant holograms on metal film. O novo single do disco, Melodie is a wound, é para quem gosta de viajar sem sair do lugar: sete minutos e meio de um casamento dançante e espacial entre rock 60’s, jazz e psicodelia pop. E no dia 9 de novembro tem show deles em São Paulo, no Balaclava Fest.
Lançamentos
Radar: Cameron Winter, Suzanne Vega, Model/Actriz e outros sons novos

Outro dia perguntaram porque é que nós, do Pop Fantasma, não fazemos playlists. Olha, é uma boa ideia, viu? – e até que já fizemos algumas no passado. Mas cada textinho do Radar é uma playlist imaginária, com seis músicas novas (e volta e meia alguma canção recentemente recordada em relançamentos) que fez nossa cabeça e ocupou nossa mente e nossos ouvidos. A dessa terça tá aí. Faça você mesma/mesmo sua playlist e ouça com a gente.
Foto Cameron Winter: Reprodução Bandcamp
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CAMERON WINTER, “LSD”. O cantor da banda norte-americana Geese gosta de causar – e de bagunçar certezas. Heavy metal, seu primeiro álbum solo (2024) é uma perversão da estética do blues-rock e do country rock do começo dos anos 1970. Soa como se, em 1969, os Rolling Stones tivessem chamado Syd Barrett (ex-Pink Floyd) para assumir a guitarra deixada por Brian Jones – e não Mick Taylor. LSD, um out take do disco, sai agora, e é uma loucura melódica unindo emanações de Syd, Radiohead e Beach Boys.
SUZANNE VEGA, “ALLEY”. Não paramos de ter MUITA curiosidade em relação ao próximo álbum de Suzanne Vega, Flying with angels, que sai nesta sexta-feira (2) pelo selo Cooking Vinyl. Tudo indica que vem aí um mergulho ousado nas possibilidades do rock alternativo, dividido entre ruído e delicadeza. Alley, o novo single, é um pós-punk sombrio que faz lembrar Siouxsie & The Banshees mergulhados em trevas folk, ou um curioso encontro entre o The Damned de Black album (1980) e Rita Lee. Alguns apostaram em Mazzy Star como referência — e olha que faz sentido, hein?
MODEL/ACTRIZ, “DIVA”. O Model/Actriz está de volta: Pirouette, o próximo disco da banda de electropunk, chega nesta sexta-feira (2). Diva, novo single, nasceu de forma despreocupada — segundo o vocalista Cole Haden, bastou trocar a caneta por uma taça de vinho para tudo fluir. Inspirado em encontros casuais e romances efêmeros das turnês, a letra de Diva mistura diversão e melancolia: “Conheci um cara em Copenhague / Ele era gay, mas tinha uma namorada / Conheci um cara em Amsterdã / Fechei o bar e depois o beijei”, canta Haden. Para ele, a canção lembra aqueles momentos em que a frivolidade de uma noite dá lugar à saudade no amanhecer — quando dois estranhos percebem que talvez nunca mais se reencontrem.
A DEEPER HEAVEN, “HIGH”. Wild Nothing, DIIV, Beach Fossils e veteranos como New Order e Echo and The Bunnymen inspiram o som enevoado do A Deeper Heaven, projeto de Brighton, Inglaterra. Rock psicodélico e tranquilo, feito para soar suave até quando sobe o volume. High, faixa-título do novo EP, já entrega essa sensação de olhar direto para o sol, sem óculos escuros. Na sexta (2), às 15h, o clipe da faixa estreia no YouTube.
CASSETTES ON TAPE, “NIGHT DRIVE”. Sem lançar álbuns novos há quase uma década, o Cassettes On Tape, de Chicago, ainda guarda um fascínio indie college dos anos 1980-90. Night drive, seu novo single, é grave, distorcido, sombrio, e remete ao Movement do New Order. Baixo, guitarra e vocais em clima de tensão até a explosão do refrão, com riff de sintetizador e parede de guitarras. No Instagram, rede social a qual nem se dedicam muito (231 seguidores apenas!), limitaram-se a dizer: “há novas faixas a caminho” — e deixaram o mistério no ar.
JAMES, “TOMORROW”. Veteranos de Manchester, o James prepara para novembro o filme-disco Live at the Acropolis, gravado em Atenas em julho de 2023. Um passeio pelos hits mágicos dessa banda que, no Brasil, já foi chamada nas rádios de “os novos Smiths” (ironicamente, surgiram antes). Um desses clássicos é Tomorrow, do álbum Whiplash (1997), cujo clipe chegou a passar na MTV Brasil e agora retorna remasterizado ao YouTube da banda. Vale ver de novo — como se fosse lançamento.
Crítica
Ouvimos: Mamalarky, “Hex key”

Vindo do Texas e baseado em Atlanta, Georgia, o Mamalarky é formado por três amigos de colégio (a cantora e guitarrista Livvy Bennett, o baterista Dylan Hill e o tecladista Michael Hunter) e por uma baixista (Nook Khan) que depois se juntou à formação por um meio bastante incomum: a vocalista Livvy fez uma convocatória de músicos pelo Tinder (!) e ela apareceu.
Vem dando match, musicalmente falando, na história musical do quarteto até o momento – e Hex key, o terceiro álbum, continua a tradição não apenas de discos legais, como também de criações desafiadoras. Basicamente Hex key é cheio de canções que parecem com uma coisa, mas logo logo vão revelando outras faces.
É o que rola no alt pop de Broken bones, no tecnopop repleto de camadas de Won’t give up, no pop espacial e psicodélico da faixa-título (remetendo a Mutantes, The Waeve e a estranhices como Joe Meek) e em especial nas dissonâncias e no som “derretido” de The quiet – cujo ritmo, a maior parte do tempo, é dado por um barulho que parece uma flautinha percussiva, como numa trilha de desenho animado.
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Anhedonia, por sua vez, tem uma guitarra na abertura que remete a Pixies. Até que fica claro que aquele acorde que costura a faixa é uma referência ao início de Ziggy Stardust, de David Bowie, servindo de base para uma canção de clima espacial. Uma música que, como acontece em quase todo o disco, sempre tem uma mudança brusca de tom, de nota. Tanto que ainda tem Take me, um easy listening que é tudo, menos uma música de “fácil audição”, e um dubstep-bossa nova que lembra um Sparks moderninho, #1 best of all time.
A estranhice do Mamalarky em Hex key se torna um troço sem edição (e com rédea solta demais) em poucos momentos, como no pós-disco esquisitaço de Nothing lasts forever. De modo geral, é um pop estranho com alguma noção de que aquilo ali tem que ser compreendido de alguma forma (ou uma música pop com tendência a se desfazer a qualquer momento, tanto faz).
O grupo vai chegando perto de novo da psicodelia em músicas como MF e Blow up, e parece recriar Word, lado B dos Beatles, no indie pop Blush. Como hoje em dia é quase impossível que uma banda ou um artista não tenha um forte lado soft rock, ele aparece nas duas últimas faixas, Feel so wrong e Here’s everything.
Trafegando entre o som acessível e a experimentação com uma categoria que volta e meia lembra a fase anos 1990 do Pato Fu, o Mamalarky pode virar uma daquelas bandas que mudam para chegar ao mainstream – ou um daqueles grupos que fazem com que o mainstream fique um pouco igual a eles. Ou pode ficar num meio termo bem interessante para seu público. Só vendo.
Nota: 8,5
Gravadora: Epitaph
Lançamento: 11 de abril de 2025
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