Lançamentos
Besouro Mulher: a “outra” banda de Sophia Chablau lança novo single

Antes de criar o Uma Enorme Perda De Tempo, a cantora e compositora Sophia Chablau tocava na banda Besouro Mulher – e continua tocando com eles. O grupo formado por ela no violão e voz e por Arthur Merlino no baixo, Bento Pestana na guitarra e Vitor Park na bateria retorna com um single novo, Torresmo, canção escrita por Arnaldo Antunes e Juliana Perdigão. A canção está prevista para sair no próximo disco da dupla, Volto amanhã, que está para sair no segundo semestre de 2023. O single é o primeiro lançamento da banda pelo selo Rockambole.
Torresmo havia sido gravada por Juliana com participação de Arnaldo no disco Folhuda, de 2019, em releitura mais próxima da MPB setentista e do blues. A versão do Besouro Mulher ficou mais roqueira e bubblegum (sim, gruda de cara). “A Juliana é uma pessoa que consegue muito bem transformar poesias em músicas, o que é muito difícil já que as poesias não necessariamente tem uma métrica ou uma intenção de canção tão explícita”, explica Sophia Chablau.
“Essa música fala muito sobre imaginação e até uma certa subversão do normal, daquilo que é a nossa sina. E por isso que escolhemos ela como single, porque ela traduz muito bem o que queremos passar com o nosso som e com o nosso disco, que tem uma relação muito forte com a possibilidade da gente imaginar um tipo de estética, de som, tudo isso estando a sós com a gente mesmo”, completa Sophia.
O clipe, por sua vez, virou uma explosão de cores, cenas e efeitos visuais. “Ele também foi pensado muito nesse lugar de estar a sós comigo mesma e ter a eternidade toda em torno”, completa Sophia. “Isso porque ele é um clipe que não necessariamente tem uma linearidade da rotina, do tempo maquinal, mas sim de uma imaginação e da imaginação sendo esse escape das rotas óbvias da rotina, do nosso pensamento”.
Lembrando que Sophia Chablau e Uma Enorme Perda de Tempo foram banda recomendada do nosso podcast Pop Fantasma Documento.
Lançamentos
Radar: Sinplus, MavAngelo, James K. Barker e outros sons da Groover

O Pop Fantasma tá na Groover! Por lá, artistas independentes mandam seus sons pra uma rede de curadores – e a gente faz parte desse time.
O que tem chegado até nós? De tudo um pouco, mas, curiosamente (ou nem tanto), uma leva forte de bandas e projetos mergulhados no pós-punk, darkwave, eletrônico, punk, experimental, no wave e afins.
Aqui embaixo, separamos alguns nomes que já passaram pelo nosso filtro e ganharam espaço no site. Dá o play, adiciona na sua playlist e vem descobrir coisa nova!
Texto: Ricardo Schott – Foto: Divulgação
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SINPLUS, “CROSSFIRE”. Som entre o hard rock e o U2 da fase Achtung baby (1991), com riffs lembrando a economia sonora de The Edge e batida marcial. Uma música sobre “aquele tipo de amor que te puxa para dentro e não te solta: intenso, obsessivo e impossível de ignorar”. Operando entre a Suíça e o Reino Unido, o Sinplus é bastante produtivo: de janeiro para cá, a banda soltou um single novo por mês (Crossfire é o de abril).
MAVANGELO, feat MAEH EGAMINO. “HONEYSUCKLE”. Músico filipino radicado na Inglaterra, MavAngelo é do tipo que mistura várias sonoridades, indo do jazz ao pop em singles diferentes. Honeysuckle, com participação da cantora Maeh Egamino, é pop oitentista com toques meio jazzísticos na guitarra, clima lo-fi em alguns vocais (Maeh faz raps lá pelas tantas, inclusive) e boa melodia.
JAMES K. BARKER, “SYNTHIA GOODBYE”. Apesar do visual grunge na capa do EP Seconds (lançado no ano passado), o lance do britânico James é synthpop maníaco com heranças assumidas de LCD Soundsystem e Gorillaz – e emanações da zoeira comportada dos Sparks. Synthia goodbye tem musicalidade oitentista, dramaticidade de Erasure (a letra, por vias tortas, fala de uma relação que chegou ao fim) e refrão bacana.
MAX CEDDO, “DREAMING UNDER THE HAMMER”. “É uma música sobre encontrar o seu caminho e manter o curso em busca dos seus sonhos, mesmo quando os obstáculos e desafios da vida se apresentam”, conta o irlandês Max sobre seu novo single, uma balada que recorda a época em que ele estava entre fazer som e seguir uma carreira médica. Com um álbum nas plataformas, Excelsior boulevard, ele diz que tudo está fazendo mais sentido para ele agora.
DARK ARCHER, “HIDDEN EYES”. Metal bastante tradicional, mas com agilidade próxima do punk, cuja letra fala sobre os nossos desafios diários ao status quo. A letra, diz o grupo, “desenterra as verdades ocultas por trás das mentiras polidas da sociedade”. O Dark Archer já tem alguns singles lançados desde 2022 e foi criado pelo cantor e guitarrista norte-americano Jason McDonald.
Crítica
Ouvimos: Home Is Where – “Hunting season”

RESENHA: No segundo disco, Hunting season, o Home Is Where troca o emo por um alt-country estranho e criativo, misturando Dylan, screamo e folk-punk em faixas imprevisíveis.
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O Home Is Where é uma banda emo – mas no segundo disco, Hunting season, eles decidiram que estava na hora de mudar tudo, ou quase tudo. O grupo volta fazendo um alt-country pra lá de esquisito, com referências que vão de Bob Dylan a Flying Burrito Brothers. Sendo que a ideia de Bea McDonald (voz, guitarra) parece inusitada demais para ser explicada em poucas palavras (“um disco que dá para ouvir num churrasco, mas que também dá para chorar”, disse).
Com essa migração sonora pouco usual, o Home Is Where se tornou algo entre Pixies, Sonic Youth, Neil Young e Cameron Winter, com vocal empostado lembrando um som entre Black Francis e Redson (Cólera). Reptile house é pós-punk folk, Migration patterns é blues-noise-rock, Artificial grass tem vibe ligeiramente funkeada e é o tipo de música que uma banda como Arctic Monkeys transformaria num hit – mas é mais esparsa, mais indie, e os vocais chegam perto do screamo.
Hunting season tem poucas coisas que são confusas demais para serem consideradas apenas inovadoras ou experimentais – Bike week, por exemplo, parece uma demo dos Smashing Pumpkins da época de Siamese dream (1993). Funcionando em perfeta união, tem o slacker rock country de Black metal mormon, o folk punk de Stand up special e uma balada country nostálgica com vibe ruidosa, a ótima Mechanical bull. Os melhores vocais do álbum estão na balada desolada Everyone won the lotto, enquanto Roll tide, mesmo assustando pela duração enorme (dez minutos!), vale bastante a ouvida.
Texto: Ricardo Schott
Nota: 7
Gravadora: Wax Bodega
Lançamento: 23 de maio de 2025.
Crítica
Ouvimos: Satanique Samba Trio – “Cursed brazilian beats Vol. 1” (EP)

RESENHA: Satanique Samba Trio mistura guitarrada, lambada, carimbó e jazz experimental em Cursed brazilian beats Vol. 1
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Como o Brasil insiste em não ouvir o Satanique Samba Trio, vale dizer que a banda brasiliense não é um trio e o som vai bem além do samba – é puramente jazz unido a ritmos brasileiros variados, com ambientação experimental e (só às vezes) sombria. O novo disco é Cursed brazilian beats vol. 1 – que apesar do nome, é o segundo lançamento de uma trilogia (em português: Batidas brasileiras amaldiçoadas).
Dessa vez, a banda caiu para cima de ritmos do Norte, como guitarrada, lambada e carimbó, transformando tudo em música instrumental brasileira ruidosa. O grupo faz lambada de videogame em Lambaphomet, faz som regional punk em Brazilian modulok e Sacrificial lambada, e um carimbó que parece ter sido feito pelos Residents em Azucrins. Já Tainted tropicana, ágil como um tema de telejornal, responde pelo lado “normal” do disco.
A surpresa é a presença, pela primeira vez, de uma música cantada num disco do SST: Aracnotobias tem letra e voz de Negro Leo – talvez por isso, é a faixa do grupo que mais soa próxima dos experimentalismos do selo carioca QTV.
Texto: Ricardo Schott
Nota: 8
Gravadora: Rebel Up Records
Lançamento: 21 de março de 2025.
Leia também:
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