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Semana Podsim: mulheres no universo do podcast

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Semana Podsim: mulheres no universo do podcast

A Podsim é a única produtora de podcasts do Brasil formada exclusivamente por mulheres. E desta terça (23) até quinta (25), ela promove, em parceria com a Oi Futuro, a Semana Podsim. Com oficinas, debates e shows, ela joga luz na presença feminina no universo dos podcasts. Os eventos são gratuitos, a partir das 14h e todas as atividades são online, no canal da produtora no YouTube (confira a agenda no fim do texto).

Luiza Salles, sócia da Podsim, diz que o hábito das pessoas ouvirem podcasts chegou a diminuir no começo da pandemia – pelo motivo básico de que o caminho até o trabalho contava como horário de relaxar e escutar novos programas. Em conversa com o POP FANTASMA, ela conta que o número de mulheres produtoras ainda é pequeno (“75% dos podcasts ainda são produzidos por homens”, diz) e lamenta que elas ainda sejam subestimadas por produtores e técnicos de som. Mas a ótima notícia é que tem muita gente produzindo podcasts no Brasil, e as empresas estão cada vez mais interessadas em desvendar essa área.

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POP FANTASMA: Como surgiu a Podsim? Quais são as principais frentes de trabalho?

LUIZA SALLES: A Podsim é um fruto do Arte Sônica Amplificada, um programa de mentoria que reuniu 50 mulheres da área do áudio por iniciativa da Oi Futuro em parceria com o British Council, entre 2018 e 2019. Nosso grupo se formou pela afinidade do desejo de trabalhar com podcasts e surgiu a PodSim, primeira produtora de podcasts feitos só por mulheres no Brasil.

Atualmente prestamos serviços diversos para produção de podcasts e também nos organizamos como uma Central de podcasts, em que divulgamos programas feitos por mulheres cariocas e oferecemos oficinas de podcast.

Fale um pouco da parceria de vocês com a Oi Futuro. A Oi Futuro viu o nascimento da Podsim e desde então acompanha nosso desenvolvimento. Quando ficamos sabendo da abertura do edital de patrocínios da Oi em 2019, inscrevemos o evento Semana Podsim. Ficamos muito felizes de ter nosso evento selecionado e ver essa aposta da Oi em nosso projeto, agora como patrocinadora. É muito importante ter empresas comprometidas com a cultura brasileira que incentivem projetos como o nosso, que visa democratizar a cultura do podcast.

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As empresas estão se abrindo para a criação de podcasts? O que elas costumam valorizar ou ter em mente quando procuram esse tipo de serviço? Com certeza estão se abrindo. A gente tem produzido podcasts para empresas e instituições de diferentes perfis. As empresas têm procurado podcasts para modernizar sua comunicação institucional com colaboradores e clientes, além de buscar conteúdos diversos para associar suas marcas e usar o podcast como espaço de publicidade.

Pelo que você observa, a pandemia fez com que o interesse pelos podcasts aumentasse? As pessoas estão ouvindo mais podcasts? E fazendo mais? Curiosamente, no início da pandemia o consumo de podcasts diminuiu pois o transporte até o trabalho era um dos momentos de mais acessos aos podcasts nas plataformas. Com o home office, esse perfil do consumo foi mudando, mas voltou a crescer, ocupando outros momentos do dia a dia dos ouvintes.

Pesquisas apontam que o Brasil foi o país onde mais cresceu a produção de podcasts em 2020. Outro indicador importante é a chegada de players como a Amazon ao mercado brasileiro de podcasts e também o investimento forte da Globo nessa área dos produtos de áudio. Isso demonstra que o mercado de podcasts está aquecido!

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Como você está vendo a participação feminina no universo dos podcasts? Infelizmente, ainda somos minoria como produtoras. Apesar do aumento na participação feminina na podosfera nos últimos 2 anos, 75% dos podcasts ainda são produzidos por homens, de acordo com levantamento Podpesquisa 2020, feito pela Associação Brasileira de Podcasts em parceria com a rádio CBN. Existem muitos coletivos, campanhas e grupos buscando incentivar mais mulheres a produzir seus podcasts e nós da Podsim também estamos nessa luta por mais espaço.

Como lidar com a figura do técnico de som ou do produtor que inferioriza a mulher e acha que ela não entende do que está fazendo (como acontece muitas vezes no universo da produção de discos)? Isso acontece muito ainda? Sim, isso ainda acontece bastante. Já tivemos experiência com uma das nossas integrantes sendo subestimada por técnicos e donos de estúdio. É chato, mas lidamos com isso usando nossa expertise e mostrando a qualidade técnica do nosso trabalho. No fim das contas, o que importa é o feedback dos nossos clientes e ouvintes, que têm tratado nosso trabalho com muito carinho.

Qual o primeiro passo que uma pessoa precisa dar para entrar nesse universo dos podcasts? Ter um bom roteiro é fundamental, não? O primeiro passo é ouvir bastante. Para entrar nesse universo, é preciso se familiarizar com os diferentes formatos de podcast e escolher qual deles se encaixa melhor no tema que deseja abordar e no seu jeito de se expressar. A partir daí, um bom roteiro realmente faz a diferença. Mas também é importante aprender a captar o áudio com qualidade e editar de forma criativa. São etapas bem importantes para colocar um podcast bacana no ar!

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O que está fazendo mais sucesso no universo dos podcasts atualmente? Você diria que existe algo que as pessoas estão querendo ouvir mais? Uma coisa maravilhosa do mundo dos podcasts é que tem podcasts de todos os tipos e tamanhos, para todos os gostos. Acho que o que faz as pessoas se conectarem é a sensação de intimidade, proximidade que você tem com aquelas vozes que estão ali no programa, remontando a uma relação afetiva que nossos avós tinham com o rádio. Acredito também que os temas relevantes para cada pessoa são o que define qual podcast elas querem ouvir, independente do formato.

Como você tem lidado com a pandemia e com o isolamento? Acho que o mais importante foi aceitar que é um momento de altos e baixos e que a gente precisa se ouvir e se respeitar para passar por esse desafio. Ficar triste quando precisar e encontrar espaço para se alegrar também. Trabalhar com algo em que acredito tem sido um alento. Apesar dos desafios do isolamento, a nossa produção de podcasts continuou firme e 2020 acabou sendo um ano de conquistas para a Podsim. É muito bom poder se sentir útil e produtiva, realizando um projeto como a Semana Podsim, em que vamos poder dividir um pouco do nosso conhecimento com as pessoas e, quem sabe, encorajá-las a criar seus podcasts também!

Semana PodSim – Data e horário: 23 a 25 de março (a partir das 14h)
Local: Canal da PodSim no YouTube
Evento Gratuito

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Programação:
Dia 23 de março
14h – Oficina de Bateria Para Garotas, com Julie Sousa
15h30 – Debate sobre o Corpo Feminino e Saúde da Mulher, com Victoria Castro (Diga Vulva) e Myrella Pontes (Ella Vulva) mediado por Ana Gabriela Nascimento (Podcast Ventre Nós)
17h – Show Meninas do Brasil – Luiza Sales recebe Ilessi e Marina Iris

Dia 24 de março
14h – Oficina de Áudio Criativo com Irla Franco
15h30 – Debate sobre Mídias Periféricas com Ana Claudino, criadora do canal de YouTube Sapatão Amiga, com Renata Aratykyra (Podcast Originárias) e Julie Sousa (Podcast Bora Marcar)
17h – Show Originárias, Renata Aratykyra recebe Daua Puri

Dia 25 de março
14h – Oficina de Consciência Vocal com Carolina Faria
15h30 – Debate sobre o Mercado do Podcast no Brasil, com Kellen Moraes (Diretora de Estratégia e Inovação da Rádio Novelo), Fábio Silveira (Gerente de Podcasts em Serviços e Produtos Digitais da Globo) mediado por Val Becker (Rádio Graviola)
17h – Show Soul+ – RAIZZA recebe Anderson Primo e Helô Tenório

Cultura Pop

Quando Suicide gravou… “Born in the USA”, do Bruce Springsteen

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Quando Suicide gravou... "Born in the USA", do Bruce Springsteen

A way of life, disco de 1988 da dupla de música eletrônica Suicide, é tido como um disco, er, acessível. Acessível à moda de Martin Rev e Alan Vega, claro. O disco pelo menos podia ser colocado tranquilamente na prateleira dos artífices da darkwave e era bem mais audível do que o comum de um grupo que havia lançado a assustadora Frankie teardrop. O disco era produzido por Ric Ocasek, líder dos Cars (que já havia produzido o segundo disco deles, de 1981, Alan Vega/Martin Rev), e tinha até uma eletro-valsinha, Surrender, além de um estiloso misto de rockabilly e synthpop, Jukebox baby 96.

O que ninguém esperava era que a dupla tivesse feito nessa mesma época uma estranhíssima versão de… Born in the USA, de Bruce Springsteen. A faixa surge numa versão ao vivo, gravada num show de Vega e Rev em 1988, em Paris. A dupla nem sequer disfarçou que a ideia era fazer uma versão bem lascada – saca só o sintetizadorzinho da música, e a referência a músicas como Lucille, de Little Richard, e o tema When the saints go marching in, logo na abertura. A “versão” da faixa resume-se a quase nada além do título da canção. Parece um karaokê do demo (e é).

A versão poderia ser uma bela pirataria, mas vira oficial nesse mês: vai aparecer em uma reedição de A way of life, prevista para o dia 26. A edição de luxo estará disponível em vinil azul transparente com Born in the USA e em CD com quatro faixas bônus, além do formato digital. O material extra inclui versões ao vivo de Devastation e Cheree, bem como uma versão inicial de estúdio de Dominic Christ. O pesquisador Jared Artaud encontrou as faixas enquanto trabalhava no arquivo de Vega, após a morte do cantor em 2016.

Quando Suicide gravou... "Born in the USA", do Bruce Springsteen

E se você não sabia, vai aí a surpresa: Springsteen tá bem longe de ser um sujeito que diria “what?” ao ser informado da existência do Suicide. Pelo contrário: era fã da dupla e costumava dizer que a estreia do Suicide, o disco epônimo de 1977, era “um dos discos mais sensacionais que já ouvi”. Em 1980, o cantor esteve com a dupla e Vega descobriu que Springsteen era seu fã – e se surpreendeu.

“Ele estava gravando o disco The river (1980) e nós estávamos gravando nosso segundo álbum em Nova York. Então tivemos uma reunião de audição do nosso álbum. Havia três ou quatro figurões da nossa gravadora, e Bruce também estava lá. Depois que tocamos o álbum, houve um silêncio mortal… exceto por Bruce, que disse, ‘Isso foi ótimo pra caralho.’ Ele fazia questão de nos dizer o quanto nos amava”, contou em 2014 ao New York Post.

Mais: um texto do site Treblezine, a partir de audições da obra de Bruce e de entrevistas do Suicide, descobre: a dupla influenciou muito o sombrio disco Nebraska, tido como o “primeiro disco solo” (sem a E Street Band) de  Springsteen (1982), basicamente um disco sobre crise, desemprego e gente à beira do desespero pela falta de oportunidades. Houve uma versão elétrica e pesada de Nebraska, mas Bruce quis lançar o disco acústico, de voz, violão e registros crus, e que de fato lembram o clima esparso do Suicide do primeiro disco.

Na dúvida, ouça State trooper, cujos uivos lembram bastante os gritos (sem aviso prévio) de Frankie teardrop. “Lembro-me de entrar na minha gravadora logo após o lançamento do meu disco”, disse Vega depois de ouvir State trooper pela primeira vez. “Eu pensei que era um dos meus álbuns que eu tinha esquecido. Mas era Bruce!”

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Cultura Pop

No podcast do Pop Fantasma, a fase de transição do Metallica

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No podcast do Pop Fantasma, a fase de transição do Metallica

A morte do baixista Cliff Burton, em 27 de setembro de 1986, desorientou muito o Metallica. Além do que aconteceu, teve a maneira como aconteceu: a banda dormia no ônibus de turnê, sofreu um acidente que assustou todo mundo, e quando o trio restante saiu do veículo, só restou encarar a realidade. A partir daquele momento, estavam não apenas sem o baixista, como também estavam sem o amigo Cliff, sem o cara que mais havia influenciado James Hetfield, Lars Ulrich e Kirk Hammett musicalmente, e sem a configuração que havia feito de Master of puppets (1986) o disco mais bem sucedido do grupo até então.

Hoje no Pop Fantasma Documento, a gente dá uma olhada em como ficou a vida do Metallica (banda que, você deve saber, está lançando disco novo, 72 seasons) num período em que o grupo foi do céu ao inferno em pouco tempo. O Metallica já era considerado uma banda de tamanho BEM grande (embora ainda não fosse o grupo multiplatinado e poderoso dos anos 1990) e, justamente por causa disso, teve que passar por cima dos problemas o mais rápido possível. E sobreviver, ainda que à custa justamente da estabilidade emocional de Jason Newsted, o substituto do insubstituível Cliff Burton…

Nomes novos que recomendamos e que complementam o podcast: Skull Koraptor e Manger Cadavre?

Estamos no Castbox, no Mixcloud, no Spotify, no Deezer e no Google Podcasts.

Edição, roteiro, narração, pesquisa: Ricardo Schott. Identidade visual: Aline Haluch. Trilha sonora: Leandro Souto Maior. Estamos aqui toda sexta-feira!

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Destaque

Dan Spitz: metaleiro relojoeiro

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Se você acompanha apenas superficialmente a carreira da banda de thrash metal Anthrax e sentia falta do guitarrista Dan Spitz, um dos fundadores, ele vai bem. O músico largou a banda em 1995, pouco antes do sétimo disco da banda, Stomp 442, lançado naquele ano. Voltaria depois, entre 2005 e 2007, mas entre as idas e as vindas, o guitarrista arrumou uma tarefa bem distante da música para fazer: ele se tornou relojoeiro (!).

A vida de Dan mudou bastante depois que o músico teve filhos em 1995, e começou a se questionar se queria mesmo aquela vida na estrada. “Fazíamos um álbum e fazíamos turnês por anos seguidos, e então começávamos o ciclo de novo – o tempo em casa não existia. É uma história que você vê em toda parte: tudo virou algo mundano e mais parecido com um trabalho. Eu precisava de uma pausa”, contou Spitz ao site Hodinkee.

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Na época, lembrou-se da infância, quando ficava sentado com seu avô, relojoeiro, desmontando relógios Patek Philippe, daqueles cheios de pecinhas, molas e motores. “Minha habilidade mecânica vem de minha formação não tradicional. Meu quarto parecia uma pequena estação da NASA crescendo – toneladas de coisas. Eu estava sempre construindo e desmontando coisas durante toda a minha vida. Eu sou um solucionador de problemas no que diz respeito a coisas mecânicas e eletrônicas”, recordou no tal papo.

Spitz acabou no Programa de Treinamento e Educação de Relojoeiros da Suíça, o WOSTEP, onde basicamente passou a não fazer mais nada a não ser mexer em relógios horrivelmente difíceis o dia inteiro, aprender novas técnicas e tentar alcançar os alunos mais rápidos e mais ágeis da instituição.

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A música ainda estava no horizonte. Tanto que, trabalhando como relojoeiro em Genebra, pensou em largar tudo ao receber um telefonema do amigo Dave Mustaine (Megadeth) dizendo para ele esquecer aquela história e voltar para a música. Olhou para o lado e viu seu colega de bancada trabalhando num relógio super complexo e ouvindo Slayer.

O músico acha que existe uma correlação entre música e relojoaria. “Aprender a tocar uma guitarra de heavy metal é uma habilidade sem fim. É doloroso aprender. É isso que é legal. O mesmo para a relojoaria – é uma habilidade interminável de aprender”, conta ele. “Você tem que ser um artista para ser o melhor – seja na relojoaria ou na música. Você precisa fazer isso por amor”.

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