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Quando Nam June Paik fez um filme com sete minutos de tela branca

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Quando Nam June Paik fez um filme com sete minutos de tela branca

O artista sul-coreano Nam June Paik (1932-2006) é tido como o pai da união entre arte e tecnologia. Bem antes de muita gente imaginar que iria ver uma televisão fora da sala de estar, ele já era envolvido com videoarte (também é chamado de “pai da videoarte”), e via de longe o que as pessoas poderiam criar usando sistemas de informaçao, satélites e etc. E isso lá pelos anos 1950 e 1960, quando não dava nem para dizer que a internet era mato, porque nem sequer havia internet disponível para todos. Em 2017, aqui no Rio, teve uma expo da obra dele no Oi Futuro.

Por acaso tem um vídeo bem legal do Tate Museum com cinco vezes em que Nam previu o futuro. Em 1974, ele já falava de “super estradas eletrônicas” usando cabos, satélites e fibras óticas, quando a internet ainda era um segredo de guerra norte-americano. Em 1963, ele já levava aparelhos de TV para suas exposições, para serem manipulados de maneiras diferentes. Confira as outras coisas que ele previu no vídeo abaixo.

Nos anos 1960, Nam se juntou ao Fluxus, um movimento de artistas que unia nomes como John Cage, Yoko Ono (com quem dividiu apartamento) e Gustav Metzger. Dentre as obras que Nam fez nessa época, estão Zen for film, um filme bastante experimental, que traz oito minutos de tela branca. O Bard Graduate Center afirma em seu site que a produção traz “noções de acaso, traço, mutabilidade, tédio, silêncio e nada”, sem trilha sonora.

Dentre os vários trabalhos que acrescentou a seu currículo, estão parcerias com o músico japonês Ryuichi Sakamoto. E a elaboração dos gráficos e das esculturas de televisão do Wrapped around the world, evento televisivo que aconteceu em 1988, uma semana antes da abertura dos Jogos Olímpicos em Seul. Olha aí as obras de Nam unidas à aparição de David Bowie no evento, junto do La La Human Steps. O trabalho na Olimpíada representou a reaproximação do artista de seu país natal.

E não custa lembrar que o conceito de autoestradas informacionais nunca saiu da obra de Nam. Tanto que em 1995, ele montou uma instalação monstruosa chamada Electronic Superhighway, em que pôs no mesmo ambiente 336 televisões, 50 aparelhos de DVD, 3.750 pés de cabo e 575 pés de tubos de néon multicoloridos. A obra está no Smithsonian American Art Museum – que, por causa da pandemia, está temporariamente fechado.

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Frank Kozik, criador de capas de discos e pôsteres, morre aos 61

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Frank Kozik, criador de capas de discos e pôsteres, morre aos 61

Frank Kozik, um dos mais criativos artistas gráficos e criadores de capas de discos dos últimos 30 anos, morreu no sábado, de causas não-reveladas, aos 61 anos, na Califórnia. Nascido na Espanha e radicado nos Estados Unidos, filho de norte-americano e espanhola, Kozik fez artes para bandas como Queens Of The Stone Age (o primeiro disco, de 1998, epônimo), Melvins (Houdini), Offspring (Americana), e ainda criou pôsteres de turnê para Nirvana, Sonic Youth, White Stripes, Butthole Surfers e outros grupos.

“Frank era um homem maior do que ele mesmo, um ícone em cada gênero em que trabalhou”, diz uma declaração compartilhada pela esposa de Kozik, Sharon. “Ele mudou drasticamente a indústria da qual fazia parte. Ele era uma força criativa da natureza. Estamos muito além de sortudos e honrados por fazer parte de sua jornada, e ele fará falta além do que as palavras poderiam expressar”. Ele costumava atribuir muito do seu trabalho artístico ao fato de ter “um senso de humor sombrio” e a ter crescido no meio do punk rock.

Kozik começou a fazer pôsteres enquanto morava em Austin, Texas, no início dos anos 1980 e chegou a trabalhar com publicidade antes das capas de discos, Também foi dono de uma gravadora, a Man’s Ruin Records, e foi diretor criativo da Kidrobot, a empresa de brinquedos artísticos de edição limitada. Dirigiu também um clipe do Soundgarden, Pretty noose.

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E se a capa “da raquete” do disco Houses Of The Holy, do Led Zeppelin, tivesse sido feita?

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E se a capa "da raquete" do disco Houses Of The Holy, do Led Zeppelin, tivesse sido feita?

Se você ouviu o episódio mais recente do nosso podcast, o Pop Fantasma Documento, sobre o Led Zeppelin no ano de 1972 (não ouviu? tá aqui), deve lembrar que em 1972, o grupo estava elaborando o disco Houses of the holy, que acabou sendo lançado só um ano depois. E que antes daquela capa com as crianças ficar pronta, Storm Thorgerson, da empresa Hipgnosis, havia sugerido a eles uma capa “com uma quadra de tênis verde e uma raquete” – que Jimmy Page odiou.

Aparentemente essa capa rejeitada (rejeitadíssima, Page ficou p… da vida com a sugestão e mandou o designer sumir da frente dele) nunca tinha sido desenhada. Pelo menos até agora. A Aline Haluch, que faz as artes do Pop Fantasma Documento e do Acervo Pop Fantasma, fez três versões da ideia original de Storm para Houses of the holy. Mais do que uma brincadeira com a história, fica aqui como homenagem a esse designer morto em 2013, e que revolucionou as capas de discos.

“A ideia foi fazer aquelas brincadeiras das capas do Pink Floyd, como a do cara cheio de lâmpadas no disco ao vivo A momentary lapse of reason (de 1988, feita pelo mesmo Storm Thorgerson). Quis brincar com as sobreposições das redes, mas são redes de aço, aquelas de cadeia. Um pouco como se fosse um condomínio, já que tênis é um jogo da elite, cercada de proteção”, conta. “Na segunda capa, a própria raquete é de grama. E na terceira, tem um céu, meio que para brincar com a paisagem da capa do disco Atom heart mother, também do Pink Floyd (1970, com capa também de Storm)“.

A que a gente mais gostou (a do céu), ganhou a faixinha branca com o nome do disco e da banda, que vinha envolvendo a capa do LP original. 🙂

E se a capa "da raquete" do disco Houses Of The Holy, do Led Zeppelin, tivesse sido feita?

E se a capa "da raquete" do disco Houses Of The Holy, do Led Zeppelin, tivesse sido feita?

E se a capa "da raquete" do disco Houses Of The Holy, do Led Zeppelin, tivesse sido feita?

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Aquela vez em que Elifas Andreato começou a fazer capas de discos

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“Em 2009, os jornalistas Marcos Lauro e Peu Araújo entrevistaram o artista plástico Elifas Andreato para uma matéria sobre capas de discos. A ideia era falar com capistas profissionais e amadores sobre as mudanças de formato que a internet impunha – do tamanho do vinil ao thumbnail da rede mundial. Players como Spotify já existiam, mas ainda não eram populares como hoje. A matéria nunca saiu, isso acontece. Mas um trecho do material guardado está aqui em homenagem a Elifas Andreato, que nos deixou no dia 29 de março aos 76 anos. Vida eterna ao artista e sua imensa obra”.

Logo depois que Elifas morreu, o radialista, jornalista e podcaster Marcos Lauro subiu no YouTube esse bate-papo dele e de Peu com o capista. A conversa é curtinha mas cheia de detalhes a respeito de como Elifas entrou no mundo das capas de discos – ele trabalhava na editora Abril Cultural em 1970 e acabou fazendo as capas da série História da Música Popular Brasileira, com discos vendidos em bancas de jornal. O trabalho gráfico foi considerado inovador para a época, “e a ideia era interpretar cada personagem de uma maneira”, conta. Foi a partir daí que Elifas conheceu vários artistas e se envolveu com o trabalho nas capas de discos. Partiu direto para a produção de uma capa de Paulinho da Viola – a do disco Foi um rio que passou em minha vida, em 1970, mas ainda apenas usando uma foto do cantor, sem desenhos.

Confira o bate-papo aí.

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