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Cultura Pop

Quando deu m… no encontro de Sting com Adnan Khashoggi

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Quando deu m... no encontro de Sting com Adnan Khashoggi

Quem gostava de acompanhar o dia a dia de milionários nos anos 1980 tinha menos material à disposição (não havia internet, né?). Mas, desde que fuçasse nos lugares certos, não passava vontade. Um sujeito em especial, famosíssimo nessa época (e antes dela), era um empresário e traficante de armas da Arábia Saudita, multimilionário, que tinha verdadeira adoração pelo mundo das celebridades. E que – dizem – chegou a ter um patrimônio líquido de mais de 4 milhões de dólares. O magnata em questão era Adnan Khashoggi (1935-2017).

Eternamente metido em política, Khashoggi era intermediário entre o governo da Arábia Saudita e empresas ocidentais que queriam segurança e infraestrutura, e tinha vários negócios envolvendo armas nos Estados Unidos – seu nome acabou surgindo nas investigações do caso dos Irã-Contras, inclusive. Adnan teve várias mansões, embarcações e aviões de luxo. Chegou a ser dono por alguns anos da casa que havia pertencido ao cineasta Charlie Chaplin.

Nos anos 1980 Adnan comprou um iate descomunal chamado Nabila, que virou lenda, chegou a aparecer num filme de James Bond, 007- Nunca mais outra vez (1983) e depois foi vendido para ninguém menos que Donald Trump. Dono de um estilo de vida extravagante, dava várias festas nas quais comparecia a nata do cinema e da música: se você procurar bem, acha fotos de Adnan com Liza Minelli, Frank Sinatra, Elizabeth Taylor e vários outros.

As mansões de Adnan apareciam em programas de TV que contavam a vida dos milionários. Logicamente, Adnan, mesmo sendo um personagem controverso, tinha muitos fãs, e havia gente que acompanhava sua vida porque, basicamente, queria viver igual a ele – meio como o que rola com os fãs de Elon Musk hoje em dia. A família do magnata também era cheia de figurinhas interessantes e extravagantes: Dodi Fayed, amante da princesa Diana que morreu ao lado dela naquele acidente de carro em Paris em 1997, era sobrinho dele.

Quem se deu meio mal por causa de um encontro com Adnan foi ninguém menos que Sting, em agosto de 1982, quando o cantor ainda era membro do The Police e já era integrante de organização não-governamental Anistia Internacional – esse último fato já era prenúncio de que ia dar bosta. Não era das melhores épocas no mundo para o The Police por sinal. A banda entrou num período sabático naquele ano (foi o único ano em que o trio não lançou disco) e cada integrante foi se dedicar a seus próprios projetos.

Sting, por sua vez, não tinha muito do que se queixar: aproveitou para desenvolver carreira de ator – e evidentemente acabou aparecendo bem mais do que seus dois colegas – e começava um relacionamento novo com a atriz, produtora e diretora Trudie Styler. Só que vinha aparecendo mais que o normal nos tabloides por causa de sua separação da primeira esposa, a também atriz Frances Tomelty (e ele vinha saindo com a nova namorada enquanto ainda estava casado, o que gerava ainda mais fofocas).

Sting e Trudie resolveram ir a uma festa de Adnan no Sul da França e foi justamente a ligação do cantor com a Anistia Internacional, somado às letras “conscientes” que volta e meia o Police gravava, que atraiu a atenção da mídia para a presença dele num convescote dado por um sujeito envolvido com o comércio de armas. Sting voltou para Londres num jato fretado por Khashoggi, repórteres correram ao aeroporto para tentar entender o que tinha acontecido e, no corre-corre, um fotógrafo foi agredido por um dos seguranças. “Para um pai de família confesso que desprezava o jet set e as armas, era uma queda curiosamente flagrante”, chegou a afirmar a revista GQ num papo com Sting em 1985.

Bom, um grupo de rock que teve certa relação com Adnan foi o Queen, que lançou uma música chamada Khashoggi’s ship no disco The miracle, de 1989. A letra zoa com a história do navio gigantesco de Adnan e fala de uma festa bem animadinha e safada que rola por lá. Por causa dessa suposta relação de Freddie Mercury com Adnan, tem até um personagem chamado Khashoggi no musical We will rock you, levado aos palcos pela primeira vez em 2002.

Cultura Pop

No nosso podcast, Alanis Morissette da pré-história a “Jagged little pill”

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No nosso podcast, Alanis Morissette da pré-história a "Jagged little pill"

Você pensava que o Pop Fantasma Documento, nosso podcast, não ia mais voltar? Olha ele aqui de novo, por três edições especiais no fim de 2025 – e ano que vem estamos de volta de vez. No segundo e penúltimo episódio desse ano, o papo é um dos maiores sucessos dos anos 1990. Sucesso, aliás, é pouco: há uns 30 anos, pra onde quer que você fosse, jamais escaparia de Alanis Morissette e do seu extremamente popular terceiro disco, Jagged little pill (1995).

Peraí, “terceiro” disco? Sim, porque Jagged era só o segundo ato da carreira de Alanis Morissette. E ainda havia uma pré-história dela, em seu país de origem, o Canadá – em que ela fazia um som beeeem diferente do que a consagrou. Bora conferir essa história?

Edição, roteiro, narração, pesquisa: Ricardo Schott. Identidade visual: Aline Haluch (foto: Capa de Jagged little pill). Trilha sonora: Leandro Souto Maior. Vinheta de abertura: Renato Vilarouca. Estamos aqui de quinze em quinze dias, às sextas! Apoie a gente em apoia.se/popfantasma.

Ouça a gente preferencialmente no Castbox. Mas estamos também no Mixcloud, no Deezer e no Spotify.

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Cultura Pop

No nosso podcast, Radiohead do começo até “OK computer”

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Radiohead no nosso podcast, o Pop Fantasma Documento

Você pensava que o Pop Fantasma Documento, nosso podcast, não ia mais voltar? Olha ele aqui de novo, por três edições especiais no fim de 2025 – e ano que vem estamos de volta de vez. Para abrir essa pequena série, escolhemos falar de uma banda que definiu muita coisa nos anos 1990 – aliás, pra uma turma enorme, uma banda que definiu tudo na década. Enfim, de técnicas de gravação a relacionamento com o mercado, nada foi o mesmo depois que o Radiohead apareceu.

E hoje a gente recorda tudo que andava rolando pelo caminho de Thom Yorke, Jonny Greenwood, Colin Greenwood, Ed O’Brien e Phil Selway, do comecinho do Radiohead até a era do definidor terceiro disco do quinteto, OK computer (1997).

Edição, roteiro, narração, pesquisa: Ricardo Schott. Identidade visual: Aline Haluch (foto: reprodução internet). Trilha sonora: Leandro Souto Maior. Vinheta de abertura: Renato Vilarouca. Estamos aqui de quinze em quinze dias, às sextas! Apoie a gente em apoia.se/popfantasma.

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4 discos

4 discos: Ace Frehley

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Dizem por aí que muita gente só vai recordar de Gene Simmons e Paul Stanley, os chefões do Kiss, quando o assunto for negócios e empreendedorismo no rock – ao contrário das recordações musicais trazidas pelo nome de Ace Frehley, primeiro guitarrista do grupo, morto no dia 16 de outubro, aos 74 anos.

Maldade com os criadores de uma das maiores bandas de rock de todos os tempos, claro – mas quando Frehley deixou o grupo em 1982, muita coisa morreu no quarteto mascarado. Paul Daniel Frehley, nome verdadeiro do cara, podia não ser o melhor guitarrista do mundo – mas conseguia ser um dos campeões no mesmo jogo de nomes como Bill Nelson (Be Bop De Luxe), Brian May (Queen) e Mick Ronson (David Bowie). Ou seja: guitarra agressiva e melódica, solos mágicos e sonoridade quase voadora, tão própria do rock pesado quanto da era do glam rock.

Ace não foi apenas o melhor guitarrista da história do Kiss: levando em conta que o grupo de Gene e Paul sempre foi uma empresa muito bem sucedida, o “spaceman” (figura pela qual se tornou conhecido no grupo) sempre foi um funcionário bastante útil, que lutou para se sentir prestigiado em seu trabalho, e que abandonou a banda quando viu suas funções sendo cada vez mais congeladas lá dentro. Deixou pra trás um contrato milionário e levou adiante uma carreira ligada ao hard rock e a uma “onda metaleira” voltada para o começo do heavy metal, com peso obedecendo à melodia, e não o contrário.

Como fazia tempo que não rolava um 4 Discos aqui no Pop Fantasma, agora vai rolar: se for começar por quatro álbuns de Ace, comece por esses quatro.

Texto: Ricardo Schott – Foto: Reprodução

“KISS: ACE FREHLEY” (Casablanca, 1978). Brigas dentro do Kiss fizeram com que Gene, Paul, Ace e o baterista Peter Criss lançassem discos solo padronizados em 1978 – adaptando uma ideia que o trio folk Peter, Paul and Mary havia tido em 1971, quando saíram álbuns solo dos três cujas capas e logotipos faziam referência ao grupo. Ace lembra de ter ouvido uma oferta disfarçada de provocação numa reunião do Kiss, quando ficou definido que cada integrante lançaria um disco solo: “Eles disseram: ‘Ah, Ace, a propósito, se precisar de ajuda com o seu disco, não hesite em nos ligar ‘. No fundo, eu dizia: ‘Não preciso da ajuda deles’”, contou.

Além de dizer um “que se foda” para os patrões, Ace conseguiu fazer o melhor disco da série – um total encontro entre hard rock e glam rock, destacando a mágica de sua guitarra em ótimas faixas autorais como Ozone e What’s on your mind? (essa, uma espécie de versão punk do som do próprio Kiss) além do instrumental Fractured mirror. Foi também o único disco dos quatro a estourar um hit: a regravação de New York Groove, composta por Russ Ballard e gravada originalmente em 1971 pela banda glam britânica Hello. Acompanhando Frehley, entre outros, o futuro batera da banda do programa de David Letterman, Anton Fig, que se tornaria seu parceiro também em…

“FREHLEY’S COMET” (Atlantic/Megaforce, 1987). Seguindo a onda de bandas-com-dono-guitarrista (como Richie Blackmore’s Rainbow e Yngwie Malmsteen’s Rising Force), lá vinha Frehley com seu próprio projeto, co-produzido por ele, pelo lendário técnico de som Eddie Kramer (Jimi Hendrix, Beatles, Led Zeppelin) e Jon Zazula (saudoso fundador da Megaforce). Frehley vinha acompanhado por Fig (bateria), John Regan (baixo, backing vocal) e Tod Howarth (guitarras, backing vocal e voz solo em três faixas).

O resultado se localizou entre o metal, o hard rock e o rock das antigas: Frehley escreveu músicas com o experiente Chip Taylor (Rock soldiers), com o ex-colega de Kiss Eric Carr (Breakout) e com John Regan (o instrumental Fractured too). Howarth contribuiu com Something moved (uma das faixas cantadas pelo guitarrista). Russ Ballard, autor de New York groove, reaparece com Into the night, gravada originalmente pelo autor em 1984 em um disco solo. Típico disco pesado dos anos 1980 feito para escutar no volume máximo.

“TROUBLE WALKING” (Atlantic/Megaforce, 1989). Na prática, Trouble walking foi o segundo disco solo de Ace, já que os dois anteriores saíram com a nomenclatura Frehley’s Comet. A formação era quase a mesma do primeiro álbum da banda de Frehley – a diferença era a presença de Richie Scarlet na guitarra. O som era bem mais repleto de recordações sonoras ligadas ao Kiss do que os álbuns do Comet, em músicas como Shot full of rock, 2 young 2 die e a faixa-título – além da versão de Do ya, do The Move. Peter Criss, baterista da primeira formação do Kiss, participava fazendo backing vocals. Três integrantes do então iniciante Skid Row (Sebastian Bach, Dave Sabo, Rachel Bolan), também.

“10.000 VOLTS” (MNRK, 2024). Acabou sendo o último álbum da vida de Frehley: 10.000 volts trouxe o ex-guitarrista do Kiss atuando até como “diretor criativo” e designer da capa. Ace compôs e produziu tudo ao lado de Steve Brown (Trixter), tocou guitarra em todas as faixas – ao lado de músicos como David Julian e o próprio Brown – e convocou o velho brother Anton Fig para tocar bateria em três faixas. A tradicional faixa instrumental do final era a bela Stratosphere, e o spaceman posou ao lado de extraterrestres no clipe da ótima Walkin’ on the moon. Discão.

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